Triplex escrita por liviahel


Capítulo 16
Diga-me com quem andas...? — Parte 1.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/196791/chapter/16

NichKhun teria que viajar pela manhã e decidiu acordar bem cedo para arrumar as malas, que ele obviamente tinha deixado apara a ultima hora. Quando se moveu para se levantar, foi impedido por Nana, que estva semi-acordada.

— Você já tem que ir? — disse ela puxando-o de volta ao travesseiro pelo pulso.
— Não, meu vôo é daqui umas cinco horas ainda, mas preciso...

Os lábio de NichKhun foram silenciados por um beijo.

— Precisa nada,você precisa ficar aqui comigo mais um pouquinho...
Os dois ficaram vários minutos olhando uma para o ouro, com as cabeças pousadas nos travesseiros.
—Você sabe que de qualquer jeito eu vou viajar não é? — disse ele quebrando o silêncio.
— Sei? — ela fez-se de desentendida.
— Parece que não, porque você fica me olhando assim, me tentando...
— O problema é com você então, porque eu não faço de propósito. Não tenho culpa de ser linda. — Nana estava brincando é claro, porque não tinha costume de falar de si mesma daquela forma.

NichKhun riu.

— Você tem razão, eu é que ando com muita sorte por ter essa criatura divina aqui comigo.
— Criatura que você vai ficar um mês sem ver...

Nana usava todo o charme que tinha e ainda estava completamente nua, o que não ajudava em nada para manter a convicção do rapaz. Ele fechou os olhos com força e disse rindo.

— Ah não! Você não vai me convencer.

Ele tateava em volta procurando se levantar, mas Nana já tinha passado a perna por cima do quadril dele e ele não conseguiu sair, não que tivesse tentado muito.

— Eu sei que não, mas eu não perco nada tentando.

Um par de horas depois, eles voltaram a adormecer, Nana apoiada nas costas de NichKhun, que dormia de barriga para baixo. Victoria apareceu de repente no quarto, tinha se esquecido de que os tinha deixado dormir juntos, isso porque estava preocupada com o possível atraso dele. Claro que não foi uma visão muito agradável aos olhos dela, precisou de muito mais tempo que ultimamente pra se lembrar da situação do relacionamento dos três, tinha algo mais importante a fazer que surtar de ciúmes. Ela se aproximou devagar e pousou a mão sobre os cabelos dele e disse baixinho.

— Khun, acorda, você não precisava sair?

Ele abriu os olhos bem devagar, logo a visão desembaçou e ele viu o rosto dela muito de perto, sorriu como se nunca a tivesse visto antes, todas as defesas que Victoria tinha armado em sua quase crise de ciúmes tinham desaparecido.

— Bom dia linda!
— Bom dia...
— Veio me pedir alguma coisa?
— Vim te acordar porque senão você perde o vôo...
— Que horas são?
— Faltam duas horas ainda...
— Hum, falando assim parece que você quer mais é me ver pela sombra.
— Queria você debaixo da minha sombra, se é que você me entende. — ela disse bem baixinho, sorrindo. — Mas o dever te chama.
— Você quer que eu fique? — NichKhun só fez essa pergunta por que queria ouvir que sim, meio que por vaidade.
— Pra ser sincera não, vai ser bom pra você. E o que é um mês? Se eu posso te ter o resto do ano a hora que eu quiser?
— Convencida.
— Estou mentindo?
— Vocês dois podiam deixar de flertes na minha frente, situação lamentável né? — disse Nana rindo e se cobrindo com um lençol.
— Verdade. Já arrumou suas coisas Khun?
— Ai é! Esqueci completamente!

Ele se levantou às pressas, tropeçando em tudo, abrindo as portas do guarda-roupa. Victoria se sentou ao lado de Nana na cama para observá-lo, ele ainda não tinha se lembrado de se vestir. Para as duas aquilo era um espetáculo, porque ele tinha que se pendurar para pegar as malas no maleiro, então vários de seus músculos ficavam em evidência, fora que dezenas de coisas caíram em cima dele no processo.

— Vocês vão ficar aí rindo, não vão me ajudar?
— Você não queria que a gente desejasse que você não fosse viajar? — disse Nana. — Pois então, não te ajudando é nossa forma de demonstrar.

