When Youre Gone escrita por TaTa B-P, Babi


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, não tenho muito a falar, mas espero que gostem =D



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Jasper e Bella ficaram deitados na mesma posição até Bella expulsá-lo da cabine para poder se trocar, porém ele não ficou fora muito tempo, ela se trocara rapidamente e logo Jasper pôde entrar para se trocar e Bella saiu.

Só que Bella não ficara parada no corredor e subiu para andar um pouco pelo navio. Ela não prestou muita atenção nas pessoas e andou entre os corredores do navio sem saber ou se preocupar para onde iria. Quando se deu conta estava na proa da embarcação. Ela olhou para todo o espaço a céu aberto e se aproximou da grade na ponta do barco.

Ela se apoiou na grade e sentiu o vento bater em seu rosto e bagunçar seus cabelos. Depois ela olhou para frente, para o horizonte e só viu água até onde sua vista aguçada pôde alcançar. E então seu olhar se voltou para a água e observou como o barco cortava as águas. De repente ela se imaginava caindo nessa água gelada do norte e se imaginou afundando tranquilamente naquela escuridão e imensidão azul como uma folha cai da árvore até o chão. Seu pé se levantara automaticamente se apoiando na primeira barra da grade.

Ela foi subitamente arrancada de seus devaneios quando os dois braços fortes, duros e frios de Jasper a puxaram da grade e então ele exclamou desesperado e um pouco irritado:

- Será que eu não posso deixar você sozinha um minuto que você tem idéias suicidas, Bella? O que você tinha na cabeça? Pular na água não vai te matar, droga! Só vai me dar dor de cabeça!

- Mas, mas eu não ia pular! – Exclamou ela confusa e consternada.

- Lógico que ia! Alice viu você pulando.

Bella fitou Jasper mais confusa ainda, porém quem respondeu às perguntas silenciosas dela foi uma vampira de estatura baixa e de feições absolutamente delicadas. O cabelo era curto num corte Chanel, seus olhos tinham cílios longos e brilhava num dourado intenso, apontando sua dieta, seu nariz era pequeno e arrebitado e sua boca era fina e delicada. A primeira coisa que passou na mente de Bella foi uma associação com fadas.

- Eu posso ver o futuro, Bella. Você podia não estar ciente de sua decisão, mas estava suficientemente decidida para minha visão se consolidar, ou seja, se Jasper não tivesse te puxado você iria pular. A propósito, sou Alice. – Ela sorriu para Bella.

- Tem noção do trabalho que ia nos dar e a atenção que iria chamar para cima de nós se seguisse seu impulso suicida? Você sabe que não vai morrer mas mesmo assim insiste em me matar de preocupação.

- Desculpe-me. – Ela murmurou compreendendo finalmente o erro que seu inconsciente amargurado ira fazê-la cometer.

Bella suspirou resignada e assentiu. Alice os levou até uma das cabinas de luxo e convidou-os para entrar. Sentados nos sofás estavam dois vampiros, também vegetarianos, por causa dos olhos dourados. Um deles tinha cabelos loiros e olhava para Alice com ternura e sorriu simpático para os visitantes. A outra vampira tinha cabelos de um tom de chocolate que iam ondulados até os ombros, seu rosto tinha forma de coração. Ela sorria maternalmente para todos.

- Mãe, pai, esse são Jasper e Isabella. Jasper, Bella esses são meus pais Esme e Carlisle. – Alice apresentou-os.

Carlisle e Esme se levantaram e foram em direção aos convidados. Eles sorriram para os convidados e Carlisle cumprimentou Jasper enquanto Esme cumprimentou Bella.

- É um prazer, Jasper, Alice falou muito de você.

Nesse momento Jasper sentiu um sentimento de constrangimento exalar de Alice, enquanto ela gritava:

- Pai!

Jasper riu de contentamento por deixar Alice com vergonha, mas ao mesmo tempo estranhou esse fato, essa reação. O que estava acontecendo com ele?

- É um prazer conhecê-la, Isabella! – Esme disse abraçando Bella que ficou parada no mesmo lugar sem reação.

 A única resposta ao cumprimento foi:

- Apenas Bella, por favor. – Sua voz saiu fria.

