Lost In The Shadow escrita por LaraMagchep


Capítulo 5
A Trégua.




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“No século XV, os gênios se tornaram ariscos e um perigo para a Lei do Sigilo Bruxo. Enfiavam-se em lâmpadas e garrafas e se perdiam de propósito fazendo todo o tipo de magia negra.

‘Não foi nada fácil para o Ministério pará-los’, disse Arigoto Binns, o renomado historiador “No geral, os aurores passavam semanas procurando por lâmpadas, as esfregavam desejando que os gênios fossem selados para sempre. Há uma sala no Departamento de Mistérios destinada a aprisionados’

Porque toda essa caça? Os gênios se alimentam de esperança e felicidade, assim como os Dementadores, mas como a troca é mutua é raro haver algum dano causado pelos gênios. Esses rebeldes sugavam toda a alegria sem dar nada em troca, aprisionando-os em profundo sono.

‘No século XVIII esses mestiços em particular se encontravam presos em verdadeiras fortalezas, especula-se que Gringotes seja lar de alguns deles até o dia de hoje.’

Depois de mortos gênios também possuem o direito de prosseguir ou ficar como outros bruxos. ”

            - Inútil. Um grande monte de m...

            - Srta.Granger, silêncio na biblioteca!

            - Silencio na biblioteca, senhorita sangue ruim – debochou uma voz arrastada por trás de Hermione, a garota girou os olhos.

            - O que quer Malfoy?

            - Vim ajudar na pesquisa – Ele sentou-se ao lado dela e pousou um objeto fino e negro na tampa da mesa.

Hermione fixou o olhar na bengala que ela sabia pertencer ao Malfoy pai, Draco a usava desde que saíra do hospital com a perna enfaixada. Hermione ouvira de algumas meninas que ele ficara mais elegante e charmoso com aquela bengala, ela achava que ele parecia um completo retardado andando mancando por ai sendo que a enfermeira havia dito que ele caminharia sem problemas. Hermione ouviu cochichos excitados e olhou para alunos do quinto ano da lufa-lufa, Luna estava entre eles e olhava rabugenta para seus colegas.

            - Não se preocupe – Comunicou Malfoy – Eu não me importo de ser visto com você.

            - Ah, por favor, Malfoy. Eu é quem estou com vergonha, tem uma amiga minha ali – Hemrione apontou para Luna.

            - A Lovegood? – Draco perguntou unindo as sobrancelhas – Patético, Granger, você poderia ter amigos melhores se quisesse. Mas eu esqueci que ela faz parte daquela sua armada idiota.

- Malfoy se você veio aqui para tripudiar, pode ir andando.

- Não, me deixe ficar – Ele pediu retirando um pergaminho amassado das vestes – Olhe só o que eu encontrei. Disseram-me que vai nos ajudar a chegar a esse tal de Bogus.

Hermione apanhou o pergaminho e deu uma olhada, enquanto Draco puxava o livro que ela acabara de fechar e abrira na pagina marcada.

- Malfoy, desde quando você tem esse pergaminho?

- Cinco dias – Ele respondeu indiferente.

- Desde quando sabe que eu sou matriculada em Runas? – Ela empurrou o papel para Malfoy, onde um grande numero de símbolos estavam espalhados.

- Há dois dias – Ele empurrou o pergaminho de volta. – Foi o tempo de me situar e encontrá-lo.

- Decência e vergonha na cara não fazem realmente parte de seu vocabulário, não é? – Ela perguntou apanhando um pergaminho limpo e uma pena para transcrever a tradução.

- Eu não preciso deles. Só preciso disso – Apontou sua própria cabeça – E de você.

