When Youre Gone escrita por TaTa B-P, Babi


Capítulo 25
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, esperamos que gostem...



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Aquelas lutas praticamente se tornaram a sensação do momento para os Cullen e Anne Louise. Com exceção de Esme, que além de desnecessariamente preocupada com os filhos, não queria nem ver os estragos no jardim dos fundos.

- Pronto Emmett? – Bella perguntou com um leve sorriso debochado. – Ainda dá tempo de desistir sabia?

Eles estavam no meio do jardim e o restante perto da porta dos fundos observando os irmãos se posicionarem. Jasper estava concentrado, tentando absorver as táticas de Bella, apara estar preparado quando chegasse a sua vez.

- Nem pensar! – Emmett rosnou.

Alice se adiantou, ficando entre os dois oponentes. Ela olhou de um para o outro, sorriu e então disse:

- Preparados ou não eu vou contar! Três, dois, um... AGORA!

Ela se afastou e a figura de Emmett passou veloz indo de encontro à morena que continuava exatamente onde começou. Assim que ele chegou próximo a ela com o punho estendido pronto para socá-la, Bella desviou-se para o lado e agarrou o braço do irmão e arremessando-o de volta para onde ele começou. Ao chocar-se com o chão, terra e grama foram arrancados de seus lugares e a pequena torcida vibrou com o golpe bem sucedido. Apenas Esme praticamente gemeu em desgosto ao ver o que aconteceria com o seu jardim. Edward tentou manter-se impassível, mas era impossível não se empolgar com a luta e ele não pôde deixar de se fascinar por ver Bella longe de sua fachada humana. Ele nunca a vira tão vampira, tão ela mesma. Mesmo quando ela o protegera de dois vampiros, se revelando para ele, ela estava tão solta. Mesmo naquele momento há tantos anos atrás, ela ainda se controlara por ele.

Emmett se irritou ainda mais ao ouvir a torcida e se levantou rosnando furiosamente e voltou a avançar em direção à Bella. Desta vez a vampira se colocou em posição defensiva e quando seu adversário se aproximou novamente, ela impulsionou sua perna em um chute em meia-lua atingindo Emmett na cabeça e o grandão caiu no chão. Ela subiu em suas costas visando imobilizá-lo, mas ele também se recuperou rapidamente e com os braços puxou Bella e teria conseguido imobilizar seu pescoço se ela não tivesse dado um chute com o calcanhar no nariz de Emmett. Ela caiu graciosamente a dois metros de distância e então correu em direção do irmão socando-o impiedosamente e depois dando uma rasteira, derrubando-o e agarrando-o pelo pescoço.

Emmett rosnava e se debatia tentando se soltar, mas Bella finalizou aquela luta ronronando:

- Crack! Lá se foi a sua cabeça, maninho.

A família inteira aplaudiu todos entusiasmados. Até Esme não pôde se conter com o belo espetáculo que foi o curto embate. Jasper estava analisando e repassando tudo o que a irmã fizera durante a luta para usar contra ela depois. Mal sabia ele que ela mal usara suas habilidades de luta e que tinha muito mais para surpreender, não apenas ele, como Edward e o restante dos espectadores também.

Bella se ergueu e fez uma leve reverência apara o público e Emmett se ergueu logo em seguida, emburrado.

- Revanche! – Era a única coisa que exigiu.

Bella foi rápida na resposta que apenas irritou mais o vampiro grandalhão:

- Uma luta já foi. Fique preparado por que eu já estou planejando o que vou querer.

Emmett rosnou e falou mal enquanto andava na direção de Rosalie que o recebeu de braços abertos e passou a consolá-lo amavelmente e prometendo uma diversão só deles para mais tarde. Isso foi o suficiente para acalmar a ira pela derrota de Emmett.

- Hey, Jazz! – Bella acenou do jardim. – Sua vez!

Ele sorriu em desafio e avançou até onde a irmã se encontrava.

- Eu não quero machucar você, Bella, então é melhor ir desistindo.

Bella ergueu as sobrancelhas e sorriu debochada.