Esme e Carlisle se sentiram constrangidos e incomodados com a reação de Bella, mas Jasper rapidamente deixou o ambiente mais confortável e se desculpou pelo comportamento de Bella.

- Desculpem a minha irmã. Desde que a encontrei ela tem... Uma dificuldade em expressar sentimentos.

-Ela também tem um instinto suicida... – Alice comentou de um canto.

Carlisle e Esme assentiram compreendendo, mas ignorando o comentário de Alice e notando Bella fuzilar a baixinha com os olhos.

Logo o dom de Jasper já tinha deixado todos confortáveis e eles começaram a conversar. Bella se manteve um pouco afastada, mas Jasper sempre achava um jeito de arrancar um comentário monossilábico dela, que também reparara no brilho nos olhos do irmão e Alice quando seus olhares se encontravam.

Em um momento ela se levantou e murmurou:

- Vou voltar para o quarto.

Jasper se levantou imediatamente percebendo os sentimentos da irmã.

- Quer que eu te acompanhe?

Ela nem se deu ao trabalho de responder. Seu olhar já dizia a vontade dela. Alice disse acenando alegremente como se nada estivesse acontecendo:

- Tchau! Até amanhã!

Ela, sem responder ao cumprimento, saiu do quarto. Ao chegar à sua cabina ela desabou na cama e ficou chorando. Ver todo o amor que eles tinham entre si fez ela se lembrar de Edward e de toda a besteira que fizera levando ao trágico acidente que o matou. Então, tentando se controlar ela pensou em um lado bom da história.

 “Pelo menos ele não precisará se ocupar o tempo todo comigo.”

Mas também sentia medo que ele a abandonasse para viver com Alice. Ela não saberia como viver se aquilo acontecesse. Só que queria que o irmão fosse feliz e ele com certeza não era e jamais seria feliz com ela por isso achava Alice perfeita para ele.

Quando estava mais calma Bella se sentou ao lado da pequena janela e ficou observando o mar e o céu cheio de estrelas. Algumas horas depois Jasper entra no quarto e se senta ao lado de Bella, porém ela continua a olhar o céu que nesse momento começava a clarear com os primeiros raios de sol. Ele foi direto ao assunto.

- O que foi aquele desespero nos Cullen?

- Não foi nada. O de sempre, na verdade. - respondeu ela dando de ombros, sem olhar para ele.

- Olhe para mim, Bella. – Ela finalmente se virou para ele. – Agora me diga a verdade.
Bella deu um longo suspiro e se controlou para não cair no choro novamente enquanto contava tudo para Jasper.

- Eu senti medo.

- Isso eu também percebi.

- Eu percebi o amor que une aquela família e o amor que une você e Alice. -A expressão de Jasper era de pura descrença, mas Bella não parou. - Eu vi nos seus olhos. Melhor do que você, eu sei o que é estar apaixonado, o que é amar alguém como se sua vida dependesse disso. Era assim que eu amava Edward e de certo modo ainda amo. Sua vida seria bem melhor e mais feliz se você se juntasse aos Cullen e ficasse com Alice. –Ela deu uma curta pausa e sua expressão mudou para uma resignação consternada. –Qual é?! Todo mundo sabe que eu pareço mais uma velha rabugenta do que qualquer outra coisa. –Outra pausa e então sua voz voltou a ficar branda. –Você precisa de uma vida, Jasper, e essa deve ser ao lado de Alice por isso quero que se junte a eles, mas ao mesmo tempo tenho medo de ficar sozinha. Sozinha e sem ter você para me consolar e me controlar depois de uma crise, ou você para me impedir de fazer mais besteiras, ou para ser meu apoio. Jasper, eu ainda não sei como vou viver quando você for embora. Não estou pronta para o dia em que você vai me deixar. Na verdade eu nem sei se estarei pronta algum dia. – Ela murmurou derrotada e angustiada.

Jasper olhou para ela com pura descrença, porém com compreensão. Ele abraçou Bella e disse emocionado:

- Bella, que raios levaram você a pensar que eu irei te abandonar algum dia? Por mais que me entristeça muito ver você todo o dia infeliz, não quer dizer que serei mais feliz sem você ao meu lado! Você é a minha irmã e é meu dever e minha vida tomar conta da sua vida. Por mais que eu ame Alice, – Ele admitiu, sem perceber. – eu jamais deixaria você para trás. E Bella, acredite, os Cullen gostam muito de você. E se por ventura eles nos convidarem para nos juntarmos a eles, pode ter certeza que você vai junto! Ou acha que ia se livrar de mim assim tão fácil? – Finalizou ele tentando fazer piada.

