Wakeru escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 6
Capítulo 5 - Algumas Horas....


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa, eu tinha colocado o nome do cap errado, mas já tá arrumado tá.
Boa leitura!



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 “Vi o que vi, ouvi o que ouvi, e minha alma adoeceu diante disso. E mesmo agora, quando essa visão se esfumou diante de meus olhos, pergunto-me se creio nela e nada posso responder.”

O Médico e o Monstro -Pág.88

 Kaoru POV

Estava no laboratório, fazia exatamente uma semana que eu vinha tentando refazer a Wakeru, mas tinha muito trabalho e quase não consegui terminar.

Mas graças à ajuda do Shinya-san, que terminou o trabalho dele antes de mim, consegui terminar o serviço, e começar a refazer a formula.

- Pronto terminamos Kaoru-san! – sorriu Shinya.

- Obrigado, Shinya-san. Desculpe-me por fazê-lo trabalhar o dobro. – sorri sem jeito.

- Pode contar comigo quando quiser, Kaoru-san! Vou indo, vai ficar? – Perguntou

- Vou ficar, não se preocupe. – sorri

Ele saiu da minha sala.

Fiquei lá, um pouco entediado, ainda eram onze e meia, e o Kyo-san, não estava no beco.

Abri algumas gavetas e achei meu maço de cigarro...

Sei que estava sem fumar a dois meses, mas o tédio me forçou a isso...

Acendi e fiquei lá contemplado a fumaça que eu soltava pro alto.

Olhei para meus braços... Minhas tatuagens... Tempo de rebeldia que eu carregaria para sempre. Acho que o Kyo apenas está passando por uma má fase, deve estar passando por algum problema.

Olhei para a janela, lá estava ele, encolhido, estava frio lá fora, e ele só com uma camisa, que por um milagre estava fechada. A rua estava deserta. Abri a janela... O vento frio bateu em meu rosto.

- Kyo-san – gritei.

Ele olhou para cima, e se levantou, atravessou a rua, e logo estava na porta da minha sala.

- Terminou o negocio? – perguntou ele, percebi que seu rosto estava vermelho.

- Está tudo bem? – perguntei indicando a ele minha cadeira.

- Estou. Anda, cadê o bagulho... – ele seguiu até a cadeira e se sentou.

- Calma, você parece febril. – disse

- Não vou morrer por causa disso. – respondeu com a má educação rotineira.

Fui até o armário e peguei um dos frascos.

- Quem era aquele rapazinho com você, Kyo-san? – perguntei esperando que ele não me respondesse.

- Meu irmão. – ele disse

Me surpreendi por ele ter me respondido, mas imaginei que fosse algum parente dele mesmo, por que era parecido.

Entreguei o frasco e ele bebeu, dessa vez ele se transformou mais rápido, e logo Tooru estava lá, com seus olhos azuis curiosos e infantis. Olhei meu relógio Duas e meia da manhã.

- Olá Kaoru-san! – sorriu.

- Olá Tooru, como está se sentindo? – perguntei.

- Um pouco cansado, e com frio. – respondeu encolhendo os braços sem tatuagens agora.

- Bom, não tenho nenhuma blusa pra você aqui.

- Tudo bem,já vou me acostumar com a temperatura. – sorriu com os dentes certos.

- Como é dividir o corpo com alguém como o Kyo? – perguntei

- Horrível, quando ele se droga, ai que eu ‘deixo’ de existir mesmo.

- O irmão... O seu irmão, você gosta dele? – Não conseguiria tratar o Tooru como se fosse alguém que não fosse parte da família do Kyo, querendo ou não ele fazia parte daquilo.

- Sim, quando o Kyo está perto dele, eu posso controlá-lo um pouco, e fazer ele falar pelo menos educadamente com o Jun.

- Então o nome do seu irmão é Jun...

- Sim... – disse ele ainda explorando o laboratório com os olhos curiosos.

- Por que você não anda pelo laboratório já que está tão curioso. – sugeri sorrindo.

- Posso?

- Claro, bisbilhote o que quiser, eu vou anotar algumas coisas. – disse pegando minha caderneta.

Ele se levantou e foi andando pelo laboratório

- Isso tudo é tão legal... Há quanto tempo você é químico?

- Acho que alguns anos, Tooru-san... Eu sempre observei meu pai trabalhando com isso, por isso acho que desde pequeno tenho noções de muitas coisas sobre o assunto.

- Por que você tem tantas tatuagens quanto o Kyo?

Ele gostava de perguntar, e isso era engraçado.

- Fiz há uns cinco anos atrás... Assim que meu pai morreu... Fiquei revoltado, mas durou apenas uns dois anos, logo melhorei. As tatuagens são lembranças, que quis deixar em mim mesmo. – sorri voltando a atenção para a caderneta.

- O Kyo me bloqueou quando tinha doze anos...

- Por quê? – perguntei sem tirar os olhos do papel.

- Por que ele sofria na escola, e o padrasto dele não gostava dele, o tratava como um lixo.