- Jazz, querido, você me subestima, tenho idade para ser a tataravó da tataravó da tataravó da sua tataravó, ou seja, minha experiência supera a sua habilidade soldado.

- Essa já é minha. – Ele rosnou, provocando-a.

- O jogo psicológico é só para Emmett, vamos logo com isso. – Ela respondeu sem se abalar.

Jasper sorriu aprovando a atitude da irmã e então se colocou em posição, esperando Alice permitir o início da luta. A “fadinha” ficou no meio dos dois, repetiu as mesmas palavras da luta anterior, porém acrescentando:

- Boa sorte, meu amor!

E então a disputa estava oficialmente iniciada. No começo, ambos permaneceram parados, estudando um ao outro, suas defesas e quem daria o primeiro passo. Quem assistia permanecia no mais absoluto silêncio, ansiosos pelo que estava por vir. Alice mantinha seus olhos no futuro e Edward se dividia entre os pensamentos da pequena vidente e o que ocorria no meio do jardim. Pouco tempo se passou antes que a grande ruptura ocorresse. Bella apenas sorriu levemente e disse:

- Lembre-se que eu lutei contra Peter e Charlotte. E eu ganhei.

Isso bastou para que Jasper perdesse a concentração por alguns segundos, pego de surpresa pela informação que, coincidentemente ele sabia, mas não se lembrara. Bella avançou e deu o primeiro golpe, socando o irmão no queixo com um gancho lançando-o para trás. Jasper caiu de costas e Bella continuou avançando pronta para outro golpe, porém nos últimos metros Jasper se ergueu e passou uma rasteira na vampira, que cedeu e rolou na grama.

A plateia vibrou com o ocorrido, mesmo que inconscientemente. A maioria não sabia para quem torcer. Até mesmo Edward que estava totalmente disposto a permanecer neutro, já que não se decidia entre torcer contra Jasper – aquele com quem criara inimizade desde o primeiro encontro – e Bella – aquela que dizia para todos e si mesmo que odiava com todas as forças pelo que fizera e deixara de fazer por ele, não sabia mais para quem torcer, já que era uma luta entre gigantes que criava muitas expectativas. As únicas com partidos fixos eram Alice, por razões óbvias, e Anne Louise, fiel a sua amizade por Bella e confiante de suas habilidades.

Mal Bella havia caído e Jasper avançou para cima dela e ambos passaram a lutar atracados no chão, rolando de um lado para o outro. Apenas seus rosnados e o som de tecido sendo rasgados podiam ser ouvidos partindo dos dois. Dois minutos se passaram para então Bella, que estava por baixo, empurrar Jasper para longe e então tudo voltou para o estado de silêncio e atenção do começo. Um de cada lado do jardim. Ao lado de Jasper havia uma árvore, derrubada pelo impacto do corpo do loiro após ser arremessado pela irmã.

- Os jogos psicológicos são para Emmett, huh? – Jasper repetiu com sarcasmo.

- Pelo visto funcionou com você também. – Ela devolveu certeira.

Jasper apenas rosnou e então os dois correram para a mesma direção, um contra o outro. O impacto do encontro dos dois foi violento e retumbou pelos ares como se duas pedras gigantescas se chocassem. Uma batalha onde um tentava imobilizar o outro dando um fim à luta. O que mais os irritava era estarem privados da maior arma para os vampiros, seus próprios dentes. Movidos pelo dom de Jasper que sentia, juntava e propagava a fúria explosiva, ambos estavam presos dentro de sua própria selvageria e sede por batalhas, ambos gostariam de conseguir uma vantagem sobre o outro estraçalhando e arrancando membros, mordendo e soltando veneno, impossibilitando os movimentos do adversário. A única coisa que os impedia de libertarem esses monstros sedentos era a ligação fraterna extremamente forte entre eles. Se fossem apenas dois desconhecidos travando uma ocasional luta, a visão seria terrivelmente mais grotesca do que esta leve simulação dos dois.

Golpes foram e vieram por mais de quinze angustiantes minutos e, finalmente, após esgotar-se em suas visões, Alice deu um passo a frente como juíza e encerrou o jogo com uma simples palavra declarada:

- Empate!

