O Estranho no Sótão escrita por Karina Ferreira


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Capitulo Dedicado a Teresinha *.*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195227/chapter/16

— Te vejo na semana que vem Edward? – perguntou o psicólogo abrindo a porta do consultório e dando espaço para que o rapaz de olhos avermelhados devido ao choro durante a conversa que tiveram passasse. O estranho apenas assentiu agradecido pela hora que passaram juntos

— Edward! – uma voz empolgada chamou a atenção do psicólogo antes que o estranho tivesse a oportunidade de agradecê-lo como gostaria – Meu filho o que faz aqui? – perguntou o medico se aproximando. Como de costume o estranho não olhou para o homem. Travou o maxilar lutando para conter o ódio que sentia daquele adúltero desprezível

— Estávamos conversando um pouco – respondeu John ao notar que seu paciente não responderia o pai

— Muito obrigada doutor – falou o estranho estendendo a mão ao psicólogo que prontamente a aceitou

— Foi um prazer ouvi-lo Edward. Marque um horário com a minha secretária para semana que vem, você tem o meu numero agora, se precisar conversar seja o horário que for, você pode me ligar – o estranho novamente assentiu, virou-se em seus calcanhares e saiu dali a passos rápidos. Carlisle ao lado do psicólogo suspirou de forma melancólica

— Dê tempo a ele Carlisle – falou de forma solidária o psicólogo encarando o amigo de longa data – a magoa ainda esta muito forte dentro dele, deixe que ele mesmo decida retomar o convívio com você. Assim como decidiu procurar ajuda, uma hora isso também vai se resolver

— O que achou da conversa que tiveram? – perguntou tal como pai zeloso que sabia não o ser

— Existe uma coisa chamado sigilo profissional meu caro, tenho certeza de que você sabe disso. – brincou o psicólogo – Mas posse te garantir que ele está determinado em se recuperar – soltou animado vendo o brilho de esperança nos olhos do amigo – Devo recomendar que você também tenha conversas semanais, não seria ético que eu como seu amigo pessoal e conhecedor de toda a história o clinicasse, mas posso indicar a doutora Jane, ela é maravilhosa

— Você acha que isso o faria me perdoar?

— Eu acho que isso faria você perdoar a si próprio

...

Victoria pagou o taxista segurando o dinheiro com a ponta dos dedos a fim de evitar ao máximo qualquer contato com aquele homem. Não agradeceu pelo serviço prestado, tão pouco se deu ao trabalho de dizer-lhe que poderia ficar com o troco. Simplesmente virou as costas e entrou na casa, ah a casa, a casa em que ela sempre sonhou morar agora era sua. Quase gargalhou com o pensamento

Os cabelos recém escovados estavam lisos naquela tarde e ela os balançava de um lado ao outro conforme passava por Ben parado em postura séria ao lado do carro destinado a ela por Carlisle que recusara ao sair no começo daquele dia. Claro que ela recusara, não permitiria que o motorista a levasse em seus encontros sexuais, não seria amadora a esse ponto

Ao passar pela piscina teve a impressão de ver ao longe alguém entrar no jardim, uma mulher, já que os cabelos ricocheteavam ao vento. Mudou o caminho e seguiu na direção daquele jardim que ela tanto odiava

A medida que se aproximava do lugar florido uma sensação estranha se apossava dela a obrigando a diminuir o ritmo de seus passos enquanto que um frio lhe subia pela espinha. Não entrou no lugar, ela nunca entrava ali, ficou olhando por cima dos canteiros procurando pela figura feminina, e como sempre acontecia quando se aproximava do jardim, lá estava ela, sentada no banco de frente ao sótão, zelando pelo filho, tal como no filme do exorcista a mulher virou a cabeça para as costas olhando diretamente para a ruiva com um sorrido perverso nos lábios

Victoria tomou uma grande lufada de ar e correu para longe dali, ela precisava dar um fim naquele jardim maldito!

...

— Você não vai preencher as suas? – perguntou Isabella ao estranho naquele começo de noite, a menina entusiasmada preenchia seus formulários para enviar as universidades deitada de bruços na cama do estranho, as pernas balançavam despreocupadas no ar.

O estranho sentado na cabeceira da cama com lápis e um caderno de desenhos na mão sorria deliciado com a felicidade da menina enquanto a desenhava

— Amanhã, não estou com paciência para isso agora – respondeu sem olha-la para que não o pegasse em sua mentira, a verdade era que não pretendia inscrever-se em universidade alguma, sabia muito bem que nenhuma universidade aceitaria um estudante com o histórico dele, o que o perturbava, como provaria para Isabella ser alguém digno dela se nem uma profissão iria ter?

