As Coisas Que Posso Fazer Por Você escrita por Kamui Makoto


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o capítulo 2 saiu. *-* Graças aos reviews que recebi estou postando este também ( Embora eu não tenha gostado muito do resultado final). Muito obrigada pelos comentários. Espero que gostem deste. XD



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Alice e Vivaldi caminhavam lado a lado na frente, o rei vinha atrás delas e os subordinados faziam fila atrás dele. Ainda era dia no País dos Corações, Alice caminhava a passoas calmos na grama verde e cheirosa da região. Seu vestido azul tremulava com a brisa refrescante de seu andar.

Olhou para o lado, não pôde deixar de observar Vivaldi, ela era linda. Seus cabelos negros balançavam e seu enorme vestido vermelho também. Alice sentia uma profunda admiração e respeito por ela.

Pensou em como sentiria falta dela quando fosse embora. Mas tudo isso era apenas um sonho, ela sabia. Essas pessoas não eram nada além do fruto de sua mente solitária e carente. Essa era a verdade.

Decidiu afastar esses pensamentos melancólicos, afinal de contas, isso não era típico dela. De onde estavam todos já conseguiam avistar o castelo. Gigante e imponente a poucos metros dali.  Eles se aproximavam rápido. Alice estava esperando encontar o cenário habtial: A entrada deserta a não ser pelos guardas e uns poucos empregados. Flores por todo lado no jardim calmo que enfeitava a entrada. Mas ao chegar lá, não foi isso que viu.

O que via era uma briga prestes a começar. Peter e Ace, na entrada do castelo, brigando como sempre. Eles estavam frente a frente, a, pelo menos, 3 metros um do outro.

                Ace tinha um sorriso nos lábios, um sorriso brincalhão, enquanto que Peter estava sério. Era isso que intrigava Alice, ela nunca tinha visto aquele coelho tão focado em algo.

                -Eu não vou deixar você ficar no meu caminho, Ace. Alice é minha. –Peter disse.

                -Você está entendendo tudo errado, coelho. Eu já não disse que não preten...

                -Você não vai encostar um dedo nela! –Peter o interrompeu.

                Ace perdeu a paciência. Mas Ace não é o tipo de pessoa que demonstra isso. Ele simplesmente desembainha sua espada e acaba com aqueles que ficam enchendo sua paciência. Afinal, para ele, e para a maioria dos moradores daqui, vidas são como copos: fáceis de quebrar, simples de repôr. E foi o que ele fez. Em poucos segundos sua espada estava em suas mãos e o sorriso brincalhão não deixou sua face nem por um momento. Peter tinha sacado sua arma.

                Alice não estava gostando nada daquilo e não pretendia deixar que continuasse por muito mais tempo. Ela ia impedi-los logo. Mas, antes que ela pudesse dar sequer um passo, peter baixou um poucos os braços que apontavam a arma para Ace e farejou algo no ar. Instantes depois virou a cabeça para sua esquerda e avistou Alice. Um sorriso gigante tomou conta do seu rosto.

                -Alice!!!!! –Ele gritou, contente, e correu em direção a ela dando pequenos saltos algumas vezes durante o trajeto.

                Quando chegou até ela, deu-lhe um abraço de urso e ,ainda sorrindo, perguntou:

                -Alice! Você veio me ver?

                Ele, como sempre, tinha esperanças que a resposta fosse positiva. Alice deu um jeito de se desvencilhiar do abraço e dizer:

                -Vim aqui a convite de Vivaldi.

Vivaldi, que tinha estado estranhamente quieta perante a situação, falou:

                -O senhor, Primeiro Ministro, não devia estar trabalhando?

                Peter começou a dar um monte de desculpas esfarrapadas e ele e Vivaldi comaçaram a discutir. Ace aproveitou a deixa, guardou sua espada e já estava indo embora quando Vivaldi se virou para ele e gritou:

                -Ace! Você não vai a lugar nenhum!

                Alice percebeu, como todos os outros presentes, que a rainha estava no seu limite. Vivaldi estava começando a se exaltar:

                -Vocês acham que podem fazer essa confusão na porta do meu castelo e ficar por isso mesmo?! –Indagou.

                Mas ela ainda não tinha terminado. Virou-se para os serviçais responsáveis pela segurança da entrada do castelo e exigiu explicações:

                -E vocês?! Por que não fizeram nada para impedir isso?! –Ela ainda estava gritando

Os serviçais, um homem e uma mulher, não tinham rostos mas de alguma forma Alice podia sentir o medo que eles estavam sentindo e sabia que se eles tivessem expressões elas seriam de puro terror.

O homem tentou explicar:

-Nós tentamos, vossa majes...

Mas Vivaldi não deixou que terminasse.

-CORTEM AS CABEÇAS!!!!!! –Berrou.

A mulher sem rosto caiu de joelhos e começou a chorar, mas lágrimas não surgiam e tudo o que fazia possível saber que ela estava chorando era o som. O som agonizante do choro dela. O homem, provavelmente seu amigo, abaixou-se ao lado dela para ajudá-la.

Durante todo o tempo que tinha ficado aqui ela nunca tinha visto pessoas que não tinham papéis neste jogo demonstrarem tanta emoção e apreço pela vida.

-Não! –Alice gritou

Todos olharam para ela. Como ninguém disse nada ela continuou:

-Vivaldi, tente se recompor. As vidas deles são importantes. A vida de todo mundo é. Não sei como vocês podem não dar valor nenhum a isso. Você não pode acabar com elas assim. Ninguém pode. Não é justo.

Vivaldi sorriu carinhosamente para Alice e disse:

-Você já sabe como as coisas funcionam aqui no País dos Corações, não sabe?