Aos vampiros que assistiam, só restou aplaudir. E estes aplausos foram entusiasmados. Até mesmo Emmett, com o orgulho ferido pela derrota, estava exultante com o desfecho inesperado daquela brincadeira. Edward estava impressionado com o controle e habilidade de ambos os lutadores. Ele podia ler a mente de Jasper e saber todas as estratégias por este empregada e como tentou usar seu dom para obter alguma vantagem na luta. Sua impressão também se deve ao fato de Bella não ter se deixado irracionalmente influenciar pelo dom de Jasper e até ter usado-o a seu favor. Ele não podia ler a mente dela, mas pelas suas atitudes durante a luta, ele pôde perceber a habilidade dela com batalhas, principalmente com talentosos como Jasper e entendeu como a luta contra Peter e Charlotte foi muito fácil em comparação. Ele também pensou em como teria sido terrivelmente mais fácil se ele não estivesse lá para atrapalhar. Raivoso, afastou a ideia da mente. Era doloroso pensar que ele não passara de um peso na eternidade de Bella.

Automaticamente após Alice anunciar o empate, Bella e Jasper pararam e se separaram. Eles olharam ao redor, para a destruição final do jardim, ambos imaginando o que Esme iria achar daquilo. Em seguida olharam um ao outro e sorriram. Bem, Jasper gargalhou enquanto Bella apenas sorria. Então ela murmurou:

- Foi uma boa luta.

- Sim realmente foi. – Ele respondeu abraçando-a.

- Eu acho que depois desta, todos nós merecemos uma caçada! – Emmett se pronunciou ainda abraçado à Rosalie.

- Concordo! – Alice exclamou.

Todos estavam animados e de bom humor depois daquele momento de diversão, então rapidamente concordaram com a sugestão e foram caçar juntos. E como uma família humana que conversa sobre uma partida de futebol emocionante, os Cullen não pararam de falar na luta. Emmett jamais admitindo a derrota esperando por uma revanche e Esme resmungando sobre o jardim.

- Vocês viram o que aconteceu com meu jardim?! Sem contar a irresponsabilidade de vocês em lutar desse jeito! Pode ser perigoso!

- Mãe, se fosse realmente perigoso, você e Carlisle jamais teriam permitido que continuássemos. Além disso, agora você pode redecorar o seu jardim. Admita que estivesse esperando por uma oportunidade assim. – Bella retrucou amavelmente.

Jasper deu risada enquanto jogava sua carcaça de cervo para o rio e se sentava em um tronco caído.

- Bella tem razão. – Ele confirmou.

- Que seja; que seja. – Ela resmungou, mas no fundo sabia que eles estavam certos. – Mas isso não lhes dá autorização para agirem como animais toda a vez que der na telha de vocês!

- Sim, mãe! – Os dois concordaram ao mesmo tempo, porém sem parar de rir da expressão emburrada de Esme.

Carlisle se juntou aos que davam risada, no caso, Emmett e Jasper, e abraçou a esposa, que não resistiu e riu também. Bella sorriu para cena e inconscientemente seu olhar se recaiu em Edward, que a fitava seriamente. Assustada e constrangida, ela desviou rapidamente o olhar e ouviu quando o vampiro leitor de mentes bufou frustrado e saiu batendo os pés.

- O que houve desta vez, Edward? – Rosalie perguntou largando outro cervo a seus pés.

- Eu simplesmente não consigo! – Exclamou ele frustrado. – Eu não sei o que ela tem, mas eu simplesmente não leio a mente dela! NADA! Absolutamente nada!

Todos pararam o que estavam fazendo e fitaram o ruivo, assustados. Bella estava espantada e confusa, assim como Jasper. Emmett já sabia, assim como Rosalie, que Edward não era capaz de ler a mente de Bella, mas não pôde deixar de se surpreender pela explosão dele. Bella foi a primeira se recuperar do choque e a perguntar por impulso:

- E o que você queria dentro da minha cabeça?!

