Back To Summer escrita por Allie Próvier, Izzi Graham


Capítulo 23
Capítulo 23 - De volta para o meu Verão particular


Notas iniciais do capítulo

OMG! ÚLTIMO CAPÍTULO, GENTE! NOS FALAMOS LÁ EM BAIXO!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193049/chapter/23

Cap. 23: De volta para o meu Verão particular

– Eu vou para Nova York, eu vou me formar em Medicina, para me tornar um homem de verdade e te merecer. Eu sei que lá vai ser melhor, e eu sinto muito por ser tão longe, mas eu realmente preciso disso. Por mim mesmo, e por você no futuro. E quando eu voltar... Eu serei seu, Summer. Eu quero dividir minha vida com você. – falei, controlando a vontade de chorar. – Eu preciso que você me espere. Se você não puder fazer isso, eu entenderei. Mas por favor... – pedi.

Summer me olhava, com os olhos marejados. Encostei minha testa na sua, e ela suspirou. E foram os segundos mais longos da minha vida...


Suspirei, passando a mão pelos cabelos. Olhei o meu guarda-roupa parcialmente vazio e suspirei, sentando na cama ao lado da mala. Observei o cômodo ao meu redor, sentindo o vazio que há dias habitava meu corpo. Quase um mês havia se passado... E Summer ainda não me dissera sua resposta.

Na noite do baile ela pediu um tempo para pensar. Pensar se tudo aquilo valeria a pena. E eu estou esperando, durante todo esse tempo, que ela chegue à conclusão de que “Sim, valerá a pena”. Não somos namorados, não temos nada oficial. Somos amigos... Que claramente se gostam. Não a pedi em namoro porque se eu fizer isso, esses 4 anos serão ainda piores de serem suportados. Mas quando eu voltar, com meu diploma nas mãos, ela será minha. Oficialmente. Ela e o pequeno anjinho em seu ventre.

Passei as mãos no rosto, ansioso. Ouvi batidas na porta e mandei quem quer que fosse entrar. Christofer apareceu, com aquela cara de lesado de sempre.

– Fala aí, cara. – ele disse, se jogando na cama ao meu lado.

– E aí. – respondi sem um pingo de bom humor.

Ficamos em silêncio. Christofer olhando para o teto e eu olhando para dentro do guarda-roupa, pensando em como a Summer poderia abrir esta porta e dizer “SIM, EU ACEITO”. Mas eu viajo nessa tarde... E ela ainda não apareceu. Nas vezes em que nos vimos ela falou comigo, mas não era a mesma coisa de antes. Ela ficava distante, forçava sorrisos para mim. Quando eu perguntava sobre o bebê ela apenas dizia que estava tudo bem. E fim.

Suspirei, e senti Christofer dar um tapa em minhas costas. O olhei com os olhos semicerrados e ele sorriu levemente, balançando a cabeça e se sentando na cama, ao meu lado.

– Ela está no quarto, trancada, ouvindo Whitney Houston. Só você para fazer ela ficar assim, cara. – ele disse, suspirando.

– Creio que eu esteja pior. – murmurei. – Mesmo sem Whitney Houston.

– Não quer ir falar com ela? Ainda está cedo, nosso voo só sairá de tarde. Ainda dá tempo de vocês se resolverem e...

– Não, Chris. – o cortei. – Eu disse a ela que daria o tempo que ela precisasse. Não vou pressioná-la a nada.

Christofer bufou.

– Vocês dois são tão chatos, sério. Fica ela fazendo doce de um lado e você se martirizando do outro. Por que não fica aqui mesmo e vai para Stanford, cara?

– Você não entende. – falei.

– Entenderia se você me explicasse melhor. Tudo o que você disse é que quer ir para Columbia, se formar e voltar para ficar com ela. Por que isso, afinal? – ele perguntou, claramente sem entender.

