Love Is Like Wind escrita por brunamatheus


Capítulo 1
Capítulo 1




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Era uma sexta-feira qualquer de junho, estávamos no verão e
em NY fazia um calor de tirar qualquer um do sério.



Ela estava lá... a maldita e velha vontade de não levantar da
cama e o arrependimento de ter acordado mais uma vez.



“Eu não posso pensar assim! Eu não posso pensar assim!”



Minha consciência me alertou.



Eu suspirei. Suspirei cansado de tanto não ter que desejar
aquilo, mas eu sempre desejava. Era inevitável.



Era quase mais vital que respirar, desejar não respirar mais.
Irônico, não?



Eu acreditava que estava evoluíndo nesse quesito, até minha
família acreditava que eu estava um pouco melhor do que a meses atrás.



Minha mãe diz que eu pareço vivo agora. Acho que isso é bom,
eu acho.



Conviver com a pequena Alice estava me fazendo bem. O fato de
finalmente perceber que ela dependida de mim agora que não tínhamos mais Bella
por perto me fez acordar e perceber que era pela minha filha que eu tinha que
acordar todas as manhãs.



Era por Alice que eu levantava e vivia todos os dias.



Ela era minha vida agora.



A minha rotina era sempre a mesma todos os dias... trabalho,
hospital, casa e Alice.



Meus pais foram fundamentais pra mim e principalmente pra
Alice, que agora estava perto de completar seus 7 meses de idade.



Ela ainda não sentia falta da mãe, mas eu sabia que em breve
ela sentiria.



[/link: http://michellekanephotography.com/wp-content/uploads/2010/05/michelle-kane-photography-child-baby-photographer-sheridan-wy-4.jpg] Alice[/link], estava cada dia mais parecida
com Bella e isso me deixava orgulhoso. Ela tinha os cabelos parecidos com os
meus, meio loiro e uma desordem que nenhuma escova dava jeito, mas os olhos, o
rosto delicado... era da sua mãe.



Olhar pra ela me motivava e o seu sorriso de dois dentes parava
meu mundo.



Conversava como “gente grande”, na sua lingua claro, mas
conversava. Isso ninguém podia negar.



Em meio aos meus pensamento, eu escutei no fundo da minha
pseudo-inconsciência que meu celular vibrava.



Eu sabia quem era, ela me ligava todos os dias, na mesma hora
pela manhã, pra ver se eu ia acordar e cuidar de Alice. Eu não a julgava,
depois de tudo que eu a fiz passar nos últimos meses...



Eu cocei meus olhos antes de os abrir e tateei o criado mudo
a procura do meu celular.



- Oi mãe. – atendi.



- Bom dia querido. – ela me disse com a voz alegre. Antes que
eu pudesse lhe desejar bom dia ela disse. - Sei que não gosta que eu te acorde,
mas liguei pra lhe avisar que pego Alice daqui a 20 min.



- Sabe que não precisa me ligar pra me lembrar que eu preciso
cuidar dela, não é?



- Sim, eu sei. – ela disse. – Mas não disse que precisa
levantar e cuidar da sua filha. Só te disse que vou pegar minha neta daqui a
pouco, pra que você possa trabalhar.



- Tudo bem mãe. Me desculpe. – pedi com sinceridade.



- Não precisa se desculpar Edward. Quando eu chegar ai
conversamos, tudo bem?



Nos despedimos e aproveitei pra ver a hora na tela
do celular.



Eu precisava levantar e olhar Alice em seu quarto.



Ela era a criança mais incrível do mundo e eu
sempre sentia remorso por ter negligenciado a minha paternidade em seus
primeiros meses de vida.



Me sentia o pior pai do mundo por isso e se Bella
soubesse nunca me perdoaria. Tenho certeza disso.



Me sentei na cama e suspirei mais uma vez.



Mais um dia começava. Eu tinha que trabalhar.
Visitar Bella e cuidar de Alice.



Levantei meio sonolento, cocei os olhos mais algumas vezes e
ao sair no corredor, entrei na porta logo a frente.



Seu quartinho era lilás com borboletas. Bella planejou esse
quarto durante toda a gestação e nós o fizemos juntos. Cada detalhezinho, nós
que fizemos. Desde a pintura até as borboletas de feltro que Bella fez a mão.



Alice já estava acordada e olhava compenetradamente as
borboletas do seu móbile.



Eu a olhei por alguns minutos. Pensei em como seria Bella do
meu lado naquela hora. Ela não chegou a conhecer Alice, não sabia qual era a
cor do seu cabelo, seu suquinho favorito ou como o lado esquerdo dos seus
lábios subiam mais do que o direito quando ela sorria.



