Até Que Meu Coração Pare De Bater... escrita por Vany Myuki


Capítulo 9
Calidez


Notas iniciais do capítulo

Bom, demorei muito para atualizar essa fic. Eu sei..., e imploro por desculpas, principalmente à minha querida Anyele que estava ansiosa. Desculpas Flor...
Logo que recebi sua mensagem fui fazer o capítulo. Como ando sem tempo fiz na pressa, então me desculpe por possíveis erros ou, até mesmo, pelo enredo deste capítulo :(



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P.O.V Lúcia

Suzana saiu me deixando com a curiosidade a mil. Não que eu fosse de me intrometer na vida  dos meus irmãos, mas Suzana, desde que voltou de sua última viagem de Nárnia, mudou completamente seu jeito.

Ela não era mais a garota mandona com um sorriso caloroso que nos fazia sentir-nos reconfortados. Agora era diferente. Suzana que precisava ser reconfortada...

_Pensando no que?_notei que Edmundo estava encostado na escada, as sombrancelhas grossas erguidas em indagação.

_Nada._respondi rápido demais, pois Edmundo fez careta, deixando claro sua desconfiança.

_Fale logo Lúcia._reclamou se jogando em uma das poltronas da pequena sala.

Eu não queria comentar sobre este assunto com Edmundo, principalmente considerando que ele era muito machista e não acharia certo Suzana sair com qualquer um.

_Já falei que não é nada._disse me direcionando para a cozinha.

Logo ouvi os passos apressados de Edmundo me alcançarem. Sua fisionomia parecia realmente distorcida de curiosidade.

_Normalmente você é uma tagarela._falou me deixando perplexa com a afirmação._Então, anda, fala logo._disse com seriedade, tal que Edmundo raramente demonstrava.

_Não é nada demais._anunciei com Ed ainda me encarando profundamente.

Respirei fundo. Talvez não fizesse mal falar sobre o assunto. De qualquer forma, Suzana não esconderia por muito tempo.

_Tudo bem._falei o encarando._Apenas estou curiosa para saber quem fez com que nossa querida irmã saísse para um encontro em pleno sábado._falei rápida, antes que faltasse coragem.

Edmundo fez uma cara estranha. Primeiro demonstrou espanto, depois frustração. Por último, me surpreendendo ainda mais, ele começou a gargalhar com vontade.

_O que é engraçado?_perguntei intrigada.

Edmundo se recuperou da crise e começou a falar, um sorriso ainda brincando em seu rosto sereno.

_Estou feliz por ela. Sinceramente._declarou seguindo para a sala.

Eu fiquei alguns segundos ali, parada, analisando a situação.

Por fim não me contive e o segui.

_Não está bravo, ou coisa do tipo?_questionei, meu semblante erguido em admiração.

Edmundo deu de ombros.

_Lúcia, a Sú já sofreu muito pelo Caspian e desde então não conseguiu curar a ferida. Eu fico feliz que ela esteja ao menos tentando cicatrizar a mesma. É claro que, ainda assim, sinto ciúmes, mas, se é para vê-la sorrir como antigamente, não ligo de dividi-la com alguém._falou sincero.

Não tive tempo para responder, uma vez que a porta se abriu escandalosamente.

Pedro adentrou o cômodo seguido de alguém. Forcei meus olhos a enxergar.

_Boa dia!_disse sorrindo, mas, ainda assim, seu sorriso era fraco. Um tanto quanto falso.

_Boa dia._dissemos eu e Ed em uníssono.

Pedro saiu da frente para que pudéssemos ter uma visão mais clara da pessoa que o acompanhava.

Logo pude perceber que se tratava de uma garota.

No mesmo segundo tive certa surpresa, afinal Pedro nunca trouxera alguém para casa.

_Quem é?_perguntei sem delongas, tentando não ser hostil, porém fracassando desastrosamente.

Pedro sorriu um pouco mais, um sorriso forçado em minha opinião.

_Essa é Keyna._falou pausadamente, a voz um pouco seca.

A garota se aproximou e acenou tímida.

Pude notar que seus cabelos eram de um vermelho escarlate que descia pelas costas em cascatas de cachos bem emoldurados. Ela tinha uma pele alva, quase translúcida, os olhos verdes transmitiam alegria.

_É um prazer conhecê-los finalmente._disse encarando Pedro brevemente.

_Finalmente?_perguntou Edmundo antes que eu o fizesse.

Pedro suspirou pesado, ela parecia um pouco desconfortável, porém forçou-se a sorrir novamente.

_Sim, eu e Keyna estamos saindo há alguns dias._falou entrelaçando seu braço na cintura da garota.

Keyna sorriu docemente, parecia feliz por tê-lo ali com ela.

Eu, de alguma forma, me simpatizei com ela. Não por sua timidez ou sua beleza, mas sim por ela parecer gostar realmente de Pedro.

_Bom, então isso é oficial?_perguntou Edmundo sem vergonha alguma.

No mesmo segundo olhei para ele o repreendendo.

_Bem..._Pedro começou, mas parecia estar um pouco confuso sobre o que responder.

Keyna estava encabulada, mas, mesmo assim, tomou a palavra antes que Pedro o fizesse:

_Não, ainda não. Seu irmão e eu estamos nos conhecendo antes de qualquer coisa._não necessitava conhecê-la para saber que na verdade havia falado aquilo para não deixar Pedro desconfortável, pois estava estampado na cara da garota que, por ela, o namoro era oficial.