Bella começou a chorar de alívio, pois Jasper tirou um peso enorme de seus ombros.

- Oh Jazz! Eu te amo tanto meu irmão!

- Eu também, Bella, eu também. – Respondeu ele fazendo cafuné na cabeça dela.

Depois de um tempo, os dois estavam silenciosos olhando pela janela e Jasper continuava fazendo carinho em sua cabeça quando quebrou o silêncio:

- Acho que agora eu posso entender um pouco o que sente. Não sei se aguentaria se Alice morresse. Eu andei pensando nisso ultimamente.

- Você tem sorte, Jazz. Alice é praticamente inquebrável. Ela não vai morrer nunca. Já Edward era humano e eu me recusei a transformar ele. E essa relutância o matou, tirou ele de mim. O pior é que eu não sei se isso é um castigo por ser esse monstro, ou uma punição por não ter transformado Edward ou então ambos. Eu só não queria condenar a alma dele e tirar o que ele tinha e eu não: humanidade. Ele podia dormir sonhar, comer, viver entre as pessoas sem elas te admirarem pela sua beleza sobrenatural ou então se afastarem, por no fundo saberem que somos perigosos... Ele tinha tudo o que eu sempre desejei voltar a ter a capacidade de fazer. E me estarrecia o modo com que ele queria jogar tudo aquilo fora como se fosse algo descartável e até incômodo! Ele desejava ser um monstro. Talvez o meu erro seja nunca ter contado a ele sobre minha transformação e meus primeiros anos. Assim eu poderia mostrar para ele o erro que ele estaria cometendo ao se transformar. Eu queria ter a humanidade que ele tinha. Queria que ele vivesse essa humanidade por mim.

- Mas Bella eu... Eu não entendo o que aconteceu! Por favor, me conte, eu quero entender! Eu quero poder te ajudar! Você tem idéia do quanto é desgastante passar horas, dias pensando qual pode ser o seu problema e não poder ajudar? Sabe o quanto me machuca o sentimento de impotência diante a sua dor? – Jasper pediu aproveitando também esse desabafo e exaltação de Bella, porém temia que fosse pedir demais dela e, a qualquer momento, ela podia voltar a se fechar em sua máscara de serenidade e guardar tudo aquilo só para si e ele nunca mais tivesse uma oportunidade daquelas.

- Ah Jasper. Aquele foi o pior dia de minha existência depois de minha transformação. Ele me pedira novamente para ser transformado e eu neguei. Nesse dia ele ficou furioso...

FLASH BACK ON

- Bella, o quanto você me ama? – Edward perguntou se virando para ela.

Sua expressão estava séria e seus olhos continham uma sombra deixando Bella apreensiva. Seus olhos verdes estavam sólidos, duros olhando fixamente para os olhos negros de Bella perfurando seus pensamentos e suas almas, sondando cada sentimento dela.

Bella estranhou a pergunta, mas não hesitou em responder:

- Daria a minha vida por você se quisesse.

- E se eu morresse? – Tornou a perguntar sem hesitar e sem interromper o contato visual um momento sequer.

- Eu morreria em seguida. Mas por que me faz essas perguntas, Edward?

- Bella, você não entende que eu vou morrer um dia? Vou envelhecer e morrer, isso se nenhum acidente de percurso acontecer! Eu não suporto a idéia de ver você tirando a sua vida por mim, entende? Eu quero viver toda a eternidade ao seu lado, Bella. Eu preciso que me transforme. Deixou de ser uma vontade, é uma necessidade, Bella. Consegue entender isso?

Edward se levantou e Bella também e exclamou consternada e desesperada:

- Jamais irei te transformar, Edward. Eu não irei sacrificar a sua alma e não te transformarei num monstro! Jamais tirarei a sua humanidade! Prefiro morrer ao fazer isso! Recuso-me a ser culpada por mais essa desgraça!

