When Youre Gone escrita por TaTa B-P, Babi


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Aproveitem!



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Alice tinha acabado de fechar a última caixa com os quadros e Jasper continuava avaliando as emoções de Bella, tentando inutilmente prever uma reação. Os sentimentos da vampira, que continuava parada praticamente paralisada de choque com as palavras da cunhada, eram a maior confusão.

Já estava amanhecendo quando Bella saiu de seu estupor. Jasper automaticamente ficou alerta, pois os sentimentos de Bella estavam calmos demais. Algo estava muito errado.

– Eu... – Bella começou. Ela abriu e fechou a boca diversas vezes em busca de palavras. – Alice...

Alice olhava pacientemente para Bella. Sua expressão estava calma e seus olhos mostravam o alívio que Jasper podia sentir emanando dela.

– Obrigada. – Foi o que ela disse simplesmente.

Jasper estava surpreso. Bella estava aliviada também. Será que Alice a curara? Impossível. Alice apenas sorriu e disse:

– Às ordens.

– Espero realmente que faça o turrão de meu irmão feliz. Ele pode parecer um soldado muito insensível, mas por dentro ele é um molenga. Sei que você consegue cuidar dele e até protegê-lo. – Bella disse abraçando Alice.

Jasper estava completamente confuso. Bella acabara de ser repreendida de maneira cruel e acaba de expor verdadeiramente que aceita Alice como cunhada. Ele não sabia se tinha enlouquecido, ou então a irmã que perdera o juízo. Ele continuava estático enquanto Bella avisava que iria encontrar com Esme e Carlisle para se desculpar de seu comportamento na noite anterior.

Finalmente quando ela saiu, ele olhou para a amada com o cenho franzido. Ele esperava explicações claras do que havia ocorrido ali. Ela sorriu para ele e disse:

– Você não achava a maneira certa de lhe mostrar a verdade, você queria mais é consolá-la, mas isso não iria fazer com que ela parasse de se culpar e parece que a violência vai ajudá-la. Além do mais, ela percebeu que eu apenas queria livrar você desse peso de nunca conseguir acalmá-la e fazê-la feliz. Só que você a faz feliz, Jazz. À maneira dela, é claro. Ela precisa perceber que está exagerando ela não é culpada do que quer que ela tenha feito. Ela estava cometendo um erro ao negar todos os momentos felizes que teve. Não estou censurando-a por estar infeliz e isso ela percebeu. Só queria mostrar que a vida foi, é e pode ser mais!

Jasper, ao entender o que se passara, apenas disse sorrindo ternamente:

– Vocês duas não existem.

Então eles se beijaram mais uma vez antes de abandonar aquele porão e irem ao encontro de Bella e dos Cullen. Jasper encontrou os três na sala de jogos. Esme e Carlisle pareciam imersos em uma partida de xadrez. Bella parecia entediada ao lado deles. Ao ver o irmão ela deu um salto e foi em sua direção.

– Finalmente você apareceu! Os dois não param de olhar um para o outro ao invés de olhar para o jogo! Qual é?! Eu já teria ganhado! O pior é que Esme vai ganhar e Carlisle não quer a minha ajuda! Eu vi um cheque perfeito para abalar as estruturas de Esme e então poderia “bolar” a finalização perfeita, – Ela fez aspas com a mão ao usar a gíria que ouvira uns jovens do navio dizer diversas vezes. – mas como a educação manda, eu tenho que ficar quietinha esperando o jogo acabar para ter a minha vez. – Ela reclamou como se fosse uma criança.

Alice sorriu para ela divertida e complacente. Jasper sorria com aquela cena.

– Realmente você tem razão... Carlisle vai perder. – Alice disse contendo uma risadinha. – Desde quando joga xadrez?

A curiosidade transparecia no rosto de Alice e o mesmo se via com Jasper e Bella ficou se perguntando se era por causa do sentimento de Alice ou se ele realmente estava curioso. Abandonou rapidamente o pensamento desnecessário e respondeu:

– Às vezes a eternidade pode ser bem chata, então eu resolvi aprender algumas coisas desde que me separei dos gêmeos, como etiqueta, jogos, instrumentos, línguas... Xadrez foi apenas mais um dos jogos que aprendi, mas mesmo antes de ficar sozinha, conhecia os jogos populares como as cartas, que aprendi com os gêmeos assim como ler e escrever. Acredito que desde humana fui atraída pelos livros. Via-os chegarem aos montes nas carroças para o castelo de meu senhor e adoraria saber seu conteúdo, apesar de saber que minha condição jamais permitiria. Então assim que tive a primeira chance quis aprender a ler. Mas acredito que passei a apreciar melhor tudo isso depois que controlei meu lado assassino, me separei dos gêmeos.

