Infernal Love escrita por juhpiazza


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME MATEM POR FAVOR! Tenho uma ÓTIMA explicação pra voces! Ou talvez nao tao ótima assim... O negócio é que o colégio me consumiu e eu estou enfiada nos livros. Não consigo fazer nada a não ser estudar e estudar e OLHA! estudar. poisé. SINTO MUITO pela demora, mas aqui está. Espero que tenha ficado a altura de um ultimo capitulo e espero que vocês gostem! Já tenho planos pra uma proxima fic sim e bom, depois eu falo sobre ela bele? leiam e digam se gostaram pf. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/196779/chapter/22

Capítulo 22 - Alana Richards

         04 de dezembro - 03h05min

Todas as imagens passavam como um filme velho, nojento e mal formulado na minha cabeça. Eu me lembrava de tudo como se houvesse acontecido há poucos segundos atrás, reviver aquilo era como uma tortura. Uma tortura que acontecia a cada noite, uma tortura que me matava aos poucos, me corroia aos poucos. Eu havia entrado em depressão profunda, pelas perdas.

Por perder ele.

Voltei a fechar os olhos me encostando no travesseiro, tudo parecia girar a minha volta e eu tinha certeza que essa ia ser mais uma das milhares de noites que eu não havia conseguido pegar no sono. Xinguei baixo, não aguentava mais aquilo, mas era inevitável. Eu não conseguia me livrar do sentimento de culpa, de dor, de perda.  Perdi a conta de quantas noites acordei suando e delirando, olhando para a porta e tendo a certeza que havia visto aqueles cabelos loiros saindo por ela. Corria e seguia Niall pelas escadas até a porta da minha casa, onde assim que eu abria, o vento soprava e ele virava para mim, podia escutar ele sussurrando as palavras: “Vou estar sempre com você.”. Aí ele desaparecia e meu pai me encontrava no dia seguinte, ainda soluçando na porta. Meus delírios haviam diminuído, mas eu ainda sonhava com ele, berrava seu nome no meio da noite, e acordava sentindo o aperto firme de sua mão contra a minha e seu anel rasgando a minha palma.

Engoli em seco e me encolhi na cama, agarrando as cobertas, os nós dos dedos já ficando brancos. Fechei minha boca com força para não berrar, mas mesmo assim, tudo se repetiu.

   Flashback on.

Estávamos naquela casa imunda. Hécate havia saído do meu corpo. Vi Liam se revirando e acabei concluindo que devia ter entrado no corpo dele.  Ele entreabriu os olhos com calma e olhou em minha direção. Eu não tinha tempo para olhá-lo. Virei-me e vi Niall jogado no chão, a faca cravada fundo nas suas costas, o sangue jorrando, vermelho vivo. Ele não podia morrer... Não sem eu morrer, ele tinha que estar fingindo. Passei a mão pelo seu cabelo, esperando que ele reagisse, ele tremia. Apenas isso.

Senti uma mão na minha perna e pulei, era Liam. A voz saiu como a de Hécate:

- Saia daqui JÁ Alana, agora! Saia. – fui para perto do corpo e me ajoelhei, mas minha mão continuava nos cabelos de Niall.

- O que...? – as palavras eram incapazes de ser formadas e saiam como um grunhido da minha boca.

- O colar Alana, era encantado. Ele sugou a alma de Circe que estava dentro de você e passou para Niall.  Você tem que entender, que para os Nascidos das Cinzas morrerem, não eram os Richards, não era você que devia morrer. Quem está com o fim da maldição é Circe, a alma dela. Se a alma de Circe morrer, os Nascidos das Cinzas também morrem. – ela pareceu tomar fôlego para continuar. – Com o colar, Niall recebeu a alma de Circe no seu corpo, e segundos depois, recebeu uma facada nas costas, no coração. A faca era de Lúcifer, perfurou não só o corpo de Niall, mas a alma de Circe. Matou a alma de Circe e com ela, todos os Nascidos das Cinzas, incluindo Niall. Circe tentou sair do corpo dele, mas eu estava no seu, Lúcifer ocupava o corpo de Louis, Liam estava à beira da morte e ela não tinha a minha força para sustentá-lo e Giorgia estava morta. O que restou para Circe foi à morte.