Alice resmungou quando percebeu que eu estava ali e ainda não
a pegara.



- Bom dia meu anjinho. – sussurrei pra que ela ouvisse. –
Vamos levantar?



Ela balbuciou alguma coisa e sorriu pra mim... sem
dúvida, o sorriso mais lindo do mundo.



Eu a peguei em meus braços e a levei até a cozinha.



Fiz sua papinha de frutas enquanto ela aguardava
batendo alguns utensílio de plástico na bandeja da sua cadeira.



Eu pude ouvir quando a porta da sala foi aberta e o
barulho das chaves da minha mãe batendo contra o vidro do aparador da sala.



- Bom dia. – sua voz ecoou pela cozinha e eu a
olhei por cima da minha caneca de café.



- Bom dia mamãe. – eu esperei enquanto ela andava
sorrindo até mim e depositou um beijo suave no topo da minha cabeça.



Depois disso ela foi até Alice e ficou falando com
ela com aquela voz infantil que Alice adorava.



Esme sabia como alegrar Alice. Era notório o quanto
Alice amava sua avó.



Eu gostava do contado dela com Alice, já que minha
filha não tinha a presença de sua avó materna. Renee me culpava com o que havia
acontecido a Bella e por conta disso se afastara de Alice.



Eu não a culpava porque eu também me culpo pelo que
aconteceu a Bella.



- Edward? – eu ouvi a voz da minha mãe. Eu a olhei,
com os olhos marejados. – Tudo bem?



Eu apenas assenti.



- Vou dar banho em Alice... – ela pegou Alice em
sua cadeira e saiu da cozinha.



Eu terminei meu café e depois de lavar a caneca fui
até o meu quarto.



Tomei um banho gelado pra tentar amenizar o calor
que eu enfrentaria lá fora e me vesti.



Quando sai do quarto encontrei minha mãe na sala
com Alice. Ela brincava em seu tapete colorido no chão e seu cheirinho de
lavanda preenchia a sala.



- Deu muito trabalho? – perguntei a ela quando
cheguei a sala.



- Nenhum. – ela disse. – Sempre nos divertimos no
banho. – ela sorriu.



- Estarei de volta às 5. – ela assentiu e voltou
sua atenção pra TV.



Eu fui até a cozinha pegar minhas chaves e antes
que eu saísse de lá ouvi a voz da minha mãe.



- Vai ao hospital hoje? – ela perguntou com
cautela.



- Sim. – respondi. – Como todos os dias.



Ela suspirou.



- Essa semana irá fazer 7 meses... – ela disse
triste.



Também suspirei.



- Eu sei mamãe.



- Não é cansativo pra você meu filho ir ao hospital
todos os dias?



- Eu não vou discutir isso com você novamente mãe.
– disse cansado. – Por favor...



- Não quero discutir com você Edward. Só digo isso
porquê me preocupo com você. – ela disse com autoridade. – E em Alice... você
se desgastando desse jeito... O que seria dessa menina se acontecer algo a você?



- Não vai acontecer nada mãe. – revirei os olhos. –
E Bella precisa de mim tanto quanto Alice.



- Não. – ela disse firme. – Não é a mesma coisa.
Bella tem uma equipe cuidando dela. Já Alice... se não fosse por mim e seu
pai... – a interrompi.



- Não precisa jogar isso na minha cara eternamente.
– fui grosso.



- Só estou abrindo seus olhos. – ela disse chorosa.



- Meus olhos estão abertos Esme. – disse ríspido. –
Não vou abandonar Bella. Nem que eu tenha que ir ao hospital durante anos...
Não vou abandonar minha esposa.



Eu peguei minha pasta e sai da cozinha.



Esme ainda me chamou algumas vezes. Sua voz
indicava que estava chorando, mas eu fingi não ouvir.



Dei um beijo em Alice e sai.



As horas no trabalho se arrastaram e eu não via a
hora de dar 4 hs e visitar Bella no hospital.



Bella sofreu um acidente no 8º mês de gestação, o
que ocasionou o parto prematuro de Alice.



Lembrar do acidente me mata por dentro, porque a
culpa é minha.



Eu precisava fazer uma pequena viagem de 2hs pra
visitar um cliente da empresa. A viagem era curta e eu insisti que pegassemos a
estrada enquanto Bella me pedia pra parar e descansar.



Minha teimosia quase lhe custou a vida e vê-la em
cima daquela cama, imóvel, todos os dias fazia com que eu me sentisse um nada.



