Uma Parede escrita por Reira chan


Capítulo 1
Uma parede


Notas iniciais do capítulo

Eu sempre quis escrever uma fic Gajeevy e essa ideia estava na minha cabeça há um tempo, mas não conseguia passar para o papel. Agora consegui e não sei se ficou exatamente como eu imaginei, mas gostei de escrevê-la, e espero que vocês gostem de lê-la



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Gajeel socou a parede. Já fazia algum tempo que estava ocupado fazendo isso. Afinal, o que mais ele poderia fazer? Era isso o que ele sabia, e podia, fazer: socar a parede com força, mesmo que ele sentisse seus dedos estavam sendo esmagados e a dor que saía deles em jatos rápidos que vagavam por seu braço inteiro, ele não conseguia fazer outra coisa.

Por que era tudo tão difícil?

Levy estava em seu quarto na Fairy Hills. Ali era como um refúgio, como se as quatro paredes em torno dela a protegessem de tudo. Ela também lia um livro; tentava ao máximo se colocar no lugar da personagem, ser ela, estar na situação dela, sentir-se como ela, como sempre se sentia como lia; mas nem mesmo isso a fazia escapar.

Ela estava presa em sua própria situação.

Gajeel suspirou e encarou o próprio punho. Os nós dos dedos pareciam chatos e suas veias pareciam transportar a dor pelos seus braços, que pareciam um pouco entorpecidos e queimados em certos pontos, por dentro. A parede parecia estar em sensação parecida, com um buraco bem no centro e algumas pedras rolando até o chão.

Ele sorriu. Se ele não podia mandar a dor em seu coração embora, pelo menos podia fazer outras coisas sentirem-na também.

O que ele mais sentia a falta, era de alguém que o entendesse. Ele passara a maior parte da vida sem amigos, fechado, sólido, intransponível, como o ferro que ele comia.

Mas por dentro estava oco.

Ele nunca fora bom com as palavras. Não; ele era totalmente péssimo com as palavras. Se lembrava de quando tentara fazer as pessoas da Fairy Tail entenderem que ele queria ser um deles cantando. Fora a maior tragédia. Ele ainda sentia a falta de alguém que pudesse ver o que ele estava sentindo, mas o mais perto que ele conseguia era fazer a parede sentir a mesma dor que ele.

Suspirou.

Claro que tinha uma pessoa que o entendia e que tinha até o perdoado. Ele não entendia como uma pessoa tão completamente diferente dele como Levy poderia entendê-lo tão bem. O problema era que aquela rata dos livros... A única pessoa que sabia "ler" o que tinha por trás dele... Era a causa de tudo.

Esta, em seu próprio quarto, havia acabado de fechar seu livro, desistindo. Depois, quando estivesse melhor e fosse relê-lo, não ia entender nada, ela pensou. Mas claro que essa era a última de suas preocupações. Ela se perguntava o que estava acontecendo...

Por mais que Gajeel fosse tão fechado para todos, para ela era como um livro aberto. Ela gostava de ver o modo como ele era sensível, e queria mais do que tudo poder mostrar à ele que não precisava se esconder. Mas, de uns tempos para cá, ele estava totalmente diferente.

Quem era aquele Gajeel que passava reto por ela, sem falar, mal ficava na guilda que ele queria que o aceitasse, não aceitava missões e se mantinha calado, mesmo com todos os esforços de Phanterlily, o gato que ele tanto adorava, para fazê-lo falar? O que tinha acontecido?

Isso era um mistério que ela nunca conseguiria resolver.

Ele suspirou audivelmente. Na verdade, toda a vizinhança deveria ter ouvido, mas ele nem se importou. Duvidava que alguém fosse ver o que estava acontecendo, de qualquer forma. Ele pensou: o seu problema, era não saber como se expressar com algo além dos punhos.

Levy suspirou. O seu problema era ser fraca demais.

Ele achava que ela, ao contrário, era muito boa com as palavras, e mesmo que tivesse uma boa magia, ela tinha o corpo tão delicado... Ele tinha medo de quebrá-la, não só por causa de sua força bruta, mas também porque sabia como ela era sonhadora, e ele nunca seria o príncipe encantado dela. Ele era um dragon slayer mal-encarado e violento.

E uma vez na vida, ele queria ser bom com as palavras, assim como ela era, e simplesmente dizer isso, mas sabia que não conseguiria.

Gajeel suspirou. Eu te amo, Levy. A frase escapou em seus pensamentos, mas não de seus lábios. Talvez ela jamais escapasse. Ele precisava aprender a se expressar com palavras.

Eu amo Gajeel, Levy escreveu simplesmente em um dos seus infinitos cadernos. A frase estava pronta em sua cabeça, em sua boca, em tudo, mas ela sabia que não adiantava.

O que ela precisava, era aprender a se expressar além das palavras.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Sim? Então deixem um. Não? Então deixem um explicando o por quê.