A 73 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Sofi


Capítulo 9
Capítulo 9 - Que os Jogos comecem


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu to tentando postar rápido >.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193954/chapter/9



       Sou acordada por Kyla, que me libera para tomar um banho e me leva para tomar café da manhã. O dia estava nublado e frio.

-Dia lindo para começar os Jogos Vorazes. - sussurrei para mim mesma

O café da manhã foi farto e Mekenzie me fez comer muito, mas muito muito mesmo. Depois, voltei para o meu quarto e Kyla me deu o vestimento que usaríamos na arena. Uma blusa regata apertadinha, com uma jaqueta impermeável marrom. Calças de sarja preta e botas curtas que iam até o meio da panturrilha. Eram confortáveis e ótimas para uma caminhada em algum lugar molhado.

Ela amarrou meu cabelo em um rabo de cavalo e pegou meu colar que eu havia jogado no banheiro e o colocou em volta o meu pescoço.

-Mekenzie, Pammy e Tucksen já foram. - ela disse, fechando minha jaqueta – Eu vou te acompanhar, está bem?

-Tá – eu disse – Vamos.

-Vamos. - ela suspirou pesadamente.

Ela me guiou até o telhado, onde um aerodeslizador me aguardava. Pisei no primeiro degrau e senti meus músculos congelados e não me mexer. Kyla estava do meu lado, imóvel como eu. Uma mulher de branco apareceu e segurou meu antebraço esquerdo. Olhei para Kyla e senti uma pontada no local onde a mulher estava segurando.

-Ai! - falei, num tom agudo

-Meriva, esse é o rastreador que vai nos dar a sua localização na arena, tá bem? - ela disse, guardando a seringa que usou para colocar o dispositivo em mim.

-Tá. - eu disse. O aerodeslizador parou e nós descemos para as catacumbas que ficam abaixo da arena. Lá será meu último ponto antes de entrar nos Jogos.

Kyla ajeitou minha roupa, refez meu penteado – que já estava saindo, por acaso. Porcaria de cabelo liso, nada para quieto! - e então, ela pegou meu braço e me levou até um prato de metal envolto por um cilindro.

-Chegou a hora. - disse ela, me ajudando à subir no prato de metal.

-E que os Jogos Vorazes comecem – eu disse, com um sorrisinho. Eu queria parecer confiante. - Ah! - lembrei – E que a sorte esteja sempre ao meu favor!

-Sempre. Ao seu favor – ela retribuiu o sorriso e me mandou um leve aceno de mão. Retribui e então o prato começou à subir. Quando percebi, já estava na arena, fitando o chifre de metal cheio de provisões chamado Cornucópia.

Ela estava localizada no meio de um anel de areia. Logo atrás de mim, tinha mar, muito mar e dava para perceber que atrás do anel de água salgada tinha algo que parecia uma floresta de pinheiros.

Todos permaneceram parados, alguns olhando os oponentes, outros pensando nas chances do que poderiam pegar. Ao meu lado esquerdo, estava Serena, a garota do Distrito 12 que conheci no elevador do Centro de Treinamento. Ela ponderou sair do seu círculo, mas mudou de ideia. Ótima escolha. O tributo que pisar fora de seu circulo antes que soem 60 segundos, vai explodir. Ao meu lado esquerdo, estava o garoto do Distrito 3, que ficou encarando as bombas enterradas. Ele deve entender daquilo. Eu estava procurando Ery quando ouvimos o legendário narrador dos Jogos Vorazes, Claudius Templesmith anunciar :

-Senhoras. Senhores. Que comece a 73ª Edição dos Jogos Vorazes!

O cronômetro soltou 60 segundos e eu ainda não tinha pensado no que pegar. Bem à minha frente, talvez a uns 30 ou 40 metros, estava um brilhante machado. Era a minha chance. Percebi que o garoto do 3 também estava olhando-o. Eu estava determinada à pegá-lo, então de certo, teria uma luta corpo a corpo. O canhão soou e corri em direção o machado. No caminho, peguei uma mochila que alguém derrubou. “Obrigada” pensei, com um sorriso cruel na face. O garoto pôs as mãos na arma no mesmo momento que eu, então dei um soco em seu nariz e ele pegou uma faca. Ele estava se recusando à soltar o machado, mesmo com seu nariz sangrando graças ao meu soco. Senti um puxão pela cintura e ouvi os gritos de agonia do garoto do Distrito 3. O machado estava no chão e o garoto estava com as mãos no pescoço ensanguentado. Só para garantir, dei uma machadada em sua cabeça.

Me virei e vi que quem havia atacado o garoto foi Ery.

-Meriva, sai daqui! - ele gritava – Corre!

Joguei a mochila ao ombro, puxei meu machado e pulei na água. Vários tributos estavam se afogando. Eu sei nadar. Não lembro como aprendi, só lembro os movimentos. A mochila era impermeável, como minha jaqueta, então estava completamente seca. Abri ela e joguei meu machado a dentro, para facilitar o nado.