Logo depois ela se arrependeu de ter perguntado e se calou desviando o olhar. Jasper apenas fitou Edward carrancudo, enquanto Carlisle ficava cada vez mais interessado e fascinado. Ele se levantou e começou a perguntar, envolto em sua fachada de cientista:

- Desde quando não pode ler a mente dela, Edward?

- Desde sempre. – Ele resmungou a contra gosto, como se admitisse uma fraqueza vergonhosa.

- Hm... E você, Bella, sabia que fazia isso?

- Eu não tinha ideia! –Exclamou ela. –Você acha que pode ser...

- Um dom? – Rosalie completou a pergunta. – Eu acho bem provável, o que você acha Carlisle?

Este, por sua vez, estava cada vez mais pensativo.

- Eu não entendo com o não percebemos antes... Eu quero dizer, Eleazar não disse nada sobre isso.

- Provavelmente ele não percebeu. – Esme disse, mas mesmo assim não acreditava em suas palavras.

Anne Louise, que se mantivera a parte da discussão até o momento, mesmo estando ela tão curiosa quanto o restante sobre a questão, resolvera se pronunciar:

- Então por que não vamos falar novamente com o tal Eleazar?

- Concordo! – Alice e Bella disseram juntas.

Emmett olhou para Bella e provocou, sorrindo:

- Hey, Bella, você é tão velha, mas tão velha, que nem se lembra de que tem um dom! – Então ele passou a rir estrondosamente.

- E você é tão jovem, mas tão jovem, Emmett, que sua mentalidade congelou como a de uma criança nas fraldas! – Bella retrucou.

- E você é tão... – Ele começou a retrucar.

- Já chega vocês dois! – Esme interrompeu as provocações e então se voltou para o marido. – Bem, já sabemos o que devemos fazer, mas não podemos simplesmente viajar, sendo que mal estabelecemos Bella e Anne Louise direito!

- Apesar disso, o dom de Bella é algo muito importante também. – Jasper disse.

- Eu discordo! – A morena protestou fazendo Edward bufar de seu lugar. Ela nem se dignou a olhá-lo. – Esme tem toda a razão, é importante arrumar tudo por aqui primeiro. Tenho um emprego para procurar, assim como Anne, e ela precisa de um teto. Portanto, nada de viagens por enquanto.

Carlisle observava e ouvia à discussão em silêncio, ponderando. Jasper continuou a argumentar:

- Nada pode ser mais importante do que descobrir algo que é importante para você.

- Jasper, por favor! Isso não é de nenhuma importância para mim. O que aconteceu aqui? “Bella descobriu ser mais uma aberração no meio de aberrações, com um defeito mental que torna a mente dela em um completo vazio para os outros.” Isso não muda a minha vida em nada. Além disso, temos de manter as aparências para os humanos. – Bella respondeu dando de ombros.

- Eu sou uma aberração pra você, Bella? – Alice perguntou com olhos pidões.

- Pelo amor a tudo que é sagrado, Alice! Você sabe o que eu quis dizer!

- Ela só está rechaçando nossa própria espécie de novo. – Edward resmungou para Alice de seu canto, mesmo sabendo que a mesma entendera perfeitamente o que a irmã disse em sua frase pragmática, não perdendo a oportunidade de alfinetar aquela a quem ele acreditava tão cegamente odiar.

Bella e Jasper fecharam a expressão no mesmo instante, uma magoada pelo tom hostil e o outro de pura raiva e Carlisle, vendo que o clima tornava-se cada vez mais tenso, principalmente pela expressão carregada de Jasper, resolveu interferir na discussão. Sua voz patriarca calou a todos e voltou suas atenções para ele:

- Eu creio que o melhor a se fazer, já que Bella não considera o assunto que a envolve importante, seja ficar e organizar tudo por aqui para que a população local não estranhe e as atenções não sejam voltadas para nós.

- Como se já não estivessem. – Rosalie não pôde deixar de resmungar.

- Como quiser encarar isso, Rose. – Edward disse e então suspirou movendo-se de volta para casa.