Assim que sai do trabalho, fui ao hospital.



Os médicos que cuidavam dela sempre me passavam
como foi seu dia.



Estávamos progredindo... Bella já respirava
sozinha, mas ainda se alimentava com uma sonda. Um dos seus médicos dizia que
ela precisava do seu tempo.



Todos os dias ele me dizia “Ela vai acordar quando
estiver pronta Edward”, mas confesso que essa espera me matava... dia por
maldito dia.



Sai do hospital por volta das 6, depois que me
despedi de Bella.



Minha mãe estava em casa com Alice e nós mal nos
falamos. Talvez fosse melhor assim.



Minha dívida de gratidão com Esme era grande demais
pra que eu a magoasse.



Dormi com Alice, em minha cama naquela noite.



Acho que ela estranhou porque teve um sonho
inquieto. Chorou e se mexeu a noite inteira.



A minha também não foi diferente...



Eu sonhei com o acidente naquela noite.



Foi estranho... como se eu visse tudo de fora do
meu corpo.



Meu cochilo no volante... o desespero de Bella ao
perceber que íamos bater. Suas duas mãos protegendo Alice em seu ventre... e
Bella toda ferida do meu lado, pendurada pelo cinto de segurança... Meu
desespero ao pensar que elas estavam mortas... ao perceber o que eu tinha
feito.



Naquele sábado acordei sozinho, angustiado, com o
coração apertado e com isso tentei não pensar o pior.



Pensei em ligar pro hospital, mas ainda era o final
da madrugada... achei melhor não.



Levantei, tomei um copo d’água e me sentei no sofá
pra ver se tinha algo na TV que me animasse ou fizesse meu sono voltar.



Em algum momento eu dormi sentado no sofá e acordei
com o telefone de casa tocando.



Eu demorei alguns segundos pra achá-lo e atendi.



- Sr. Cullen? – me perguntaram.




- Sim, ele. – meu coração quase explodia no peito.



- Aqui é do hospital Presbiterian. – ela disse. –
Meu nome é Janice e sou a enfermeira de plantão. O Dr. Pasteur pediu que eu
ligasse pedindo pro senhor comparecer ao CTI do hospital.



- Aconteceu alguma coisa? – perguntei desesperado.
– Isabella está bem?



- Não posso passar informações por telefone senhor,
sinto muito.



Eu disse a enfermeira que estaria lá em 10 minutos
e assim que desliguei a ligação, liguei pra minha mãe.



- Alô? – meu pai atendeu.



- Pai? Sou eu... preciso de vocês... da minha mãe!
– disse aflito.



- O que houve Edward? Alice está bem? – perguntou
preocupado.



- Sim... É Bella... – disse agunstiado. – Me
ligaram do hospital... querem que eu vá, mas estou com medo e se... – ele me
interrompeu.



- Edward, se acalme. Não pense o pior. – ele disse.
– Vai ficar tudo bem...



- Não vai! – eu quase gritei. – E se aconteceu? –
perguntei. – Eles nunca me ligaram antes pai... em 7 meses... e se aconteceu...



- Edward, se acalme e vá para o hospital. – ele
disse. – Eu e sua mãe estaremos lá o mais rápido possível.



Eu desliguei logo a ligação e me vesti em uma
rapidez nunca vista antes.



Troquei a fralda e a roupa de Alice, peguei sua
bolsa e fui para o hospital.



Os médicos não gostaram muito do fato de eu ter
levado Alice, mas eu não ia conseguir esperar que meus pais chegassem na minha
casa. Até porque eles moram a 3 quadras do hospital.



O médico me pediu que eu o acompanhasse até a sua
sala e eu andei angustiado por aqueles corredores segurando Alice em sua
cadeirinha. Ela ainda dormia e eu dava graças a Deus por ela ainda não entender
o que acontecia.



- Sente-se por favor. – o médico de plantão apontou
pra uma das cadeiras do consultório.



Eu coloquei a cadeirinha de Alice em uma e me
sentei na outra.



Eu rezava. Rezava como nunca havia feito antes pra
que a notícia não fosse tão ruim assim.



Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a Bella.



“Faça com que seje uma notícia boa” – eu pedia.



- Sr. Cullen? – ele me chamou.



- Sim? – eu levantei a minha cabeça e o olhei.



- Nós pensávamos que o quadro da Sra. Cullen fosse
estável... – ele começou. – Pensávamos que ela não fosse regredir ou evoluir,
mas estávamos enganados...