– Eu quero o melhor. Quero o melhor em tudo, a partir de agora. Pra no futuro eu poder dar isso à Summer. – respondi. Christofer arqueou as sobrancelhas. – Não é só por mim... Summer me ajudou, de certa forma. Me fez ser uma pessoa melhor, e eu a amo. Quero poder dar o melhor a ela quando eu voltar, mesmo que isso demore quatro anos.

Christofer suspirou, balançando a cabeça e ficando de pé.

– Não vou me meter mais nesses assuntos de vocês dois. Vou para casa para terminar de arrumar algumas coisas, nos vemos no aeroporto, ok?

Apenas assenti e Christofer foi embora. Terminei de arrumar minhas malas, pensando em tudo o que poderia acontecer. Se Summer aceitasse minha proposta, eu iria para Nova York, mas viria em todos os feriados. Ficaria com ela, com minha mãe, aproveitaria ao máximo. Não vou parar de vê-la, mas isso não será tão frequente... Apenas de meses em meses.

Nina, Emma e tio Rick estavam em minha casa, como sempre. Emma não parava de falar um minuto sobre Stanford, e sobre o quaaaaanto eu gostaria de ir para lá. Ela se casaria quando se formasse com Elliot. Emma faria Literatura e Elliot faria Psicologia.

Eu escolhi cursar Jornalismo e Christofer faria Direito. Sim, ele queria ser Advogado. Nunca, em hipótese alguma, eu conseguiria imaginar Christofer sério e de terno, mas ele diz que é o que ele sempre quis, então não vamos discutir. Laura conseguiu ser aceita em Stanford, então voltaria para a Califórnia e moraria no campus da universidade. Em uma conversa com ela, dias atrás, ela me prometeu que cuidaria de Summer e me manteria sempre informado, tanto sobre Summer quanto sobre o bebê, mesmo que Summer não aceitasse minha proposta.

Logo eu terminei de arrumar as malas e as deixei sobre a cama, descendo para almoçar com o pessoal. Minha mãe estava chorosa o dia inteiro, e até trouxe o café-da-manhã na cama para mim. Assim que desci, a encontrei na cozinha com as meninas.

– Onde está o tio Rick? – perguntei na soleira da porta.

– Foi comprar algumas coisas, querido. – mamãe disse, olhando para mim com aqueles olhos lacrimejantes. – Você precisa de algo? Está com fome? Mamãe pode fazer algo para você comer agora mesmo! Está passando mal? – ela perguntava rapidamente, vindo até mim e tocando em todo o meu rosto medindo minha temperatura.

Ri, segurando suas mãos.

– Estou bem, mãe. – murmurei.

– Tem certeza?

– Sim.

Ela ficou me olhando com aqueles olhos grandes e azuis e eu sorri, a abraçando.

– Eu vou ficar bem, já disse. – falei contra seus cabelos, tentando tranquiliza-la.

Senti seus braços finos rodeando minha cintura, e ela suspirou.

– Eu vou ficar tão preocupada. Você não sabe fritar nem um ovo, querido... Como vai se alimentar?

– Christofer cozinha ou eu vou à uma padaria.

– Christofer tem cara de quem não sabe diferenciar uma frigideira de uma panela normal, Mark. – minha mãe falou séria, se afastando de mim e colocando as mãos na cintura. – Olha lá o que você irá fazer!

Suspirei e vi que Nina e Emma haviam saído da cozinha. Acho que para dar mais espaço para mim e minha mãe.

– Mãe, irá ficar tudo bem. Confie em mim. – falei.

Ela suspirou, com o olhar um pouco perdido.

– Não vai acontecer aquilo novamente, eu prometo. – falei.

– Quem garante? Nova York novamente, aquelas pessoas de sempre... – ela falava, e eu a cortei.

– Mãe, pare! Eu já disse que mudei, e quero continuar assim. Não vou mais me misturar com tudo aquilo novamente, confie em mim, por favor. – supliquei.