Pedro sorriu agradecido na direção de Keyna e, por um segundo, vi um sorriso verdadeiro no rosto de meu irmão. Mas, o que me preocupava era os sentimentos de Pedro em relação à garota, uma vez que os dela estavam expostos para quem quisesse vê-los.

P.O.V Suzana

O encontro com Call estava sendo maravilhoso. Diferentemente do que pensei, ele não era aquela pessoa fria e arrogante que eu sempre imaginara. E, mais surpreendente ainda: ele, em nenhum momento, ousou chamar aquele passeio de encontro, ele apenas disse que era uma saída casual de amigos e que não necessitava de jogos de sedução.

Quando ele declarou isso eu não consegui evitar rir, o que ele fez também. Call, durante todo o “passeio” contava piadas e teorias sobre tudo. Era fácil estar com ele, pois não necessitava de assunto, a conversa apenas fluía livremente.

_Agora é sério._reclamei ainda rindo, tentando soar séria.

Estávamos no parque. A neve havia parado de cair a algumas horas, deixando um leve rastro de sua visita pelas ruas.

_Ok, vou parar de falar bobagem._falou rindo, sua face demonstrando-se um pouco mais confortável com o frio._O que quer saber?_perguntou enfim.

Eu estava insistindo para que Call me contasse algo sobre si mesmo, mas ele sempre dava um jeito de mudar de assunto e falar alguma bobagem, arrancando risos intermináveis de mim.

_Não sei ao certo..._refleti, enquanto encarava o céu nublado_Que tal algo que você goste._falei animada, eu podia sentir o brilho em meus olhos enquanto ele me analisava.

Call suspirou e fingiu pensar.

_Bom, eu gosto de dias frios e que me permitam sentar em um parque e pensar na vida e nas coisas maravilhosas dela._falou um pouco envergonhado.

Eu podia sentir os cantos dos meus lábios se puxarem em um sorriso de canto. Call parecia ter esse poder de me fazer sorrir e, no momento, isso não poderia ser mais gratificante.

_Você está descrevendo o dia de hoje._acusei rindo.

Call me olhou fingindo perplexidade.

_Como pode dizer isso?_brincou.

_Você não tem jeito._comentei sorrindo.

Call esboçou um sorriso leve.

_Quando se trata de você eu sou uma pessoa muito estranha._falou mais para si mesmo do que para mim.

Estreitei os olhos.

_O que você quer dizer com isso?_perguntei em um fio de voz.

Call voltou a “realidade” e ficou sem graça simultaneamente.

_Desculpe, eu não quero forçar você a nada..._falou olhando para o chão.

Eu tinha dúvidas grandes dentro de mim, porém, mesmo assim, levei minha mão até seu rosto o virando em minha direção.

Call parecia estático com o toque de minhas mãos. Era como se uma corrente elétrica o tivesse golpeado, transformando seus olhos em duas grandes esferas que me encaravam.

_Pode falar._incentivei, minhas mãos tremiam um pouco enquanto eu acariciava o lado de seu belo rosto.

Call pareceu respirar um pouco melhor agora, porém sua voz estava abafada quando começou a falar:

_Você me faz sentir fraqueza, me faz sentir vulnerabilidade e isso é..._ele não parecia encontrar uma palavra exata para inserir no contexto.

_Frustrante?_sugeri, meus olhos conectados ao dele.

Ele negou levemente, não permitindo que o toque de minha mão se afastasse de sua face.

_Isso apenas me faz sentir inteiro e, ao mesmo tempo, invencível._declarou simplesmente, a verdade se fazendo incontestável em suas palavras.

Minha mão congelou em seu rosto.

Eu já não sabia como prosseguir. Era estranho e incomum esse tipo de aproximação, mas, ainda assim, era aconchegante.

A primeira vez que me senti tão bem fora com Caspian, com Pedro esse sentimento era tão forte quanto, mas vinha carregado de culpa, o que acaba com qualquer vestígio de plenitude.

Naquele momento eu estava me sentindo da mesma forma. E o melhor era que não existia Caspian para me fazer lembrar que seria nosso último beijo, e também não existia Pedro para provar o quanto aquilo era errado...

Existia apenas Call, um homem comum e sem problemas que me oferecia tudo isso sem pedir nada em troca.

Com tal pensamento me aproximei de Call, deixando com que nossas respirações se misturassem uma à outra.

_Não sabe o quanto eu esperei por isso._confessou Call de olhos fechados, sua boca muito próxima...

_Eu também esperei muito tempo por isso._e eu não estava mentindo! Eu realmente esperei por isso, é claro que jamais imaginei que seria com Call, mas, agora, nada parecia mais certo! O sentimento que tanto almejei estava ali, lindo e incorruptível, como realmente deveria ser.

Call era doce e parecia saber o que eu queria. Logo estávamos nos beijando docemente.

Era um beijo cálido, apenas repleto de carinho e uma dosagem de amor. Não era a chama flamejante do beijo de Pedro e, muito menos, a sinfonia de canções do beijo de Caspian. Era, finalmente, o beijo que uma garota sempre sonhara: moldado em carinho e afeição...


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Notas finais do capítulo

Desculpe o capítulo Flores, vou me empenhar no próximo. Se quiserem comentar será maravilhoso. Beijos!



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