Eu demorei em raciocinar. Circe... Não, aquilo não era possível. Ele não podia me deixar, aquilo tinha que ser um pesadelo, o pior pesadelo que eu já havia tido, mas um pesadelo. Só isso e que depois eu ia acordar e correr para os braços de Niall. Olhei para trás. Giorgia estava caída, morta. O corpo de Louis jazia no chão, os olhos vidrados, brancos, o corpo estava retorcido e completamente cortado.

Voltei minha atenção para Niall. Escutei, atrás de mim, a respiração fraca de Liam, ele arfava, morrendo. Só estava vivo ainda porque Hécate o dava suporte.  Tirei a faca das costas de Niall e o virei, deitando sua cabeça em meu colo. Os seus olhos estavam abertos, mais azuis do que nunca, marejados por lágrimas. A bochecha estava molhada, com lágrimas que eu nunca havia visto nele. Segurei sua mão mais forte, talvez tivesse esperança, se eu o levasse no médico, ou qualquer coisa assim...

Ele apertou minha mão, forte, seu anel me machucou e cortou minha palma, mas não me importei, continuei com aquele aperto, rezando para que ele não acabasse nunca.

- Niall? – minha voz saiu como um sussurro baixo.

- Eu...

Ele parecia lutar para tentar falar alguma coisa, ele tremia e arfava tanto que a esperança que restava em mim se desvaiu em nada. Fechei os olhos, as lágrimas começaram a sair descontroladamente e a mão dele apertou a minha com mais força.

- Vou estar... Sempre... Com você. – ele lutou pela última respiração. – Não esqueça.

Eu concordei incapaz de falar qualquer coisa. Minhas mãos tremiam. Ele sorriu para mim e eu alcancei seus lábios com os meus e por um minuto senti a vida naquele pequeno beijo. Até a mão dele soltar a minha e desabar no chão. Meu coração parou.

Os meus soluços eram altos e o meu choro inacabável. Joguei-me sobre o corpo sem vida de Niall, sem me importar com o sangue, sem poder me controlar. Abraçava-o e o puxava para mim. Minhas mãos ficaram manchadas com o seu sangue, eu não conseguia me controlar, não podia parar de gritar, de chorar. Não podia.

- Alana! Você tem que sair daqui! Agora! – escutei o sussurro rouco saindo dos lábios de Liam. Nada mais fazia sentido.

Sai do quarto de má vontade, me batendo em todas as paredes possíveis. As lágrimas embaçavam a minha visão e tudo a minha frente parecia um borrão. Os soluços fortes me faziam tropeçar. No último degrau da tortuosa escada senti uma explosão, daquelas surdas. Subi correndo pelas escadas, tropeçando nos meus próprios pés até abrir a porta daquele quarto.  Ninguém mais estava lá. Nem mesmo Giorgia.

O quarto estava tomado de cinzas que se espalhavam pelo chão e subiam pelas paredes. O sangue fazia um rastro até a janela e as cinzas se grudavam nele. O cheiro era de carne morta, podre. Quase vomitei ali mesmo.

Os Nascidos das Cinzas haviam finalmente voltado para as cinzas.

   Flashback off

    Alana Richards - 04 de dezembro – 04h00min

Eu ainda tentava entender, lutava para montar as peças desse quebra-cabeça assim como tentei montar um de mil peças quando era muito pequena para isso. Giorgia havia sido encontrada morta, no terreno ao lado de sua casa, como não havia suspeitas e a polícia é preguiçosa demais para ir atrás delas, o caso ficou encerado como suicídio.  Nada mais eu conseguia entender.

Ficou claro para mim que naquela noite eu não ia conseguir dormir. Ia ser mais uma, das milhares de noites, passadas em claro. Não fazia ideia para onde Lúcifer e Hécate haviam ido, e um medo envergonhado estava escondido dentro de mim caso eles voltassem.  O que realmente acabava comigo era que Niall não estava mais aqui, não estava mais comigo. Eu era morta aos poucos por causa disso.

Alana Richards - 10 de dezembro – 03h05min

Acordei suando como todas as noites.

Acordei na mesma hora de todas as noites.

Acordei com a mesma sensação de que algo grande estava por vir. Mas nunca vinha.

