- Então tudo pronto? – Jasper perguntou fechando o porta-malas.

- Sim, senhor! – Respondeu Bella batendo continência.

Jasper revirou os olhos e entrou no carro do lado do carona enquanto Alice estava no volante. Bella entrou no carro onde Anne Louise era quem dirigia. Alguns dias antes Bella havia vendido seu carro quando Jasper admitiu já ter comprado um novo para ela em Forks. Eles foram para o aeroporto.

Chegando lá fizeram o check-in e todo o processo para embarque. Jasper e Alice sentaram lado a lado, assim como Bella e Anne Louise, Só que Jasper e Anne Louise, por causa da altura, praticamente imploraram para ficar ao lado do corredor, já que nos vôos domésticos, as poltronas não tinham uma distância suficientemente grande entre um par de poltronas e outro como em um voo com primeira classe e os dois, por serem altos, ficariam sem espaço para as pernas.

- Bella? – Anne Louise se virou em sua direção.

- Hm?

- Me mostrará suas velharias quando chegarmos a sua casa?

- Se acha que vai me convencer a te dar alguma recordação francesa, esqueça. – Disse ela com humor.

Então Alice se virou na poltrona para enxergar as duas de frente e disse sorrindo:

- Pode ter certeza, Anne Louise, que se você choramingar o suficiente, ela fará o que você quiser.

Anne Louise riu e Bella resmungou se virando para a janela:

- Ah, “tá bom”!

O ultimo som que foi compartilhado entre eles foi o riso sob a respiração de Jasper, indicando a graça que encontrara na cena que se passara ali. O resto do voo foi silencioso exceto por algumas breves respostas feitas às aeromoças solicitas.

                                  ~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

- Alice resolveu adiar mais um dia para compras e esqueceu-se de nos avisar? – Emmett reclamou revirando os olhos.

Rosalie estava completamente aborrecida, porque não poderia fazer compras para ela, já que a atenção do momento estava na volta de Bella e sua nova amiga. Edward observava a consternação mental de Rosalie com certa diversão. Desde que a conhecera sabia o quanto ela era egocêntrica e tendia a pensar no próprio umbigo. Porém ele estava ainda menos empolgado que Rosalie com a volta deles. Ainda não sabia como conviveria com Bella. Não passaram muito tempo sob o mesmo teto depois que a encontrara, pois ela tratara de fugir novamente. Aborrecido ele preferiria ter esperado em casa, mas praticamente todos o forçaram a ir receber os parentes.

Quando Emmett exclamou aliviado, “Aleluia!”, Edward finalmente notou entre todos os pensamentos – as mentes de Jasper e Alice e a outra vampira, Anne Louise – podendo deduzir, apesar do silêncio, que Bella estaria com eles e que todos já estavam à vista.

- Olá, gente! – Disse Rosalie sorrindo. – Bem-vinda de volta, Bella.

- Bells! – Emmett exclamou o apelido que criara para aquela que considerava a “sua irmã menor favorita”. – Agora sim a vida aqui vai ficar mais interessante.

Emmett ergueu Bella em um abraço e esta apenas podia fazer uma careta denotando seu desagrado com a demonstração excessiva de afeto. Rosalie revirou os olhos para a cena. Anne Louise rapidamente cumprimentou todos os presentes e ao visualizar Edward entre aquela massa de vampiros, sua expressão se fechou de imediato e ela fuzilou-o tanto pelo olhar quanto pelos pensamentos, como fazia desde que o conheceu.

- Podemos ir? Mal vejo à hora de mostrar a Bella a nossa casa nova, sem contar a surpresa! – Alice tagarelou.

- Alice! – Rosalie repreendeu-a. – Não era para falar sobre isso, lembra-se?

- Ops! – Ela exclamou colocando a mão sobre a boca.

Bella olhava de uma a outra desconfiada. Ela já não gostava muito de surpresas, já que o desconhecido e o não planejado a assustavam. Agora uma surpresa que não devia ser mencionada era duas vezes pior.

Por fim, eles se dirigiram ao estacionamento onde o enorme Jipe de Emmett estava estacionado, ao lado de um Volvo prateado esportivo. Emmett, Rosalie, Bella e Anne Louise foram ao Jipe, enquanto Edward, Alice e Jasper foram ao Volvo. No caminho, Bella perguntou para Rosalie:

- Onde estão papai e mamãe?

- Ele está no hospital e ela trabalhando numa restauração. Falando nisso, já sabe onde vai trabalhar?

- Definitivamente não com Carlisle. – Rosalie e Emmett olharam para ela surpresos. – Não quero que pensem que estou trabalhando apenas porque papai me deu uma ajuda.