- Desgraça? Minha transformação seria uma desgraça, Bella? Qual foi a outra desgraça, hein? Conhecer-me? É isso? – Bella negou veemente com a cabeça. – Você teme pela minha alma? Minha alma não me importa! Ela é sua! Sua, Bella!

- Não é só isso Edward. – Bella negou balançando firmemente a cabeça. – Você irá perder várias experiências e sensações que não se têm como vampiro.

- Eu não preciso dessas experiências, Bella. O que eu não quero é morrer e perder você!

- Você não vai me perder! Temos uma vida longa juntos pela frente, Edward, além disso, eu não vou deixar que você morra antes.

- Vai fazer o que então? Vai esperar eu estar morrendo para tomar uma decisão? Vai esperar eu morrer e vai se matar? Isso é doentio! Você tem a eternidade inteira a sua frente e não quer que eu a viva com você! Você vai se privar dessa eternidade só para me manter humano! Você vai acabar me perdendo, Bella. Eu vou morrer e você não vai poder fazer nada. Vai passar o resto de seus dias, anos, séculos, milênios, que seja arrependida por não ter me transformado, se afogando em dor por ter me perdido e eu nunca iria querer isso para você Bella. Eu te amo e não preciso de nada mais que você para viver. O resto não importa! Apenas me transforme e assim poderemos ficar juntos para sempre.

Edward estava furioso e magoado. Por que Bella se negava tanto a transformá-lo? Sua alma não importava nada para ele, nada que era humano e mortal lhe interessava, não se Bella estivesse ao seu lado e ele estava cansado de dizer isso para ela. Será que ela não o amava o suficiente para tê-lo pela eternidade?

- Não, Edward! Esqueça isso. Essa discussão se encerra aqui para sempre. – Bella gritou consternada.

Só a possibilidade do que Edward relatava acontecer a deixava em agonia; Só a idéia de Edward morto a deixava maluca, mas não podia em circunstancia alguma arriscar aquilo que ele ainda tinha e queria tanto abrir mão. Ela julgava ser uma insanidade, uma inocência sem tamanho vinda de Edward para querer algo assim, desistir de sua humanidade.

Edward, compreendendo erroneamente as palavras dela, marchou até a porta e disse antes de sair:

- Então você não me ama o suficiente.

Edward não conseguia enxergar e entender que Bella queria protegê-lo do seu mundo, de sua maldição, mas tudo o que fazia só trazia mais dor para ambos. Porém Bella era demasiadamente orgulhosa e teimosa em suas decisões e conceitos e jamais daria o braço a torcer, principalmente em seu estado alterado como estava agora. Então, agindo impulsivamente, Bella respondeu fria:

- Se é assim que você pensa, então não temos mais nada para conversar.

Porém ela se arrependera das suas palavras assim que as pronunciara. Ouviu Edward sair com a carruagem e pensou em impedi-lo, mas achou melhor deixá-lo ir e esfriar a cabeça. Enquanto esperava ficou pensando no que Edward lhe dissera. Ele queria viver com ela eternamente, ela também queria isso. Mas ela jamais faria algo tão egoísta a ponto de sacrificar a alma dele, a humanidade dele, para ficar com ele para sempre.

Ela decidiu que o faria entender seu ponto de vista de um jeito menos violento, pois não queria perdê-lo e se arrastaria se necessário fosse para pedir seu perdão. Precisava contar sobre sua transformação para ele. Revelar tudo aquilo que quis esconder.

FLASH BACK OFF

- Eu esperei por horas, até que começou a cair uma tempestade. E ele não voltava. Eu comecei a me preocupar e a ficar desesperada. Então eu resolvi ir atrás dele. Corri por todos os cantos da cidade. Até que na estrada ao lado de um desfiladeiro, na margem do grande lago, eu encontrei a carruagem tombada, pendendo em sua margem. Desesperada eu puxei a carruagem e abri a porta. Mas não tinha ninguém dentro. Então eu me lembrei que era Edward quem estava conduzindo-a. Ele havia caído no lago, que era fundo e eu não sabia se ele sabia nadar e, mesmo se soubesse Edward não conseguiria naquela tempestade e caindo daquela altura. Mesmo assim, eu mergulhei na hora e nadei por todos os lugares possíveis e por muito tempo. Mas não o achei e, naquele momento, ele já deveria estar morto. Tudo por causa da minha maldita relutância em transformá-lo. Se tivesse feito o que ele me pediu, nós estaríamos juntos até hoje. Ele tinha razão. Agora passo o resto de minha eternidade mergulhada em dor.