Pulei da cama e me enrolei na coberta tentando buscar algum conforto, um conforto que nunca vinha. Arrastei-me até a cozinha com o farfalhar baixo do tecido atrás de mim. Meus passos eram lentos e fracos, eu estava quase parando. Abri a geladeira e parei sem saber o que fazer, apenas olhando. Depois de um bom tempo, tirei uma garrafa de suco e despejei seu conteúdo em um copo. Deixei a garrafa jogada na pia e fechei a porta da geladeira, subindo as escadas com a mesma vontade que as desci.

Eu bebericava o suco quando abri a porta do meu quarto, fechando com o pé e me virando em seguida. Pretendia ficar deitada me embebedando com suco de abacaxi e com algum livro do Rick Riordan até o sol chegar.  Isso não aconteceu.

Assim que me virei, um choque passou pelo meu corpo, lembrei-me de tudo novamente. Com cada cena clara na minha cabeça.  A janela estava aberta e deixava o ar frio da madrugada entrar no quarto fazendo tudo congelar. Eu queria ele ali comigo, queria o abraço dele me esquentando. O estranho é que, eu não lembrava de tê-la deixado aberta, mas, eu estava esquecendo de muita coisa normalmente.

E, sem mais nem menos, eu perdi as forças. Meu corpo foi jogado para o chão e o copo se espatifou na minha frente, encharcando o chão do quarto com o líquido amarelo. Fiquei ali, paralisada não sei por quanto tempo, praticamente até eu esgotar todo meu estoque de lágrimas e elas secarem no meu rosto e os soluços rasgarem minha garganta.  Eu não podia sozinha. A dor, o medo, a angustia, ganhavam meu corpo cada vez mais. Coisas que eu sempre quis manter afastadas de mim me preenchiam.

Assim como aquele choro veio, ele foi embora. Comecei a me sentir quente, fervendo. O calor abrangia meu corpo como quando uma mãe abraça seu filho em uma noite fria. Eu podia sentir braços em volta de mim, mesmo sem ter ninguém ali. Podia sentir o calor de outro corpo irradiando para o meu. Meu coração ficou leve, sem dor pela primeira vez há muito tempo. Eu podia ouvir o sussurro baixo, como uma velha melodia sendo cantada no meu ouvido: “Vou sempre estar com você, não esqueça.”.  As lágrimas voltaram fracas e controladas. Eu quase não sentia que estava chorando. A esperança de que ele ia voltar, de que tudo aquilo foi apenas um assombroso pesadelo preencheram meu ser. Esperança.

Arrastei-me de volta pra cama, ignorando o suco e os cacos de vidro, fiz vários cortes nos pés por causa deles, mas aquilo não me incomodou. Eu ainda sentia o calor, ainda me sentia bem. Deitei me cobrindo apenas com o fino lençol, sujando a cama com sangue e molhando o travesseiro com algumas pequenas lágrimas que ainda escapavam dos meus olhos. Abracei meu travesseiro com os braços e senti algo tocando o corte da minha mão. O corte que o anel de Niall fez naquele dia.

Joguei o travesseiro longe e descobri um pequeno anel de prata, brilhante com um risco de sangue seco. Segurei aquele anel com as mãos tremendo. Eu o reconheceria em qualquer lugar. O anel dele.  O sangue era meu, desde aquele dia. Eu tremia já que as lágrimas não saiam mais de meus olhos. Como aquele anel havia parado ali?

E por um momento eu soube que ele não estava mais comigo, ali, pessoalmente, mas soube que ele sempre estaria ao meu lado. Sendo o meu anjo e me mantendo aquecida nesse mundo gélido. Coloquei o anel no dedo e pude escutar sua risada maliciosa e seus gemidos, pude sentir seu beijo e seu carinho.

Foi como se ele falasse uma coisa para mim, que apenas agora eu entendia:

Vou sempre estar com você. Não esqueça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fim?
Poisé. Nao sei. A minha próxima fic ~The Power of Aphrodite~ vai ser sobre One Direction TAMBÉM mas vou misturar mitologia grega e vai ficar uma coisa legal eu acho (vou postar o capitulo um essa semana, hoje ainda se der, vejam depois nas minhas histórias uhu) enfim. É isso, talvez tenha uma segunda parte, mas não por agora. Espero que tenham gostado e deixem suas reviews s2