– Da próxima jogarei com você, pode apostar. Será bom testar suas habilidades como estrategista. – Jasper sugeriu sorrindo desafiador.

Bella estreitou os olhos e disse aceitando o desafio:

– Espere só até eu te derrotar, soldado.

Então ambos riam e se viraram ao ouvir Carlisle resmungar sorrindo:

– Perdi mais uma vez!

– Acredito que suas habilidades se limitem à medicina meu amor. – Esme provocou com um sorriso amável.

Carlisle a beijou suavemente nos lábios e devolveu:

– Acredito que a senhora conhece minhas outras habilidades, fora as médicas.

Esme deu uma risadinha constrangida e Jasper sorriu levemente com isso. Já Bella desviou o olhar da cena, entristecida. Alice acariciou o braço dela complacente e Bella sorriu fraco para a cunhada.

– Então meus filhos, o que vão fazer hoje? – Carlisle perguntou.

– Eu quero conhecer Jasper melhor, então vamos andar por aí e conversar. – Alice respondeu.

Jasper sorriu abertamente ao ser chamado de filho. Ele jamais esperara uma família maior do que ele e Bella. Isso o animou e sabia que Bella ficaria feliz em ter uma família novamente.

– Bom passeio para vocês. – Esme desejou tirando Jasper de seus devaneios.

Eles saíram juntos do salão. Bella estava sentada e apoiava a cabeça nos braços como olhar perdido no movimento das pessoas no salão.

– Filha. – Esme chamou suavemente. – Filha?

– Alice já saiu com Jasper, Esme. – Bella respondeu distraidamente.

– Eu sei disso. – Ela respondeu.

– Mas então por que... – Bella começou a perguntar.

Então Bella olhou para Esme, que sorria, com uma sobrancelha erguida, e sua voz foi morrendo à medida que ela entendia o que estava acontecendo. Ela olhou para Esme e Carlisle sem acreditar.

– É sério?! – Ela perguntou surpresa.

– Nós não queremos tomar o lugar de seus pais, Bella, apenas... – Carlisle tentou explicar.

– Eu tenho pais de novo?! – Bella perguntou esperançosa.

Esme apenas sorriu mais e abriu os braços prontos para receber Bella entre eles. Ela não pensou duas vezes antes de se jogar soluçando de felicidade para o colo de Esme. Carlisle se juntou as duas, radiante com a felicidade de Bella.

– Eu... Oh! Eu... Eu não consigo acreditar! Vocês nunca substituiriam meus pais, apenas serão eles! Eu amo você, mamãe! Eu amo você, papai! – Ela disse totalmente emocionada de felicidade.

Dessa vez foi a vez de Esme cair em prantos de felicidade e a emoção era visível nos olhos de Carlisle que simplesmente não conseguia parar de sorrir. Ela ficou quieta recebendo carinho de sua nova mãe nos cabelos e sentada no seu colo como uma criança. Aquele era o sorriso mais feliz que ela tinha em mais de um século e meio, mesmo não sendo o de antes. De repente, ela quebrou o silêncio parecendo surpresa, ao se lembrar de um comentário anterior:

– Você é médico, pai?

– Sim. – Respondeu ele tranquilamente.

– Como você consegue?! – Ela parecia admirada.

Carlisle soltou uma leve risada:

– Não sem esforço. Mas salvar aquelas vidas vale o preço.

– Um dia espero ser como você! – Ela disse parecendo novamente como uma criança.

Carlisle riu novamente e assentiu respondendo:

– Com certeza será, minha filha.

Esme assistia emocionada. Sua família estava aumentando e ela se sentia muito mais do que realizada com esse fato. E, além disso, seus filhos eram as melhores pessoas que ela um dia conhecera. Bella sorria levemente pensando nas possibilidades do futuro e em seus pensamentos prometeu: “Salvarei as pessoas para orgulhar Edward onde quer que ele esteja.”