Bella parou a narração ofegante. Nunca revivera aqueles momentos angustiantes com ninguém e tão abruptamente. As memórias e imagens vinham com rapidez e força. Jasper a encarava, estupefato, seus sentimentos o deixavam nocauteado e desnorteado. Sabia que Bella sofria pela morte do Edward, mas nunca entendera porque ela sentia culpa. Ela se julgava culpada pela discussão que levara à morte do Edward. Ela achava que sua relutância havia tido o resultado previsto. A morte de Edward e a separação dos dois.

- Bella. – Jasper disse, procurando palavras para consolá-la, mas ele mesmo estava estarrecido demais para pensar em algo útil para dizer.

- Quando você me impediu de me jogar naquela fogueira eu estava num momento de hesitação. Eu pensava no que Edward havia me dito sobre não suportar ver-me sacrificando minha vida pela dele. Eu não queria decepcioná-lo, mas queria ficar com ele. Às vezes eu me arrependo amargamente por não ter pulado no fogo enquanto ainda havia tempo. Com sorte, estaria com ele agora. Ou no inferno, onde é o meu lugar. – Murmurou amarga.

- Ah Bella. Eu sinto tanto! Mas entenda não deve se culpar. Edward começou a discussão e saiu de casa naquela noite. As decisões que selaram a... A... A vida, o destino dele, tudo isso partiu dele.

- Mas eu podia ter impedido. – Bella rebateu soluçando no ombro dele. – Eu também discuti com ele. Fui teimosa, rude e agressiva. Era eu quem tinha maturidade ali. Qual é?! Eu tinha mais de 300 anos na época e agi feito criança! – Ela grunhiu e outro soluço saiu. – Eu permiti a morte da pessoa mais importante da minha vida. Você deveria ter nojo de mim, Jazz.

- Eu jamais teria nojo de você, Bella. – Ele disse carinhosamente, a voz carregada de sentimento.

- Mas eu o matei! Eu sou uma assassina! – Gritou ela, chorando com mais força.

- Bella, você não é uma assassina. Olhe para mim! – Disse ele firme com a voz um pouco alterada. Rapidamente ele se corrigiu. – Isabella. – Disse o nome dela lentamente – Você não é culpada pela morte de Edward. Por mais que se sinta culpada, por ter discutido com ele e não tê-lo transformado, não foi você que pegou a carruagem e disparou até cair de um penhasco. Não foi você que jogou ele para fora de casa, na chuva depois da discussão. Isso tudo foi escolha dele e não culpa sua.

Bella assentiu compreendendo, mas mesmo assim não se sentiu totalmente convencida e o irmão notou isso, pois a culpa ainda estava lá com a mesma força e intensidade de sempre. Jasper respirou fundo e, por fim, suspirou resignado e ficou fazendo cafuné na cabeça dela.

Seus pensamentos voavam pela narrativa de Bella e para os quadros que ela pedira para ele guardar. Dois ficaram marcados em sua mente. Em um deles estava um jovem de uns 20 anos com os cabelos cor de uísque totalmente revolto pelo vento que deveria estar soprando no momento em que o quadro fora pintado, os olhos incrivelmente verdes brilhavam e pareciam sorrir para quem o observava, ou para quem o pintava. Seus lábios sustentavam um meio-sorriso e seu rosto era corado como se exalasse saúde. Aquele rapaz, Jasper supôs ser Edward.
O outro quadro, Jasper quase não acreditou que era autêntico e não fruto da imaginação do pintor. Bella estava com um vestido de cores claras, o que ela nunca usou desde que Jasper a conhecia, e sorria de uma maneira que Jasper jamais imaginaria que Bella algum dia faria, amargurada como ela era, esse era um sorriso autêntico, brilhante, extasiado. Um sorriso capaz de iluminar qualquer ambiente. Bella parecia ser outra pessoa. Ela sorria e olhava na direção do mesmo jovem do primeiro quadro, que estava vestindo um traje de gala da época, seus cabelos estavam penteados para trás deixando-o elegante. Ele também usava uma cartola e segurava na mão uma daquelas bengalas elegantes. Ele também sorria com os olhos verdes presos em Bella. Eles pareciam alheios ao que estava acontecendo, como se estivessem em outro mundo, só deles. Eles estavam separados apenas pelos últimos degraus da escada que Jasper reconheceu ser do palacete de Bella em Chicago.