Hermione ergueu os olhos, mas Draco já olhava o mais longe possível, uma estranha coloração rósea se espalhou pela sua bochecha magra. Um grupo de sexanistas sonserinos passou e se sentou bem a frente da mesa onde Draco encarava, eles assoviaram para o garoto e mandaram beijos dele para Hermione. Malfoy não agüentava mais aquele colégio e aquelas escorias se não tivesse que salvar seu pai deixaria que fechassem o colégio de uma vez por todas. Na melhor das hipóteses ele teria que ficar na mansão dos Malfoy hospedando o Lord das Trevas, talvez enfiado no quarto lendo alguns livros de Quadribol, claro que não poderia ir a muitos jogos porque estariam todos daquela Ordem idiota caçando-os, mas isso passaria, o Lord venceria e... Talvez não houvessem mais jogos quando ele vencer. Na verdade, pensou Draco, seria horrível viver em um mundo escuro. Seria como ser jogado em uma masmorra sem porta com senha. Sentiu uma mão apertando seu ombro, ele olhou para o mesmo e as unhas médias e bem polidas de Granger o apertavam. Ele virou-se e esperou qualquer coisa, menos o que ela disse a seguir:

- Não se preocupe, Malfoy. Nós vamos parar essa coisa e encontrar seus amigos. Não vamos deixar essa escuridão nos derrubar. – Disse com simplicidade como se houvesse lido seus pensamentos.

- Certo, Granger.

Ficaram parados, se encarando, Hermione não tirava os olhos de sua mão, não conseguia entender porque Malfoy não a arrancava e dizia alguma coisa horrível como “Você vai me deixar com piolhos de trouxa” e Draco não conseguia entender o porquê de querer tanto que ela continuasse a tocá-lo. Passara alguns bons dias com ela, ela não ria ou sorria para ele, dividiam informações e tese, ela extraída de pesquisa e ele de entrevistas com antigos Comensais e usuários de magia negra, mas era somente isso. Quer dizer, pensara uma ou duas vezes sobre como seria beijar aquela garota, mas era normal na idade de Draco pensar essas coisas absurdas, mas quando a olhava não sentia o que sentia por Pansy Parkisson. Saia com Pansy às vezes e era bom, ele gostava de beijá-la e sentia falta do abraço dela quando estava carente, mas com a sangue-ruim... Não era nada parecido e ao mesmo tempo, muito importante. Queria sentir novamente de perto o cheiro de morango de seus cabelos volumosos, passar a mão por eles, talvez. Coisas simples e odiosamente melosas que deixava o loiro confuso. Ele tinha seus ideais, queria acabar com esse obstáculo, terminar a tarefa que o Lord das Trevas lhe incumbirá e conseguir a liberdade de seu pai. Ideais esses que pareciam ínfimos e pequenos quando comparados a ficar ali olhando dentro dos olhos castanhos chocolates e tão vivos daquela garota irritante e que ele, Draco, aprendera a apreciar a beleza e a inteligência. Ergueu a mão timidamente e pousou seus dedos finos e longos sobre a mão dela, a sentiu estremecer sobre seu toque e seus lábios secaram drasticamente, retirou de seu ombro e a escorregou para peito das vestes negras.

- Granger, eu queria te perguntar uma coisa.

- O que?

- Você não... Eu queria perguntar se você não gostaria...

- Arrumou uma namorada, Malfoy? – A voz era potente no ouvido do casal.E seus dedos ainda se roçavam quando ele retirou a mão apressado, olhou pelo ombro de Hermione e viu Blasio, negro e forte com os braços cruzados encarando o rapaz. O Malfoy levantou-se imediatamente, se alguém precisava ser devorado por algum monstro do colégio era Blasio Zabini que estava fazendo o loiro perder todos seus pontos de paciência. Encarou o colega e o respondeu.

- Não.

- Pois eu acho que arrumou, francamente – Blasio avaliou a garota com um desprezo no olhar tão desprezível que o fez refletir se era assim que olhava para ela antes de... Antes de o que, Malfoy?, questionou a si mesmo – Sua família chegou ao fundo do poço e arrastou o primogênito deles junto.