Cheguei à floresta de pinheiros e vi que a garota do 8 também. Ela jogou uma faca na direção do meu coração, mas eu desviei e a faca ficou presa num pinheiro pequeno atrás de mim. Fui na direção dela com o machado e o olhar dela dizia “Eu não devia ter feito isso, agora é o fim.” e ela estava ereta, esperando seu fim. Então cravei meu machado em seu estômago e ela caiu gemendo no chão.

O banho de sangue ainda estava acontecendo na Cornucópia. O sangue escorria para a água e o cheiro de ferrugem empesteava o ar. Nunca fui fã desse cheiro. Tapei o nariz e peguei o machado cravado no estômago da garota morta e o limpei na minha blusa, então senti algo puxar minha cabeça para trás pelo cabelo. O garoto do Distrito 2 estava com uma faca no meu pescoço, puxando cada vez mais minha cabeça para trás.

-Olá, Meriva. - disse ele – Nós estamos procurando seu namoradinho, onde ele está? - ele estava com um sorriso cruel na face – Me conte, e eu te mato bem rápido, sem nenhuma dor. Eu prometo – sussurrou

Ri ironicamente e disse :

-Primeiramente, eu não sei onde ele está. - eu tentava manter a calma – E segundo, você acha mesmo que eu te contaria caso soubesse?

-Pois bem. - disse ele, começando um corte no meu pescoço – Mas saiba que vai doer muito.

-Solta ela, Kesh! - disse uma voz desconhecida – Agora! - Spes. Spes estava indo contra um garoto gigantesco.

Uma faca voou em direção à Kesh, mas ele me pôs à frente de seu corpo como um escudo. A faca acertou meu ombro profundamente. A dor era gigante e me fez grunhir um pouco. Spes partiu para cima do tal Kesh, que me jogou para o lado. Eu caí por cima da faca, o que me fez soltar um pequeno grito de dor. Tirei a lâmina do meu ombro e fiz esforço para não deixar lágrimas correrem.

-Meriva, sai daqui! - gritava Spes.

Puxei a mochila para o ombro bom e corri, com uma mão no machucado. O corte no meu pescoço ardia e o sangue quente escorria em mim, mas eu não podia parar.

Após por volta de uma hora correndo, eu já estava arfando e toda melecada de sangue e estava arfando, mas o medo de parar e levar outra facada era maior. Eu também sentia medo de cair e não levantar mais. Ficar lá, inconsciente, até alguém chegar e acabar com os meus últimos resquícios de vida.

A ideia só me faz andar mais. Olho para o horizonte e vejo que o Sol já está se pondo. Miro os pinheiros para tentar achar a árvore ideal para passar a noite.

-Um saco de dormir ajudaria agora – resmunguei comigo mesma, subindo num pinheiro alto. O sangue dos meus ferimentos já havia estancado, mas doíam muito e a única proteção que eu tinha era minha jaqueta. Decidi olhar minha mochila, quem sabe haveria algum curativo lá.

Um odre com água – isso me fez lembrar que eu ainda não havia bebido nada e minha boca estava seca e a língua rachada -, iodo para purificação de água, um moletom masculino grosso – talvez seja útil -, uma faca e um potinho com frutas secas. Tomei um pouco da água e comi uma pera seca. Eu não estava com fome.

Estava na hora de ver o meu machucado no ombro. O do pescoço era menor. Assim que tirei a jaqueta, comecei à ficar enjoada. Estava horrível. Um buraco fundo, rodeado de sangue e pus. Eu comecei à arfar e suar frio enquanto ficava encarando o machucado. O que eu poderia fazer? Se pelo menos, se eu já tiver algum patrocinador, quem sabe eles poderiam me mandar um curativo. Caramba, isso seria tão bom!

Então um pequeno paraquedas prateado pousou à minha frente. Desamarrei ele rapidamente – Obrigada, lições com nós! - e vi vários curativos. Faixas, analgésicos, anti-inflamatórios, ervas medicinais e pomadas.

-Caramba, caramba! - eu disse, animada – Eu tenho patrocinadores! Obrigada, obrigada!

Primeiro, tirei um pouco do pus e limpei com a parte de dentro da jaqueta, então passei um pouco de uma pomada que dizia “Cortes e Infecções” e enrolei com a faixa. Ardia um pouco, mas era melhor que nada. Colei um curativo adesivo no meu pescoço e me cobri com o moletom. Os canhões começaram à soar. Comecei a contar. 9 tiros. Pura carnificina. O hino de Panem começou a tocar e os rostos dos mortos apareceram. O garoto do 3, o garoto do 5 -ótimo, todos os carreiristas vivos, até mesmo Spes e Keish, que estavam lutando – os dois do 6, a garota do 8, os dois do 9, o garoto do 10 e o garoto do 12. Ery e Faith ainda estão vivos. Isso é bom, menos um dia de carnificna. Mas afinal, os Jogos mal começaram, nunca se sabe o que pode acontecer.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ok, eu sei que não tá bom, mas eu tento :[



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A 73 Edição Dos Jogos Vorazes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.