Victoria riu e NichKhun fez cara de impaciência.

— Está bem, eu não queria dizer e correr o risco de ser acusada de te querer ver longe, mas eu separei umas roupas pra você, estão na segunda gaveta.

Ele fez cara de quem estranhou a atitude de Victoria, mas quando abriu a gaveta tinham várias roupas dobradas em perfeita ordem, depois sorriu.

— Olha só, Victoria dando uma de dona de casa...
Victoria ficou toda radiante, embora não entendesse bem o porquê.
— Gente, verdade, aproveita e passa os meus vestidos da próxima vez Vic. — disse Nana rindo.
— Vai sonhando.
— Por que fez isso? — disse NichKhun desconfiado.
— Nossa! E eu preciso querer alguma coisa em troca? Preciso mesmo mudar minha má fama. — disse Victoria meio ofendida.
— Eu iria querer. — disse Nana brincando.
NIchKhun riu e Victoria fingiu não achar graça, mas acabou rindo também. Ele terminou de colocar as roupas nas malas e fechou-as com um cadeado pequeno.
— Bom, acho que não falta mais nada. — disse ele bagunçando os cabelos. — Me ajudem a checar.
— De roupa acho que não falta nada, eu separei tudo que era necessário.
— Está levando o passaporte? — disse Nana.
— Está no bolso de fora da mala. Também já pus escova de dentes, xampu , o carregador do celular, o notebook... Acho que não falta nada mesmo.
— Então você já vai? — disse Victoria, rindo.
— Vou... — respondeu ele sem entender o motivo do riso.
— Ah! Mas você não sai de casa assim nunca! — Nana disse, também rindo. — Você tem certeza de que está pronto para sair?
NichKhun finalmente se deu conta de que ele era o motivo das risadas, ele tinha se esquecido de se vestir e riu também.
— Se pretende virar naturista eu tenho que te avisar que é ilegal sair nas ruas assim.
— Muito engraçada você Nana. Bom, acho que dá tempo de eu tomar um banho, não é?

Ele disse isso e entrou no banheiro, Nana voltou a se deitar, e Victoria foi à cozinha buscar algo para comerem. Ela voltou minutos depois trazendo uma bandeja cheia de coisas, NichKhun já havia começado a se vestir, depois sentou-se na cama entre as moças, para comerem juntos.

Foi um café da manhã um tanto patético, pois NichKhun ia passar só um mês fora e a impressão era de que ele ia pra guerra. Isso porque a relação entre os três era tão atípica quanto era instável.

— Bom, agora eu tenho mesmo que ir. Beijo. — disse ele beijando as duas n boca e se levantando.
— Tchau lindo. — disseram as duas.
— Falo com vocês assim que pousar, depois a gente combina de se falar pelo computador. Tchau.
E ele saiu pela porta, Nana e Victoria ficaram por lá olhando para a parede sem saber o que fazer. Nana deitou a cabeça no ombro de Victória, chateada.
— Vai ser um mês longo. — ela comentou.
— O mais longo da minha vida... com você já carente já a cinco minutos.
Nana riu.

— Se é com isso que você se preocupa eu te tranqüilizo, já disse que você não faz meu tipo.
— Sua boba. Bem, vou ocupar meu tempo trabalhando. — disse Victoria saindo o quarto.
Nana voltou a se deitar, mas não conseguiu voltar a dormir, incomodada com o perfume de NichKhun impregnado nos lençóis.
******

As duas primeiras semanas foram muito longas, como previsto por Victoria, por ela teria trabalhado o máximo possível, mas com NichKhun fora do país os ensaios com a equipe dele duravam menos tempo e ela sempre ia embora mais cedo. Isso era outra coisa atípica, ela tinha o apartamento dela pra voltar, mas acabava voltando para o triplex. O mesmo acontecia com Nana, ela trabalhava no mesmo ritmo exaustivo de sempre e podendo ir pra sua própria casa, ela voltava para o apartamento de NichKhun. Outra coisa que colaborava com a extensão imaginária do tempo era que a primeira semana de NichKhun tinha sido tão atribulada que os três só se falaram quando ele pousou em Tóquio, uma outra vez no meio da primeira semana, e numa manhã da segunda semana.

