Lost In The Shadow escrita por LaraMagchep


Capítulo 12
O Despertar da Serpente.


Notas iniciais do capítulo

Já estou começando a sentir saudades.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193869/chapter/12

Quando saíram daquele corredor claustrofóbico encontraram uma frota de professores armados e temerosos de encontrar os corpos sem vida daqueles garotos. Mas a ira da desobediência a pare, a sorte estava ao lado deles e evitaram mostrar a satisfação por seus alunos estarem vivos, exceto Hagrid, é claro. O amigo do trio mais popular de Hogwarts os apertou em seus braços meio-gigantes e soluçou sobre suas cabeças.

- Hagrid – Dumbledore chamou a atenção apoiando sua mão no braço do grandalhão – Já basta. Meus amigos, creio que tiveram muita sorte essa noite, não só resgataram seus amigos como prestaram um grande serviço a Hogwarts livrando-nos daquele fantasma incomodo. Ele ronda há muitos anos o castelo, mas nunca havia se mostrado a ninguém, a não ser a certo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que ficara, especialmente, obcecado por ele. O feito foi grande, mas não posso simplesmente ignorar que infringiram as regras do colégio.

- Se me permite, Dumbledore – Snape iniciou do canto, guardando a varinha nas vestes – Os infratores podem receber suas devidas detenções amanhã pela manhã, o dia foi longo para todos eles e ainda não acabou.

Todos ali presentes observaram Snape com os lábios ligeiramente abertos, exceto por Malfoy, o garoto fitava a expressão de Severo com a devida cautela, analisando clinicamente sua frase, havia um segredo, o pequeno Malfoy tinha certeza, outro significado por trás daquela frase que ele simplesmente não conseguia atinar o que poderia ser.

- Bem – Continuou DUmbledore, sua voz era áspera e isso também incomodou a Draco – Então, vou pedir para que nos acompanhem até o Salão Principal, o jantar ainda não terminou.

Os alunos se empertigaram acompanhando seus professores para o Salão Principal, Draco franzia o cenho, estava se esquecendo de algo tinha absoluta certeza, mas o que poderia ser? Os pensamentos martelavam nas paredes de sua mente confusa, mente essa que não hesitava em pulsar seu sonho a todo minuto, o que fazia com que o herdeiro de Lucio perdesse vergonhosamente o foco.

- Harry – Chamou o diretor, todos se viraram momentaneamente, Potter cruzou por Draco que caminhava lado a lado de uma Hermione que conversava alegremente com Luna – Preciso que venha comigo.

- Sim professor.

Draco suspirou, seu corpo doía, estava exausto, queria sentar-se na mesa e comer o máximo de purê de batatas que seu estomago agüentasse, faria como seus companheiros e levaria algumas sobremesas para as masmorras, queria um banho também, quente e relaxante, ah, claro e também queria... Sentiu o rosto quente, mas sorriu, sem nem mesmo olhar para o lado estendeu seus dedos a direita e eles tocaram a palma quente e macia da mão de Hermione, a garota abriu a mão e deixou que os dedos finos e gélidos de Draco envolvessem os seus, ele apertou forte. Aos poucos a garota se calou, Malfoy arriscou uma olhada para a direita e viu a garota da corvinal trocando risinhos com Hermione e saindo saltitante a frente do casal. Eles diminuíram o passo.

- Você foi me salvar, Granger.

- Por nada, Malfoy.

- De verdade, eu não imaginava que você viesse ou trouxesse a dupla dinâmica com você.

Dracou ouviu Hermione rir e foi como música em seus ouvidos.

- Achei que nunca mais iria te ouvir rir ou sequer te ver. – Draco confessou, sentido.

- Não diga bobagens. É óbvio que eu iria atrás de você.

- É sério, eu temi por isso, era meu maior medo que quando eu abrisse os olhos você não estivesse ali. – Draco abaixou os olhos, sentiu os braços de Hermione enlaçando o seu tronco, passou o braço por trás das costas da garota e enterrou seu rosto em seus cabelos de morango.

- Não diga isso, nem brincando. Vou ficar com você por muito tempo, vou te ensinar a fazer mousse de maracujá, assim você pode mostrar para a sua mãe que já é um rapaz prendado e...

Mãe.

Posso mostrar para minha mãe...

Que eu... Que eu...

Draco parou, sua mão livre cobriu seus olhos com uma incrível força. Lembrou-se das doentias férias que tivera de conviver com a presença opressora do Lord das Trevas, o frio parecia habitar em cada canto de sua mansão, inclusive no seu quarto, depois da promessa lá parecia tão assustador, o rosto ofídico do Lord parecia a sua frente como um perturbador fantasma assombrando seus sonhos e pesadelos.

A promessa, a maldita promessa...

“- Draco venha até aqui – A voz do Lord soprou em seus ouvidos novamente, em todos os cantos, em todos os malditos – Estamos lhe esperando.”

