Entre Doces E Amargos escrita por Iulia


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Será que vai ser o último? ....Tá nã nã nã



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-Olá Clove. –diz Caesar com um sorriso enquanto me abraça. –Como vai?

-Bem, só um pouco nervosa com a entrevista. –eu respondo sorrindo. É óbvio que eu estou nervosa.

-Eu não ficaria no seu lugar, será algo muito agradável. –ele me responde. Queria ver se não estaria mesmo se o presidente estivesse praticamente com uma bala na cabeça da família dele. –Vai dar tudo certo, as pessoas já te adoram. E sua família? –ele faz um gesto de descaso com a mão. -Proibi a minha filha de assistir mais entrevistas com o seu irmão mais velho. Ela anda babando.

Eu me permito uma risada ao imaginar a expressão de Bryan ao saber que tem admiradoras na Capital. Justo na Capital. Logo depois Katniss aparece e nós mantemos a nossa “equipe”. Nós nos falamos como as grandes  amigas intimas que não somos.

-Vocês duas estão belíssimas. Eu vou querer uma roupa desses estilistas maravilhosos de vocês.

-Ah eles são mesmo. –Katniss responde.

-Eles conseguiram me deixar bonita! –eu brinco.

-Você sempre foi. –diz Cato entrando na sala. Ele está bem legal em vestes alaranjadas e amarelas.

Eu dou um sorriso e o abraço. Peeta entra na sala. Eu não sei o que ele e Cato conversaram no quarto, se é que conversaram, então para evitar problemas, tento manter a atenção de Cato em mim. E torço para Peeta não falar comigo.

Ele começa com aquele melodrama com a Katniss.Isso honestamente me enjoa.

-Quase não consigo te ver. Haymitch parece empenhado em manter a gente afastado. –ele diz para Katniss.

-É mesmo, ele tem estado muito responsável ultimamente. –ela responde. Eu não posso evitar uma certa vontade de rir. Quanto fingimento. Mas eles também estão tentando manter suas famílias bem. Pelo menos ela eu tenho certeza que é por isso.

Eu olho para Cato e vejo que ele também parece estar segurando o riso. Graças a Deus nós não somos assim. Eu não sei se suportaria um cara no meu pé o tempo inteiro. E esse mel todo me enoja.

Agora eu sei por que eu me apaixonei por ele. Nós dois temos muito coisa em comum. Nossa falta de controle, vontade de matar, alguém que temos que proteger, somos mentalmente instáveis. Não há muita gentileza verdadeira em nós. E nós somos Carreiristas. Meu pai costuma dizer que “Carreirista com Carreirista se entende. Seja na conversa ou no soco”

-Bem só falta essa entrevista e voltamos para casa. Aí ele não pode mais ficar vigiando a gente o tempo todo. –fala Peeta quase babando em cima de Katniss.

Pobre garoto. Eu não sei o que ele pensa que vai acontecer lá, mas se tem uma coisa que eu tenho certeza que não vai, é Katniss correndo atrás dele o tempo todo. Ou ele corre atrás ou vai perder para quem quer que seja.

Nós nos sentamos no mesmo sofá do dia da reprise e Peeta automaticamente puxa Katniss para junto dele. Eu apenas enrosco minha mão na de Cato. Olho ao redor da sala e vejo Enobaria. Ela está se abraçando. É algum gesto para algum de nós. É para mim?

-Andem não fiquem acanhados se enrosquem mais! É muito bonitinho. –Caesar fala.

Era isso que Enobaria queria. Eu faço a mesma coisa que fiz no dia do desfile. Deito a minha cabeça no ombro de Cato e ele me abraça. Ergo meus olhos para Enobaria e ela acena positivamente com a cabeça. Era isso mesmo.

Fazem uma contagem regressiva e agora estamos sendo transmitidos ao vivo para todo o país.

Caesar honra bastante sua profissão. Implica, goza, faz piada e até se engasga um par de vezes.

Eu falo um pouco mais que Katniss.Nada mais.Só sorrio bastante e comento alguns fatos ressaltando minha inocência para Snow. Eu tenho que responder algumas perguntas de qualquer modo, mas faço isso sorrindo bastante. Esqueçam a durona. Mas, infelizmente, alguma hora a conversa de romance que se iniciou em Peeta chegaria a mim de qualquer forma.

