Hermione E Draco - Uma Paixão Começa escrita por AbsentMind


Capítulo 19
Bellatrix




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195575/chapter/19

Draco ficou reclamando, mas foi para o quarto comigo. Ficamos deitados na cama olhando para o teto. Achei que era a única que fazia isso...

- Que tal agente passar alguns dias na Londres trouxa?

- O que? Ficou doida né?

- Não. Só acho que ficando aqui,sem decidir para aonde vamos,é muito arriscado. Como sua mãe disse, Bellatrix pode vir a qualquer momento...

- Mas aonde iríamos ficar?

- Na minha antiga casa... Está desocupada.

- Como sabe?

- Pedi para o seu Elfo doméstico ir lá... Ele disse que não tinha ninguém...

- Pediu mesmo não gostando de Elfos domésticos?

- Eu não gosto que eles trabalhem em situações escravistas...Mas gostos de Elfos. E eu pedi como amiga...

- Queria saber se seus pais estavam lá, não é?

- É. Eles devem estar viajando...

- Então ta. Podemos passar alguns dias lá...

- Ótimo! Já foi na “Londres trouxa”? – Fiz as aspas com os dedos.

- Não.

- Então vou te levar para conhecer... É linda!

- Então ta...

- Não parece animado...

- É porque não é um passeio de férias ou algo do tipo... Estamos fugindo... E isso é ridículo! Estamos fugindo da minha tia, ao invés de enfrentá-la.

- Eu não posso enfrentá-la!

- Eu posso.

- Pode, mas não vai! Quero que o meu filho tenha um pai!

- Eu não vou morrer.

- E se morrer? O que vai ser de mim? O que vai ser do nosso filho?

- Se eu morrer, o que não vai acontecer, você vai seguir a sua vida... E a nossa filha vai ficar sabendo que o pai dela morreu para proteger a ela e a mãe dela.

- Para de querer bancar o herói! Você não vai enfrentar a Lestrange!

- Você não vai me impedir! Estávamos bem até ela resolver vir para cá se esconder! Não vou deixar ela acabar com a minha felicidade...

- Draco, nós vamos passar um tempo fora e ela vai embora.

- Mas ela pode voltar sem avisar... E ai? O que faremos? – Eu fiquei em silêncio. – Quanto mais rápido acabarmos com isso,melhor.

- Não vou deixar você matar ninguém! – Eu falava firme.

- E VAI DEIXAR ELA TE MATAR?

- Não. É por isso que vamos sair daqui por alguns tempos! – Eu me sentei na cama.

- Já tomei minha decisão.

- TOMOU UMA DECISÃO IDIOTA! NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER ISSO!

- ESTOU FAZENDO ISSO POR VOCÊ!

- QUER FAZER UMA COISA POR MIM? PARA DE TENTAR SER HERÓI E ME ESCUTA POR UM MOMENTO!

- SÓ O POTTER PODE SER HERÓI?

- É POR ISSO QUE QUER MATAR A SUA TIA? PARA MOSTRAR QUE VOCÊ TAMBÉM PODE SER UM HERÓI IGUAL AO POTTER?

- POSSO SER MELHOR QUE ELE!

 Eu senti uma pontada na minha barriga. O bebê chutava forte. Eu me senti tonta. Não sabia o que era aquilo, mas boa coisa não era.

- Draco... – Eu disse quase em um gemido de dor.

- O que foi? O que ta acontecendo?

- Não sei...

- Vou chamar a minha mãe... Deita ai.

 Era uma dor forte, será que eu estava perdendo o meu filho? Não! Isso não pode acontecer! Lágrimas escorriam no meu rosto. Eu estava desesperada... Mas logo Narcisa chegou e foi até mim. Ela poderia me ajudar...

- Calma Hermione, vai ficar tudo bem... Eu chamei um médico. Ele já esta vindo.

- Eu... Eu vou perder o meu bebê? – Draco olhou desesperado para a mãe dele.

- Ela não vai perder o bebê, não é mãe?