Desviando o olhar de Edward, Carlisle finalmente concluiu:

- Então acredito que já podemos voltar para casa, se já resolvemos tudo o que tínhamos de resolver por aqui.

Desse modo, os Cullen e Anne Louise correram de volta para casa. O caminho foi silencioso, já que cada um estava imerso em seus próprios pensamentos. Bella pensava em com em todos esses séculos não notara, ou melhor, ninguém notara esse detalhe singular em sua pessoa. Convivera, lidara e passara por todos os tipos de vampiros, com todos os tipos de dons. Só que nenhum deles notara que sua mente era inacessível. Até mesmo Aro, que era outro leitor de mentes, nada notara. Será que apenas Edward não podia ter acesso à sua mente? Ao mesmo tempo em que isso a aliviava, em prol de sua privacidade, isso a afligia, pois era por isso que ele não notara todas as verdades e sentimentos exprimidos apenas pelas suas sinapses nervosas. No instante seguinte que chegara àquela hipótese, lembrou-se que Aro Volturi nunca se dignou, nem a achou importante o suficiente para exigir um contrato físico com ela, portanto talvez ela estivesse errada. Mesmo assim era muito improvável.

Quando chegaram a casa Bella expos suas reflexões:

- E se... – Sua mente travava quando pensara em pronunciar seu nome. Ela engoliu em seco, enquanto os outros a observavam em expectativa. – E se apenas Edward não pudesse ler minha mente? Eu quero dizer... Bem, isso nunca aconteceu com ninguém que interagisse comigo, então... – Ela deixou a frase solta no ar.

- Já lidou com um telepata antes? – Jasper questionou.

- Apenas Aro, mas...

- E ele conseguiu ler sua mente? – O loiro continuou a indagar.

Edward voltou a prestar atenção na conversa e esperava estranhamente ansioso pela resposta.

- Ele não me achou importante o suficiente para me oferecer qualquer contato físico, mesmo o menor possível, ainda bem. – A voz exprimia todo o nojo que ela sentia pelo líder Volturi.

Edward relaxara, mesmo sem perceber o quanto estava tenso. Ele não sabia se se sentia aliviado ou se sentia ainda mais nervoso.

- Isso quer dizer que não dá para saber, já que ele não teve a oportunidade de tentar ler sua mente. – Carlisle concluiu a linha de raciocínio.

- Graças a Deus! – Jasper disse sob a respiração.

Alice assentiu concordando com o esposo, assim como Esme, que, em toda a sua amabilidade e carinho materno, só de pensar em um de seus queridos expostos e fragilizados de tal maneira para um vampiro tão perigoso, já ficava aflita.

- Exatamente. – Bella confirmou a afirmação do pai. –Mas mesmo assim passei por todos os tipos de vampiros dotados e nenhum deles reparou nada de diferente em mim.

- Hm... – Carlisle passou a mão no queixo. – Interessante.

- Ih, Edward! Que azar, hein “mano”? – Emmett disse solidário dando leves tapas nas costas do telepata.

- Ah, Emmett! Vá se danar! – Ele resmungou e se afastou subindo as escadas.

Ele ainda pôde ouvir Esme exclamar indignada:

- Edward! Aonde já se viu falar essas coisas para seu irmão?! Eu não os criei dessa maneira! Se desculpe imediatamente!

“Esme, sempre tão mãe!” Edward pensou levemente irritado enquanto dizia para o grandão à contra gosto:

- Desculpe-me, Emmett!

- Tudo bem, Edzinho! – Emmett respondeu sem perder o bom humor. - Afinal, eu também sei como se sente quando não consegue saber o que alguém está pensando!

Desta vez, ele quem recebeu a reprimenda materna:

Emmett!

- O que foi mãe?! Eu sempre quis vê-lo agir sem a ajuda do seu dom inconveniente! – Ele gargalhou. – Hey, Bells! Pode me ensinar como faz isso?!