Minha mãe me observou por alguns segundos, antes de sorrir levemente e assentir.

– Tudo bem. Mas se precisar de algo, me ligue que eu irei na mesma hora e...

– Ok, mãe.

A abracei e dei um beijo em sua testa, me sentando à mesa logo em seguida. Minha mãe chamou as meninas e logo as mesmas apareceram, sentando-se à mesa comigo. Minha mãe serviu o almoço, e assim que tio Rick chegou minutos depois nós almoçamos todos juntos.

Eu realmente sentiria falta daquilo. De todos eles.


Era 15:20 da tarde. Nosso voo sairia às 15:30. Suspirei, olhando a todo momento para cada pessoa que passava, para ver que encontrava ela.

Look After You – The Fray:

()

Christofer conversava com minha mãe, meu tio e seus pais. Nina e Emma estavam sentadas, lendo uma revista. E eu não conseguia controlar minha ansiedade desde que Christofer chegara ao aeroporto e dissera que tentou convencê-la a vir, mas ela negou.

Suspirei, olhando no relógio e vendo que faltavam apenas cinco minutos. Passei a mão pelos cabelos e senti braços ao redor da minha cintura. Olhei para trás e vi que era Nina. Ela escondia o rosto em minhas costas e eu sorri levemente com isso, virando-me para ela e colocando uma mão sobre o topo da sua cabeça. Ela era tão baixinha, parecia uma boneca. Minha irmãzinha.

– O que foi, pirralha? – perguntei.

Nina revirou os olhos.

– Não vai embora, Mark. – ela pediu.

– Eu vou voltar.

– De meses em meses? Mesma coisa que nada. – ela disse, com aquela carinha irritada. – É sério. Não só por nós que sentiremos sua falta, mas por ela também.

Suspirei.

– É justamente por ela que estou indo, Nina. – murmurei.

– Eu sei, mas...

– Não adianta, eu irei para Nova York. – falei cortando sua fala.

Nina suspirou e me soltou, colocando as mãos na cintura.

– Conversei com Christofer. – ela disse baixinho.

– E...?

Eu estava há dias tentando fazer os dois conversarem e colocarem tudo sobre pratos limpos, porque eu não aguentava mais aquele silêncio constrangedor e aquele clima tenso que ficava toda vez que os dois estavam no mesmo local. E talvez, quem sabe, os dois se resolvessem...

Nina deu um pequeno sorriso. Não forçado, mas sincero.

– E... Está tudo bem agora. – ela disse.

– Como assim? Vocês vão voltar...?

– Não, Mark. O que tinha entre nós dois acabou faz tempo, isso é fato. Mas esclarecemos tudo e seremos apenas amigos agora.

– Mas você ainda é apaixonada por ele. – falei, com pena de Nina.

Ela revirou os olhos, jogando o cabelo para o lado, o que ela sempre fazia quando queria fazer graça.

– Quem disse? Estou em outra, querido. Moreno, alto, bonito e sensual! – ela falou risonha.

Fiz careta, colocando uma mão sobre seus lábios para fazê-la se calar. Nina riu e deu um tapinha em minha mão. Logo ouvimos a chamada do meu voo, e Christofer olhou para mim, sorrindo. Suspirei e olhei o ambiente ao meu redor.

Nada de Summer. Nenhum vestígio de seus cachos loiros ou de seus olhos azuis. Senti uma pontada no peito...

Era isso, então. Eu não teria por quem voltar, no fim das contas. Abracei Nina e Emma apertadamente, e quase chorei quando minha mãe se pendurou em meu pescoço e pareceu nunca mais querer sair dali. Tio Rick me desejou boa sorte, assim como Joseph. Annabeth sorriu carinhosamente para mim e me abraçou.

– Vai dar tudo certo, Mark. Ela ainda vai perceber isso também. – Annabeth murmurou em meu ouvido.