— Edward Masen! Não vá perder os prazos! – afirmou mandona como sempre fazia quando o assunto era a vida acadêmica do estranho

— Você está se inscrevendo para quais cursos? – mudou de assunto, a pentelha corou e desviou os olhos dele desconcertada

— Psicologia – respondeu em tom baixo enquanto sentava-se olhando atentamente o envelope de correio em que colocava o formulário

— Bella... – suspirou sem saber o que dizer, não queria que a garota vivesse para cuidar dele eternamente, não queria que ela se sentisse na obrigação de fazer aquilo por ele

— Não é por você ta legal? – respondeu de imediato como se pudesse ler seus pensamentos, agora o olhando firme – É por todas as pessoas que passaram pelo que eu passei, pelo o que você passou, ou até mesmo por situações piores do que as nossas, eu quero de alguma forma poder ajudar pessoas que sofrem seja qual for o motivo a voltarem a ser felizes.

O estranho sorriu admirado olhando a menina que dava aquele assunto por encerrado voltando a se concentrar em um novo formulário, formulário esse que ao contrario dos outros que a deixava animada e com um sorriso esperançoso no rosto, a deixou melancólica, viu sua pentelha suspirar chateada e jogar o formulário em um canto na cama passando para o próximo. Edward pegou o papel tentando identificar o que deixou a pentelha tão chateada, reconhecendo de imediato o emblema de Harvard gravado ali

— Qual o problema com Harvard? – perguntou confuso olhando do papel para ela

— Eu sempre sonhei que um dia iria para Harvard, um sonho que morreu no dia em que descobri que papai não estava guardando dinheiro para custear a minha faculdade coisíssima nenhuma, estava era apostando em cassinos por ai

— E ai você desistiu de Harvard?

— Eu não tenho como pagar, e você sabe disso – respondeu quase que em revolta por ele estar insistindo naquele assunto que trazia tantas lembranças dolorosas

— Pensei que você estivesse se inscrevendo para vagas de bolsas em todos esses formulários

— E estou! Mas você viu o tanto de exigências para ser bolsista ai nesse formulário? É praticamente impossível

— Não custa nada tentar, além do mais, você não pode desistir assim tão fácil do seu sonho

— Estou escutando isso do pianista que só toca dentro de um sótão? – Edward engoliu em seco absorvendo o tapa na cara que aquelas palavras eram e imediatamente Isabella se arrependeu de tê-las proferido – Edward por favor me desculpa! Eu juro que não tive a intenção...

— Está tudo bem, você apenas disse a verdade – respondeu de olhos baixos, devolvendo o formulário abandonado de volta ao lugar

— Uma verdade presa ao passado! Você está se esforçando, não é mesmo? – se referiu aos passos para a recuperação que ele estava dando enquanto engatinhava na cama em direção ao estranho sentando-se no colo dele – Por favor, diz que me perdoa – pediu de maneira manhosa enquanto distribuía beijos suaves e calmos pelo pescoço do outro que fechou os olhos absorvendo a sensação que o carinho proporcionava

— Isso é um golpe muito baixo senhorita Swan – respondeu sorrindo ainda de olhos fechados e Isabella riu sonoramente com as palavras

— Isso quer dizer que vai me perdoar? – sussurrou próximo ao ouvido do ruivo mordendo em seguida o lóbulo da orelha dele

— Você não precisa ser perdoada quando não cometeu nenhum crime – respondeu afagando as costas da amada enquanto inebriava-se com o cheiro bom que emanava dela – Mas se faz tanta questão de uma absolvição, eu a perdoo, desde que preencha o formulário para Harvard, como disse não custa nada e às vezes você pode ser surpreendida

— Faço qualquer coisa – respondeu sorrindo já voltando a ponta da cama e pegando o formulário e a caneta para começar a preencher

— Não precisava ter tanta pressa - queixou-se o estranho fazendo um falso biquinho de chateação por ter perdido os carinhos anteriores, o que arrancou uma gargalhada de sua pentelha

...

Uma sorridente Isabella desceu do táxi, naquela manhã de sábado, era folga de sua mãe e as duas decidiram fazer algo que a muito tempo não faziam, ficarem um tempo somente as duas. Bella observou Esme pagar o motorista pelo serviço prestado também com um sorriso no rosto, em seguida a mulher virou-se para ela oferecendo-lhe o braço e ambas entraram o local como duas amigas passeando

Assim que as portas automáticas se abriram o sorriso da adolescente se desfez, sentia como se todo o peso do mundo estivesse sobre suas costas, a travando no lugar, e foi obrigada a travar o maxilar para prender o grito de assombro que lhe subiu pela garganta no momento em que viu toda a decoração natalina espalhada pelo shopping. Lembranças daquela enfadonha manhã inundando sua mente, a tragando para um abismo de mágoa, desviou os olhos para a mãe tentando livrar-se daquelas memórias e a mulher tão paralisada quanto ela também a olhou como que procurando uma fuga

— Talvez seja melhor voltarmos? – sussurrou sem conseguir acrescentar a palavra casa ao fim da frase, como diria que seria melhor voltarem para casa se não tinham mais uma casa para a qual voltar?