Eles compreenderam e voltaram suas atenções para outra coisa e outros assuntos. No Volvo o silêncio era cortante. Apenas para Edward que não, já que ele ouvia tudo o que se passava pela cabeça do casal. Alice mal podia esperar para revelar o “novo cantinho da Bella”, o que Edward achava patético já que eles reformaram uma antiga cabana nos moldes da pintura da cabana que ela construíra para ambos em Chicago e “destruíra logo em seguida”, ele completou com amargura.

Os Cullen atravessaram todo o minúsculo centro de Forks e foram um pouco mais para frente na rodovia até entrarem em uma pequena estrada meio escondida entra as samambaias. Bella riu. “Sempre escondidos.” Pensou. A casa em estilo colonial fora totalmente reformada, obra de Esme e o jardim extenso na frente estava repleto de plantas diversas, apesar da chuva, flores apareciam de todos os cantos, dando um pouco mais de vida àquele mar verde e à casa branca.

Eles estacionaram na espaçosa garagem anexa a casa, onde havia uma Mercedes preta, uma moto Ducati, um Porsche Turbo 911, um BMW M3 conversível vermelho, um Aston Martin Vanquish, uma Ferrari Itália preta e um Audi R8 GTR prateado. Bella olhou para tudo aquilo e resmungou:

- Nem quero imaginar o meu.

- A Ferrari. – Alice respondeu sorrindo.

Bella resmungou alguma coisa sobre desperdício e se juntou ao grupo que se dirigia para a porta de entrada da mansão branca. Emmett se adiantou e abriu aporta com um sorriso imenso e assim que ele se afastou Bella viu uma imensa facha de boas vindas e Esme estava logo embaixo sorrindo pra ela. Bella sorriu minimamente de volta e entrou correndo para abraçá-la.

- Mãe!

Edward se surpreendeu com a cena. Não esperava de Bella uma explosão de afetividade, exceto com Jasper. Afinal, ele se acostumara com sua natureza introvertida e nunca esperou muita coisa diferente, principalmente depois que se separaram.

- Estava com tantas saudades da minha filhota! – Esme se afastou e ficou olhando para a filha que estava ficando cada vez mais constrangida.

- Mãe... – Se pudesse, ela estaria vermelha.

Ao fundo, Jasper tentava controlar a risada, já Emmett resmungou, fazendo manha:

- Você só fala assim com a Bella!

Rosalie revirou os olhos com a atitude infantil e Esme se voltou para ele sorrindo e estendendo os braços:

- Oh, Emmett, querido, sabe que eu gosto de todos vocês do mesmo jeito.

Emmett abraçou-a também sorrindo, as covinhas aparecendo em suas bochechas deixando-o ainda mais infantil. Rosalie sorriu com isso.

- Olá, Esme! – Anne Louise cumprimentou-a educadamente e sorrindo sinceramente.

- Olá, querida! Eu dei uma pesquisada com corretores e olhei algumas casas e selecionei algumas que acho que você e Alice irão gostar, então quando escolherem, se quiser modificar alguma coisa é só me avisar que estarei à sua disposição.

- Merci, – Ela agradeceu inclinando levemente a cabeça, a cabeleira ruiva ondulando. – é muita gentileza sua.

Bella observou o ambiente ao seu redor. Eles estavam em uma ampla sala com sofás e um raque com televisão de última geração, parece que este ambiente enorme era antigamente dividido em várias saletas, mas as paredes foram derrubadas sobrando apenas os pilares de sustentação. Ao fundo as paredes eram completamente de vidro, tornando o ambiente mais aberto e iluminado. Uma escada em curva tomava o canto esquerdo, levava para os andares superiores.

- Podemos mostrar a casa para Bella e Anne Louise agora?! – Alice perguntou quase quicando de ansiedade.

Mas antes que Esme pudesse responder, Bella perguntou repentinamente desconfiada:

- Emmett me disse que estava trabalhando, mãe. Chegou mais cedo? E papai, onde está?

- Oh querida, eu terminei de fazer o que faltava e vim fazer uma surpresa para você, só que infelizmente Carlisle não teve a mesma sorte e ainda está preso no hospital, mas ele me ligou um pouco antes de vocês chegarem e disse que virá o mais rápido possível.

- Tudo bem.

- Venha, Bella! Quero lhe mostrar seu quarto! Mas é claro que primeiro você vai ver a casa inteira... – Alice tagarelava enquanto puxou Bella pela mão e todos as acompanharam.