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

– Jasper. – Alice chamou-o enquanto andavam calmamente pela popa da embarcação.

– Hm? – Murmurou ele saindo de seus pensamentos.

– Eu sei que você já me contou sobre seu passado, mas eu queria saber... – Ela se interrompeu hesitante.

– Você sabe que pode me perguntar qualquer coisa, meu amor. – Ele estimulou acalmando-a.

Eles pararam de andar e Jasper estava de frente para Alice segurando ambas as mãos um do outro. Ela respirou profundamente e completou:

– Eu queria a história completa e não editada. – Jasper ficou rígido ao ouvir o pedido e Alice suspirou balançando os braços deles de um lado para o outro. – Eu sabia que você iria ficar desse jeito. Eu sei que não gosta de falar desse assunto, mas eu gostaria de saber, aliás, a Bella sabe, não sabe? – Ele assentiu levemente e ela sorriu. – Vocês dois são iguaizinhos: ambos odeiam o passado, a única diferença é que, quem odeia abertamente é a Bella. – Ela soltou uma risadinha convencida.

– Alice, eu... Você tem razão. Você tem o direito de saber. – Ele respirou fundo. – Bem, você já sabe que eu fui do exército confederado, certo? – Ela assentiu. – Ótimo! Bem, você sabe o porquê de eu ter entrado no exército?

– Não.

– Minha mãe morreu no meu parto e no de minha irmã gêmea. – Começou ele.

– Você tinha uma irmã gêmea?! – Exclamou Alice surpresa e animada.

Jasper lançou-lhe um olhar severo e ela parou e disse:

– Ok, eu fico quieta.

– Sem interrupções? –Perguntou.

– Sem interrupções! –Ela prometeu.

– Bem, como eu disse, minha mãe morreu no parto e meu pai não se conformou com isso. Ele nos culpava pela morte dela. E eu já cheguei a pensar que ele tinha razão. Rosalie, minha irmã, foi quem mais sofreu por ver meu pai voltar, sempre bêbado, para casa e a gritar conosco dizendo o quanto éramos malditos e todo o resto de insultos que ele conhecia. Quando tínhamos dez anos, meu pai começou a bater em nós e eu me vi no dever de proteger Rosalie. – Ele deu um sorriso amarelo. – Eu apanhava por nós dois e até hoje me assusto e penso em como consegui chegar aos vinte anos sem uma sequela permanente. Quando fiz dezessete anos eu já não suportava viver daquele jeito nem mais um dia sequer. Eu era alto e bem forte e já conseguia me defender de meu pai bêbado. Eu já cheguei a brigar com ele para proteger Rosalie. Ela era o mais importante da minha vida na época. Então ela ficou noiva. Royce era o nome dele, se não me engano. Eu não gostava dele, mas ele era rico e parecia ser educado e atencioso com Rosalie, parecia fazê-la feliz. Então eu me senti seguro o suficiente para sair de casa. A única escapatória que eu encontrei foi me alistar no exército confederado.

Ele parou e respirou fundo, enquanto Alice olhava impassível para ele. Ela não possuía nenhum sentimento de pena, porém compaixão e compreensão. Ele continuou a contar com as lembranças invadindo a sua mente. Turvas, porém presentes.

– Rosalie não conseguia aceitar de maneira alguma o fato de eu ir para a guerra.


FLASHBACK ON

Eu suspirei revoltado andando de um lado para o outro do aposento em que tentava convencer Rosalie de que era o melhor para mim ir para a guerra do que ficar em casa, que era um lugar que me sufocava cada dia mais.

– Rosie, já estas noiva, tem quem te proteja do pai e logo vai estar bem longe daqui, quando se casar. Eu já vou ficar aqui, preso, mesmo se casar! Aturando esse monstro até morrer! A guerra é o único meio de partir, de ser livre! – Exclamei expondo a minha vontade, os meus anseios.

– Mas Jazz, se tu fores para a guerra, vais morrer e quem será o tio dos meus filhos? Quem vai mimá-los enquanto eu os repreendo por suas traquinagens? – Rosalie implorava com lágrimas nos olhos.

