Eu fiquei sem entender muito bem, mas depois de um tempo pensando eu notei que ela estava se sentindo sozinha. E realmente ela estava sozinha, naquela casa enorme e sombria. Sem amigos, sem ninguém. Eu a entendia.

- Mione?

- Oi Draco...

- Ta pensando no que?

- Na sua mãe... Ela esta se sentindo sozinha, sabia?

- Eu sei.

- Eu falei com ela... Acho que ela deixou nós dormirmos juntos...

- Não sei porque ela não deixou...

- Deve ser coisa de mãe...

- Ela não tem com o que se preocupar... Você já está grávida!

- Draco Malfoy,estou com vontade de te dar um soco neste momento...

- Calma. Estou brincando. Mas ainda não entendi o porquê...

- Já disse... É coisa de mãe.

- Será que ela não quer que agente... Transe?

- Mas agente não transa mais...

- Mas ela não sabe disso...

- Draco, vamos descer? Estou morrendo de fome! – Tentei mudar de assunto.

- Ok, mas você está sempre “morrendo de fome!”.

- Não sou eu! É o bebê!

 Descemos e Draco chamou um Elfo Doméstico para fazer uma comida para nós. Ele não quis admitir, mas também estava morrendo de fome. Eu briguei com Draco para que nós mesmos fizéssemos algo para comer, mas ele não quis. É muito mimado mesmo! Mas eu não. Levantei-me e fui fazer o meu lanche. Draco ficou reclamando dizendo que esse era o trabalho dele e blábláblá, mas não liguei.

 A mãe de Draco estava vendo tudo de um canto... Ela riu quando viu como eu tratava o Elfo. Eu dei metade de um sanduíche que eu tinha feito para ele. Ele olhou para Draco que assentiu com a cabeça. Ele pegou lentamente aquela metade de sanduíche da minha mão, sorriu e me agradeceu. Draco me olhava encantado, acho que ele nunca tinha visto o Elfo sorrir.

- Você é incrível...

- Você é um chato! Você mesmo podia ter pegado algo para comer...

- Mas estou na minha casa, preciso de descanso!

- Descanso? Sério?

- Claro! Acha que ficar meses subindo e descendo escada para buscar as coisas que você quer não cansa? E ainda treinar para o Quadribol... E mais, estudar!

- Então está dizendo que eu atrapalho a sua vida? Que eu te deixo “cansado”?

- Essa rotina me deixa cansado!

- Então ta. Faça o que quiser. – Eu me retirei e fui para o quarto de hóspedes. Não queria atrapalhar Draco caso ele quisesse ficar sozinho no próprio quarto.

 Eu comecei a chorar, não sei por que. Eu sei que Draco é esquentado e normalmente eu não daria atenção para aquilo que ele me disse, mas aquilo me machucou. De lá eu pude ouvir os gritos de Narcisa. Ela estava brigando com ele. Eu comecei a rir.

 Abracei um travesseiro e fiquei olhando para o teto, como eu fazia antes. “Será que eu atrapalho a vida dele”. – Eu pensava. “Claro que não Hermione! Ele gosta de você!”. Enquanto estava fazendo perguntas para mim mesma ouvi batidas na porta, naquele momento eu coloquei o travesseiro no meu rosto.

- Hermione...

- Sai! – O som da minha voz ficou abafado.

- Eu... – Ele deu uma pausa.- Dá para tirar isso da cara?

- Não! – Ele arrancou o travesseiro de mim e jogou no chão. Ele olhou para o meu rosto úmido e inchado e passou a mão por ele.

- Desculpe. Não queria ter feito o que eu fiz.

- Ta. – Ele me puxou e me abraçou forte. Um abraço que fez minhas pernas ficarem bambas.

- Diz que me perdoa.

- Eu perdôo.

- Eu te amo minha sabe-tudo.

- Eu te amo seu fuinha chato!

