Buried Alive escrita por Miss Haner


Capítulo 16
Changes


Notas iniciais do capítulo

Notas finais!



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POV Liza

Foi tranqüilo. Impressionante. E triste, muito triste. Tive vontade de chorar, mas concluí que eu não seria melhor chorando. Eu fui ruim; e isto não muda se eu mostrar a minha tristeza.

Mas por outro lado, eu finalmente fiz o que eu planejei antes de vir a esta cidade, mesmo que não tenha saído de acordo com os meus planos, eu me vinguei. E me faça o favor de concordar comigo, esta foi a melhor vingança que alguém pode ter. É eu sei que está confuso, mas tudo está bem agora. Bom, não totalmente, ainda há uma semana para realmente a minha vida mudar. E eu mostrar para todos o quão mesquinha e traidora eu sou.

Fui a pé para a casa de Klaus, mas meu carro não se encontrava mais na casa de Damon, Jeremy tratara de levá-lo a um lugar secreto. O caminho foi longo e cansativo, talvez não tão longo e nem tão cansativo, mas quando se tem um peso a mais que o próprio peso que seu corpo, o caminho se torna muito mais desgastante. Principalmente se esse peso se chamar consciência.

- Aí está ela! – a voz de Stefan estava me dando nervos. Acho que ficou claro que ele não é o meu vampiro preferido, mas bem que ele poderia ser um pouco menos irritante.

- Posso saber onde a senhorita foi? – Agora sim a voz do meu melhor amigo. Essa sim me acalma, mas ao mesmo tempo faz a droga de consciência pesar ainda mais.

Suspirei.

- Fui buscar as minhas coisas na casa de Damon. A partir de hoje esta é minha residência.

Um sorriso irritado de Stefan. Um olhar contemplador de Klaus.

- Mas isso não é uma maravilha?! – exclamou o loiro vindo me abraçar. – Bem vinda a sua nova casa.

Abracei-o de volta com incerteza, respirei fundo e soltei o ar devagar antes de soltar Klaus.

- É linda esta cena, mas eu acho que os pombinhos estão esquecendo que agora nós não vamos saber do plano deles.

Soltamos um suspiro pesado.

- Isso não é problema. Damon é incapaz demais para bolar um plano capaz de nos pegar. – sorri com a careta de Stefan. O observei e percebi uma raiva diferente em seus olhos. – Ou então esta sua irritação é por causa de você não ter mais informações sobre o seu irmão. – sorri com desdém.

Stefan arregalou os olhos e grunhiu.

- Você é idiota? Eu não me interesso mais pelo o que o Damon faz. Eu só não quero que o plano falhe por causa de uma pirralha.

- Pirralha é a sua... – fui interrompida.

- Cale a boca vocês dois! – olhei mortífera para ele. – Se vamos morar juntos é bom que vocês não tornem esta casa em um campo de batalha. – suspirei. – Liza, você deve estar cansada, vá descansar. – virou-se para o outro vampiro. – Stefan leve a Liza até o quarto.

- Eu não! – contestou.

- É uma ordem não um pedido. – senti o clima pesar e logo depois melhorar após o consentimento de Stefan. – Bom, eu vou sair. Nos vemos mais tarde Liza. – Me deu um beijo na bochecha e saiu.

Passaram alguns segundos após a saída de Klaus, logo eu soltei os ombros, bufando e mudando o peso de pés.

- O que você está planejando, hein?! – arg!

- O mesmo que você querido. – olhei para ele.

- Como assim o mesmo que eu? – ele se aproximou.

- Não quer matar seu irmão e os outros desta cidade? – ele espremeu os olhos. – É o mesmo que eu.

- Você está mentindo.

Ri alto.

- Pois é. – me aproximei devagar. Seus olhos seguiam os meus passos. Poucos passos antes de ultrapassá-lo por completo aproximei minha boca de sua orelha. – Acho que somos dois mentirosos.

Sorri mais uma vez e fui procurar o meu quarto sozinha. Stefan me seguiu.

- Eu não vou deixar você atrapalhar os meus planos.

- Eu também não vou deixar você atrapalhar os meus.

- Você ainda persiste no seu plano tolo de vingança? Garota ridícula. – ele disse sorrindo ironicamente e saindo do quarto.

- É aí que você se engana. – Stefan voltou ao quarto. – Eu já me vinguei e estou prestes a me vingar de novo.