Eu odiava vê-la chorando. Ela sempre quis ser mãe e eu sempre disse que seria o tio que mimaria as crianças com presentes e os protegeria do mau-humor constante de minha irmã. Ela acreditava que ninguém voltava da guerra vivo e sabia que, se eu fosse, morreria na certa. Eu a abracei ternamente e disse, fazendo carinho em seus cabelos loiros:

– Eu voltarei Rosie querida. Eu voltarei são e salvo e vou contar as histórias heróicas da guerra. Todas as batalhas que eu ganhar, eu vou contar para meus sobrinhos lindos que vão ter o teu rosto. O rosto mais lindo de todos.

Rosalie corou levemente com meu comentário, orgulhosa, pois sabia que todos a achavam a moça mais linda de todo o Texas. Mas isso durou pouco tempo, pois ela logo voltou a argumentar contra mim.

– Mas tu não és maior de idade ainda, Jasper! Não vais poder se alistar!

– Eu vou mentir sobre a minha idade, certo? Eu acredito que sou alto o suficiente para isso. – Rebati confiante. – Não queres que eu seja livre, Rosie? Queres que eu viva o resto de minha vida sofrendo nas mãos do pai pela nossa culpa pela morte de mamãe?

Eu joguei sujo, eu sabia, mas era a única maneira que eu conhecia de fugir desse lugar que eu tanto odiava. E eu sabia que a única coisa que Rosalie não desejaria jamais para mim é morrer vivendo com o nosso pai. E essa a única maneira de conseguir a aprovação dela de meu plano. Eu nunca conseguiria partir tranquilo, sabendo que contrariei a vontade da pessoa mais importante da minha vida.

– Mas é claro que não desejo isso para ti. – Murmurou ela olhando para baixo, entristecida.

– Então me deixe partir! – Insistiu ele mais uma vez.

– Não! Jasper, entenda, deve haver outra maneira! – Exclamou ela quase em desespero.

– Não existe outra maneira, Rosie! Esse é o ponto! Se eu não for, ficarei preso aqui até morrer.

– Não posso permitir que vá para a guerra, Jazz. Não vou consentir que vá. Nunca! – Disse ela firme.

– Então serei obrigado a ir sem o teu consentimento. – Conclui com raiva e entristecido.

A única coisa que eu queria antes de partir, a única coisa que faria com que eu partisse tranquilo era o consentimento que jamais viria de minha irmã.

Então, com a face vermelha de raiva e lágrimas transbordando de seu rosto, Rosalie gritou comigo as palavras que me impediram de vê-la novamente.

– Então nunca mais me verás até que mude de ideia! Eu não vou me despedir de meu irmão, permitindo que ele vá para a morte certa!

Ela correu para o quarto dela e fechou a porta com um estrondo. Eu podia escutar o choro dela do meu quarto.

FLASHBACK OFF

– Era quase como se eu pudesse sentir sua dor. Eu acreditava que era por causa de nossa ligação como gêmeos, mas depois de vampiro, quando descobri meu dom, entendi que ele já se manifestava quando eu era humano. Ela cumpriu a palavra dela. Evitou-me e não trocou sequer um olhar comigo até eu partir. Ela não saiu do quarto no dia de minha partida, mesmo assim deixei uma carta de despedida e prometi escrever todos os dias para ela para provar que estava vivo. Quando me afastava de casa com meu uniforme e montado em meu cavalo eu pude vê-la uma última vez. Seus olhos estavam inchados por causa do choro constante que não parava de descer por suas bochechas. Aquela foi a última vez que vi Rosalie na vida e me dói até hoje ter para mim como última lembrança dela seu rosto infeliz. Sem contar que eu não voltei para brincar com meus sobrinhos e contar as vitórias da guerra que prometi. Rosalie deve ter se casado e deve ter tido sua vida feliz ao redor de seus filhos. A única coisa que me consola é essa esperança de que ela foi feliz.

Jasper se sentia triste e Alice o abraçou carinhosamente. Ela o levou para a cabine dele e de Bella e ficou fazendo cafuné nele enquanto dizia coisas tranqüilizantes para consolá-lo.

– Pode me contar o resto depois. Bella também não precisava ter despejado tudo de uma vez, mas acredito que ela seja um pouco mais impulsiva que você, certo? –Ela disse calmamente para ele.