 Ele se afastou um pouco colocou a mão no meu rosto, e me beijou. Ele foi indo para frente me fazendo deitar e estava passando a mão por de baixo do meu vestido, pelas minhas coxas. Eu dei um pequeno gemido quando a mão gelada dele me tocou. Ele sorriu. A mão dele foi subindo até chegar na borda da minha calcinha. Mas quando ele foi tirá-la a mãe dele apareceu na porta.

- VOCÊS DOIS! Ta vendo porque eu não quero que durmam juntos?

- Mãe, somos namorados... Namorados transam... – Eu estava vermelha, não sabia aonde enfiar a minha cara!

- E você senhorira? Está grávida não pode fazer esse tipo de coisa!

- Mãe, ela está grávida, não morta! Ela pode sim fazer “esse tipo de coisa” – Ele fez as aspas com os dedos.

- Ok,mas quando forem fazer isso,fechem a porta! – Ela saiu e bateu a porta.

 Eu estava em pânico por dentro! Eu respirava rapidamente. Não acredito que isso aconteceu!

- Calma Hermione...

- Eu não acredito nisso! Como eu não vi que a porta estava aberta?

- Você estava concentrada em outra coisa. – Ele passou os dedos pela minha coxa me fazendo arrepiar.

- É melhor não.

- Por que?

- Por que... Eu não quero. – Ele subiu os dedos até a minha intimidade.

- Tem certeza... – Ele começou a pressionar os dedos contra ela.

- T-Te... – Ele estava tirando a minha calcinha. – Para Malfoy!

- Por que? Achei que estava gostando...

- É,mas eu não quero mais... – Ele tirou do dedos dele da minha calcinha e bufou. – Que tal você me levar para o Jardim?

- Sério?

- É... Por favor!

- Ta. – Ele se levantou e pegou a minha mão.

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Era Natal. Naquela semana inteira nunca tinha visto aquela mansão tão iluminada e bonita.Em cima da mesa tinha uma grande variedade de comidas.

- Nossa...

- Hermione! Venha, sente-se aqui – Disse Narcisa com um grande sorriso no rosto.

- Claro.

- Esse vai ser o Natal mais feliz da minha vida... Tenho certeza.

- Que ótimo! Cadê o Draco?

- Foi buscar a sua surpresa... Daqui a pouco ele chega.

- Essa surpresa existe mesmo?

- Claro que existe? Achou que era brincadeira?

- Na verdade, sim. Você sabe o que é?

- Sei. Mas não vou lhe contar...

 Estava morrendo de curiosidade... O que podia ser? Vindo de Draco,literalmente,tudo é possível e isso me preocupa.

 Ouvi o barulho da porta batendo: Era ele com a minha surpresa. Ele foi até a cozinha e não vi nenhum embrulho em suas mãos.

- Oi Mione... Feliz Natal para você também...

- Ah, oi. – Fui até ele e lhe dei um selinho.- Feliz Natal.

- Ta tudo bem?

- Ta, claro! É que eu não tenho nada para te dar... E você disse que tinha uma surpresa para mim...

- Não se preocupa com isso...

- Ta... Mas o que é essa surpresa?

- Depois você vai saber.

 Eu desisti de tentar saber. Ele não iria me contar. Que raiva! Eu odeio ficar curiosa! A mãe dele estava muito sorridente deveria ser algo bom.

 Na hora do jantar Narcisa sentou em uma ponta da mesa, Draco sentou à sua esquerda e eu sentei na frente dele. Eles não paravam de me olhar, estava ficando nervosa com isso. Comer enquanto alguém te observa não é nada agradável.

 Logo nós acabamos de comer, mas os olhares ainda permaneciam. Eu olhava com um pouco de raiva para os dois. Merlin!

- Eu vou me retirar... – Disse Narcisa.

- Tudo bem. – Eu e Draco dissemos juntos.

 Ele olhava fixamente para dentro dos meus olhos, às vezes até abria a boca para falar algo, mas logo a fechava. Passava as mãos pelo cabelo com um nervosismo notável.