“- Sim, senhor?

- Draco, sente falta de seu pai?

- Muitissimo.

- Gostaria de tornar a vê-lo, Draco?... Mas quando ele sair tem contas a acertar comigo.

- Senhor... Lord das Trevas, o senhor poderia perdoá-lo?

 - Quanto está disposto a pagar pela liberdade de seu pai, moleque?”

“- NÃO! – minha mãe gritava do outro lado da sala – É UMA MISSÃO SUICIDA!

- Faça-a calar-se, Bella. – Ele ordenou calmamente , minha tia apontou a varinha para minha mãe e ela emudeceu – Então, aceita?

- Só preciso colocar vocês lá dentro, certo?

- Sim, é tudo o que precisa para seu pai ser livre, Draco.

- Eu faço.

Olhei para minha mãe, seus olhos choravam em silencio.”

- Draco?

 Hermione chamou Draco à realidade, mas não era mais Draco, era a fria e calculista serpente que se arrastara por todo o castelo durante o ano letivo tramando a entrada dos Comensais da Morte, a morte de Dumbledore, a queda de Hogwarts. Olhou para Hermione e se sentiu indigno de todo aquele sentimento que transbordava os olhos castanhos da garota, teria de ser o vil Malfoy, ignorar tudo o que sentia e cumprir seu dever, pelo seu pai, sim, pelo seu pai. Mas de forma alguma, de forma alguma deixaria o seu amor se machucar, a única que detém seu coração.

- Preciso ir... Fazer... Uma coisa – murmurou e avançou soltando seus dedos dos dela.

Caminhou cinco passos quando Hermione o deteve pelo braço.

- O que? Não, Draco!

Ele se desvencilhou, mas a garota avançou o abraçando pelas costas e ele reviveu aquele sentimento, aquela chama toda que sentia ao seu tocado por Hermione, como se pudesse viver, tivesse esse direito. Draco se virou para ela, segurou seu rosto com urgência.

- Haja o que houver, me prometa, me prometa, Hermione, você não pode se envolver nisso. Não se machuque, não morra, ou será meu fim também.

- Para onde você vai?

- Eu tenho coisas a fazer...

- Por favor, por favor, Draco - abraça-o, o rosto enterrado em seu pescoço - Fique comigo, eu não posso perde-lo, não outra vez.

Draco afasta Hermione lentamente de seu corpo, seu rosto sujo pelo caminho de volta, machucado por Bogus, quis chorar, mas não podia excedeu sua cota de fraqueza do dia. A serpente limpa seu rosto com a palma das mãos, contorna seus lábios secos e a beija, de uma forma tão intensa que poderiam ser arremessados dali para outro universo, algo só deles, seus braços desceram e apertaram a cintura da garota em um aperto mortal, colaram seus corpos, o ritmo intenso do beijo, da aproximação, algo tão intimo e privado que era um disparate fazê-lo em meio  ao colégio. Malfoy a libertou do beijo relutante.

- Eu preciso ir - murmurou.

- Volte.

Draco abriu e fechou a boca, não havia garantias de nada, beijou-lhe a testa e correu para a sala Precisa, afinal essa era uma missão suicida e não só ele como outros em Hogwarts iriam morrer essa noite.

Subiu o caminho decorado, em frente a parede nua caminhou três vezes a sua frene com aquele mesmo pensamento que tinha sempre que passava por ali, adentrou a Sala Precisa e seus pés fizeram o trajeto automático até a sétima fileira de inutilidades, parou de fronte a um objeto alto e estreito, coberto por um manto verde, agarrou o mesmo e o trouxe ao chão, deixando a mostra o Armário Somidouro, respirou fundo, seu estomago doía e não se tratava de fome.

Encostou-se sobre ele, aguardando, seus dedos tremiam sobre a madeira, seus lábios o tocaram ainda com sabor de Hermione e sentiram o gosto de verniz, o relógio em algum lugar badalou oito horas, era o horário marcado. Sua boca treinada movia-se velozmente, encantando o armário. Depois de três minutos afastou-se o observando, por um único momento – que Deus o perdoe por tal pensamento e sentimento – pensou que dera tudo errado e senti-se aliviado, mas o armário moveu-se e Draco deu alguns passos para trás, a porta abriu-se lentamente, uma fumaça negra aterradora vazava de lá de dentro, dedos com unhas cumpridas e negras apertaram a borda, cabelos revoltosos apareceram caindo por cima do sorriso fantasmagórico de Bellatriz Lestrange, ela foi seguida por outros comensais e fechando o cortejo,  um homem alto, mais magro e pálido de que Draco se lembrava , com cabelos esbranquiçados até a altura da cintura, desceu lentamente dali de dentro.

- Papai? – murmurou Draco.

- Filho – Lucio investiu contra o filho, apertando o rosto do seu herdeiro contra seu peito forte, Draco enroscou seus dedos no manto de comensal de Lucio e ofegou.