– Diga a ela que eu estarei lá. – murmurei.

Annabeth assentiu. Peguei minha mochila, já que havia deixado minhas malas no esteira, e fui em direção ao portão de embarque com Christofer. Ele parecia uma criança prestes a ganhar um presente de Natal ou algo assim, já que não parava de sorrir um minuto.

Eu, ao contrário, me sentia destroçado por dentro.

– MARK! – ouvi gritarem meu nome quando eu estava quase entrando no corredor.

Virei-me para trás rapidamente, me deparando com Laura arfante ao lado de minha mãe e dos outros, que a olhavam assustada. Laura acenava para mim, as bochechas vermelhas devido a provável corrida, e eu fiquei sem entender o que acontecia. Christofer parou ao meu lado, observando assim como todos no saguão. Só entendi o que realmente acontecia ali quando, de trás de algumas pessoas, apareceu Summer. A cascata de cachos caia ao redor de seu rosto, pulando levemente conforme ela respirava com dificuldade.

– Summer... – murmurei para mim mesmo.

Ela sorriu abertamente para mim, e eu larguei minha mochila com Christofer andei a passos rápidos até ela. Envolvi sua cintura em meus braços, e ela rodeou meu pescoço. Encostei minha testa na sua, me sentindo realmente bem pela primeira vez naquele último mês.

– Eu estarei aqui. – ela disse.

Sorri, indo com minha boca em encontro da sua.

Agora, amor eterno, tão poucos vêm e não vão

Você vai ou não ser a única que eu sempre conhecerei

Quando eu estou perdendo meu controle, a cidade gira ao redor

Você é a única que sabe, você desacelera isso

3 anos depois...

– Peça desculpas a ela por mim, Christofer.

– E você ainda tem a cara-de-pau de querer pedir desculpas? Eu devia te encher de soco, cara!

Suspirei, passando as mãos no rosto. Nesse fim de semana seria o aniversário de dois anos de Alison... Filha de Summer. Todos contavam com a minha presença na festa dela, mas eu tinha um trabalho importante para o bimestre da faculdade e eu precisava termina-lo.

– Se eu não fizer esse trabalho eu não passarei, Christofer. – expliquei.

– Ok, então explique isso à Summer. E à Laura, que vai arrancar suas tripas. Explique à sua mãe e à minha também. NÃO, MELHOR! EXPLIQUE ISSO PARA A ALISON! – Christofer gritou pro fim, fazendo meu sangue ferver.

– Dá para parar de gritar?! – perguntei, controlando meus nervos.

– Eu não devia gritar, devia partir sua cara! – ele disse. – Ela tem apenas dois anos, mas te trata como pai dela! Acha que ela não sentirá sua falta?

– E você acha que eu não me importo?! É claro que eu quero ir! Mas se eu for eu simplesmente não passarei nesse bimestre, será que você não entende?

– Eu entendo sim. Mas tente fazer aquelas mulheres que nos esperam em Santa Monica entenderem. Vão todas comer o seu fígado. Summer nunca irá te perdoar. – Christofer disse, lentamente.

Ele e sua incrível capacidade de piorar ainda mais as coisas. Revirei os olhos, indo para o meu quarto e me trancando lá. O que eu faria?

Estávamos em Nova York havia três anos. Tudo ia ótimo na faculdade, tanto para mim quanto para Christofer. Eu não costumava sair muito, ficava mais em casa e me dedicava aos estudos. Chris que dava umas escapulidas de vez em quando, mas não fazia nada de exagerado. Nós dois sempre voltávamos à Califórnia nos feriados de Ação de Graças, Natal e Ano-Novo. Fora isso, apenas no aniversário de um ano de Alison. Meu relacionamento com Summer estava melhor, mas ainda não havíamos oficializado nada. Eu expliquei para ela... Quando eu me formasse, eu voltaria e ela seria minha. Não sei se ela havia entendido o recado, mas a aliança eu já havia comprado.