- Como assim? – ele se aproximou.

- Eu vou fazer o que você não fez, ou melhor, não foi competente o suficiente para fazer. – Ele estava a poucos centímetros do meu corpo, olhei firme em seus olhos. – Eu vou salvar aqueles que eu amo. – respirei. – Nem que para isso eu me torne pior do que eu já sou.

Terminei de falar e fui tomar banho.

- Eu to dentro! – aff!

- Errado! Você está completamente fora. E se ousar entrar no meu caminho, eu te tiro tudo o que é mais precioso. – voltei até ele. – Você vai ficar quieto no seu lugar, ao lado de Klaus e continuar nosso plano. Desta vez eu vou fazer tudo sozinha.

[...]

Dois dias para tudo acabar.

Nem é preciso dizer que eu estou nervosa e continuo confusa. Vem sempre a pergunta em minha cabeça: Como eu pude me envolver deste jeito? Quando eu me tornei esta pessoa? E ao mesmo tempo me vem as respostas, não para estas perguntas, mas para o que está prestes a acontecer. Eu não tenho tempo para desistir.

No tempo em que passou, eu tentei (e acho que consegui) não demonstrar o meu nervosismo. Depois da minha breve discussão com Stefan eu acabei aceitando que ele era essencial no meu plano e desde então as brigas não acabaram, mas ele faz parte do time. Klaus não percebeu nada, ele nem fica dentro de casa. Mas quando fica eu tento ficar perto dele, por mais que eu esteja confusa, ele é meu melhor amigo e também é tarde demais para mudar isto.

- Liza! – ouvi a voz do meu melhor amigo me chamando. Segundos depois ele já estava em meu quarto. Tentei amenizar o meu rosto antes que ele percebesse o meu estado. – Você está se sentindo bem? – Klaus perguntou preocupado.

- Claro! – respirei fundo e olhei em seus olhos. Um choque passou pelo meu corpo.

-Eu vou mudar o plano. – ele disse calmamente.

-O que? – gritei sem intenção. O que ele queria com isso?

- É, vou mudar o plano. Acho que eles estão quietos demais por esses dias, talvez eles tenham descoberto.

Suspirei. Provavelmente eles não tinham idéia do que estava para acontecer de verdade, mas eu não poderia dizer isto a Klaus, ou não deveria dizer isto tão claramente. Mas ao mesmo tempo, eu não tenho como avisar Jeremy desta mudança súbita. Resumindo, eu estou perdida e é bom pensar em alguma estratégia rápida.

- Pra que esperar dois dias se nós podemos fazer tudo isto amanhã à noite? – ele continuava. – Quero pegar todo mundo de surpresa, deixar todos eles sem defesa. Você me entende, não é?

- Sim.

- Não tem nenhuma objeção? – perguntou arqueando a sobrancelhas.

- Não. – respondi friamente.

- Ah qual é, Liza? Você não tem nenhuma opinião sobre a mudança? – ele disse espremendo os olhos.

- Vai adiantar o que eu dizer alguma coisa? Mas se você quer realmente a minha opinião, eu acho ridícula esta mudança. Parece que você não tem confiança no seu próprio plano. – Agora sim! Acertei em cheio o orgulho dele.

Sua face se fechou. Quando ele falou novamente sua voz era roupa e brava.

- Eu tenho confiança sim. – dei de ombros. – E é por isso mesmo que eu estou mudando o dia do plano.

- Então tá. – dei de ombros mais uma vez e me levantei da cama.

- Você não acredita que este plano vá dar certo não é, Elizabeth? – apareceu em minha frente.

- Acredito. – me defendi. – E é por isto que eu estou junto de você nesta, mas se você não confia no seu plano, eu não vou gastar meu tempo investindo em algo que não me levará a nada.

- É assim que você pensa. – disse ele visivelmente triste.

- É o que você está demonstrando Klaus. – fiquei a calma.

Um profundo silencio se instalou no quarto.

- Tudo bem. Se você acha que não tem problema nenhum, nós manteremos o plano original. – ele se rendeu e eu sorri. Dei um beijo em seu rosto.

    - Vai dar tudo certo. – disse mais para mim do que para ele. Eu precisava que desse tudo certo.