- Não fale da minha família, Zabini – Resmungou Malfoy ameaçador. – Você vai se arrepender.

- Da sua namorada eu posso falar? – provocou o garoto.

- Essa sangue imundo não é a minha namorada! – Gritou de volta, sentia o rosto corar.

- Oh, pelo amor de Deus – Gemeu a bibliotecária saindo de trás de sua mesinha – Na biblioteca não!

- Ficou muito nervoso para o meu gosto, Malfoy. – Blasio empurrou Malfoy que bateu de costas contra o pilar mais próximo (“Na biblioteca não!” voltou a exigir) – Se fosse você, Draco, eu reavaliava minhas companhias. Andando para todo o lado com essa ralé, assim o pessoal vai começar a perder o respeito pelo que restou do seu nome, Malfoy.

Ele puxou a mão de Malfoy e por um momento insano quem via a briga achou que o moreno iria beijar a mão de Draco, mas tudo que fez foi cuspir no anel com o brasão da família, que o garoto usava na mão esquerda. A bibliotecária expulsou os sonserios, Malfoy e Hermione junto para fora, ao bater a porta Draco fitou a própria mão, com os olhos ardendo e as lagrimas começando a escorrer pela própria face, deu as costas para quem cochichava excitado sobre o acontecimento e segurou a ponta da manga para limpar o anel.

- Bem feito – sugeriu Hermione, o garoto a olhou desafiadoramente a saliva de Zabini ferindo seu orgulho.

- O que te importa, sangue-ruim? Achei que estivesse correndo e chorando por eu ter lhe chamado de sangue imundo – Despejou ele querendo infringir a dor que estava sentindo nela.

Hermione se aproximou, segurou a mão dele palma com palma, puxou do bolso interno das vestes um lenço rosa e secou o brasão e os dedos de Malfoy.

- Sou sangue-ruim com orgulho, Malfoy e achei que já tivesse entendido isso desde o começo. Não me importo mais com seus insultos porque acho que finalmente eu o entendi. – Afagou timidamente os dedos dele, evitando tocar no brasão.

E Draco olhando para suas mãos juntas e os dedos dela próximo ao anel que sua cor de pele ficaria muito bem recoberta pelo verde.

- E então? O que queria me perguntar? – Hermione já largara a mão do garoto ainda cristalizado. Ele abanou a cabeça como se afastasse uma mosca incomoda.

- Nada, apenas se não estava com fome, sabe o jantar logo será servido.

- Eu vou voltar para o dormitório ver de decifro isso – Ela lhe mostrou o pergaminho.

- Já teria terminado até amanhã, depois da ronda?

- Que tal amanhã no café da manhã? – Ela respondeu desafiando-o.

Draco riu sincero e ela percebeu, ele ergueu a mão em uma saudação e virou-se de costas. Andando firme e tentando esconder todo aquele sentimento que o arrebatava desde que ela afagara sua mão, ele murmurou.

- Por favor, eu estou contando com você, sangue ruim.

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- Você vai assistir nossa partida amanhã, Hermione?

- Hermione?

Harry e Rony trocaram olhares indagadores. A amiga olhava totalmente alheia a uma parede à frente. O salão comunal estava vazio, fazia uma noite bonita e todos queriam aproveitar até seu ultimo minuto contemplando-a.

- Hermione? – chamou Ronald outra vez.

- Você acha que ela foi enfeitiçada? – Perguntou Harry em um sussurro. – Ela passou o dia sem prestar atenção em nada.

- Eu não sei – respondeu o amigo no mesmo tom, olhando preocupado para os olhos vidrados de Hermione – Será que foi o Malfoy?

- Eu não... Ah, Hermione.

A garota virou-se para Rony e o olhou por algum tempo. O suficiente para o Weasley corar e virar o rosto, ela se levantou apoiando a mão na testa.

- Desculpe pessoal. Eu estava só... Só estou cansada – Ela sorriu para os dois.