- Ele sofria maus tratos em casa?

- Sim, às vezes para defender o Jun, que sempre foi o mais frágil.

- Entendo... – disse terminando de escrever.

- Kaoru-san, posso andar pelos corredores?

- Sim, eu te acompanho... – disse me aproximando dele.

Saímos da minha sala, e ficamos andando pelos corredores.

- Kaoru-san? – Shinya tinha voltado. Me assustei com isso.

- Shinya-san, você por aqui essas horas – disse

- Esqueci alguns arquivos, mas quem é seu amigo? – perguntou ele olhando para Tooru.

- Sou Tooru, estou só conhecendo o laboratório. – sorriu

Ainda bem que ainda era Tooru que estava ao meu lado, se fosse o Kyo já tinha mandado o Shinya para o inferno.

- Tooru, espero que esteja gostando de conhecer aqui, realmente é um lugar curioso. – sorriu ele abrindo a porta da sala dele.

- Até mais Shinya-san – disse Tooru indo para meu laboratório.

- Até mais Shinya-san. – repeti

- Até mais, meninos. – ele entrou na sala dele.

- Tooru, você ainda está se sentindo bem? – perguntei, já havia se passado um bom tempo desde que Kyo-san tinha tomado a Wakeru.

- Estou... – disse ele se sentando na minha cadeira.

Shinya veio se despedir de nós, e continuamos conversando por mais algumas horas.

Quando Kyo ‘resolveu’ voltar. Assim que percebi a mudança, corri para o caderno e anotei a duração.

- Que merda...  Quanto tempo fiquei desligado? – disse Kyo olhando para todos os lados.

- Por duas horas... – respondi automaticamente

- Duas horas! – ele me olhou impressionado. – Duas horas com o Tooru no comando?

- Sim.E Kyo-san, me responda uma coisa.. Você consegue saber o que eu e o Tooru conversamos?

- Sobre o porquê das suas tatuagens, sobre o porquê eu sou assim, sobre meu irmão, e conheceu aquele seu amigo Shinya. – respondeu – Agora me dá a grana, pra eu sumir daqui.

 - Sim... Mas ainda tenho que estabilizar a formula, não alcancei o tempo que quero.

- Sei, sei... Mas me dá logo o dinheiro, porra.  – reclamou

- Esse dinheiro você usa pra quê? – perguntei pegando a quantia do bolso

- Puta que pariu, não enche né... – disse ele pegando o dinheiro e saindo rapidamente da sala.

Dei risada, o Kyo realmente era estranho.

Kyo POV

 Peguei meu dinheiro e sai daquele laboratório .

Desci correndo as escadas e logo ganhei as ruas.

Sai procurando um lugar mais quente para ficar, quando fui surpreendido por um policial de cabelo vermelho.

- O que estava fazendo naquele prédio? – disse ele segurando na gola da minha camisa.

- Não te interessa me solta. – eu me afastei dele e o encarei.

- Me dê o que pegou de lá... – disse

- Eu não peguei nada me solta, porra! – eu já ia socar ele quando Kaoru apareceu falando que eu estava conversando com ele. O policialzinho foi embora falando que estaria de olho em mim. E quando ele virou as costas, (não porque sou covarde e sim por que não queria ficar trancado agora) lhe mostrei o dedo do meio.

- Kyo-san, se quiser ir para minha casa... - disse ele.

- Não... Vou pra minha... – menti.

Eu não ficar mais um segundo perto daquele cara estranho, ou eu o matava, ou socava até ele perder a memória.

-Até mais então... – disse ele seguindo

Fui andando sem direção, quando vi uma figura menor que eu coberta de casacos e com uma mochila enorme correndo.

- Jun? – gritei – Que merda que você tá fazendo aqui?

Meu irmão podia ser muito inútil às vezes. Ou melhor, na maioria do tempo ele age inultimente.

 - Eu vi que você está sem agasalho, e vim trazer pra você... – sorriu

- Não precisava... A velha viu você saindo?

- Não Kyo nii-san, ela não me viu... Esperei ela dormir... – disse saltitando.

Era cômico ver ele tão coberto daquele jeito.

- Como você me encontrou?

Ele me entregou a mochila, antes de me responder...

- Eu já vi você aqui muitas vezes... E pensei em te procurar aqui.

- Vem vou te levar de volta...

- Tá!

- Jun... Isso é pra você... – disse lhe entregando metade do dinheiro que acabara de ganhar.

- Você... De onde tirou tudo isso?

- Já falei que estou fazendo um trampo, e ganhei isso em troca... – respondi – Gaste só com você...

Segui até a casa com ele, esperei ele entrar para poder ir...

Coloquei o agasalho e voltei para o beco, perto do laboratório do Kaoru.


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Notas finais do capítulo

Ai o Tooru é um anjinho kkkkk agora vocês e o Kaoru sabem mais
coisas sobre o Kyo-san.
Eu sei que não citei nada, mas o policial é o Die.