Esme voltou de seu transe inicial no momento em que identificou a dor nos olhos da única filha, ela era tudo o que a adolescente tinha como apoio e exemplo, precisava se manter forte, por mais difícil que fosse tal atitude. Recobrou como pode a compostura endireitando a coluna que havia se curvado tamanho a pressão da data que se aproximava

— Então é natal novamente não é mesmo? Mais cedo ou mais tarde teremos que passar por isso. Que seja mais cedo – sorriu forçadamente para a filha que suspirou

Era obvio o quanto a mulher queria sair correndo dali tanto quanto ela, mas em uma coisa a mãe estaca certa, uma hora ou outra teriam que passar por aquela data que para a grande maioria da população representava um símbolo de amor, felicidade e família mas que para elas somente significava dor e amargura

Acenou positivamente para a mãe e engoliu em seco, assim como a outra, endireitou a coluna e ambas entraram juntas naquele lugar que não intencionalmente as enchia de lembranças ruins

...

— Doutor Cullen? – Carlisle levantou os olhos dos exames de seu próximo paciente espalhados em sua mesa para a porta onde uma recepcionista se encontrava em pé – Seu filho deseja vê-lo – olhou rapidamente em seu relógio de pulso verificando quanto tempo dispunha até a próxima consulta

— Peça que ele entre por favor – falou voltando a olhar os papeis dispostos a mesa perguntando-se o que de tão importante Emmett tinha para falar com ele que precisava ir até o hospital, não estava doente, disso tinha certeza já que o vira pela manhã antes de sair de casa

Instantes depois a porta se abriu e fechou novamente, Carlisle levantou os olhos dos papeis para verificar o que acontecia com Emmett que estava mudo parado a porta. Todo o corpo do medico congelou e o coração começou a bater em ritmo acelerado tamanha a emoção de ver seu primogênito parado a porta de seu consultório

Carlisle ficou alguns segundos paralisado no lugar, olhava de forma petrificado o filho mais velho, tentando controlar o misto de emoções que corriam dentro de si. Edward estar parado a sua porta significava que ele finalmente o estava perdoando? Mas é claro que significava, por qual outro motivo o filho estaria ali? Daria um aumento a John por isso. Colocou-se de pé, um enorme sorriso formando-se instintivamente em seus lábios

— Meu filho – falou emocionado, os olhos já marejando – Mas que surpresa ótima – caminhou de encontro a Edward, os braços já estendidos prontos para o abraço a tento tempo aguardado. No entanto, Edward que permanecia parado no lugar o olhando de lábios crispados desviou facilmente da investida do pai

— Surpresa mesmo é não te encontrar trepando com alguma puta golpista em cima da mesa – cuspiu com a voz embargada em ódio, olhando de maneira enojada o consultório branco, como se tudo ali estivesse contaminado com o mais podre dos resíduos. O sorriso do medico morreu no exato momento em que escutou tais palavras, a felicidade dando lugar ao remorso que o acompanhava por todos aqueles anos

— Edward – suspirou abaixando os olhos – eu fico feliz que após todo esse tempo finalmente tenha me dado a chance de falar sobre isso, eu lamento muito...

— Não vim aqui falar sobre esse maldito dia, muito menos sobre as suas atitudes imorais – mais uma vez cuspiu as palavras em tom enraivecido – Vim aqui tratar dos meus assuntos e somente isso – falou sentando-se a cadeira do paciente em frente a mesa do pai que rapidamente se dirigiu a seu lugar sentando-se de frente para ele o olhando atento – Eu quero a parte que me cabe da herança de minha mãe

Carlisle olhou espantado para o filho, de todos os motivos que imaginou que o levaria ali aquele era o único que jamais passou por sua cabeça, endireitou-se na cadeira procurando as palavras certas para usar, ele como responsável legal pelos três filhos administrava a herança deles e o fazia de forma correta e acreditava que seria melhor que continuasse o fazendo

— Filho, eu não acho que seja uma boa ideia, legalmente você já pode sim assumir essa responsabilidade, mas estamos falando de muito dinheiro, não acho que você já seja maduro o suficiente para saber investi-lo, as pessoas podem aproveitar da sua ingenuidade

— Isso é problema meu – respondeu de forma dura – Quero que você deixe de ser o meu tutor o quanto antes, posso conseguir um advogado para resolvermos isso perante um juiz se você preferir

— Não será necessário Edward, a herança da sua mãe é sua e dos seus irmãos, você já é maior de idade e é claro que pode reaver o que é seu no momento em que quiser, eu somente estou dizendo que não acho que esteja pronto para isso, dinheiro é recurso escasso, muito difícil de conseguir, extremamente fácil de perder.

— Como eu disse, isso é problema meu! – praticamente rosnou, a cada novo minuto que se passava na presença daquele homem maior era a raiva que sentia deque ser desprezível

— Posso saber o que pretende fazer com a sua parte?