- Estive com tanta saudade, papai.

- Eu também, Draco. Você... Você fez um ótimo trabalho aqui, ah, muito obrigado, garoto.

- Tudo bem – Draco o olhou firmemente, olhos embaçados.

- Filho, sua mãe está lhe esperando, preciso concluir o plano do Lord das Trevas.

- Não!

- O que? – Lucio o olhou, os olhos estreitos e poderosos fez Draco gelar.

- Eu quero... Tomar o castelo com vocês!

Bellatriz riu esganiçada e começou a andar.

- Venha Lucio, e traga o pirralho com você, já está na hora de se ater as nossas praticas já que vai se tornar um de nós.  – Dizendo isso, girou a varinha materializando no ar a capa negra tão conhecida, Lucio apanhou e jogou ao filho – Vista isso e junte-se a nós.

Os comensais riram avançado, Draco não precisaria guiá-los todos ali conheciam muito bem o castelo. O garoto passou os braços por dentro do manto e depois a cabeça, despenteando mais ainda seus cabelos. Enquanto avançava atrás de seu pai sentiu seu coração apertado, pediu para Hermione não se envolver, só teria que vigiá-la, mas porque então aquela má sensação parecia fechar sua garganta?

Gritos por todo o lado. Pessoas correndo. Pessoas lutando. Um grupo subira as escadas até a torre de Dumbledore com Severo Snape, o outro na ofensiva avançou para o Salão, aterrorizando os estudantes. Professores duelavam. Alunos duelavam. Alguns já estavam caídos, o jantar espalhado todo pelo chão, elfos domésticos subiram para auxiliar. Todos exceto Hermione, Harry e Rony e aquilo provocava um vazio no estomago de Draco, o sonserino esquivou-se de um ataque e avançou para fora do salão, o fôlego escapando dos pulmões com um medo insano de te-la perdido depois de todo esse tempo seria tão injusto, ó Deus, muito injusto.

Já chegava no pé da escadaria quando os viu, um pequeno grupo de grifinorianos lutando contra os irmãos Comensais, e aqueles esvoaçantes cabelos castanhos dançavam contra o vento se esquivando dos ataques.  Draco correu o mais rápido que pode, se ela fosse morta ele nunca se perdoaria, não senhor, preferia morrer e agora estava muito claro que o qu detinha por Granger era mais que um desejo hediondo, uma paixão fútil, era...

Draco suspirou, ao passar por ela, seus dedos seguraram com força seu pulso e a arrastou em um tranco, ouviu ela gritando atrás de si, antes de ser enfeitiçado, porém, seu capus caiu, relevando os cabelos de do sonserino.

- Draco?

Draco continuou correndo , mas não precisava mais arrastá-la, Hermione o acompanhava de bom grado, eles correram por todo o campo em silencio, a neve sendo facilmente amassada por seus pés, o anel dos Malfoy parecia extremamente gelado dentro das vestes da garota e isso lhe pareceu um mal sinal. Deixou ser guiada até a Floresta Proibida, seguiu um Draco ofegante cambaleando entre as arvores até a primeira clareira visível, o garoto deixou-se cair sobre um tronco e ofegou.

- Draco, você está bem?

- Eu te pedi... – Draco passou as mãos sujas pelo cabelo – Eu... Eu te pedi para ficar, não pedi?

- O que?

- Porque... – Ele tomou fôlego se colocando de pé, de repente estava irado – Por que diabos você resolveu se intrometer na briga, Granger? Eu te pedi para ficar de fora!

- O que... Por que...?

Hermione encarou Draco por um minuto todo em silencio. Olhou para suas feições avermelhadas e raivosas, olhou para aquele rosto que esteve tão perto dela por todo o feriado e não o reconheceu. Aliás, reconheceu, viu aquele Draco Malfoy que conhecerá e odiara durante seis longos anos. Um moleque frio, mimado e que faria qualquer coisa pelo seu interesse, até mesmo... A garota deu um passo atrás, encostando-se sobre uma arvore, o peso da descoberta em seus ombros. Era tudo tão óbvio que nada mais precisaria ser dito e – intimamente – ela agradeceria, não ouviria nem uma palavra daquele garoto que deliberadamente... Os pensamentos escorregavam por ela como uma torrente de descobertas, Malfoy estava mais próximo, agora parecia preocupado e ela sentiu náuseas.

- Hermione você...

- Correu tudo bem, não foi? – Ela o acusou,a  voz tremendo ligeiramente.

- Como? – As finas sobrancelhas de Draco se uniram, sua voz saiu ríspida – Do que você está falando?

- Malfoy, passou da hora de acabar com toda essa farsa. Quero a verdade e quero agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capítulo é o ultimo, galere, depois um bônus '-' e vou fazer uma perguntinha se alguém ainda lê aqui bora responder!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lost In The Shadow" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.