E ela sabia, sabia que aqui a vida não tinha o mesmo valor que no mundo real, sabia que as vidas eram facilmente subtituídas, sabia que corações eram relógios que eram fixados quando necessário. Sim, ela sabia de tudo isso. Mesmo assim não podia admitir o que Vivaldi estava prestes a fazer.

-Eu sei Vivaldi. Mas estou te pedindo. Não os mate. –Alice disse.

Vivaldi pensou por vários instantes até que assentiu e disse:

-Tudo bem, Alice. Mas isso não vai se repetir.

Ace então falou:

-Bom, vou voltar para a Torre do Relógio, Julius deve estar precisando de mim. –Ele ainda estava sorrindo

Deu as costas a todos e seguiu para a sua esquerda.

-Ace. –Alice chamou.

Ele se virou para ela e perguntou:

-O que foi?

-Está indo para o lado errado. A direção correta é a contrária. –Ela disse, tembém sorrindo.

A caminho para o quarto de Vivaldi, Alice estava imersa em pensamentos. Andava pelos corredores do castelo mas não via nada a sua volta. Por conta disso tropeçou algumas vezes, mas nada que pudesse despertá-la daquele “transe”.  Mil coisas passavam por sua cabeça e tudo aquilo a estava deixando confusa. Mas a maior pergunta, a que mais intrigava era: “Por que aquela mulher sem rosto, sem personalidade, havia reagido de tal forma?”  Perguntava-se se seria possível que, no País dos Corações, aqueles que não tem rosto sentissem mais apreço pela vida, mais emoção.

A esta altura já haviam chegado no quarto de Vivaldi, completamente lotado de ursos de pelúcia. Vivaldi convidou-a para entrar e Alice se sentou em uma cadeira que ficava no extremo leste do aposento. Olhou ao redor admirando a nada modesta coleção de ursos de Viavldi.

Alice espirrou duas vezes devido à alergia que tinha. Tantos pelos irritavam seu nariz. Vivaldi ficou olhando para ela, mas não disse nada. Apenas observou para ver se estava bem.

O amor que todos sentiam por Alice na maioria das vezes incomodava a menina. Mas Vivaldi e esse seu cuidado, esse seu zelo, faziam bem para ela.

A rainha pegou vários ursos e os colocou em seu colo. Brincando ora com um, ora com outro.

-O que se passa em sua cabecinha, Alice? –Vivaldi perguntou.

Alice suspirou, pensando no que dizer. Por fim, resolveu falar:

-Não é nada demais, apenas estava pensando sobre aquela mulher.

Vivaldi demorou alguns instantes até entender de quem Alice estava falando. Perguntou:

-O que te intriga?

-A reação dela. Havia tanta emoção...- Respondeu.

-E você achou isso estranho?

Alice assentiu e disse:

-Pensei que aqui as pessoas não ligassem muito para essas coisas.

-Eu já contei pra você sobre quem sou e como vim parar neste castelo, não contei?

Novamente Alice assentiu.

-Eu era exatamente como ela, uma mulher sem rosto. Em uma família que ninguém conhecia, cuja vida dos membros não importava. Ainda assim Alice, éramos uma família. –Vivaldi falava com um sorriso terno nos lábios. Apreciando o doce sabor das lembranças.

Alice estava complentamente concentrada, sua mente absorvendo cada palavra.

Vivaldi continuou:

- Aqueles que têm um papel neste jogo não precisam se preocupar com a vida e o valor que ela tem. Se algum de nós morrer, logo voltará. Por outro lado há aqueles que não tem rostos. Se eles morrerem serão subtituídos por outros. O que mais eles possuem se não sua vida.  Ela é tudo o que têm. Então é natural que dêem valor a ela.

-Achei que nesta terra todos fossem indiferentes a isso, sem excessão. –Alice disse.

-Realmente, muitos de nós não ligam. Mas não todos.- A rainha respondeu.

-E você Vivaldi? –Alice perguntou

Vivaldi suspirou, olhou para a janela e ficou pensando por uns instantes. Finalmente, falou:

-Eu estou começando a esquecer completamente de quem eu era antes de tudo isso...

Conversas nostalgicas como essa não eram algo comum quando se dialogava com Vivaldi e Alice sabia disso. Podia também perceber pelo olhar da rainha que ela não queria mais falar sobre isso. A garota de vestido azul ficou quieta. Depois de alguns instantes olhou pela janela e percebeu que já estava de noite. Tomou um susto, mas logo se lembrou que no País dos Corações o tempo passa de um jeito esquisito. Ora rápido demais, ora lento demais.

Levantou-se e disse:

-Já está tarde. Tenho que voltar para a Torre do Relógio. Julius deve estar preocupado comigo. –A menina sorria.

Vivaldi se levantou para despedir-se e disse:

-Está bem.Tem razão, está tarde. É melhor voltar logo para casa.

Quando Alice estava passando pela porta Vivaldi disse:

-Venha me visitar mais vezes. Você aparece pouco por aqui. -Sorria

Alice retribuiu o sorriso e disse:

-Não vou me esquecer.

Quando passou pelos portões do castelo Alice parou e olhou para o céu. Estava negro como breu, mas ainda assim claro pois as estrelas e a lua iluminavam o ambiente. Graças a elas Alice podia enxergar o caminho para voltar para casa.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu particularmente acho que poderia melhorar, mas faltou inspiração. kkkk De qualquer forma o capítulo 3 já está saindo e eu acho que está ficando melhorzinho. XD
Deixem reviews para eu saber sua opinião e o que eu poderia melhorar. ^^
Mais uma vez obrigada por acompanharem minha história. *---*