Suspirei, sabendo que se eu não fosse ao aniversário todas elas me matariam. Minha mãe tinha Alison como sua neta, e ela junto com Annabeth mimavam Alison e ajudavam Summer até a mesma ter que expulsá-las de sua casa nova. Summer estava cursando Literatura, assim como Emma, e Laura fazia Moda. Ambas em Stanford. Nas poucas vezes que estive lá, ou que falei com Summer por telefone, ela me lançou várias indiretas... Como de como o curso de Jornalismo de Stanford era ótimo. Ela respeitava minha decisão, mas eu sabia que doía nela. Não só nela, mas em mim também.

Alison, sua filha (e eu considero como minha também) tinha apenas 1 ano, faria 2 anos nesse fim de semana, mas era tão esperta quanto todos nós juntos. Ela era a cara de Summer, e eu fiquei aliviado com isso. Seus cabelos eram loiros e ondulados, e seus olhos eram grandes e azuis como os de Summer. Ela também havia herdado aquele rostinho de boneca que Summer tinha com aquelas bochechas redondas e rosadas e aquele sorriso de convinhas. Era a cópia perfeita.

E eu realmente estava disposto em tornar ambas parte da minha vida quando eu voltasse. Oficialmente.

Nas vezes em que voltei para a Califórnia com Christofer, eu e Summer aproveitamos ao máximo. Na maior parte do tempo, ficávamos todos reunidos em família, mas conseguíamos ficar sozinhos... As vezes. Mas era ótimo. A saudade que eu sentia dela era realmente imensa, e eu odiava o fato de não poder estar com ela quando ela passava mal, ou tinha algum problema com a faculdade ou com Alison. Eu realmente não me contentava apenas com telefonemas e visitas 3 vezes ao ano. Por isso quero dar prioridade à faculdade, fazer tudo corretamente antes de voltar, mas parece que Christofer nem ninguém mais entende isso...


Já era Sexta-feira. Christofer já estava de saída para voltar para Santa Monica, já que o aniversário de Alison seria no Sábado. Ainda era cedo, então ele chegaria lá hoje mesmo.

– Não vai mesmo? – ele perguntou pela última vez, já com a mala na mão.

Suspirei, me jogando no sofá.

– Vão querer me matar. – murmurei mais para mim mesmo, mas Christofer ouviu.

– Sua mãe e Laura vão querer vir até aqui para te bater, minha mãe ficará chateada, Alison vai chorar quando eu aparecer sem você e Summer, bom... Acho melhor ligar pra ela. – ele disse.

E Summer é imprevisível. É capaz de forçar um maldito sorriso e me dizer que está tudo bem, quando na verdade está chateada. Ou gritar comigo.

Me despedi de Christofer e fui terminar de fazer o trabalho. Na verdade grande parte dele já estava pronto, só faltava organizar tudo para a apresentação, e isso levaria tempo.

Era cinco horas da tarde quando o telefone tocou. Me espreguicei, sentindo os ossos estalarem devido às horas que eu estava sentado à mesa organizando o projeto. Fui rapidamente para a sala e, quando atendi, ouvi a voz tímida de Summer do outro lado da linha.

Oi. – ela murmurou.

Merda. Christofer já deve ter chegado lá.

– Oi, amor. – falei, engolindo em seco.

Ouvi Summer suspirar.

Não vai vir mesmo? – ela perguntou, parecendo chateada.

– Eu tenho que terminar um projeto da faculdade e... – tentei terminar de falar, mas Summer me cortou.

Ok, eu entendi. Tudo bem. Tchau, Mark. – ela disse, desligando na minha cara logo em seguida.

Olhei para o telefone em minha mão e senti vontade de jogá-lo longe. Por que sempre que eu tento fazer as coisas certas, eu acabo errando? Porra, realmente estou cansado disso!