Esme fuzilava o filho com os olhos, enquanto Alice e Jasper seguravam a todo o custo suas risadas e enquanto Bella revirava os olhos em resposta à pergunta do irmão. Edward considerava seriamente dar uns socos no irmão, mas finalmente concluiu que não valeria à pena. Afinal desde que os conhecera, Emmett sempre seria... Emmett. Por fim voltou a deitar no seu sofá.

                       ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Poucos dias depois...

Bella estacionou o carro na garagem, aliviada. Finalmente havia conseguido! Entrou em casa tranquilamente e assoviando distraidamente colocou a bolsa no suporte junto com as chaves do carro e o casaco pesado. Com mais um suspiro de satisfação Bella pensou exultante em seu primeiro emprego em um hospital em Port Angeles sem a influência de Carlisle. Ela estacou no lugar ao ver Jasper de braços cruzados sorrindo para ela, próximo às escadas.

- Posso saber o motivo de tanta alegria?

Bella deu de ombros.

- Alice provavelmente já lhe contou.

- Mas eu quero ouvir de você. – Ele respondeu no momento seguinte.

- Pois bem, vamos esperar todos chegarem aqui em casa. Onde está Anne Louise?

Jasper se deu por vencido, descruzou os braços e se prostrou ao lado da irmã, acompanhando-a quando esta atravessou a sala e passou a subir as escadas.

- Ela está no escritório com Esme resolvendo algumas coisas sobre a casa dela.

- Eu já sei. Eu ouvi. – Respondeu calmamente.

- Então por que inferno perguntou-me? – Ele questionou indignado.

Ela apenas sorriu levemente antes de entrar no escritório e disse:

- Para não perder o costume.

Jasper bufou inconformado e voltou para os braços de Alice, que ria da pequena provocação dos dois.  Imitando o que Bella sempre dissera, ele resmungou:

- Que bom que divirto vocês.

Alice apenas riu mais ainda, mas disse com voz doce:

- Oh! Venha cá, meu amor!

Ela estendeu os braços e Jasper se aninhou neles. Quem assistia de fora acharia a cena cômica por causa da diferença marcante do tamanho dos dois, mas para eles estava mais do que perfeito.

- Ain! Eu não sei o que faria sem vocês, sabia?! – Ela murmurou.

Jasper apenas sorriu e se aconchegou mais ainda à esposa. Ele notava o quanto o encaixe entre os dois era perfeito e o quanto combinavam. Tudo isso fazia seu amor crescer mais e mais por aquela pequena criatura. Sempre agradeceria o dia em que aquela criatura adorável cruzara seu caminho para salvar tanto ele, quanto sua irmã de coração. Ele agradeceria o dia no qual ele pela primeira vez pôde sentir esperança.

Enquanto isso no escritório, Bella observava silenciosamente Anne Louise e Esme fazerem os planos de reforma da casa que encontraram. Não foi difícil agradar a vampira francesa e rapidamente ela, Esme e Alice encontraram a casa que Anne Louise definiu como “perrrfeita!”. Esta não ficava muito longe dos Cullen, mas o suficiente para que pudessem ter privacidade e também não era nem tão grande nem tão pequena. O tamanho ideal para aquela única moradora tão singular. Assim que Anne Louise a comprou, ela, Esme, Alice e até Rosalie fizeram planos e deram palpites para a reforma da construção. Bella pouco sugeriu, mas foi crítica quanto tudo o que foi sugerido, tratando de manter o equilíbrio, para que a casa não acabasse em uma mistura grotesca de gostos e características diferentes e acalmando os ânimos das ajudantes.

 - Eu não acho que a fachada deva mudar tanto. – Anne Louise concluiu depois de um suspiro.

- Bem, podemos apenas adaptar o crucial a ela então. – Esme conciliou e voltou a teclar e marcar incessantemente no computador.

Finalmente, Bella achou apropriado interromper Esme, quando esta finalmente parou para lhe cumprimentar.

- Olá, Bella! – Ela disse.

- Hey, Bella!

- Oi mãe, Anne. Esme, quando Carlisle irá voltar?

- Ele me disse que teria plantão até mais tarde hoje e foi acompanhar, em seu horário de almoço, Edward e Anne Louise até a escola para ver se tem como ela trabalhar lá.