- Hãn, o que houve com você? – Perguntou Rony – Você estava olhando para o nada como se tivesse sido petrificada.

- Só estava pensando – Respondeu fracamente. – O que você estava perguntando, Harry?

- Se você foi...

- Não – cortou Hermione virando os olhos – antes.

- Ah, se você não irá ao nosso jogo de amanhã. É contra a sonserina.

- Teremos uma boa desculpa para derrubar Malfoy da vassoura e fraturar a perna dele outra vez. – pontuou Rony sentando-se na poltrona ao lado de Hermione.

- Vou, é claro. Mas, eu preciso contar a vocês uma coisa. Sente-se você também, Harry.

- Vai nos contar onde esteve ontem à noite? – Perguntou Harry cruzando os braços.

- E porque pareceu tão ausente o dia inteiro? – Emendou, Rony também cruzando os braços.

Hermione contou, começou pela noite passada depois da ronda. Noite essa que não seria esquecida pela garota pelo resto da sua longa vida.

Encontrara-se com Malfoy e contara que desvendara o que havia no pergaminho, ele pediu que fossem após a ronda e assim foi feito. Hermione invadiu o quarto dos meninos e retirou o mapa do maroto da cômoda de Harry, afastando seus óculos para o lado. Apanhou sua varinha e saiu do Salão Comunal, o sonserino a esperava no pé da escada, olhando por todos os lados possíveis, livrara-se da bengala.

- Ah, você se curou – Disse Hermione sarcástica enquanto quase corriam para seu destino. – Você tem jogo amanhã, não tem? Acho melhor voltar a ficar doente.

- Não sei como conseguiu terminar a tempo, sangue-ruim, se tem tanto tempo assim para piadas. – retrucou Malfoy. – Por onde nós vamos agora?

Hermione baixou os olhos para o mapa aberto, de acordo com o de Draco deveriam virar a esquerda, mas essa passagem simplesmente não existia no mapa do maroto. Virou então o lado oposto e a partir daí todos os caminhos fizeram mais sentido.

- Tem certeza que é aqui?

Draco ergueu a varinha e tentou espiar para o mapa, por cima do ombro da garota, conseguiu identificar apenas dois pontinhos com seus nomes.

- Onde arrumou isso? – Tornou a perguntar.

- Não importa – Hermione bateu a varinha no mapa ao fecha-lo e moveu a boca muito rápido – É por aqui mesmo. Filch está na... Quero dizer, Filch deve estar na sala dele.

- É alguma coisa trouxa? – Perguntou pela terceira vez a acompanhando para trás de uma tapeçaria que representava lendas nórdicas.

- Cala a boca, Malfoy. Não entendo por que você não quis que Harry e Rony viessem conosco.

- Eu não preciso daqueles dois dibilóides me atrasando. Basta a mim. – Draco deu de ombros.

- Ah, claro. Agora me sinto realmente segura, Malfoy, obrigada. – Hermione girou os olhos para o teto. – Aqui dentro.

Hermione girou a maçaneta e funcionou, já estava quase dentro quando Malfoy estendeu o braço barrando sua entrada e avançou. Não parecia cavalheirismo do tipo “Eu me arrisco primeiro”, para Hermione, na verdade, parecia mais um gesto de “Eu sou mais importante, portanto eu vou na frente, sangue-ruim”. Lá dentro o garoto acenou com a varinha acendendo meia dúzia de velas pela metade, ao contrario do esperado o aposento era bem amplo e repleto de livros e anotações.

- Isso parece levar mais que nossos tempos livres do ano inteiro.

Hermione concordou com a cabeça e se dirigiu a escrivaninha. Mesmo a luz das velas, ela acendeu a ponta de sua varinha e examinou com cuidado um porta retratos e depois de um momento um pedaço do metal em cima da mesa.

- Talvez não.

- Como assim?