- Hermione...

- Draco pode me dizer logo que surpresa é essa? Não agüento mais de curiosidade. Me diz!

- Pode ter paciência?

- PACIÊNCIA? FAZ UMA SEMANA QUE ESTOU TENDO “PACIÊNCIA”. EU NÃO AGUENTO MAIS VOCÊ E A SUA MÃE ME OLHANDO ESTRANHO! QUERO SABER O QUE É AGORA!

- TUDO BEM HERMIONE GRANGER SE É ASSIM QUE QUER... – Ele se ajoelhou ao meu lado. Droga!

- Draco...

- HERMIONE JEAN GRANGER...- Ele respirou fundo e tirou um anel de seu bolso.- Aceita se casar comigo?

 Merlin! Eu estava me sentindo uma idiota por ter falado aquilo, estraguei um momento que poderia ter sido perfeito, se eu tivesse tido um pouco mais de paciência... E agora? O que eu respondo?

 As palavras simplesmente não saiam de minha boca. A minha mente estava vazia... Não sabia o que dizer. “É uma palavra simples Hermione, diga”. – Eu implorava internamente.

- Hermione? Aceita?

- E-Eu... Aceito.- Draco sorriu lindamente, pegou a minha mão e colocou o anel em meu dedo.

 Sim, o que eu nunca imaginei que poderia acontecer, aconteceu. Eu iria me casar com Draco. Ele estava radiante,simplesmente radiante. Me abraçava forte e deixava as suas lagrimas caírem sobre os meus ombros.

- Eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo... E vou ser o melhor pai do mundo também. Eu prometo.

 Nessa hora eu permiti que as minhas lagrimas caíssem. Estava tão alegre que nem podia descrever com palavras. Agora eu era quase uma Malfoy. Uma trouxa, sabe-tudo e aquela que sempre ajudou Harry Potter. Sou tudo aquilo que nunca foi aceito na família Malfoy,agora eu sou quase entrando para essa família...

- Eu não duvido disso Draco. – A mãe dele chegou e nos abraçou também.

- Não acredito que vão se casar...

- Eu também não. – Eu disse.

- Se quiser desistir... Ainda dá tempo...

- Desistir? Ficou louco? Eu não desisto de nada...

 Ficamos naquele abraço em família por um tempo indeterminado. E naquele momento eu só pensava uma coisa: “Serei chamada de Sra. Malfoy. Quando, em toda a minha vida,eu pensei que isso podia acontecer?”.

 Eu não consegui dormir naquela noite. Olhava Draco dormir tranqüilamente e às vezes olhava para o lindo anel no meu dedo, o admirava. Ele era prata, com uma pedra delicada no centro,e tinha uns desenhos nele.

 Lembrei naquele momento que não tinha me despedido de Ron e também queria lhe contar as novidades. Levantei-me da cama com cuidado e fui escrever uma carta.

Ronald,eu sei que não me despedi e peço desculpas por isso,mas eu tenho novidades para lhe contar. Estou na Mansão dos Malfoy. É grande e sombria.

 O Natal aqui foi ótimo. A casa estava decorada e na mesa tinha tanta comida... E o seu Natal, como foi?

 Bem, o melhor foi depois do jantar. Ainda não acredito que isso aconteceu, mas Draco me pediu em casamento. Isso mesmo, vou me casar com um Malfoy. Estranho,não é?

 Mande-me noticias suas, estarei esperando.

                                                                       Hermione Granger.

 Dei sorte, pois a Coruja de Draco estava por perto. A chamei e ela veio imediatamente. Dei-lhe as coordenadas e ela saiu voando e eu fiquei na janela vendo ela sumir entre as nuvens.

 Não sei por quanto tempo permaneci ali, só sei que o Sol estava nascendo. Eu via aquele azul escuro clareando... Era de manhã. A única coisa que poderia fazer era ir tomar meu café já que não estava com sono.