- Pensei que precisavam, já que a última professora de inglês quis diminuir a carga horária.

- Sim, mas mesmo assim Anne não foi a única a se candidatar para o emprego.

- E como esteve na entrevista? – Ela se virou para a amiga.

- Oficialmente, seus irmãos terão aulas comigo. – Anne Louise sorriu.

- Parabéns! – Bella sorriu. – Onde estão Emmett e Rosalie?

- Foram caçar hoje apenas. – Esme respondeu.

- Entendi. Quando todos chegarem me chame, estarei no meu quarto.

- Está bem.

Bella saiu, fechou a porta e correu para seu quarto em frente ao de Edward. Ela não o usava, e praticamente passava todo o tempo na cabana. Ao fechar a porta ela foi até a janela e se apoiou no vidro olhando para a interminável extensão vegetal da floresta. Estavam em dezembro e a temperatura mais baixa fazia com que uma camada de névoa cobrisse os troncos, deixando apenas as copas visíveis. No próximo dia, seus irmãos teriam a última semana de aula antes das duas semanas das férias de inverno e ela iria para seu primeiro dia de trabalho. Sim, ela havia conquistado uma vaga como pediatra do hospital de Port Angeles e se sentia muito orgulhosa de suas conquistas.

Estava perto do Natal e ela não havia pensado em todos os presentes que daria. Já havia comprado o presente de Alice, Rosalie e Emmett, mas ainda não sabia o que daria aos pais, a Jasper e a Edward. Enquanto voltava do hospital viu algumas lojas, mas nada chamara sua atenção. Concluiu que era melhor procurar durante seus horários de almoço em Port Angeles, já que não precisava comer mesmo e o tempo ficaria aberto.

Quando chegou à sua decisão sobre os presentes de Natal, Bella se virou e encarou o quarto. Dificilmente chamaria-o de seu. Todos os móveis que a agradavam estavam em sua cabana e aquele cômodo lhe parecia tão impessoal e logo ela fez uma comparação com uma cena de teatro, onde ela tinha de atuar para todos que era uma humana normal e que vivia com uma família harmoniosamente. Com um suspiro passou a arrumar e a trocar os móveis de lugar pela terceira vez na semana, arrumando o que estava impecável.

Depois de trocar o sofá, os tapetes, a televisão e a mesa com o aparelho de som pela terceira vez, ela foi até o grande armário-estante na parede e pela primeira vez prestou atenção em seus detalhes e percebeu que nunca havia se dado ao trabalho de ver o que Alice colocara ali para ela, fora os CDs, livros, filmes e fotos da família nas prateleiras. Ela passou então a abrir as gavetas, que eram três, grandes e espaçosas. Na primeira, Bella encontrou papel e material de escritório, como canetas, colas, tesoura, lápis, borracha; Na segunda, cadernos e telas e na terceira, tintas, pincéis, um cavalete desmontado, copos de plástico e uma paleta para a mistura de cores.

Bella se surpreendeu com o que tinha ali. Todo um material de artes e pintura! Instintivamente sorriu em deleite. Alice sempre pensava e tudo e achou que Bella gostaria de um hobby relaxante, então deixou em seu quarto os aparatos que com certeza ela usaria bastante em seu tempo livre. Bella não sabia que havia sido ideia da irmã, mas suspeitava e iria agradecer na primeira oportunidade. Mas enquanto a família não se reunia para ela poder dar a notícia sobre seu emprego, ela iria ocupar sua mente com algo agradável. Fechou rapidamente duas gavetas e pegou uma folha de papel e um lápis, então se dirigiu até a escrivaninha próxima à segunda janela e começou a desenhar a paisagem à sua frente, para logo em seguida para outras coisas e assim passou sua tarde.

- Bella!