Draco a acompanhou, olhando para o que ela apontava. Era a fotografia trouxa de dois jovens em uma cerimônia de casamento, logo depois para o nome no crachá. Malfoy aproximou-se um pouco mais pelas costas de Hermione e franziu o cenho fazendo força para ler as letras gastas. Hermione teve consciência da proximidade do garoto e se perguntou porque aquilo a incomodava de um modo diferente de nojo ou repugnância.

- Eurico Muller? Um professor, talvez?

- E aparentemente abandou o cargo as pressas.

- Deduziu isso pela bagunça?

- Não, por ter esquecido o porta retratos – Ela apanhou o objeto e limpou sua superfície empoeirada – Não parece algo que pode ser facilmente largado de lado se tiver tempo de arrumar suas coisas. A não ser, é claro...

- Se estivesse com muita pressa. – Concluiu Malfoy.

- Vamos procurar por alguma anotação pessoal – A garota deixou o porta retratos no lugar e sentou-se ajeitando a saia cautelosamente na cadeira empoeirada – Oh, Deus, espero que os cupins não tenham corroído as pernas.

- Escrivaninha? – Perguntou o garoto sentando-se em cima de uma pilha de livros – Com essa inteligência como pode ser tão pateticamente obvia?

            A garota não respondeu e limitou-se a vasculhar os papeis velhos e amassados com os lábios apertados. Malfoy folheava os livros, encontrara uma ou duas edições com o nome do homem e o separara em uma pilha ao lado, tanto ele quanto Hermione comentando uma ou outra informação útil enquanto o faziam. O garoto estava absorto em um livro e já havia se esquecido do que procuravam quando ela bufou, ele ergueu a cabeça, Granger tinha o nariz muito vermelho, os olhos castanhos marejados, uma pilha de nada a sua frente e um grau elevado de frustração.

- Nada?

- Nada. – Ela respondeu inflamada.

- Bem, acho que é a minha vez – Ele bateu o livro e o descartou, pondo-se em pé – Vejamos, você disse uma data algum tempo atrás. Qual era?

- 1930 – Hermione declarou prontamente.

- Nessa época algumas pessoas tinham o habito de guardar diários, não é?

Hermione entreabriu os lábios dividida entre surpresa, raiva e admiração. Como não pensara em diários antes? Como aquele garoto egoísta e imbecil tivera essa brilhante e obvia idéia antes da mais inteligente da turma?

- Não é? – Malfoy terminou sua frase outra vez, irritado – Preste atemção em mim.

- Supondo que é um diário, onde estaria guardado – Ela perguntou.

- Não sei, bem, em um lugar secreto, suponho. Todas as gavetas estão destrancadas?

- Abri todas.

- Talvez nas paredes.

- Tente o assoalho – Hermione disse repentinamente lembrando-se de uma coisa – Eu conheço alguém que guarda as coisas importantes no assoalho de sua casa.

Malfoy agachou-se e começou a batucar com os nós dos dedos o chão, a procura de um pedaço oco.

- A propósito, Malfoy, você encontrou livros da autoria de Muller, não é?

- Sim, estão ali – Ele apontou para a pequena pilha que ao final, tinha quatro exemplares – Eu não encontrei nada sugestivo, entretanto se quiser revisar...

Hermione levantou-se e praticamente se jogou para os quatro livros no chão.

- Sua fé em mim é perturbadora – resmungou de seu lado.

E ao chegar nessa parte, Hermione gaguejou três vezes, encarou Rony demoradamente e a omitiu. Mas ela ainda lembrava...

Passado dez minutos ele havia retornado ao seu ponto de origem e agora checava os mais próximos a Granger.

- Você quer ir mais para lá? – Pediu ela em um tom de falsa educação.

-  Eu não posso, estou ocupado aqui. – Respondeu passando os braços por cima das pernas da garota.

- Ai, Malfoy, você está me machucando.

- Eu já estou saindo.