- Pelo amor de Deus Dr. Me diga o que aconteceu...
– pedi angustiado. – Ela voltou pro tubo? A fisioterapia não está dando certo?
É isso?!



Ele mexeu em alguns papéis em cima da sua mesa e
ficou em silêncio por alguns segundos e aqui me deixou ainda mais preocupado.



- Me diga, por favor. – pedi com lágrimas nos
olhos. – Ela não aguentou?



Ela levantou os olhos e me encarou.



- Ela acordou nessa madrugada Sr. Cullen. – ele
sorriu.



Eu fiquei atônito. Não sabia o que fazer, o que
falar. Não sabia nem se eu tinha escutado direito.



- Sua esposa acordou essa madrugada. – ele repetiu.
– Nos assustamos ao ver a luz do seu quarto piscar no monitor às 3 da manhã.
Uma de nossas técnicas vou verificar... achamos que era um defeito na
eletricidade ou algo assim, mas a Sra. Cullen que tinha apertado o botão nos
chamando. – eu continuei o olhando incrédulo. – A primeira coisa que ela nos
pediu foi água... – ele riu. – E a segunda um banho.



Eu sorri junto com ele.



Bella tinha acordado, eu não estava sonhando. A
pessoa vestida de branco a minha frente me garantia isso.



Meu coração batia feito louco. Um estado me euforia
foi tomando meu corpo, precisei até me levantar.



- Eu quero vê-la. – pedi desesperado, andando de um
lado pro outro.



- O senhor vai vê-la em breve. – ele me garantiu. –
Ela perguntou por você.



Eu sorri ao ouvir aquilo.



- Vocês disseram a ela que Alice está viva? -
perguntei.



- Explicamos a ela que a menina está bem. – ele
assentiu. – Ela se alterou um pouco ao falar sobre a filha. Seu maior medo era
que a menina estivesse morta.



Eu me sentei.



- Preciso vê-la. Por favor. – supliquei.



- Vamos até o seu quarto. – ele me disse levantando
de sua poltrona.



Enquanto andávamos pelo corredor ele me explicou
que Bella ainda estava debilitada demais. Ainda estava com a sondas, falava
fracamente e o banho que ela havia pedido ao acordar teve que ser dado em sua
cama por conta da sua fraqueza.



Eu ainda encontrei meus pais na sala de espera e o
médico pediu que eu deixasse Alice com eles.



Eu o fiz depois que ele me convenceu de que seria
um choque emocional muito grande pra Bella se os últimos 7 meses caíssem sobre
sua cabeça de uma vez só.



Primeiro eu iria e depois de vê-la, conversar com
ela, falar sobre Alice... eu levaria nossa filha.



Andamos mais alguns metros no corredor e ao parar
em frente ao quarto 203 eu pensei que meu coração fosse parar.



Agradeci a Deus por aquele momento e abri a porta.



Eu fiquei alguns segundos parado em frente aquela
porta imaginando como seria ver Bella novamente. O que eu diria a ela? Eu
precisava medir minha palavras pra não piorar o quadro dela.



Precisava ser cauteloso com ela.



Mas como eu podia ser cauteloso se minha vontade
era esmagá-la em um abraço?



E se ela não me perdoasse pelo acindente? Afinal,
era tudo culpa minha...



- Não vai entrar? – a voz veio do médico a poucos
passos atrás de mim.



Eu o olhei sem jeito e assenti.



Devia ser um pouco mais que 5 da manhã, talvez 6
já.



Eu entrei lentamente pela porta e a fechei em
silêncio.



Eu já conhecia de cor aquele quarto e assim quem
entrei olhei pra mim direita e vi Bella sobre a cama.



Ela dormia e meu medo de que aquilo foi um sonho me
deixou desesperado.



Bella ainda tinha a sonda de alimentação fixada em
seu nariz. Os monitores que acompanhavam seu coração ainda estava ali também,
mas ela parecia mais corada... mais viva.



Seu cabelos castanhos estavam soltos, espalhados
pelo travesseiro branco e eu me lembrei dela dormindo em nossa cama.



Eu me aproximei calmamente da sua cama e fiquei
parado ali. Olhando minha esposa, esperando o momento em que ela abrisse os
olhos e me dissesse que me perdoa por tudo.



Ela suspirou e eu não pude evitar o sorrisso em
meus lábios.



Toquei sua testa com a ponta dos meus dedos e
sussurrei que amava.



- Eu também... – ela disse baixinho.



Meu sorriso se tornou maior, mais confiante e eu me
supreendi com a sua mão tocando a minha que estava apoiada em sua cama.