A voz de Esme a tirou de seu transe e ela olhou uma última vez, com atenção, para o papel que ela desenhava aleatoriamente. Seus rabiscos distraídos começaram com flores tipicamente francesas e depois foram para um detalhe do reboco do seu antigo quarto em Chicago e depois a folha foi completada com olhos. Várias vezes os mesmos olhos desenhados com perfeição pelo lápis grafite. Apenas um vampiro notaria que as diferenças entre ambos os olhos desenhados era que um era humano e o outro era vampiro, a mesma pessoa após a transformação. Bella suspirou conformada pela demonstração de sua obsessão e devolveu todos os materiais para a gaveta, descendo logo em seguida para atender ao chamado de Esme.

Estavam todos reunidos na sala de estar onde Carlisle e Edward acabavam de chegar. Emmett e Rosalie já havia chego algumas horas antes. Jasper, assim que viu Bella aparecer nas escadas, pronunciou-se:

- Acho que já que estamos todos aqui, podemos receber todas as notícias, não é mesmo?

- Claro, Jazz, por isso deixe que eu comece antes que você morra de ansiedade. – Bella disse com certo deboche. –Gente, eu fui aceita no hospital de Port Angeles!

E as congratulações começaram:

- Parabéns! – Rosalie e Alice disseram ao mesmo tempo.

- Nossa, que legal Bells! – Emmett.

- Eu sempre soube. – Carlisle sorriu. – Nós estamos muito orgulhosos de você.

- Obrigada. – Ela respondeu a todos aos cumprimentos.

- Bem, eu também já vou dizendo, que como professora de vocês, não vou dar moleza! – Anne Louise aproveitou o momento e comunicou sua contratação como professora de literatura da Forks High School.

- Como se a gente precisasse. – Alice provocou.

Anne Louise deu risada, concordando, mas Alice aproveitou o assunto escola e continuou falando:

- Então já que amanhã tem aula, o material de vocês deve estar arrumado e eu vou passar inspecionando o vestuário de cada um! Incluindo o de vocês. – Ela apontou para Edward e para Bella, que resmungaram juntos. – As únicas que se salvam são Anne Louise e Rosalie, que são as únicas alem de mim que tem alguma noção de moda.

- Na verdade, Alice, é legal quando você ajuda a escolher. – Rosalie disse sorrindo.

- Ótimo, Rose, então você está novamente inclusa na minha lista! – A baixinha deu pequenos saltos de empolgação.

Quando esse pequeno diálogo e suas reclamações consequentes terminaram Carlisle sugeriu:

- Então que tal fazermos alguma coisa juntos?

Todos se entreolharam e se podia ver a hesitação nos olhos e expressão de cada um.

- Na verdade, eu tenho de terminar uma leitura... – Jasper disse.

- E eu tenho de arrumar meu closet. – Alice completou e os dois sumiram nas escadas.

- Eu tenho de terminar algumas coisas para o hospital amanhã. – Bella se desculpou rapidamente e também saiu.

- Eu acho que vou ajudar Alice. – Rosalie subiu.

Carlisle olhava para as escadas sem acreditar. A expressão dele seria cômica se não fosse tão desoladora.

- Desculpe-me amor, mas eu e Anne Louise temos de terminar o projeto de reforma. –Esme disse dando um beijo no marido.

Este exclamou indignado:

- “Até tu Brutus?!” *

Emmett gargalhou estrondosamente, mas antes de dizer qualquer coisa, Edward propôs:

- Eu estava pensando em chamar Emmett para lutar um pouco lá fora, se você quiser se juntar a nós, será bem vindo, Carlisle.

- Eu to dentro! – Emmett disse, empolgado, como sempre.

- Tudo bem. – Carlisle não pôde fazer nada a não ser concordar.

E então eles saíram para o jardim dos fundos.

*Essa expressão vem do assassinato de César em Roma (exatamente aquele que foi amante de Cleópatra). Brutus era o protegido e maior aliado de César no Senado romano. Quando César se viu prestes a ser assassinado viu Brutus e diz-se que ele disse “Até tu Brutus?!” e a expressão ficou para a história.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado do capítulo. As lutas deram trabalho para serem escritas, então esperamos que vocês tenham gostado. Como ambas viajaremos em Janeiro, só postaremos mas capítulos em Dezembro e depois em Fevereiro... Comentem e falem o que acharam do capítulo :D



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