- Não. Vocês deveriam parar de brigar! Isso não faz bem para o bebê. Hermione não pode ficar nervosa ou se estressar...

 A dor era muito forte... Eu gemia de dor e minha respiração estava descompassada. O médico chegou e mandou Narcisa e Draco saírem. Eu não queria ficar sozinha. Estava com medo.

- V-Vai ficar tudo bem, Mione. Eu prometo. – Draco beijou a minha testa.

 O médico me faz beber coisas e me examinou. Eu não sabia o que ele estava fazendo, mas para mim não importava. Eu perguntava a todo o momento se o meu bebê estava bem, mas ele não me respondia. Depois de um tempo o exame acabou.

- Tente não ficar nervosa Senhorita...?

- Granger. – Eu suspirei. – Tudo bem, eu vou tentar.

- Sua gravidez é de risco. Não pode ficar se estressando...

- Achei que isso não acontecia mais...

- Como eu disse, sua gravidez é de risco... É melhor prevenir, não é mesmo?

- É.

 Ele saiu do quarto e logo depois ouvi Narcisa e Draco agradecendo ao médico. Não perdi o meu bebê! Isso é ótimo! Mas agora precisava ficar calma, uma coisa que é impossível tendo Draco como namorado.

 Draco apareceu na porta. O rosto dele estava vermelho e os seus olhos estavam inchados. Sim, ele havia chorado, e muito. Ele veio andando em minha direção.

- Mione... Desculpe-me. Eu não devia ter sido tão...

- Tão Draco Malfoy? – Ele deu uma pequena risada.

- É. Eu não devia ter gritado com você ou falado aquelas coisas...

- Não, não devia.

- Eu vou tentar ser menos idiota, impulsivo, teimoso, mimado...

- Tudo bem. Mas você não vai matar a Lestrange.

- Por que não?

- Porque você não é um assassino! E eu não quero que vire um! Quer ser igual ao seu pai?

 Eu toquei em uma ferida ainda não cicatrizada de Draco: O pai dele. Ele amava o pai, mas ele era mal e queria que Draco fosse assim também. E ele não queria ter aquele destino. Ele não queria ser um assassino.

- Não. – Após ele me dizer isso, saiu.

 Depois daquilo tudo, eu precisava descansar. Meu corpo pedia isso. Fechei os olhos e rapidamente dormi.

 Naquela noite eu sonhei com Draco. Ele olhava fixamente para a Lestrange que estava deitada no chão ensangüentada. Ela implorava para ele parar. Os olhos dele demonstravam o prazer que ele estava sentindo ao fazer isso... Ele a machucava lentamente, para que ela sentisse muita dor, para que ela sofresse. Eu gritava, mas Draco parecia não me ouvir. Ele só me olhou por um momento, quando Lestrange estava morta. E ele sorriu como se tivesse feito a melhor coisa da vida dele e veio em minha direção para me abraçar. Eu olhava chocada para aquela cena.

- Agora teremos paz Hermione

 Eu acordei toda suada, ofegante. Olhei para o lado e Draco estava lá dormindo. Ele seria capaz de fazer aquilo? Ele seria capaz de matar a Lestrange tão friamente? Será que eu conhecia mesmo Draco Malfoy?

 Eu evitei dormir de novo. Tinha grandes chances de eu sonhar com aquilo de novo e eu não queria isso. Estava com muitas perguntas na minha cabeça e não tinha respostas para elas.

- Isso é só um sonho Hermione. – Disse para mim mesma. – Só um sonho...

- O que é só um sonho? – Disse Draco sonolento com os olhos fechados.

- Nada. – Disse fria.

 Sim, meu sonho havia me deixado com dúvida, raiva e medo de Draco. Não sei do que ele é capaz.

- Por que está falando assim?

- Porque você deveria estar dormindo.

- Para de se mexer que eu durmo.

- Ótimo. – Sai do quarto e fui para a sala.