Nana só voltou pra casa cedo uma vez naquela semana, porque ela e Victoria finalmente tinham combinado de conversar com NichKhun pelo computador. Victoria já estava esperando por ela na sala.

— E aí, ele vai ter tempo de falar com a gente?
— Boa noite pra você também. — disse ela notando a exagerada ansiedade a garota.
— Ah é, boa noite.
— Ele disse que estaria online às oito horas...
— Já são oito e quinze.
Victoria suspirou, parecia impaciente, Nana não saberia dizer se era pela espera ou por ela mesma estar ansiosa. Então ele finalmente apareceu na tela.
— Oi amor! — disseram as duas juntas.
— Amor? — ele estranhou o apelido, porque as duas nunca disseram nada do tipo antes, mas gostou porque estava rindo. — Olha que mudança! Acho que eu devia ficar fora mais vezes...
— Ai não! — disse Nana.
— Tem gente aqui tendo problemas NichKhun. — disse Victoria sobre Nana.
— Está bem, e esse seu humor maravilha é só TPM... — Nana disse ironicamente.
— Vocês não estão brigando não é?
— Não, mas só por falta de tempo...
— Olha lá Vic...
— Como é? Sou eu quem sempre começo as discussões?
— É. — disse Nana.
— A não meninas, se vocês vão ficar nessa eu vou sair.
— Não! — disseram a duas juntas.
— Isso já está virando hábito. — Victoria comentou sobre as duas estarem sempre falando juntas.
— Eu acho uma graça, parecem duas gêmeas.

Nana e Victoria se entreolharam estranhando o comentário, as duas não viam a menor semelhança, nem fisicamente nem psicologicamente, mas NichKhun parecia alegre então não disseram o que pensaram.

— Você está com uma cara alegre, o que aconteceu, como estão indo as coisas? — disse a Victoria.
— Está indo tudo bem, melhor que o planejado.
— Está se comportando bem? — disse Nana, rindo.
— Lá vem você dando uma de Vic... Estou sim me comportando, a única mulher com quem eu falei hoje era uma repórter...
— Oficialmente ou extra oficialmente?
— O que fez com a Nana, Vic? Está estranha... — ele disse rindo.
— Ah, agora além de sofrer de TPM eterna eu ainda sou má influência? Muito obrigada por me dizer.
— E vocês, estão se comportando? Não apareceu nenhum ex safado por aí não, não é?

Victoria e Nana riram.

— Ah você sabe, o de sempre, eu ensaiando com uns dançarinos lindos, sarados e suados...
— E eu fotografando com uns modelos lindões, sabe... Sem camisa, ou de cuecas?
— Há há, muito engraçadas vocês. – disse ele meio enciumado.
— Mas é sério, é o que a gente faz por prazer, quer dizer, pra viver... — disse Nana sarcasticamente.

Victoria riu.

— Vou ter que por vocês duas de castigo. — disse ele brincando.
— Castiga mesmo. — disse Nana.
Victoria e NichKhun riram.
— Ela pensa nessas coisas sozinha, não sou eu quem ensina. — disse Victoria.
— Sou só eu quem fala besteiras aqui, sei...
— Quando você volta Khun?
— Daqui três semanas, você já sabia, por quê pergunta?
— Por nada, é que você disse que as coisas estavam indo melhores do que o esperado...
— Está sendo difícil pra mim também se é isso que você quer que eu diga. Estou sentindo muita falta de vocês.
— Nem me fale. — Nana concordou.
— Por que não saem pra dar umas voltas, chamam umas amigas... Podem levar visitas em casa, só tomem cuidado para não descobrirem que o apartamento é meu.
— Fala sério? Não está dizendo isso pra gente poder te liberar também não, não é? — disse Victoria.
— Desconfiada como sempre, assim que eu gosto. Não, estava falando sério, vocês passam tanto tempo me dando atenção que aposto que faz uma década que vocês não fazem algo pra si mesmas.

Nana e Victoria ficaram pensativas por um tempo, e tiveram que concordar, ultimamente o único tempo que tinham livre passavam com NichKhun.