— Não! – novamente Carlisle suspirou dando-se por vencido

— Tudo bem, vou precisar de alguns dias para resolver toda a burocracia, fazer levantamentos, alguns resgastes de investimentos. Assim que tudo estiver pronto eu te aviso

— Você tem duas semanas, do contrario irei procurar um advogado – falou o estranho levantando-se e já dando as costas ao medico sem despedir-se. Carlisle apoiou os cotovelos sobre a mesa apertando a cabeça com as mãos e logo grossas lagrimas escorriam por seus olhos. O filho o odiava, sabia que Edward jamais o perdoaria e isso o levaria sepultura

...

Edward entrou no sótão apressado, a visita ao consultório o encheu de lembranças daquele dia e do quanto a mãe ficou arrasada ao pegar o marido adultero com sua amante. Sentia o peito esmagar o coração como já era de costume e isso o estava deixando ainda mais desesperado, estava a ponto de ter uma crise, sabia disso, não podia permitir, ele estava indo bem, não estava? Precisava fazer algo a respeito, não podia regredir de novo

Pegou no bolso o celular que Alice lhe dera de presente e que insistira que não era necessário, acabara de ver que estava enganado sobre isso, o celular era muito necessário, buscou na memória o numero do doutor John o encontrando rapidamente, além de seus irmãos, Bella e os gêmeos, não tinha outros contatos. Aguardou ansioso a ligação ser completada e no terceiro toque a voz grave do psicólogo era escutada

— Doutor sou eu Edward, fui ao consultório do assassino da minha mãe – falou atropelando as palavras

— E como se sentiu sobre isso? – perguntou de forma calma o homem do outro lado da linha

— Péssimo! – respondeu de imediato – todas aquelas senas, foi como reviver de novo cada minuto daquele dia, eu... eu... – não conseguiu terminar a frase, o choro tomou conta dele e deixou-se cair ao chão lembrando-se do quanto a mãe sofreu por culpa daquele homem que ele tanto odiava

— Edward eu quero que você faça aquele exercício de respiração que eu te ensinei, lembra-se dele? – O estranho acenou com a cabeça como se o homem estivesse ali para vê-lo fazendo isso, em seguida começou a respirar da forma como John havia ensinado no ultimo encontro que tiveram, logo os espasmos diminuíram e ele retomou a calma – Muito bem, agora você quer me contar como foi esse momento com Carlisle? Sobre o que conversaram?

O estranho ficou cerca de vinte minutos conversando com o psicólogo, contou-lhe sobre a conversa que tivera com Carlisle, mas evitou contar-lhe o motivo que o levara a procurar o homem que tanto odiava, já estava decidido sobre aquilo e não queria que ninguém soubesse de suas intenções. Sabia que a mãe ficaria feliz com o destino que escolheu para o dinheiro dela.

Para evitar o assuntou contou sobre os últimos dias que passara com Isabella e os amigos, sobre como não sabia como se reaproximar dos irmãos, principalmente de Emmett já que se sentia intimidado pelo fato do outro ter crescido e se tornado alguém muito melhor e forte do que ele, não o invejava por isso, mas o constrangia, ele era o mais velho, no entanto, era Emmett quem assumira todas as responsabilidades de irmão mais velho que cabiam a ele

Após encerrar a ligação e tomar um demorado banho, Edward sentou-se a beira da cama já sentindo-se bem melhor, pegou novamente o celular e abriu o navegador de internet, não foi difícil achar o numero do telefone que queria, anotou na capa do caderno de desenho para salvar depois e logo estava discando os números no aparelho

— Universidade de Harvard – a voz feminina logo foi ouvida do outro lado da linha

— Boa tarde, meu nome é Edward Masen e eu gostaria de falar com o reitor

— Qual seria o assunto? – perguntou a mulher soando pouco interessada

— Eu gostaria de custear os estudos de uma candidata
...

Os dias se passaram rápidos e cansativos para o quarteto de amigos que precisava se revezar entre as provas finais, a entrega do enorme trabalho de compensação de ausência que todos se dispuseram a ajudar Edward a fazer, a ansiedade pela espera das aprovações na universidade e os preparativos para a viagem de formatura. E como se já não bastasse todo o estresse a que estavam expostos ainda precisavam se preocupar com Isabella e sua recorrente melancolia devido a todo o clima natalino, todos sabiam o que tal data significava para a amiga e estavam se esforçando para dar a ela novas lembranças que pudessem apagar as antigas

Edward olhou sua pentelha entrar no refeitório onde haviam combinado de se encontrar conforme fossem acabando suas provas naquela manhã, a adolescente andava na direção dos amigos aparentando estar muito feliz

— Pela sua cara foi muito bem na prova – falou Jasper enquanto se esquivava das investidas da irmã em cortar os cabelos que decidira deixar crescer e ela desaprovava a decisão

