Até Que Meu Coração Pare De Bater... escrita por Vany Myuki


Capítulo 5
Esperança


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto, mais prometo compensar no próximos ;D



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P.O.V Suzana

Uma batida ecoou na porta fazendo-me sobressaltar de susto.

Ainda estava muito abalada, na verdade a palavra deveria ser decepcionada, mas, de alguma maneira, eu deixei que ele seguisse seu caminho, eu pedi para que fizesse isso, não era meu direito agora exigir que parasse de me machucar e fosse infeliz, não era certo, nunca seria, afinal o laço que nos unia nunca permitiria que fossemos algo a mais do que meros irmãos.

Suspirei triste, eu teria que superar, e não seria tentando não esbarrar com Pedro constantemente que superaria.

_Entre._disse, a voz seca, sem nenhuma emoção.

Call, um rapaz muito gentil, que trabalhava na mesma empresa juntamente comigo, adentrou a sala um pouco temeroso, afinal, apesar de ser gentil, ambos sempre acabávamos por nos engalfinhar quando possível.

_Sim?_perguntei um tanto quanto melancólica, era fato que eu não conseguia demonstrar nenhum tipo de felicidade.

Call, com seus olhos de um cinza azulado sem igual, me encarou estudando-me.

_Ok, eu entrei e estou a praticamente dez segundos dentro do mesmo cômodo com você e, por incrível que pareça, você ainda não arranjou algo para começar uma discussão, está doente?_disse ele debochado, enquanto depositava alguns papéis em minha mesa.

Eu não fiz nem questão de responder sua pergunta, apenas peguei os papéis e comecei a analisá-los cuidadosamente, tentando ao máximo me focar nos números à minha frente.

_Uau, deve ter acontecido algo bem ruim mesmo, estou certo?_perguntou a voz de Call ainda carregada de deboche.

Suspirei exasperada, ele sempre tinha esse efeito sobre mim, tirar-me do sério era, de fato, uma especialidade dele.

_É por isso que temos brigas sem tréguas, você é muito intrometido!_disse, tentando soar indignada, mas a tristeza que estava em mim era ainda maior, fazendo com que parecesse uma lamúria em minha voz.

Call arqueou as sobrancelhas, um pouco espantado. Não era a mesma falsa perplexidade de sempre, era algo que nunca ele deixara transparecer, pelo menos em minha frente.

_Desculpe por isso, acho que o assunto é sério mesmo._disse educado, fazendo-me esbugalhar os olhos de surpresa. Desde quando ele era educado comigo?!

Ele notou minha surpresa e sorriu, mas seu sorriso era sincero, generoso, definitivamente era um sorriso que jamais pensara que ele dirigiria à mim.

_Sim, e por favor eu preciso ficar a sós..._eu deixei que as palavras morressem, não tinha mais força para pronunciá-las.

Eu senti algo tocar em minha mão, rapidamente olhei para a mesma e Call estava lá, segurando-a, tendo contato com minha pele...

Olhei com cuidado para ele, pensando que talvez se tratasse de mais uma de suas brincadeiras sem graça.

Engano meu.

A perplexidade continuou por inundar-me ainda mais, pois Call engoliu em seco quando nossos olhares se conectaram.

"É isso!"

Meu coração deixou uma pequena chama de esperança se acender, indicando que tudo poderia ser mudado, bastava apenas uma iniciativa minha.

_Gostaria de sair Call? Quer dizer, sair para um café...sei lá._soltei diretamente.

Ele era minha saída, era ele que faria tudo poder ganhar sentido novamente.

Call ofegou levemente, não era algo que ele esperava ouvir.

Aos poucos um sorriso fora depositado em seus lábios rosados, deixando-o ainda mais meigo.

Reprendi-me por achá-lo meigo, afinal à poucas horas nos odiávamos, mas agora parecia que ele nutria um sentimento por mim, algo que o fazia estar sempre com pedras prontas para me atingir.

_Séria ótimo._disse ele sincero, como nunca havia visto o mesmo ser.

Ainda com as mãos entrelaçadas e com olhos fitando-o, sorri, aliviada por saber que ainda restava-me uma esperança.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e lembre-se: comentários fazem bem a quem escreve e melhor ainda a quem ler *-*
Beijos!