Eu não consigo parar de correr, é de noite, estou a morrer de medo e por mais que tente encontrar um esconderijo para me meter não consigo. É tudo muito destapado, as árvores são largas, folgadas e muito separadas umas das outras. Nem um buraco têm para eu me deixar cair.

Olho para trás e vejo um homem que veêm atrás de mim. É um simples homem, até pode ser um simples homem de familia e nem têm cara de mau, mas assusta-me, ele têm uma faca grande e afiada na mão e diz que têm que me matar. Já o encontrei nos ultimos quatro dias na rua, e mais uns três homens estranhos. Todos eles são estranhos e de vez em quando ficam com os olhos todos pretos. Eles têm uma enorme força psiquica. Só com um dedo eles fazem-me contorçer. Eu já não sei o que fazer. Já fui apanhada três vezes, bateram-me, torturaram-me fisicamente e por dentro de mim. Não sei como eles o fazem mas fazem. Eles dizem que eu tenho um grande valor, muito forte e por isso têm que acabar com a minha existênçia. Eu já chorei, gritei, falei e perguntei o que é que eu tenho que eles querem mas tudo o que eles dizem é.

–"Temos que te matar."

É claro que eu não quero morrer. Fico assustada e só consigo fugir. Acho que já estou uma périta em fugas. Eu só quero que eles me deixem em paz. Antes de isto começar a aconteçer eu era uma simples rapariga que vivia no Texas num apartamento com duas amigas e trabalhava numa loja de musica. Um amigo que conhece o meu pai disse para eu fugir, porque mais cedo ou mais tarde ia-me acontecer coisas estranhas. Fugi para a casa desse amigo. O Bobby Singer. Um homem de perto de 50 anos, com um sentido de humor negro e por vezes imprevisivél. Ele acolheu-me e é como um segundo pai para mim. Contou-me mais coisas que o meu pai alguma vez me contou. Sou filha biológica de um homem chamado Lucifer, um anjo que se apaixonou por uma mortal. Erin. A Erin era uma rapariga linda que se apaixonou por um rapaz chamado Michael, através do Michael conheceu Lucifer, apaixonaram-se verdadeiramente e desse amor eu nasci. O Micheal é meu tio pois é irmão de Lucifer. Eles não são simples mortais ou humanos, são anjos e não vivem neste planeta. Diz-se que eles já não são melhores amigos e muito menos bons irmãos. Odeiam-se e são mais poderosos do que qualquer criatura que possa existir. O Bobby diz que todos querem destruir Lucifer, e até o Bobby também.

Não são "bons amigos". Achei isto tudo uma loucura na altura mas agora já estou mais habituada a isso pois já vi algumas coisas paranormais que eu não pensava exsitir. É por isso que também me querem matar. Porque sou filha de um poderoso anjo, logo herdei alguns dos seus dotes. Nunca fiz experiênçia alguma e nunca irei fazer. Só quero continuar a ser uma pessoa normal.

Continuo a correr, o homem continua a vir atrás de mim. Pelo que o Bobby diz é um "demónio" que está dentro do corpo de um homem, o demónio é que controla o corpo e manda nos movimentos, é estranho. No principio não acreditava em nada mas depois começei a acreditar. Os olhos pretos revelam ser o demónio. Depois á certas coisas que se pode fazer para se defender dos demónios como sal, água benta ou um simbolo desenhado ou então uma coisa mais forte. Uma arma chamada colt. Só á uma e está na pose dos irmãos Winchester. Nunca os vi mas o Bobby fala deles com muito orgulho. Sempre que ele fala deles fica com um brilho nos olhos e diz sempre estas frases.

–"São os meus rapazes." ou -"São como meus filhos."

São caçadores, (hunters), como o Bobby, só que estão mais no activo. O Bobby já contou umas histórias giras sobre eles e também contou parte da história da vida deles. Os pais deles morreram a protegé-los. O meu pai Lucifer (que eu nunca conheci) deu sangue ao Sam, de seis meses e matou a sua mãe. Desde ai o John Winchester tornou-se um caçador e protegeu-os. É tudo o que sei. Sei que são uns heróis e já fizeram muito pelas pessoas.

Voltando ao presente continuo a correr. Tirei o telemóvel do bolso e liguei ao Bobby, ele atendeu.

–Bobby? - Perguntei ofegante e demasiado aterrorizada.

–Marcy está tudo bem? Onde estás? O que se passa? - Ele notou a urgênçia na minha voz. Olhei para trás, o homem continua a vir e tudo o que eu posso fazer é continuar a correr, as minhas pernas já não aguentam mais, a qualquer momentos elas ameaçam ceder.

–Eu estou metida noutra alhada. Tenho um demónio atrás de mim. Já não consigo correr mais. O que é que eu faço?

–Onde é que estás? - Olhei á minha volta.

–Já não sei bem. Vim aos estábulos dos cavalos e foi quando ele apareçeu, começei a fugir. Estou metida na floresta.

–Ok, eu já vou para ai. Encontra um sitio para te esconder.

–Está bem. - Desliguei e continuei a correr á procura de um lugar para me meter.