Ambos pareciam tão felizes. Jasper não conseguia acreditar como o destino pôde ser cruel a ponto de matar alguém tão jovem e acabar com uma história de amor tão intensa. Somente pelos quadros que viu, Jasper pôde perceber como o mundo de Bella parecia girar em volta do humano. Vários quadros tinham Edward como centro e, Bella estava ou mais afastada, ou nem aparecia, ou estava à sombra de Edward. Eram raros os quadros em que Bella era o centro quando Edward estava junto dela. O quadro que Jasper considerara o mais íntimo do casal era um que, ambos estavam em um jardim onde havia uma árvore e um balanço pendia de um dos galhos. Edward estava sentado nele e Bella estava em seu colo. Ele abraçava delicadamente a cintura dela e ela apoiava a cabeça em um dos ombros dele. Edward a olhava sorrindo, embevecido e inclinava a cabeça com se fosse beijá-la. Seus olhares pareciam tão conectados, que Jasper ficara imaginando como o pintor conseguiu retratar tão bem essa intensidade.

Já havia passado da hora do almoço quando os dois ouviram batidas leves na porta. Jasper, saindo de seu transe, permitiu a entrada com um simples "Entre" e a figura pequena e delicada de Alice se revelou no pequeno cômodo.

- Oi! – A voz dela saiu alegre como sempre, mas logo a indignação tomou conta de sua voz ao observar o ambiente ao seu redor. – Eu sabia que as cabines econômicas eram pequenas, mas isso é um absurdo! Como vocês suportam ficar aqui?

Jasper respondeu enquanto Bella revirava os olhos para o exagero de aquele pequeno ser:

- Foi Bella quem insistiu que eu pegasse esta aqui. Ela acha que não precisamos gastar dinheiro com luxo de uma cabina maior, já que não dormimos.

- Mas isso aqui é um absurdo! Até para vampiros! Bella você veio do arcadismo, é? Mas é um absurdo! – Exasperou-se ela erguendo os braços para o alto.

Nesse momento Jasper começou a rir muito e Bella apesar de irritada segurava as risadas. Alice olhou de um para o outro sem entender. Esperou pacientemente Jasper se acalmar e perguntou erguendo as sobrancelhas e já prevendo a resposta:

- Qual é a graça?

- Eu fiz exatamente essa mesma pergunta a Bella. – Jasper disse ainda rindo um pouco.

- Vocês realmente combinam um com o outro. – Bella resmungou irritada e controlada novamente. – Acertou na mosca com a escolha da sua parceira, Jasper.

Jasper estava estarrecido e constrangido tanto quanto Alice, quando fitaram Bella sentada na cama. Esta por sua vez olhou para os dois e disse enquanto levantava e ia em direção a porta:

- Dessa vez eu peguei vocês, não é mesmo? Acho que a partir daqui ambos podem se resolver sozinhos. – Ah! Estamos quites, Jazz!

Jasper depois de um curto período olhando para a porta por onde a irmã saíra altiva e trigueira, balançou a cabeça, resignado e sorrindo. Era isso que a irmã sempre quis. Vê-lo feliz junto de alguém. Agora ele tinha Alice e deveria aproveitar a chance de ser feliz e apaixonado. Ele se aproximou lentamente dela e segurou suas mãos.

- Acho que Bella nos deixou numa fria, hein? – Perguntou ele carinhosamente.

Alice sorriu para ele e respondeu:

- Então essa é com certeza a melhor fria que eu já entrei e olhe que eu tenho várias frias na minha coleção.

- Sabe... Trabalhar com indiretas não é realmente a minha habilidade mais conhecida. – Jasper respondeu repentinamente nervoso.

- Então vamos ser diretos. – Alice disse aproximando seus corpos mais ainda.

Jasper deu um sorriso torto e disse:

- Não aqui.

E saiu rebocando Alice para fora do quarto ela se deixou levar, com um sorriso imenso estampado em seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Cap triste esse, neh? Espero que tenham gostado e comentem! Bjus.



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