— Meninas, está na minha hora já, tenho que ir a um evento.
— Já?! — disseram as duas juntas de novo.
NichKhun fez que sim.
— Então um beijo lindo. — Victoria mandou um beijo e acenou um “tchau”.
— Espera, preciso falar com você um instante. — disse Nana à NichKhun.
Ele manteve a câmera ligada e Victoria foi para o quarto dela, imaginando que aquela conversinha não seria algo agradável de escutar, mas mesmo que tivesse ficado não teria entendido.
— Vou te mandar umas mensagens de celular durante a semana, espero que goste, e me retribua, claro. — disse ela, rindo.
— Ok então, beijo.
— Beijo.

E ele sumiu da tela do computador. Nana e Victoria foram jantar e depois foram dormir, cada uma no seu respectivo quarto. Foram tentar dormir, porque as duas ficaram horas rolando na cama, falar com NichKhun não ajudou em nada. O apartamento estava completamente escuro e nenhuma das duas tinha notado a presença da outra quando decidiram subir para dormir na cama de NichKhun. Só se encontraram na porta quando tentaram entrar juntas, porque Nana tinha ido pela escada do segundo andar e Victoria tinha subido pela escada do primeiro.

— Fazendo o que aqui? — disse Nana.
— Eu podia perguntar o mesmo, mas estou com preguiça. Eu não conseguia dormir no meu quarto...
— É, eu também não. Quando a gente acha que vai matar as saudades, as coisas pioram... — disse Nana deitando-se na cama de NichKhun. — É sempre assim?
Victoria deitou-se do outro lado, olhando para o céu, exposto pelas enormes janelas do quarto.
— Comigo sim.
— Ah...
Nana afundou o rosto no travesseiro e Victoria a imitou, e logo elas adormeceram, porque ficaram sentindo o perfume do rapaz nas roupas de cama.
******

Na manhã seguinte, Victoria acordou abraçada por Nana completamente apagada de sono, tinha um dos braços por cima de sua cintura, uma perna por cima de sua própria perna e o rosto em seu ombro. Ela respirava pesadamente, mas tinha o no rosto uma expressão bem alegre. Victoria não deixou de notar que quando ela dormia parecia uma adolescente, não lembrava em quase nada a moça quase mulher que ela estava se tornando. A coreografa não podia se mover sem acordar a garota e também não queria fazer isso porque ela devia estar cansada, além do mais ainda era muito cedo. Moveu-se um pouco só pra ver se Nana mudava de posição, mas ela continuava agarrada a ela,Victoria desistiu e tentou voltar a dormir, sem muito sucesso. Ficou lá observando o quarto, a visão panorâmica das janelas enormes do quarto, quando seu olhos se encontraram com o de Nana, rec´m acordada, a moça se soltou depressa, com uma expressão assustada no rosto.

— Dou um bom travesseiro? — disse Victória.
— Me...me... Desculpe. — Nana estava muito sem graça, tanto que Victoria estranhou a reação dela.
— Ei! Relaxa, eu não estou brava com você.
— Não está? É que eu estava sonhando que eu e o ... Bom, isso não vem ao caso, me desculpe...
— Fala sério, quando é que eu construí essa imagem? Já disse que não precisa se desculpar, eu ao estou brava. Nós somos amigas agora, não?
— Não sei, somos?

Victória franziu as sobrancelhas, estranhando o comentário, mas não respondeu.

— É que, bom, foi você quem disse que não existe amizade entre duas mulheres que gostam do mesmo homem...
— Tecnicamente eu nunca afirmei isso, só perguntei...
— Mas você acha isso ou não? — Nana parecia mais animada.
— Se você me perguntasse isso há dois meses eu certamente diria que não, mas você é legal, e não somos nós as culpadas dessa situação estranha...

Nana sorriu.

— Obrigada.
— Além disso, agora nós moramos juntas...
— É mesmo não é? Parece que faz décadas que eu não vou ao meu apartamento... — Nana parou de falar e ficou meio pensativa. — Quem é você e o que fez com a Vic?
— Eu falei sério. Meu problema não é com você é com NichKhun e...
— E agora nós temos o mesmo problema.
Victoria riu.
— Eu te ajudo com o seu problema e você me ajuda com o meu? — disse ela.
As duas pensaram durante uns segundos.
— Não! — disseram as duas juntas.
— Olha só, você ciumenta! Está passando muito tempo comigo...
— Passando muito tempo com você... verdade. — Nana repassou a informação, pensando no assunto.