Eu olhei para as nossas mãos unidas e quando
retornei meu olhar pra ela seus olhos castanhos estavam abertos, me olhando...
Saudosos, apelativos e brilhando.



- Oi. – ela me disse e depois sorriso.



- Bella... – sussurrei. – Meu amor! – Minha mão
desceu até sua bochecha e eu a deixei ali.



- Dormi muito não foi? – ela umedeceu os lábios.



- O tempo suficiente pra você voltar curada pra
nós. – eu disse com lágrimas nos olhos.



Ela sorriu e suspirou.



- Não se culpe. – ela pediu. – Se que está sentindo
isso... não se culpe.



- Eu... – eu ia dizer que era inevitável, mas ela
me interrompeu.



- Por favor. – pediu. – Eu estou bem Edward. Não
vamos nos separar de novo.



Eu inclinei meu corpo até ela e me permiti
abraçá-la.



- Me perdoe... – pedi chorando. – Eu te amo tanto e
te feri tanto, me perdoe.



Ela me abraçou fracamente e disse.



- Eu não tenho nada pra te perdoar Edward. – ela
também chorava. Pude perceber pela sua voz. – Aconteceu. Coisas assim acontecem
o tempo todo, com a gente não foi diferente.



Eu levantei e a olhei.



- Eu te amo Bella. – eu disse. – Contei cada
segundo que esteve aqui, cada dia... nunca perdi a esperança que esse dia fosse
chegar.



- Nem eu, meu amor. – ela disse sorrindo. – Eu ouvi
sua voz todos os dias e saber que você e Alice me esperavam me deu forças pra
lutar.



Eu a abracei mais uma vez... e ficamos assim por
alguns minutos até ela perguntar por Alice.



- Ela está lá fora... com Esme. – eu disse a ela
secando minha lágrimas.



- Quero conhecê-la Edward, por favor. – ela pediu
apreensiva mordendo os lábios.



- Vou perguntar ao Dr. Pasteur se posso trazê-la. –
dei um beijo suave em sua testa e sai do quarto.



Procurei pelo médico e ele liberou que Alice
entrasse no quarto, mas por pouco tempo. Não era permitido visita de crianças
em hospitais.



Eu peguei Alice com a minha mãe e pedi que ela e
Carlisle aguardassem um pouco pra entrar. Pra que eles deixassem que elas se
acostumassem juntas.



Dei uma batida suave na porta antes de entrar no
quarto e Bella olhou pra porta assim que entramos.



- Oh meu Deus! – Bella disse emocionada. – Ela está
tão grande!



Me aproximei da cama com Alice, que dormia em meu
colo, e deitei ela no colo de Bella.



Ela ficou ali, maravilhada com a criança em seus
braços, sem dizer uma palavra.



- Ela me lembra você! – afirmei.



Bella me encarou com o rosto marcado por lágrimas e
disse:



- Ela é você todinha. – ela riu.



Eu sentei ao seu lado na cama e depois de uns 20
minutos Alice teve que deixar o quarto.



Bella chorou pedindo que ela ficasse, mas o médico
lhe explicou que logo iria pra casa.



Ela ainda ficou mais 4 dias no hospital e em todos
esses dias conseguimos que deixassem Alice entrar pra visitá-la.



Quando chegamos em casa, eu e Bella conversamos.
Contei a ela tudo que acontecera nesses 7 meses, inclusive o fato de eu ter
negligenciado Alice.



Como sempre Bella me perdoou e disse que entendia,
que talvez ela agisse da mesma forma se tivesse acontecido o contrário.



Ter Bella em casa era maravilhoso!



Lógico que tinhamos que pegar leve com algumas
coisas. Bella não podia se cansar, fazer esforço e tinha a fisioterapia todas
as terças. Eu e Alice sempre íamos com ela.



Na primeira noite que ela voltou pra casa eu me
senti a pessoa mais sortuda do mundo.



Agora seus cabelos estavam espalhados no meu
travesseiro e eu podia abraçá-la a noite toda.



Nisso tudo aprendi muito.



Aprendi que devemos demonstrar o que sentimos, pois
depois pode ser tarde demais.



Aprendi a ouvir mais. A ser menos impulsivo e
confiar menos em mim.



Aprendi que o meu maior tesouro está em minhas
mãos... a minha família.



E principalmente aprendi a não abandonar o navio.
Eu sou o capitão dele e se ele afundar, eu afundo junto...



É isso que é o amor... meu amor por Bella.



Uma coisa abstrata, mas que juntos tornamos
concreta.


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