— Que nada, estava insuportavelmente difícil, estou torcendo por um milagre – falou em tom de brincadeira sentando ao lado do estranho e prendendo-se ao pescoço dele enquanto lhe beijava a bochecha

— E todo esse bom humor é por que exatamente? – perguntou Rosalie desistindo de cuidar dos cabelos do irmão e prestando atenção a adolescente

— Talvez papai Noel tenha resolvido me presentear por ter aturado todos vocês durante esse ano – respondeu enchendo a mão de cheetos e levando a boca enquanto Edward brincava com uma mecha de cabelo dela

— E o presente deve ser muito bom – supôs Rose com um sorriso de expectativa, torcendo para que a amiga dissesse o que ela esperou a manhã inteira para escutar

— Depende do ponto de vista – começou fazendo suspense enquanto mexia na bolsa em suas pernas – Se você considera ter sido aceita com uma bolsa de estudos integral em Harvard um bom presente – quicou empolgada na cadeira mostrando a carta que recebera naquela manhã. Rosalie ficou em pé dando pulos e gritos de empolgação, jogou-se nos braços da amiga em comemoração enquanto os rapazes batiam na mesa e assobiavam chamando a atenção de todos os outros alunos espalhados por ali

— Vamos ser colegas de quarto! – gritou a loira eufórica puxando a própria carta de aprovação de cima da mesa – Isso vai ser tão legal, faremos tudo juntas – continuou enquanto voltava ao lugar sentando-se em frente a amiga

— Com certeza é um bom presente de natal – falou Edward tomando os lábios da amada em um beijo de felicitações

— Hei- os gêmeos gritaram em uníssono e Jasper atirou um punhado de salgadinhos no casal que se separou em meio a risos, Isabella leu orgulhosa mais uma vez a sua carta, ainda não podia acreditar que seu sonho se tornaria realidade

— Aqui diz que eu ganhei um tipo especial de bolsa onde além de cem por cento de isenção nos estudos tenho direito a moradia, alimentação e um auxilio financeiro todos os meses para os meus gastos pessoais até o final do curso – contou feliz segurando o papel como se fosse algo muito precioso

— Uau, eu nunca tinha ouvido falar nesse tipo de bolsa – falou Rosalie impressionada

— Nem eu, mas não serei louca de questionar não é mesmo?

— Com as notas da Bella é obvio que as universidades pagariam para a ter como aluna – falou Jasper em tom zombeteiro e Edward sorria sentindo-se tão feliz quanto a adolescente

— Já chegou alguma carta para você Edward? – o estranho simplesmente negou dando de ombros. Não estragaria a alegria de sua pentelha lhe contando logo naquele momento que não iria para universidade alguma, na verdade esperava ter um plano de futuro empolgante quando chegasse a hora de dizer as palavras, mas o plano de futuro empolgante ainda não havia surgido como magica em sua frente

— Isso vai ser tão legal – cantarolou Rosalie sorrindo empolgada com o futuro – Jasper também vai para Harvard, mostre a eles a sua carta – o loiro se encolheu no lugar e desviou os olhos da irmã aparentando desconforto com o rumo que a conversa tomara – O que foi?

— Eu não vou para Harvard – quase sussurrou a decisão que já a algum tempo havia tomado, mas que ainda não tinha criado coragem para contar e Rosalie abriu os olhos em assombro perante a notícia

— É claro que você vai pra Harvard! A sua carta chegou hoje cedo junto com a minha, você foi aprovado, eu vi! – a loira beirava o desespero

— Sim fui aprovado, mas não quero

— Como não? Sempre falamos sobre isso, sobre o quanto seria legal nos formarmos em marketing e que faríamos isso em Havard

— Você sempre teve certeza disso Rose, eu não, eu apenas cogitava a hipótese, mas nunca foi como se esse fosse o sonho da minha vida. Eu vou para Oxford – finalizou decidido

— Mas eu não me inscrevi para Oxford – murmurou em um muxixo, um nó se formando na garganta e os olhos ficando marejados ao imaginar como seria o desfecho daquela conversa

— Eu sei que não, e exatamente por isso não te falei antes, Oxford é uma decisão minha, marketing em Harvard sempre foi o seu sonho, e ele é perfeito para você, você tem tudo haver com marketing Rose. Eu vou estudar sociologia em Oxford – sorriu retirando a carta da própria mochila e estendendo sobre a mesa.