Depois que Klaus saiu do meu quarto, eu dormi. Tive pesadelos, inúmeros deles. Começavam pela morte de meus pais, depois a de meus tios e paravam no meu plano. Acordei com medo de que desse tudo errado, disseram-me uma vez que tudo que começa errado termina errado, agora eu rezo para que quem me disse isto estivesse errado.

               Levantei a cabeça para olhar as horas. Passavam das três horas, fiz uma careta. Eu realmente precisava dormir bem para que tudo o que eu planejei desse certo, depois haveria uma grande viagem e eu também iria precisar de estar bem para segui-la. Isto é, se eu conseguir sobreviver ao que eu irei fazer, mas aí já é outra conversa. Levantei-me da cama e fui até o banheiro, lavei meu rosto e voltei ao quarto me dirigindo até a porta.

               Passei pelo corredor e parei em frente à porta do quarto de Klaus. Ela estava entreaberta e é ainda inacreditável para mim que os vampiros dormem. Assim, neste estado, eles parecem tão frágeis que me provoca raiva. Odeio seres frágeis. Seu corpo estava encobrido pelo fino lençol azul, seu rosto ajeitava-se gentilmente ao travesseiro. Seu semblante era leve e com alegria, o breve sorriso anunciava a que sonho o vampiro sonhava. Suspirei e saí dali.

                Continuei a caminhar pelo corredor, desci as escadas e sentei-me no sofá, olhando para o breu daquela sala. Mais lembranças atormentaram a minha cabeça, na escuridão daquele lugar apareceram cenas da minha vida. A minha infância com meus pais, o tempo em que eu passei com os meus tios, todos os conselhos, meus amigos, os quais eu não reconhecia, mas agora deixam uma falha dentro de mim. Apareceram também uma breve cena do meu futuro, não o que eu esperava obviamente, mas o que dentro de mim já sabia.

                - Se livrou dos pesadelos? – ouvi a voz de Stefan ao meu lado. Suspirei irritada.

               - Como sabe? – perguntei de mal humor.

               - Ouvi seus resmungos. – deu de ombros. – Eu sinto muito. – disse fazendo que eu o olhasse nos olhos. – Quero dizer, eu sei o que é perder alguém que se ama. – Pela primeira vez desde que o conheci, enxerguei sinceridade em seus olhos.

              Desviei de seus olhos e voltei a olhar para a escuridão. Pensando bem, eu e Stefan temos uma história um pouco parecida, apenas se pensar no hipoteticamente. Stefan também tinha sofrido com suas escolhas, perdeu quase a todos a quem ele ama. Mas aí tem um diferença muito grande, ele teve a chance de voltar às pessoas que se importam com ele. Eu nunca tive esta chance, todos aqueles que eu realmente amei foram arrancados de forma bruta da minha vida.

               Porém não se engane, eu já não tenho mais raiva. O ódio se esvaeceu de uma hora para outra. Tudo o que eu sinto agora é saudade, saudade do tempo em que eu era uma pessoa melhor, saudade do tempo em que minha única preocupação era escapar dos pesadelos à noite, enquanto eu dormia. Eu sinto falta do tempo em que minha vida não era sobrenatural.

               - Sabe? – comecei a dizer. – Eu também sinto muito por você. – ele assentiu. – Acho que agora eu sou capaz de te compreender.

               - Acho que eu devo te agradecer por entender. – arqueei a sobrancelha. – Todos me vêem agora como um monstro, mas você, desde o primeiro dia em que nos vimos, sabia que eu não sou assim. – sorrimos cúmplices. O silencio se instaurou pela sala. – Você sabe que não precisa ir embora, não é? – Stefan o quebrou.

               - Esta cidade me dará lembranças demais, eu não vou conseguir viver com o ódio.

                - Eles vão te perdoar. Ele vai. – Stefan disse convicto. Ele tinha a confiança que eu não tinha. Suspirei. – Você não é aquilo que você pensa. Você é exatamente ao contrário. É a pessoa mais corajosa e forte que eu já vi. E olha que eu já conheci milhares de pessoas. – ele riu.

                Suspirei novamente. Talvez Stefan estivesse certo. Mas é somente talvez.


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Notas finais do capítulo

E então? Podem me matar pela demora, mas eu juro que não é culpa minha. Acreditam que eu to sem internet até hoje?? Pois é. O jeito vai ser postar pela Lan mesmo.
Sobre o capítulo: gostaram??Comentem por favor, bjos. Até.



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