“Será que eu estou mesmo ficando parecida com a Victória? Ai, claro que não... não.” Pensou ela.

— O que vai fazer hoje?
— Vou trabalhar, tenho um ensaio fotográfico até as cinco da tarde, depois disso não tenho nada, milagre! Mas por que a pergunta?
— É que eu estou entediada, queria ir ao shopping, sei lá, ver umas amigas, fazer compras...
— Oba! Compras! Eu topo, te encontro lá às seis. Acho que vou chamar Sohee pra ir junto, posso? — Victoria fez que sim e Nana foi tomar banho pra sair.

Mais tarde no shopping, Victória apareceu com Krystal primeiro, JaeKyung ficou de aparecer e Nana ligou dizendo que estava atrasada, mas que ia chegar logo com Sohee.

— Está bem, deixa eu ver se entendi, você e a outra agora são amicíssimas? — disse Krystal.
— Estou tentando, a garota é gente boa e não tem culpa de nada, eu é que aceitei a situação, e você não ajuda em nada a chamando de “a outra’...
— É que eu não sei quem é “a outra” esqueceu? Você já não me conta mais nada...
— Oh amoré, sou uma desnaturada mesmo não é? È que isso eu não podia contar, mas eu sei que você não fica espalhando fofoca, então chamei ela pra vir aqui, você vai entender porque eu não contei antes quem ela era.
— Alguém mais sabe?
— Jung ByunHee... — Victoria disse com desprezo na voz.
— Sério? E como foi que ele não fofocou sobre isso ainda?
— Eu o chantageei...
— Não creio! Quem anda te ensinando a fazer essas coisas?
— Situações desesperadas pedem medidas desesperadas... Ah! Ali estão Sohee e Nana...
— A modelo? — disse Krystal, surpresa. — É ela, a outra! Por isso a chantagem, se G.O espalha uma fofoca dessas...
— Pois é...
As duas moças finalmente se aproximaram e se cumprimentaram.
— Estão esperando mais alguém? — disse Nana.
— Não mais, Jackie já chegou.
— Oi meninas. — disse JaeKyung. — Ei, você não é...
— Im Nana, sim, sou eu.
— Ah, legal te conhecer, não sabia que vocês eram amigas. Então, o que vamos fazer?
— Compras! — disse Victoria.

Entraram numa loja enorme, era uma loja de roupas masculinas e femininas.

— Queria comprar algo para o Junsu... — disse Sohee.
— Ih olha só, tratando do maridão! — disse Krystal, rindo.
— Pois eu compraria a loja toda se já estivesse tão bem arranjada quanto a Sohee... — JaeKyung comentou.
— Isso porque você está a muito tempo na seca, né?
— Há há, muito engraçada Krystal, não sou só eu que estou “na seca”, não é Vic?
Victoria que estava distraída, engasgou.
— Ah é... Na seca. — ela concordou, sem muita convicção.
Nana riu baixinho e saiu andando entre as roupas.
— Acho que seu caso é mais urgente Jackie. — disse Sohee.
— Tem alguma piada interna rolando e eu não saquei não é?
— Imagina. Vamos comprar umas coisas pra você, está precisando arrumar um namorado.
— Ótimo.

As moças continuaram andando por entre as prateleiras, cabides, pegando tudo que viam pela frente, quando já estavam cheias nos dois braços, se dirigiram aos provadores. Victoria, Nana e JaeKyung foram pelo lado errado do corredor de provadores. Victoria abriu sem cuidado a cortina de um dos provadores e as três deram de cara com Dr. Choi, que se assustou e não conseguiu dizer nada. Ele estava só de cueca na cabine, era uma visão muito agradável, pois ele estava em plena forma física, tanto que as três demoraram a perceber que a indiscrição que tinham cometido. Victoria fechou a cortina rápid, as três murmuraram um pedido de desculpas e saíram rápido.