Ele tentou passar a perna propositalmente a sua frente, mas Hermione a agarrou e puxou para trás, Draco voltou poucos centímetros e tornou a ir, mas ao mesmo tempo Hermione tentava se levantar. Ele acertou o flanco da garota com sua cabeça a derrubando e caindo por cima de suas costas.

- Olha o que você fez. – Ela resmungou mexendo suas costas. – Quer sair de cima de mim, imbecil?

- Eu estou indo, estou indo. Você não tinha que ficar na frente. Tire essa maldita perna do meio das minhas... E.

Draco caiu mais para esquerda, batendo o rosto dolorosamente ao lado do de Hermione. Eles ofegaram juntos de olhos fechados por meio minuto até tomarem consciência de que o hálito de um invadia os lábios dos outros e abriram completamente os olhos. Draco levantou-se, apoiando no cotovelo, Hermione girou o corpo ficando de barriga para cima e fez força para levantar, mas Draco estava a sua frente. Sob a luz tremeluzente das velas ele parecia um fantasma, seus cabelos loiros caindo para frente em seu rosto, deixando seus olhos acinzentados mais intensos, como se pudessem queimar a alma da garota, queimá-la dentro de sua própria. Involuntariamente, Hermione ergueu sua mão e a pousou no ombro de Malfoy e afagou, ele não desviou seu olhar um segundo. E houve tempo. Tempo para ela sentir o quão largo era o ombro do sonserino, imaginar como seria sua pele musculosa por trás das vestes negras, tempo de contemplar as feições celestiais de Malfoy, seus traços suaves que pareciam tão errados quando ele praticava uma maldade, quando dizia coisas ruins. Houve tempo de sentir sua suave respiração chegando até seu rosto, tempo de perceber que Malfoy abria seus lábios vermelhos e se aproximava dela, tempo de notar que sua longa mão envolvia calmamente a sua cintura, tempo de notar que o olhar cinzento e misterioso dele fixava agora na boca da garota.

Toc, toc, toc.

Um barulho veio por trás de Hermione e então o olhar vidrado de Malfoy se desfez.

- Encontrei – Ele sussurrou e girou para o lado, investigando de perto onde ele batera.

Hermione sentou-se e suspirou irritada, seu coração ainda parecia ter corrido uma maratona e sua boca estava seca.

- Você vai ficar ai parada? – Malfoy perguntou.

(Daqui em diante Hemrione retomava sua narrativa, cortando pontos importantes para ela e com certeza para o sonserino também que quase chegava a doer não poder contá-los)

- O que tem ai? – A garota ajoelhou-se ao lado de Malfoy enquanto ele retirava quatro pedaços do assoalho.

O garoto murmurou lumus e iluminou o buraco, retirou um por um e quando terminou virou-se para Granger.

- Quantos temos ai?

- Dezessete, mas vamos ficar com esses. São os últimos – Ela lhe mostrou quatro diários com capa de couro, sendo dois bem grossos – Anos vinte a trinta.

- Qual parecem conter mais informação? – Perguntou Malfoy interessado.

- Receio que os do ano 30 – E ela separou dois pesados de capa marrom, Draco apanhou os finos de capa preta.

- Então eu fico com esses. 1920, não é?

- Como é que eu ainda me surpreendo com você?

- Eu não sei, sangue-ruim.

- Eu também não. – Disse uma terceira voz.

Ambos viraram instintivamente em direção a ela, mas não viram nada além de uma parede recoberta por uma notável camada de sombra, que parecia esticar-se para as outras tentando chegar até a porta. Draco percebeu primeiro o que o monstro queria.

- Vamos! AGORA!

Ele segou o antebraço de Hermione e correu para fora o mais depressa que pode, e não precisou olhar para trás para ouvir sons altos de passadas de alguém que não estava lá, alguém que se misturava com as sombras.


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Notas finais do capítulo

Mais um para vocÊs *-----* Espero que gostem mesmo! Deixa review para a autora não morrer ein.



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