-Então, Clove, Quando Cato disse que te amava, Panem inteira prendeu a respiração. E você, como se sentiu? –pergunta Caesar, erguendo as sobrancelhas azuis e delineadas.

-Ah... Isso é muito difícil de responder... -eu falo olhando para o chão. –Foi muito confuso, foram várias sensações ao mesmo tempo... Mas eu me senti muito feliz mesmo. - eu respondo finalmente. Ergo os olhos e vejo Haymitch e Enobaria fazendo sinais de positivo com a mão.

-E porque você acha que você se sentiu tão feliz? Quais foram as várias sensações, Clove? – ele insisti. Todos estão com os olhos em mim.

Se eu soubesse, eu te responderia de cara, Caesar...

–Eu acho que fiquei feliz porque eu também amo ele, Caesar. Eu me senti um pouco nervosa e aflita já ele disse isso bem quando nós íamos nos separar. Eu poderia não voltar então...

-Não fala bobagem. –Cato fala.

-Ah, Panem, o amor é mesmo lindo! –berra Caesar para a câmera. –Mas, Cato, me diga o que você sentiu nas duas vezes que você percebeu que Clove corria risco?E quando você percebeu que tinha se apaixonado?

Essa pergunta de novo? Ele acabou de fazer ela pra Katniss.

–Ah essa eu posso responder facilmente. –Cato responde com seu jeito “eu sou melhor” - Eu senti medo, muito medo. Tresh estava com uma pedra na mão e ia usá-la para alguma coisa não é mesmo? Pedras também matam. Eu precisava salvar ela. –Por favor, não cite que eu queria torturar a Katniss, vai acabar com a amizade. - Eu percebi que amava ela quando eu vi as teleguiadas atacando. Se eu não a puxasse, ela iria morrer. Então foi tudo muito rápido. Só um puxão de braço e eu percebi. A partir daí, tudo o que eu fazia na arena ela para deixar ela viva. Ela ia ganhar isso de uma forma ou de outra.

Eu puxo ele para um beijo. Toma Snow. A equipe inteira que esta atrás do cameraman, dá um suspiro de alívio, ele respondeu bem.

A entrevista transcorre com as mais diversas perguntas. Nossos ferimentos como andam, a nova perna de Peeta que eu não sabia, havia sido amputada, nossos sentimentos, principalmente, e nossa família. Quando chega nesse último, eu faço o possível para tirar a atenção de todos de cima de Cato. Mas há vezes que não tem como evitar.

-Cato, ansioso para ver sua família? –Caesar pergunta.

Eu automaticamente me viro para ele e o abraço, assim todos vão perceber que esse assunto não foi uma boa. Cato pigarreia antes de responder.

-Meu irmão e - outro pigarreio. Ele está nervoso. –meu avô vão ficar muito orgulhosos.

Eu pressiono a minha testa em seu ombro e o abraço mais forte. Caesar entende o contexto dos gestos e muda de assunto com um sorriso. Mas o assunto não é tão bom. É pior, posso dizer.

-Clove, Katniss, vocês foram as idealizadoras do quase suicídio quádruplo das amora-cadeados.O que passava pela cabeça de vocês ao terem essa idéia ?

Eu tenho certeza que Katniss vai dizer a mesma resposta que a minha então me apresso para ser a primeira. Essa é a hora de convencer a todos que eu não estava desafiando Snow quando fiz aquilo. Faço uma expressão doce e inocente e me preparo para falar muito. Mas só o que sai é:

-E-eu não sei... Eu não poderia suportar a idéia de viver sem ele... Quer dizer, ele queria se matar. Eu não poderia permitir, eu nem sequer poderia viver.

-Katniss?

-Tudo o que ela disse. Eu não poderia viver. –Katniss responde.

-Peeta, você aceitou a idéia. Algo a dizer?

-Eu amo ela mais do que tudo. Vê-la morrer seria a minha morte espiritual. Também concordo com o que ela falou. –respondeu o melodramático. É incrível como todos falam a mesma coisa com naturalidade e vindo dele parece mais meloso ainda. Mas de uma forma ou de outra, ele tinha que falar algo.

-Cato também...

-Como eu disse, eu queria vê-la vencer. Ela, para mim, tinha que sair viva, era prioridade. Só que Clove é muito teimosa e sugeriu essa idéia. Fiquei sabendo do motivo agora. –ele sorriu para mim- Eu relutei um pouco, mas ou éramos os dois, ou ela ia se matar. Eu também não conseguiria viver sem ela.