Ele assentiu levemente e fechou os olhos soltando um suspiro angustiado. Pouco tempo depois ele abriu os olhos e disse para Alice sem tirar os olhos dos olhos dela:

– Bella não sabe com tantos detalhes sobre essa parte de meu passado. Ela nem sabe da existência de Rosalie. Na verdade, o que me prendeu a Bella é a semelhança que ela tem com Rosalie. Não fisicamente, porém nas atitudes. Ela é impulsiva, emotiva e insensível ao mesmo tempo, ela é tão amargurada quanto Rosalie, apesar dos diferentes motivos, mas ama com a mesma lealdade, intensidade, não importando se a pessoa alvo de seu afeto devolve os sentimentos com mesma intensidade ou não. Ela faz de tudo para proteger quem ama e se culpa inevitavelmente de tudo. Talvez seja por isso que se fere tão facilmente. – Ele riu fraco, divagando. – Mas o primeiro apelido que ela me deu foi exatamente o mesmo que de minha irmã e isso me chocou e me emocionou em parte. Ela é realmente como uma irmã de sangue para mim. Eu sinto como se devesse protegê-la de tudo! Assim como era com Rosalie e como é com você. – Ele fez uma pausa e respirou fundo antes de concluir a conversa. – De qualquer modo acredito que isso seja o máximo que minha sanidade consiga suportar relembrar e contar para você por hoje.

Alice assentiu levemente. Eles ficaram quietos por um tempo, apenas curtindo a presença um do outro até os olhos de Alice saírem de foco e dizer logo em seguida:

– Bella vai aparecer no quarto. E por favor, não se mexa. Eu preciso ver a reação dela em tempo real.

Jasper estranhou o pedido de Alice, porém fez o que ela pediu. Poucos minutos depois, eles ouviram uma voz melodiosa cantarolando uma melodia qualquer tranquilamente. Surpreso, Jasper identificou a voz sendo a de Bella. Estupefato, olhou para a Alice perguntando silenciosamente: “É mesmo a minha irmã lá fora?!” Alice apenas sorriu em resposta.

Bella abriu a porta do quarto despreocupadamente e deu um salto com o susto quando viu Jasper deitado no colo de Alice em um momento de ternura que Bella considerava particular. Se fosse humana teria corado enquanto gaguejava parada na porta:

– Eu... Desculpe-me. Eu... Eu... Eu não sabia. Eu... Hm... Eu já estou de saída.

Ela recuou prestes a sair, quando Alice disse, enquanto se dobrava na barriga de tanto rir:

– Não precisa sair Bella, nós já sabíamos que viria. Caramba! Isso foi melhor que a minha visão!

Jasper ria junto de Alice, porém mais controlado. Bella fuzilava os dois com os olhos. Em sua mente passavam milhares de vinganças possíveis. Mas ela sabia que mesmo antes de poder planejar algo, Alice já saberia e com certeza a impediria.

– Desculpe-me, Bella. – Jasper pediu. – É Alice, você já deveria imaginar... – Ele tentou se explicar.

– É eu sei. Todo esse negócio de energia contagiante, o sol da minha vida e etc. – Bella interrompeu o irmão revirando os olhos teatralmente. – Eu já vivi tudo isso, Jasper. – Ela deu um sorriso amarelo.

Jasper e Alice se ajeitaram e sentaram lado a lado na cama e Bella juntou-se a eles, ainda um pouco constrangida pela cena que presenciara. Depois de um curto momento de silêncio Jasper olhou para ela curioso e perguntou:

– Você realmente estava cantando alegremente lá fora, ou eu estou tendo alucinações?

Bella sorriu levemente ao lembrar-se do porquê de estar cantando alegremente. Jasper ficou ainda mais confuso.

– Quem é você e o que fez com Isabella Swan? – Ele perguntou tentando fazer graça com sua curiosidade e surpresa.

– Eu tenho uma novidade maravilhosa, Jazz! – Disse ela ignorando a piadinha.

Maravilhosa? Desde quando palavras desse tipo entram em seu vocabulário, Bella? – Ele continuou a perguntar.

– Dá para calar a boca e me escutar, imbecil?! – Bella se estressou.

Alice ameaçou abrir a boca para falar alguma coisa quando Bella interrompeu-a também:

– Eu sei que você já sabe Alice. E eu também já sei que quer estar aqui quando eu for contar, mas eu ainda acho que posso reivindicar a atenção de meu irmão para mim. – Ela acrescentou quando viu Alice abrir a boca novamente.