— Jasper – chamou Rosalie em um fio de voz quase que inaudível e o loiro não teve coragem de a olha-la ou sabia que mudaria de ideia e correria para Harvard, mesmo não sendo isso que queria – Oxford fica a milhares de quilômetros de Harvard – o loiro fechou os olhos e suspirou pesadamente sentindo o peso de sua decisão esmagar-lhe o peito

— Eu sei – olhou para a irmã com os próprios olhos já repletos de lágrimas que insistia em segurar, engoliu em seco vendo os olhos exatamente como os seus também repletos de lagrimas acumulando-se

— Mas...mas... Nós nunca nos separamos, somos a dupla dinâmica, os gêmeos em ação, ying yang, você é o meu gêmeo Jasper – como que comprovando a tal ligação entre gêmeos as lagrimas de ambos rolaram sincronizadas ao mesmo tempo, Jasper levou a mão ao rosto da irmã a acariciando

—E vou continuar sendo, seremos sempre os gêmeos Halle. Estamos entrando no mundo dos adultos agora Rose, e é isso que acontece com os irmãos quando se tornam adultos, seguem caminhos diferentes, criam suas próprias famílias e não deixam de ser irmãos ou de se amarem por isso. Você vai ser sempre a minha gêmea, eu estarei a um telefonema de distância

— Eu sou a mais velha e estou dizendo que você tem que ir pra Harvard. Me obedeça Jasper! – ordenou com um sorriso brincando nos lábios contrastando com as lagrimas que ainda escorriam dos olhos

— Por sessenta e sete segundos Rosalie! Você precisa jogar na minha cara toda vez a merda desses sessenta e sete segundos? – respondeu também sorrindo em meio ao choro, ambos olhando um nos olhos do outro com palavras mudas que somente eles entendiam

— Eu dividi o útero com você seu mal agradecido, e olha como você me retribui a gentileza, indo estudar filosofia em Oxford, nem da pra ter uma profissão com isso! – fez uma falsa indignação enquanto fungava e secava as lagrimas com as costas das mãos

— É sociologia Rose, eu vou estudar sociologia! – respondeu também secando as próprias lágrimas

— Não da pra ter uma profissão com isso também

— Eu te amo sua mulher insana

— Eu também te amo, muito – e os gêmeos trocaram um abraço tão forte quanto o laço que os unia

...

— Gostei muito da nossa conversa de hoje Edward – falou John ao abrir a porta do consultório para que o estranho saísse, dessa vez, Edward já não estava com os olhos vermelhos por choro, naquele encontro tinham focado em assuntos mais leves o que acabou tornando-se até que uma tarde agradável

— Eu também – respondeu abrindo um pequeno sorriso de gratidão

— Edward – ambos se viraram para olhar o doutor Cullen aproximar-se na sua costumeira pose retraída de quando estava frente ao filho – preciso falar com você, será que pode me acompanhar até o escritório? – o estranho somente assentiu já imaginando qual seria o motivo da conversa, despediu-se com um aperto de mãos de seu analista e logo seguia o medico entrando em silencio no elevador que os levaria para o andar administrativo do prédio

Assim que entrou no escritório o estranho sentou-se a mesa disposta ali enquanto Carlisle se movimentava em silencio pela sala abrindo um armário ou outro, logo o homem já estava sentado junto a ele com uma serie de papeis em mãos

— Organizei tudo como você queria, esses documentos declaram que a partir de agora você é o único responsável legal pela sua parte na herança de sua mãe, você precisa assinar – o estranho leu atentamente cada linha daqueles documentos, não por que realmente entendia tudo o que estava escrito ali, mas por que queria que o homem sentado a sua frente soubesse que não confiava nele

— Esse – mostrou com o indicador um dos retângulos de uma tabela cheia de números – É o valor do que sua mãe tinha em receitas unindo contas bancarias, títulos e ações que foram todos resgatados na partilha de bens, eu abri mão da minha parte por direito, então foi tudo dividido igualmente em três partes que somaram esse valor para cada um dos filhos – apontou um outro triangulo e os olhos do estranho se abriram em surpresa, aquilo era muito mais do que ele imaginou que teria disponível

— Assim que me tornei tutor legal do patrimônio de vocês investi parte do valor de cada um em títulos de capitalização e ações, alguns renderam mais, outros menos, nessas paginas terá o histórico de todas as rentabilidades da sua parte – mostrou um conjunto de papeis unidos por um clips – Esse é o saldo atualizado da sua conta hoje – mostrou um novo retângulo com um numero ainda maior gravado nele, tão grande que Edward sequer o sabia ler – Aqui esta o cartão de uma conta em seu nome onde o dinheiro foi depositado e a senha, depois você deve muda-la – Edward engoliu em seco quando pegou o pequeno retângulo de plástico

— Eu posso te ajudar no começo, ensinar como investir corretamente, como não são ser enrolado com investimentos furados. Ou se preferir, temos ótimos contadores aqui no hospital posso pedir que dediquem um tempo cuidando dos seus interesses

— Não quero nada de você – rosnou e Carlisle suspirou sonoramente perdendo a paciência, era dinheiro que estava em jogo, muito dinheiro, e ele agindo como um menino imaturo daquele jeito perderia tudo

— Certo. Como solicitado, ai está a sua parte da herança de sua mãe, assim como seus irmãos você tem direito a parte do hospital e de meu patrimônio também, quero que fique claro que enquanto eu estiver vivo você não terá nada que venha desse hospital enquanto não me provar que é merecedor e sabe como utilizar corretamente. Então recomendo que não torre todo o dinheiro de sua mãe com qualquer besteira que ver por ai