 Sentei-me no sofá e fiquei pensando no meu sonho. Às vezes até batia na minha própria cabeça para esquecer tudo aquilo, mas era em vão. Mas uma coisa me fez parar de pensar naquilo, um barulho.

 Naquela casa nunca tinha barulhos, pelo menos, não do lado de dentro. Respirei fundo e me levantei para descobrir que barulho foi aquele. Mas logo ouvi um cantarolar. Fiquei paralisada. Eu tentei sair dali o mais rápido que eu pude. Mas acabei esbarrando em alguma coisa.

- Draco? É você? – Disse aquela voz fina. – Quem está ai?

 Sim, agora seria a hora de minha morte lenta e dolorosa. Lestrange estava lá.  E eu não conseguiria me esconder. Eu tinha que fazer o mínimo de barulho possível. Eu sabia que logo ela iria me achar. Era impossível alguém não me ver.

 Eu estava desesperada. Não sabia se fica ali e esperava ela me achar, ou se tentava sair dali. Estava sem a minha varinha, então devia pensar muito bem.

 Olhei para os lados e não a vi. Era a minha chance. Sai em passos lentos e cuidadosos, indo em direção a escada. Fui subindo os degraus bem devagar para não ser ouvida. Quando estava quase no ultimo degrau de minha subida, a vi bem na minha frente.

 O medo tomou conta de mim. Fiquei paralisada.  Senti minhas costas arrepiando quando vi aquele sorriso dela. O que fazer?

- Sangue sujo... O que faz aqui? – Não a respondi, nada saia de minha boca. – RESPONDA!

 Eu não conseguia fazer nada. Queria correr, gritar, mas meu corpo não me obedecia.

- Eu esperava uma recepção melhor do que esta... O que faz aqui? O gato comeu a sua língua, queridinha? DIGA-ME, o que faz aqui?

- Eu... Eu...

- “Eu, Eu...” RESPONDA! – Ela me olhava se cima a baixo.

Olhou-me com fúria e foi até o quarto de Narcisa. Não sabia o que ela iria fazer, mas não podia mais ficar ali, era perigoso. Mas quando eu ia para o quarto de Draco avisá-lo do que estava acontecendo, a Lestrange apareceu na minha frente segurando Narcisa.

- O que essa, sangue–ruim, faz aqui?

- Ela...

- DIGA LOGO!

- Nós a capturamos. Ela estava nos espionando...

- ESPIÃ? Odeio espiões... – Ela pegou a varinha e apontou para mim. – Vou te ensinar a nunca espionar as pessoas... – Fechei os olhos esperando a pior dor de minha vida.

- Expelliarmus – Era Draco. É, ele sempre aparece para me salvar.

- Moleque insolente! Por que fez isso! Eu ia matá-la!

- Não vai matá-la! Não vou deixar!

 Os olhos de Lestrange transmitiam a fúria que ela sentia. Ela não entendia por que Draco não a deixou me matar. Até que ela demonstrou uma aparência de clareza. Sim, ela havia entendido. E logo essa aparência mudou. Ela voltou a ter raiva,só que agora bem mais intensa.

- NÃO ACREDITO QUE GOSTA DESSA SANGUE-RUIM!

- Primeiro: Ela não é Sangue-Ruim. Segundo: Eu não gosto dela...

- Ótimo. – Disse ela pegando a varinha do chão.

- EU A AMO!

- Como pode fazer isso com a sua família? Como pode se sujar dessa maneira? Não vou permitir que faça isso! Na nossa família só terá Sangues-Puros. – Ela olhou para a minha barriga.- Não vou deixar essa criança nascer.

- Não faça nada com a minha filha! E nem com a Hermione! – Ela deu um sorriso maligno.

- Incarcerous – (Feitiço que prende a pessoa com cordas) – Quero que você assista tudo Draco. Quero que a veja sendo torturada. Não escape...

 Ela olhou para mim, levantou a varinha e sorriu. Narcisa não fazia nada, isso era o pior. Achei que ela iria me ajudar, mas não.