Eles entraram em uma das portas da sala e deram de cara com uma enorme mesa de madeira maciça com dez cadeiras distribuídas por toda a sua extensão.

- Essa era para ser a sala de jantar, mas Carlisle viu como uma boa sala de reunião, em qualquer emergência... – Alice explicava. – Aquela porta dá na cozinha, mas acho que não precisa ver agora, já que não vai usá-la.

Contrariando as vontades de Alice, Bella avançou até a porta e adentrou o cômodo. A cozinha era ampla com todos os eletrodomésticos de última geração. Os armários estavam abastecidos com todos os tipos de utensílios, desde talheres de prata, louças finas até uma infinidade de tipos de panelas, cumbucas e pirex. Para seu espanto os armários da despensa estavam completamente abastecidos e ela se virou para indagar o porquê daquilo.

- Fizemos compras ontem. Amanhã já estará despachado para alguma instituição de caridade. Temos de manter as aparências, não é? – Rosalie explicou rapidamente. – Venha vamos ver o restante da casa.

- Eu não sei o que faria se tivesse de lidar com comida de novo. – Bella resmungou e Edward mandou um olhar desconfiado e raivoso de onde estava.

- Você se saiu bem, naquele desafio na faculdade. O seu bolo de chocolate parecia apetitoso para os humanos. – Anne Louise respondeu. – Apesar de você ter declarado não saber cozinhar a plenos pulmões e admita, quebrar os ovos foi um enorme desafio para você.

- Era a única coisa que me esforcei para aprender depois de transformada. – Respondeu. Ela hesitou por um momento antes de continuar num fio de voz, acanhado. – Era a comida favorita de Edward, quando era humano.

Ele desviou o olhar quando seu nome foi mencionado e todas as cabeças se viraram para ele automaticamente. Os pensamentos atingindo-o. “Se não soubesse o que Bella passou por esse desgraçado, jamais acreditaria que ela se esforçou por uma coisa tão banal e inútil. Ela sempre optou pelo mais prático e rápido...” Anne Louise divagou torcendo os lábios. “É claro que ele vai fingir que não é com ele e que não vê.” Alice resmungava consigo mesma. Esme apenas conseguia pensar com orgulho pela dedicação altruísta da filha, enquanto Emmett apenas absorveu mais aquele detalhe sem nenhum comentário pessoal relevante. Jasper olhou preocupado para a irmã, que olhava fixamente para os próprios pés: “Imagino o quanto ela deve ter sofrido com as memórias enquanto fazia o bolo. Só Deus sabe o que volta a sua mente, destroçando sua pobre alma, enquanto ela faz coisas relacionadas a Edward.”. Rosalie se voltou para o irmão e perguntou interessada, ignorando a falta de importância fingida que Edward dava ao ocorrido:

- Você gostava de bolo de chocolate, Edward? – Ele assentiu a contragosto, sem olhar na direção deles e Rosalie continuou. – Não sabemos quase nada sobre a vida humana de Edward, ele não nos contou nada. O que você sabe mais, Bella?

Bella levantou a cabeça, mas antes que ela pudesse responder, Edward percebeu o objetivo de Rosalie com aquela incitação e grunhiu irritado:

- Ela não temnenhumdireito de relatar algo sobre aminhavida! Se quiser saber de alguma coisa pergunte para mim, Rosalie.

- Perguntar para você e receber que resposta, hein?! Uma das suas milhões de respostas evasivas? Bella pode responder o que quiser.

Acuada com a discussão que ia se formar entre os irmãos, Bella resolveu intervir, mesmo com a voz transpassando sua dor, e ignorando o fato de demonstrar sua fraqueza perante Edward – contrariando sua promessa de que não o faria:

- Rose, não brigue com seu irmão, sim? Está tudo bem. Quando ele o quiser, contará sobre a vida humana dele para você, assim como eu contei sobre a minha.

- Você contou? – Ela perguntou confusa.

- Oh! – Bella exclamou, se lembrando repentinamente e voltando sua atenção mais uma vez para os próprios pés. “Deveria ter ficado de boca fechada.” Repreendeu-se mentalmente. – Isso foi antes de eu conhecer vocês.

Edward fuzilou-a com os olhos. Para ele, ela passou anos sem contar nada. Assim que encontra uma “família”, despeja logo tudo. Para ele, aquela era apenas mais uma prova da insignificância que ele foi para ela, a ponto de ela não confiar nele para contar sua história.

- Podemos continuar o nosso tour? – Alice perguntou com a voz levemente irritada, ansiosa por mudar de assunto.