— Acho que você não me escutou, não quero nada que venha de você! Não quero agora, não vou querer quando morrer! – respondeu em igual nível de exaltação – Acabou? Eu já posso ir? – Carlisle suspirou tentando conter a vontade de dar boas palmadas no filho abusado que tinha. De fato Edward estava de volta, ainda mais turrão que antes

— Sua mãe era filha única, e quando seu avó faleceu ela como sua única herdeira recebeu tudo o que era dele, o homem tinha muitas propriedades e eu a aconselhei a vender todas e ela assim o fez, o lucro dessas vendas já estava integrado ao valor da herança dividida por você e seus irmãos. Ela ficou somente com duas propriedades na Inglaterra, por ter um apego sentimental a elas. A casa onde cresceu em Londres, e um chalé no lago Derwentwater. Em testamento, ela deixou a casa em Londres para Alice, e o chalé para Emmett, ambas as propriedades estão alugadas hoje, gerando lucros que são revertidos para as contas de seus respectivos donos. – pegou uma pasta de cor parda e estendeu ao estranho

— Para você, ela deixou a escola de artes em Forx, tanto o prédio, quanto a razão social - o coração do estranho pulou uma batida e o tempo paralisou ao escutar aquelas palavras, nada mais existia além dele e aquela pasta parda a qual ele olhava fixamente se coragem para puxa-la das mãos do homem. Sua mãe deixou a escola para ele? Confiou a ele o bem mais precioso que tinha? O lugar que mais amava no mundo... Os olhos do estranho encheram-se de lagrimas que ele prontamente segurou, não queria parecer um fraco diante ao homem que claramente estava o chamando de incapaz o tempo todo

— Eu nunca soube o que fazer com aquele lugar, não tinha como administrar um hospital e uma escola, se quer entendo de artes, seria um fracasso na certa, recebi muitas propostas de compra ao longo dos anos, pessoas interessadas no prédio, pessoas interessadas no nome que sua mãe constituiu e até pessoas interessadas em ambos, mas sei o que aquele lugar significava para a sua mãe e o que significa a você. Por isso deixei que você decidisse

— Edward pegou a pasta com mãos trêmulas sentindo todo o peso da responsabilidade que a mãe incumbira a ele, sabia o que ela esperava quando deixou a ele aquele bem

— Mais alguma coisa? – perguntou voltando a olhar o médico que aparentava preocupação diante a reação dele aquele documento

— Já lhe entreguei e esclareci tudo – tão logo escutou tais palavras começou a recolher os documentos espalhados ali e guarda-los na mochila que levava junto de si. Combinara de encontrar Isabella e os gêmeos na praça para estudarem para as provas finais – Edward, - começou com receio – Eu sei o que sua mãe pretendia quando deixou essa escritura para você, e acredite, nada me traria mais satisfação do que ver aquele lugar que sempre significou tanto a você e sua mãe reaberto. Mas preciso te alertar, você não está preparado para isso, não tem noção nenhuma de administração, finanças ou investimentos. Se reabrir a Masen Academy em poucos meses jogará o nome que sua mãe lutou tanto para erguer na lama. Sei que sou o ultimo a quem você escutaria, mas ouça a voz da razão e venda a escola – Edward nada disse, como de costume ignorou o homem e saiu dali a passos rápidos

Assim que o estranho saiu da sala Carlisle empurrou tudo o que estava em cima da mesa ao chão como se o ato de violência fosse fazer a raiva que sentia desaparecer. Sentia a agonia da rejeição o consumir, se não tivesse errado tanto no passado agora poderia estar ao lado do filho o apoiando e guiando em suas conquistas

Ao contrario disso, acabara de dar uma pequena fortuna nas mãos de uma criança para torrar em doces e brinquedos sem o menor direcionamento de como utilizar corretamente. Ele precisava dar um jeito naquilo, precisava receber o perdão de Edward

E foi assim que decidiu, iria atrás do filho, se ajoelharia diante dele e não se levantaria novamente até que dissesse que o perdoava. Pegou rapidamente suas coisas na gaveta da mesa e assim como Edward minutos antes saiu apressado pela porta, indicando a sua secretaria que reagendasse as consultas seguintes

Chegando a entrada do prédio foi informado pelos seguranças que Edward já havia pegado um taxi, já ia correr para a garagem quando que como em um ato de destino um taxi parou a sua frente de onde uma mulher gestante saltou, o motorista já estava devolvendo o troco a moça quando o medico ainda de jaleco invadiu o veículo recebendo uma olhada espantada do homem

— Pago o triplo da corrida se me levar rápido para esse endereço – estendeu o cartão para o homem que deu de ombros e virou-se para frente já ligando o velocímetro.