- Locomotor Mortis. – (Paralisa as pernas o adversário). – Não quero que fuja, sangue-ruim.

- Bellatrix, pare. Ela está grávida... – Disse Narcisa.

- Melhor ainda, duas de uma vez...

- Não faça isso Bellatrix! Se ela morrer, eu te mato! – Disse Draco.

- Isso é o que vamos ver...

 Eu estava com medo, eu ia morrer. Aqueles eram os meus últimos momentos de vida. E eu nem tive oportunidade de lutar. Neste momento eu lembrei de tudo: Meus pais, as coisas que aconteceram comigo, as coisas que fiz, e inevitavelmente me lembrei de Harry, de Ron... Lembrei do que passamos juntos, do que vivemos juntos...

 Era assim mesmo que eu ia morrer? Não vou me defender? Não vou me proteger? Sentia que sem Harry e Ron eu não tinha forças para fazer nada, não tinha coragem. Mas eu não lutei por toda a minha vida para morrer assim... Se fosse para morrer, iria morrer lutando.

- Bellatrix... Vai ser tão covarde a ponto de nem me deixar lutar?

- O quer dizer com isso?

- Um duelo. Você, eu e mais ninguém.

- Ótimo. Mas só acaba quando uma de nós morrermos.

- Tudo bem.

 Olhei para Draco e fui libertá-lo daquelas cordas, não pude conter as minhas lágrimas naquele momento. Eu sabia que iria morrer. E o pior é que meu filho também poderia morrer.

- Não vou deixar você fazer isso...

- Se alguma coisa acontecer comigo e der para salvar o nosso filho, você vai salvá-lo.

- E você? Não vou deixar você morrer!

- Draco, para de ser teimoso só por um momento! É para salvar o nosso filho!

- Não vou perder você! – Ele estava chorando.

- Tente pensar positivo... – Eu o beijei. Provavelmente o nosso ultimo beijo. Era um beijo com gosto de adeus. – Eu te amo.

- Eu te amo.

 Sequei minhas lágrimas e fui em direção a Bellatrix. Narcisa me deu a minha varinha e me desejou boa sorte. Lutar até a morte... Eu ia morrer com dignidade.

- Pronta Sangue-Ruim?

- Pronta.

 Depois que eu disse isso ela jogou um feitiço em mim. E o duelo começou. Os feitiços eram fortes, mas eu não podia desistir.

 Um tempo depois eu joguei um feitiço na Bellatrix e ela caiu. A varinha dela rolou pela escada. Eu a olhava fixamente e apontava a minha varinha para ela. Sim, era minha chance de acabar com tudo aquilo. Era a minha chance de vencer, mas algo me impedia. Eu não conseguia matá-la.

- Anda garota, me mate! Anda!

- Eu... Eu não consigo. – Abaixei minha varinha.

- Tola... Tem a chance de me matar... Ande, mate-me logo!

- Não. - Draco me olhava sem entender nada. – Não vou matar você, se eu te matar vou virar uma assassina como você e eu não quero isso.

 Desci as escadas e chorei por um tempo. Sim, eu podia ter ganhado, mas a dor e as conseqüências do que eu poderia ter feito iam ser horríveis. Eu sentiria culpa pelo resto de minha vida.

 Quando me acalmei, subi as escadas e me deparei com uma cena horrível. Parecia o sonho que eu havia tido. Bellatrix estava deitada no chão e Draco não parava de olhá-la fixamente com a varinha apontada para ela. Ela não estava sangrando que nem no meu sonho, mas isso poderia acontecer em breve.

- Se tentar matar a minha Hermione de novo... Eu acabo com você.

- Draco...

- Sem dó, nem piedade.

- Acha que eu tenho medo de você?

- Se não tem, é melhor ter.

- Faz fazer o que? – Ela estava o provocando.

- Sectumsempra. – Logo Bellatrix estava cheia de cortes e sangrando muito. – Mãe, cuida dela. – Ele veio andando em minha direção. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hermione E Draco - Uma Paixão Começa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.