— OMO! Que presente divino foi esse? — disse JaeKyung.
— Não é? — Nana concordou.
— Do melhor vocês não sabem, eu o conheço...
— Sério Vic? Algum dos seus ex? — disse Nana, rindo.
— O quê? Agora todo homem que eu conheço já foi meu ex? Por acaso dormi com metade da Coréia?
— Eu estava brincando, mas coincidentemente os últimos que conheci, foram.
Victoria desaprovou o comentário, mas com bom humor.
— Quem é ele Victória?
— Ele é o urologista do... bom, isso não vem ao caso, acontece que eu sei que ele é médico. —
— Wae you no ginecologista? — disse JaeKyung, rindo. — Não pergunto o que você foi fazer num urologista se você me apresentar esse deuso Vic!
Nana e Victoria riram.
— Ele nem deve lembrar que eu existo.
— Ah fala sério Vic, por isso você está solteira. Vou ter que ir à caça então?
As duas fizeram que sim.
— O que vai fazer? — disse Victoria, rindo.
— Brincar de médico. — ela respondeu piscando um olho.

Nana e Victoria ficaram vigiando JaeKyung de longe, ela esperava ele sair dos provadores e voltar para as prateleiras. Enquanto isso chegaram Sohee e Krystal pra ver o que acontecia.

— Aonde vocês se meteram: Sumiram do nada... — disse Krystal.
— Nos metemos na privacidade alheia. — Nana disse, rindo.
— Que isso de “meter” gente? — disse Sohee.
— É festinha particular?
— Quase Krys, é que nós provamos do provador errado... — disse Victoria.
— Como é?
— A Vic quis dizer que nós entramos por acidente no provador masculino, e encontramos o paraíso. JaeKyung agora está falando com o “deuso” em pessoa.
— Sério?! — disse Krystal. — Onde eles estão?
Nana ia mostrar, mas JaeKyung já voltava sorridente para o meio delas.
— E aí? Falou com ele? — disse Victoria.
— Falei, e peguei até o telefone...
— Sério que foi tão fácil assim? — disse Krystal.
— Peguei o telefone da clínica. — JaeKyung respondeu menos animada. — Mas causei, e é isso que importa.
— Como assim “causou”? Você pegou o telefone de uma clinica de urologia e ginecologia, ele deve estar pensando que você tem alguma doença venérea... — disse Nana rindo.
— Ele já pensa que eu sou ninfomaníaca... — disse Victoria rindo também.
— Como é? — disseram Krystal, JaeKyung e Sohee juntas.
— Nada não, deixa pra lá.
— Então ta né... Mas aqui, eu disse que causei porque ele me deu o telefone dizendo que está sem celular, não porque eu pedi.
— Chamou ele pra sair? — disse Sohee.
— Ainda não, não consegui pensar em nada na hora, mas vou pensar em alguma coisa depois.
As cinco garotas terminaram de fazer compras e jantaram num restaurante fora do shopping.
— E aí meninas, vamos emendar a noite em algum club? — disse JaeKyung.
— Sim, vamos?! — disse Krystal.
— Eu não posso, marido... — disse Sohee.
— Hum sem graça.
— Sem graça nada Jackie, Sohee está garantida essa noite, enquanto que você...
— Estou encaminhada Krys.
— Aos 45 do segundo tempo, e contando com os ovos dentro da galinha... Péssimo uso do ditado popular, retiro o que eu disse.
— disse Krystal, rindo.
— É bom mesmo. E vocês, Vic e Nana? Vão com a gente?
As duas se entreolharam, indecisas.
— Não obrigada, estou indisposta.
— É, dispenso também. Tenho um ensaio fotográfico amanhã, não posso estar com olheiras.
— Ih gente, vocês duas parecendo duas ajuhmas solteironas. — disse JaeKyung. — É a ultima palavra de vocês?
Elas fizeram que sim.
— Bom, nós vamos então? — disse à Krystal.
E elas se foram. Sohee foi pra casa de taxi, Nana e Victoria voltaram para o triplex em seus carros.
— Deixa eu recapitular, por que afinal nós não fomos ao club com as meninas? — disse Victoria. — Vai dizer que você não podia cuidar das suas olheiras com um corretivo?
Nana riu.
— Eu nem sei porque dei aquela desculpa, mas tudo que eu não queria era ter que fingir que estava à procura numa boate.
— É eu sei... Mas você já reparou que faz um bom tempo que não fazemos nada por diversão, só por nós mesmas?
— Como no dia da inauguração da boate do Junsu?
Victoria fez que sim.
— Está pensando em apostar de novo?
— Não, estou pensando em sei lá, dar uma festa...
— Uma festa?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Triplex" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.