Caesar dá um enorme sorriso para nós e, fazendo um sinal, a entrevista se encerra.

-Foi perfeito. -Enobaria fala quando eu me aproximo.

Não há nada para ser pego no quarto, eu ainda carrego no pescoço o colar que Bryan me deu com ele, então eu não vou até lá. Entro em um carro de vidros escuros com os outros e nos conduzem pelas ruas coloridas da Capital. O trem nos espera. Provavelmente vai parar primeiro no 2 e nos deixar, então seguirá para o 12.

O pensamento de que terei que me encontrar com Katniss de novo na Turnê da Vitória me desanima.

O trem é muito rápido e acredito que antes do amanhecer, já teremos chegado ao 2. Eu me sento na sala até que chegam os outros e começamos a assistir a reprise da entrevista. Nós nos saímos bem. Mas Snow pode facilmente interpretar até algum gesto com um desafio.

Antes do jantar, eu vou até o meu quarto, retiro a maquiagem e troco o vestido e os saltos por uma sapatilha simples, um short e uma blusa mais folgada.

Quando o trem pára para reabastecer, Katniss e Peeta vão para fora. Eu continuo sentada na sala, Cato deve estar em seu quarto.

-Obrigada. –ele me fala, entrando na sala, em uma hora que eu observava a janela.

-Pelo que? –eu pergunto, olhando dele para a janela. Agora nós passamos pelo Distrito 1, o lugar de Glimmer e Marvel. Remorso faz meu estômago revirar.

-Todas às vezes que Caesar tocou na minha família. Você tentou redirecionar o assunto.

Eu dou um sorriso.

-Não foi nada. –eu não sei por que está tudo assim tão difícil...

Ele se senta no sofá e passa um tempo me mirando com seus olhos azuis. Eu tenho plena consciência, mas finjo não perceber enquanto olho para o D1.

-O que foi? –eu pergunto quando canso de observar a janela. Me deixa tonta.

-Nada. Você não está cansada?

-Um pouco.

Ele faz um sinal com a mão para que eu me sente do seu lado. Eu me sento e apoio a cabeça em seu ombro. Ele começa a brincar com a minha mão.

-Ele sabe? Das amoras? –eu pergunto para Cato. Sei que ele vai entender que me refiro à Peeta.Se ele sabe da raiva de Snow.

-Não.Eu escutei um trecho da conversa deles enquanto vinha para cá. Ele está com raiva porque Haymitch explicou pra todo mundo a situação e para ele não. Eles dizem que ele funciona melhor sem pressão.

-Então ele gosta dela de verdade. - eu digo um pouco impressionada.

-Porque a surpresa? Você não gosta de mim de verdade? –Ele pergunta sério.

-Não, Não! –eu me apresso em responder- Claro que eu gosto! É só que eu sempre pensei que fosse estratégia.

-Era pra ser a nossa no começo. Mas para ela é estratégia. Só pra ele que não. É o que eu acho.

-Eu sei.

Eu sinto o trem lentamente freando e me levanto. Parece que chegamos ao 2.

Eu e Cato vamos até a janela maior, onde Katniss está, sozinha. Parece que ela e Peeta brigaram ou algo assim porque nunca imaginei um sem o outro de livre vontade.

Observo a estação crescer e vejo que está repleto de câmeras e repórteres. Eu tomo a iniciativa de apertar a mão de Katniss.

-Adeus. –eu gostaria que fosse para sempre... - Até a Turnê.

-Tchau Garota das Facas. Cato. –ela acena com a cabeça.

-Até.

Peeta aparece e aperta nossas mãos. Parece que ele não sente ódio com nada porque apertou a mão de Cato e sorriu para nós.

E agora como vai ser? Sem a pressão dos Jogos sobre nós, como vamos ficar? Não há tempo para pensar, temos que sair. Pego a mão de Cato sem olhar nos seus olhos, e temo o momento que olharei à sós novamente.



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Notas finais do capítulo

Continuo? Paro? Eu não gostaria de parar porque a minha cabeça tá cheia de ideias ...(acho) Me respondam! Agora é a hora de todo mundo que parou de mandar Review, que nunca mandou, que manda sempre, o mundo todo, mandar e dizer o que pensa! Falo demais não? Ah passem na One que eu fiz quando tava na casa da prima da minha mãe de Internet! Beijos e espero vocês nos Reviews das duas fics.



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