O caminho inteiro ensaiou o que diria ao filho quando o encontrasse, antes que o veículo parasse diante aos portões da mansão Cullen já estava jogando o dinheiro para o motorista e quase saltou com o carro ainda em movimento não se dando ao trabalho de fechar a porta atrás de si, escutou o homem gritar algum xingamento pela atitude mal educada, mas não importou-se com isso, correu para dentro da casa subindo as escadas em direção ao terceiro andar saltando de dois em dois degraus

Quando finalmente chegou a porta do sótão seu coração batia acelerado contra o peito, não sabia se pela corrida ou pela emoção da atitude que tomaria a seguir, girou a maçaneta e entrou relutante no quarto precisando lidar com a decepção de encontrar o lugar vazio. Edward saíra do hospital antes dele, esperava encontra-lo ali

Uma nova ideia surgiu em sua mente e terminou de entrar trancando a porta atrás de si, esperaria por Edward ali e gritaria todas as suas culpas no momento em que o filho abrisse a porta

...

Não muito longe dali Edward desceu em frente a casa que já estava se acostumando a frequentar, tocou a campainha e aguardou, logo a governanta, que também já estava se habituando as visitas do rapaz o saldava e oferecia passagem com um sorriso no rosto. O estranho não precisou ser anunciado, muito menos se fez de rogado, invadiu o lugar com toda a intimidade que dispunha seguindo em direção a cozinha, onde disseram que encontraria quem estava procurando

A senhora Halle estava de costas para ele mexendo em uma panela que exalava um cheiro muito bom, com um sorriso no rosto deu três batidas leves no armário chamando a atenção da mulher que não escondeu a satisfação em vê-lo

— Edward! Mas que surpresa boa – falou enquanto secava a mão em um avental preso a cintura – Rose e Jasper não estão, aliás, você não deveria estar com eles? – Edward abraçou a mãe dos amigos dando um beijo demorado no rosto dela enquanto absorvia o perfume gostoso que ela exalava, a senhora Halle tinha exatamente o mesmo cheiro que Rosalie

— Você disse que eu podia procura-la se precisasse de alguma coisa – lembrou enquanto abria a mochila e puxava os documentos de dentro

— Claro que sim. Do que precisa?- prontificou-se pegando os papeis que o estranho estendia e passando rapidamente a vista por eles

— Eu reivindiquei a minha parte da herança de minha mãe – contou enquanto a mulher ainda analisava os papeis em sua mão

— E o que você pretende fazer agora? – perguntou a mulher com os olhos fixos nos papeis

— O que seria necessário para reabrir uma escola de artes? – murmurou constrangido, a senhora Halle o olhou surpresa, em seguida sorriu docemente, tal como mãe orgulhosa do filho

— Acho que a minha formação em designer de interiores não irá te ajudar – o estranho imediatamente assumiu uma expressão de decepção – mas o senhor Halle é formado em administração e especializado em economia, o que acha de o convidarmos para um café? – os olhos do estranho se iluminaram e ele se jogou nos braços da mulher em um abraço apertado

...

Victoria analisava a própria imagem refletida no espelho e estava realmente satisfeita com o que via. As meias brancas subiam finas até o meio de suas coxas, a saia quadriculada em tom vermelho ornava perfeitamente com a cor dos sapatos de salto que usava, a camisa social branca era transparente revelando os belos seios de mamilos rosados recém adquiridos, os cabelos cacheados estavam repartidos ao meio e presos em dois elásticos

Era de adolescentes colegiais que Edward gostava? Era uma adolescente colegial que ele teria. Em um ato de atuação fez uma expressão de inocência e gargalhou para o espelho. No dia anterior Carlisle lhe contou que o estranho assumiria sua parte na herança de Elizabeth, o homem estava muito preocupado que o filho não soubesse administrar sozinho todo o dinheiro e ela estava mais do que disposta a fazer isso pelo jovem inexperiente

Contornou os lábios com um batom tão vermelho quanto seus cabelos, borrifou seu perfume favorito no pescoço e cobriu-se com um robe pro caso de encontrar alguém pelo caminho e então saiu do quarto. Sabia que a casa estava vazia, havia se certificado disso assim que chegara com sua sacola recém adquirida do sexy shopping, pelo horário sabia que Edward já havia chegado da escola, mas seguro morreu de velho não é mesmo? Entrou no elevador já selecionando o botão que a levaria ao terceiro andar com um enorme sorriso no rosto. Edward e a rica herança da bailarina aleijada seriam dela, ou não se chamaria Victoria

 

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Preciso dizer o que podem aguardar do próximo capitulo? Não será necessário não é mesmo? Kkkkkk

Quero agradescer imensamente a Teresinha que recomendou a fic, flor muito, mas muito obrigada mesmo pela recomendação fiquei muito feliz.
Se alguem mais quiser fazer uma altora feliz e recomendar a fic eu juro que vou ficar imensamente feliz :D

Ai gente ta acabando :( não estou preparada pro fim Kkk

Beijooos nos vemos nos comentários ;)