Todos assentiram, voltaram para a sala e Alice apontou uma porta de vidro no canto direito da parede dos fundos e disse que era a saída que levava ao quintal deles, continuando a mostrar a casa como se nada tivesse acontecido na cozinha. Ela foi em direção à escada curva no canto da sala e o restante a seguiu escada a cima.

- No primeiro andar ficam o escritório e o quarto de Esme e Carlisle, assim como a biblioteca. Como vocês dois são médicos me dei o direito de colocar uma escrivaninha lá e reservar um espaço para seus livros na estante. – Ela disse para Bella e então abriu a porta dando passagem pra ela olhar.

O escritório era dentro da biblioteca, em sua realidade e não eram muito diferentes da biblioteca do Alaska, as estantes de livros cobriam quase todas as paredes fazendo jus ao acervo da família. Os quadros de Carlisle, retratando toda sua história, estavam todos pendurados e Bella não pôde conter o rosnado que saiu por entre seus dentes arreganhados de ódio para o retrato dos Volturi. Rosalie e Emmett se entreolharam sem saber nada e Jasper colocou uma mão em seu ombro, complacente. Eles voltaram a seguir a pequena vampira animada. Apenas Esme ficou no escritório.

- Aqui tem o meu quarto com o Jazz e o de Rose e Emmett. Eu até queria mostrar meu closet de novo, Bella, mas eu sei que você não gosta, então nem vou me dar ao trabalho. Depois se você quiser, eu mostro para você, Anne Louise.

- Eu iria adorar. – Ela disse e ambas sorriram cúmplices.

Bella revirou os olhos. “Duas consumistas viciadas.” Pensou achando graça e lembrando com divertimento do dia que passaram as três juntas no shopping, empurrando roupas e mais roupas de uma para outra e para a própria Bella, para seu total desespero. Desta vez, Emmett e Rosalie deixaram o tour indo para seus quartos.

No último andar havia um pequeno hall que dava espaço para as duas portas, uma de frente para a outra, e no meio deste espaço estava o piano de Bella. Alice parou e sorriu com humor para a irmã:

- Desculpe, mas essa casa não tem sótão para a vampirinha sombria aqui.

- Me erre, anã. – Bella resmungou revirando os olhos, porém levando a provocação na esportiva.

- Bem, - Disse ela, como se não tivesse sido interrompida. – Esse é o quarto do Edward e aquele é o seu. Ela apontou para as portas.

- Isso é sério?! – Bella perguntou olhando para Alice. – De quem é essa brincadeira muito de mau gosto? Foi sua ideia, Alice?

Eles ouviram uma das portas do andar abrir e fechar em um baque. Edward não estava disposto a ouvir mais uma discussão e nem passar mais tempo em um mesmo lugar que Bella.

- Na verdade, cada um foi escolhendo o quarto e os que sobraram foram esses e acredite em mim, Edward gosta tanto dessa ideia quanto você.

- Esse é o problema, Alice. – Bella grunhiu em um tom absolutamente baixo. No momento apenas elas, Jasper e Anne Louise estavam ali com eles. –Eu estou gostandomaisdo que deveria, isso vai me fazermuitomal ecom certezaEdward deve estarodiandoisso!

- Nossa! Quanto drama, relaxe, Bella. – Alice revirou os olhos. – Deixe rolar, está bem?

- Isso, deixe-me sofrer aqui. Definhar vendo de camarote o quanto ele meodeia! Muito simpático da parte de minha família tudo isso! – Sua voz estava irritada e o tom era terrivelmente irônico.

Jasper se encolheu e tentou se aproximar da irmã, mas ela se afastou e ele só pode sentir a dor emanando dela. Bella se sentiatraída. Ela correu escada a baixo, soluços desesperados saindo de sua garganta enquanto ela corria porta a fora em direção à floresta. “Como eles podiam?!” Ela se perguntava. Bella nunca conseguiria conviver pacificamente com Edward de novo. E foi então que ela finalmente entendeu. Alice havia perguntado para ela se ela estava pronta para conviver com Edward de novo. Ela já sabia e estava tentando prepará-la para o baque. Mas por que não tentara mudar?!

Ela não conseguia entender nada do que estava acontecendo dentro de si. Ela estava furiosa por não saber, mas seu coração lhe dizia para parar e pensar com calma. Era sobre a sua família que estava falando! A última coisa que iriam querer era o seu mal e vê-la sofrer. Parou sua corrida no meio do jardim, sua respiração irregular e saindo em fortes baforadas. Seus olhos estavam fechados com força enquanto lutava para pensar com clareza. Não deveria agir com impulsividade e sabia disso, por isso tentava controlar seu gênio.

