Capitulo Sete.

            Poderei dizer durante minha vida inteira que não sei o que teria sido de mim sem meu irmão. Ele foi essencial nessa fase da minha vida. E em muitas outras que me ajudou como ninguém mais foi capaz.

            Do jeito que estava eu acabei dormindo.

            Acordei com uma terrível dor nas costas. Reparei que Harry ainda estava ali e ele dormia pesadamente. Olhei a hora em meu relógio.

- AI MEU DEUS! – dei um pulo da cama.

            Meu irmão acordou assustado.

- Han? O que? O que houve? – ele perguntou confuso e sonolento.

- Eu perdi a hora! Já são nove da manha – eu disse desesperada e andando de um lado para outro no quarto.

- Calma! Calma Lola. Papai e a mamãe vieram aqui te chamar e eu falei que você não estava se sentindo bem – Harry disse.

            Respirei fundo aliviada. Joguei-me na cama novamente.

- Fiz mal? – ouvi ele perguntar.

            Olhei para Harry com um sorriso e peguei sua mão.

- Não maninho. Você fez muito bem, como sempre.

- Que bom então amor – ele beijou minha bochecha – vou pro meu quarto deitar porque minhas costas estão destruídas.

- As minhas também – eu ri – vai lá amor. Dorme bem.

            Meu irmão me mandou um beijo no ar. E saiu do quarto. Tentei dormir de novo, mas não consegui. Havia uma coisa que simplesmente não saia mais de minha mente. Uma coisa não né... Uma pessoa. Uma pessoa que eu nem mesmo sabia o nome. Eu nunca quis tanto saber o nome de alguém. Fiquei deitada na cama encarando o teto e pensando em milhares de coisas. Até levei um susto ao escutar a campainha tocando.

- Quem deve ser a essa hora? – perguntei. Eram quase dez horas.

            Desci as escadas ainda meio sonolenta e atendi a porta.

- LOLAAAAAAAAAAAA – no segundo seguinte eu vi apenas duas pessoas correndo em minha direção e depois quase esmagando meus ossos num abraço.   

- Ai meu deus! – eu disse rindo.

            Um tempo depois eles me soltaram. Pude finalmente respirar.

- Meninos o que fazem aqui há essa hora? Não deveriam estar na escola? – perguntei confusa.

- Não. Nós deveríamos estar aqui consolando nossa melhor amiga – Louis disse e piscou pra mim.

            Eu sorri e abracei os dois novamente.

            Nós subimos para meu quarto. Eles dois sentaram na cama e eu deitei com a cabeça no colo de Louis e coloquei minhas pernas no colo de Niall.

- Porque você saiu correndo da Starbucks daquele jeito Lola? – perguntou Lou enquanto fazia carinho em meu cabelo.

- Eu sinceramente não sei direito o que me fez sair correndo daquela forma, mas... Acho que talvez seja por causa de toda essa pressão em cima de mim. Muita coisa na minha cabeça, muitas perguntas – só de falar daquilo toda àquela confusão voltava a minha mente.

- E que perguntas seriam essas? – perguntou Niall.

            Sentei-me na cama.

- Olha talvez vá parecer idiotice, mas... Fiquei pensando se o fato do Liam ser tão legal assim comigo não é armação dos meus pais pra eu querer casar com ele. De repente ele não seja assim tão fofo e gentil – um bolo na minha garganta começava a se formar.

- Infelizmente não temos como saber isso. Mas não fica pensando nessas coisas Lola. De qualquer forma você não vai mesmo querer se casar né? Então não faz diferença se ele esta fingindo ou não – disse Lou olhando-me com preocupação.

- É. Acho que não faz mesmo – por algum motivo eu não tinha certeza da minha resposta.

            Meus amigos ficaram me encarando desconfiados.

- Não faz mesmo diferença né Lola? – Niall perguntou.

- Não eu... Eu... Quero dizer, o Liam ele... Ele é realmente ótimo, mas... Pra casar? Não! Não mesmo até porque eu não o amo e nem estou preparada para um casamento – o que me incomodava mais naquela situação toda é que eu não tinha certeza de minhas palavras.

            Ficamos um tempo em silencio. Acho que assim como eu os meus amigos estavam “refletindo” sobre a situação. E não sei eles, mas eu tentava imaginar como seriam as coisas dali para frente. Com certeza, nada boas.

- Ok! Chega dessa desanimação toda e vamos sair dessa casa cheia de energias negativas – Louis deu um pulo da minha cama!

            Eu e Niall tivemos que rir.

- É. Eu estou precisando mesmo sair daqui. Na verdade, por mim passava o menor tempo possível aqui. Aonde vamos? – perguntei agora um pouco mais animada.

- Em algum lugar pra comer – Niall disse com um sorriso enorme.

- Nem pensar Niall você está comendo demais e daqui a pouco está obeso. Na realidade, você já está começando a ficar gordinho – Louis olhava ele com um olhar analisador.

            Niall colocou a mão rapidamente na barriga, indignado.

- Gordinho? AF Lou, claro que não! – ele falou aparentemente preocupado.

            Só aqueles dois para me fazer gargalhar num momento como aquele da minha vida.

            Abracei Niall pelos ombros.

- Deixa de ser mau Lou. Você não está gordo Niall – falei e beijei sua bochecha.

- Só estou te mostrando o que todos veem menos você amigo – disse Louis num ar dramático.

- AI MEU DEUS! Chega vocês dois! Nós vamos ao London Eye e fim de conversa – peguei os dois pelas mãos e os arrastei pra fora de casa.

            Amava andar de carro pelo simples fato de saber que era Mic que me levaria e ele era ótimo comigo. Mas achava tão chato ficar andando só de carro o tempo todo. Eu gostava da ideia de andar a pé ou de ônibus. Achava emocionante. Sei que é estranho, mas para uma pessoa como eu que sempre fui muito “presa” e muito protegida pelos pais isso era incrível.

- Vamos pegar um ônibus – eu disse sorrindo.

- Ônibus? Lola se os seus pais descobrem que você andou de ônibus eles vão dar um ataque – Niall disse preocupado.

- Eles não vão descobrir gente. Vamos logo – falei.

            Seguimos para o ponto e esperamos o ônibus que veio logo. Entramos. No caminho ficamos conversando, falando besteiras, rindo loucamente... As coisas de sempre.