Um bico apareceu no rosto de Alice e ela cruzou os braços na frente do corpo em uma atitude infantil. Jasper riu e beijou delicadamente os lábios dela dizendo:

– Logo correrei para seus braços, meu amor.

Bella lembrou que Edward dizia essa mesma frase para ela quando precisava sair por algum motivo qualquer. O buraco em seu peito queimou e ela olhou para baixo mordendo o lábio inferior impedindo que o choro escapasse. Aquele era o momento de Jasper e ela não podia estragar.

Assim que Alice saiu ainda um pouco emburrada, Jasper voltou sua atenção para Bella, que por sua vez, olhava pela janela, controlada. Ele chamou sua atenção para si e disse:

– Desculpe por isso. Sei que traz lembranças.

– Não se preocupe, é sério. Vai ficar tudo bem. Além do mais, é seu momento. -Ela concluiu encorajadora.

– Então qual é a novidade tão maravilhosa? – Ele perguntou, mudando rapidamente de assunto.

A face de Bella rapidamente relaxou e um pequeno sorriso tomou conta de seu rosto. Então ela disse:

– Carlisle e Esme fizeram uma coisa maravilhosa hoje. – Ela começou. – Eu sabia que você seria adicionado à família, mas jamais imaginaria que eu teria pais de verdade algum dia.

Jasper ao entender o que Bella estava contando sorriu e disse:

– Eu avisei que eles jamais a deixariam sozinha. Eu avisei que jamais a deixaria sozinha. O que aconteceu?

– Quando vocês saíram, Esme me chamou, porém eu acreditei que ela estava chamando Alice, pois ela me chamou de filha, mas então ela e Carlisle disseram que queriam me ter como filha e que me amavam como tal. Oh Jazz, é tão bom ter uma família de novo! Ter pais de verdade e...

Bella dizia enquanto deitava. Ela estava tão empolgada. Jasper apenas ria da felicidade de Bella. Ele nunca a vira tão feliz desde que a encontrou em Chicago.

– Mas Bella, você já teve pais. Quando humana.

– Correção, Jazz. Eu tive um pai adotivo quando humana.

– Como é? – Ele perguntou confuso.

Cada dia que passava, cada vez que as situações forçavam Bella a revelar seu passado, ela revelava surpresas, informações e misteriosa que ninguém esperaria. Ela preferiria manter tudo para si, mas a partir do momento que começou a contar, parecia sempre impelida a contar mais. E Jasper descobria que, apesar do tempo que vivera com Bella, o quão pouco que ele sabia sobre ela.

– Eu o considerava como meu pai, mas ambos sabíamos que eu não era. Ele sempre deixou claro. Minha mãe adotiva eu não tive tempo de conhecer “direito”, pois ela morreu quando eu era bem pequena. Eu nunca soube de meus pais. Charlie apenas me disse que fui abandonada na floresta e ele me achou enquanto procurava lenha. Sua esposa estava junto dele e insistiu para que ele ficasse comigo. Ele me criou e me tratou com o a seus filhos, mas eu sabia que não me amava como amava a eles. Mesmo assim eu os amava como se fossem a minha família de sangue.

– Mas você disse que Carlisle e Esme eram seus primeiros pais de verdade. Eles também são seus pais adotivos. – Apontou Jasper confuso, a teoria sobre Bella amar com intensidade mesmo não sendo retribuída se confirmando.

– Sim. – Ela confirmou. – Mas são os primeiros que eu sinto que me amam de verdade. E eu os amo mais do que amava meus primeiros pais adotivos. Assim como eu amo você e Alice. – Ela disse dando de ombros.

Jasper se sentia emocionado e feliz ao ver o quanto Bella se importava e o quanto ela estava feliz com a nova família deles. Tudo o que ele desejava é que, aos poucos ela superasse mais a dor da perda de Edward que sempre estaria presente nela, mesmo que ela tente evitar.


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Notas finais do capítulo

Um pouquinho mais de histórias tristes pra vocês! Espero que gostem e/ ou comentem! Bjus
Babi: Eu estou adorando a fic, acho ela muito boa, espero que vocês também. Beijos