Meio segundo depois, Jasper parava ao seu lado, mantendo certa distancia e olhando para ela apreensivo. Percebendo o esforço dela em se acalmar, ele a ajudou com seu dom e ela relaxou os ombros e as mãos, antes flexionadas em punhos.

- Obrigada. – Ela murmurou.

- Não havia pensado no fato de que você ia ficar tão perto de Edward. Eu havia me esquecido. Desculpe-me, eu sinto muito. – Ele disse olhando nos olhos dela.

- Mas Alice sabia. – Ela resmungou e Jasper se sobressaltou. – Ela perguntou como eu iria conviver com Edward quando voltasse e eu respondi que não sabia. Ela já sabia que eu ia acabar convivendo com ele mais do que deveria. Eu estou tão confusa. – Ela admitiu se sentando na grama e enterrando a cabeça nas mãos. – Eu sinto que vocês não fizeram por querer, ou por mal, mas eu realmente queria que fosse de outro jeito.

- Bem, eu não acredito que você vai passar muito tempo por lá mesmo... – Ele murmurou dando de ombros. – Alice está contando com sua aprovação da surpresa dela. – Ele disse e comprimiu seus lábios em duas linhas finas, descrente.

Bella olhou para ele, curiosa e muito mais calma. Desde que chegara estava ouvindo coisas sobre uma surpresa e estava cada vez mais ansiosa. Não era fã de surpresas e evitaria uma se pudesse, mas não podia evitar ficar curiosa.

- O que é?

- Vou deixar que Alice te mostre. Não sei se terei minhas suspeitas confirmadas e não gostaria que fossem.

Bella ficou ainda mais confusa ainda e olhou para o irmão exigindo respostas mais concretas, mas ele apenas deu de ombros, simbolizando a sua falta de intenção em saciar sua curiosidade.

- Acho que Alice viu que eu me acalmei, então por que não dá as caras de uma vez? – Bella resmungou.

- Ela está te dando um tempo.

-Agora que eu não preciso de um tempo, a atrevida quer ser simpática... Mas queótimo!

- Relaxe, Bella. Você chegou aqui em casa hoje! – Jasper revirou os olhos.

- Relaxe, Bella! – Ela falou, tentando imitá-lo.

O irmão apenas riu em resposta e se aproximou e se sentou ao lado da vampira na grama. Bella apenas sentiu os braços do irmão a rodeando e ela apoiou a cabeça em seu ombro, seus olhos perdidos na floresta atrás do rio, à sua frente. Então Bella viu, por entre as árvores, um brilho estranho. Um reflexo artificial e um brilho amarelado.

- O que é isso? – Ela se levantou.

Jasper apenas ergueu a cabeça, confuso. Bella saiu correndo, ao mesmo tempo em que, Alice chega e se posta ao lado de Jasper. Anne Louise estava logo atrás com Esme, Rosalie, Emmett e Edward, que já pulava a janela para saber o que era aquela movimentação toda.

- Ela descobriu. – Alice disse com um sorriso antes de disparar atrás da cunhada.

Todos saíram correndo e apenas Esme ficou para trás quando ouviu Carlisle se aproximar dizendo:

- O que está acontecendo?

- Olá, querido. – Ela o beijou. – Bella descobriu a surpresa que fizemos para ela. Venha!

Eles dispararam juntos para onde o resto da família se dirigira e ao chegarem lá encontraram todos parados esperando e observando a reação de Bella para a cabana que estava na frente deles.

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Bella correu pouco depois de pular o rio e adentrar um pouco mais a floresta, logo ela se deparou com uma trilha bem antiga, que parecia ter sido recentemente percorrida. O cheiro de Esme estava fraco ali, mas mesmo assim ela captou o rastro recente da mãe que passou por ali. Cada vez mais curiosa, ela continuou a avançar, mesmo que não fosse tão longe.

De repente a trilha vira e termina em uma pequena clareira, e quais não foram a sua surpresa e choque ao ver no centro, à sua frente, a cabana amarela. Rapidamente ela pôde notar várias diferenças com a que ela havia construído e deduziu que sua família havia se baseado no quadro para fazê-lo, mas mesmo assim a semelhança era o suficiente para seu coração estraçalhar-se em um milhão de pedaços com as suas últimas lembranças daquele lugar. Mas a lembrança das esperanças que possuía e alimentava com fervor na época, deixaram Bella em um misto incompreensível de sensações.

Bella ouviu passos se aproximarem e nem precisou se virar para saber que se tratava de sua família, todos ansiosos para saber sua reação com asurpresa.