Sentei no sofá, passando as mãos nos cabelos, quando o telefone tocou novamente. Me estiquei para pegá-lo e, quando atendi, já fui sendo bombardeado.

Você é um idiota, Mark Campbell! Quem você pensa que é para não vir à festa de Alison?! Você quase não vem, todo mundo sente a sua falta, Alison está chorando, Summer está com cara de enterro, sua mãe tá revoltada contigo e Christofer disse que você não vem por causa de um trabalho da faculdade! Eu vou ter que ir aí, seu filho-da-...

– OPA, EU JÁ ENTENDI, LAURA! – falei, ouvindo-a bufar.

A vontade de te bater é grande, sabia?

– Também sinto isso.

Então se soque por mim, até sair sangue, porque é isso que eu quero que aconteça.

Arregalei os olhos, não conseguindo evitar de rir.

Por que está rindo?! – ela perguntou irritada.

– Você anda muito rebelde, garota. O que é isso? É a felicidade em ver Christofer? – perguntei risonho.

Laura começou a respirar pesadamente, e eu ri ainda mais. Acho que apenas eu e Summer sabíamos do “caso” entre Laura e Christofer. Os dois se gostavam, mas nenhum admitia isso. Queriam apenas ficar se pegando às escondidas por aí e depois disfarçar jogando videogame juntos para passarem a imagem de “nós somos só amigos que jogam videogames e se alfinetam”.

Mark, eu vou ignorar essas suas brincadeirinhas e falar sério agora... – ela começou, fazendo-me tenso. – Você realmente tinha que vir, mas não só por Alison. Pela Summer também. – ela disse, abaixando o tom de voz.

Automaticamente me preocupei.

– O que aconteceu?

Recebemos a notícia de que Joshua foi morto na prisão na semana passada, durante uma briga. Summer tenta não demonstrar, mas está meio perturbada com isso.

– Por que ela está assim? Devia ser um alívio, não? – pergunte, engolindo em seco.

Vai entender essa garota! – Laura disse, suspirando. – Realmente não dá para você vir? Ela estava contando com a sua presença há meses...

Suspirei, sentindo um incômodo no peito. O projeto já estava quase terminado, só faltava dar os últimos retoques... Mas a entrega estava marcada para Segunda-feira. Eu tinha que termina-lo nesse fim de semana.

Expliquei tudo à Laura e ela entendeu, mas com a promessa de que quando eu aparecesse, era para estar preparado para alguns tapas.


Na Segunda-feira eu entreguei o projeto. Recebi nota máxima, e era para estar feliz... Mas estava péssimo. Christofer já havia voltado de viagem e trouxera algumas fotos. A festa de Alison estava linda, e ela parecia uma princesa. Estava cada vez maior, e me incomodou vê-la nos braços de todos e pensar que poderia estar nos meus também, se eu tivesse ido. Tentei ligar para Summer diversas vezes, mas sempre caía na Caixa Postal. Christofer me contara que ela tentou disfarçar (como sempre), mas ficou chateada com a minha falta.

Tentei dar um tempo a ela, e se passou uma semana. Liguei várias vezes, novamente, e nada.

Duas semanas... Apenas Caixa Postal.

Três semanas... Laura me diz que Summer anda muito enrolada com a faculdade, por isso anda sem tempo.

Um mês...

Your Like Dream Come True – Brian McKnight:

(http://www.youtube.com/watch?v=RM_TKWRbe4E)

Alô?

Ouvir sua voz automaticamente me relaxou.

– Finalmente! Tenho tentado te ligar a um mês, Summer! O que aconteceu? – falei rapidamente, ansioso por respostas.

Eu queria ter em mente que estávamos bem. Queria ter essa certeza. Summer suspirou.

– Mark, chega. – ela disse, me fazendo gelar.

– C-como assim? – gaguejei miseravelmente. – Como assim “chega”, Summer?

A ouvi fungar do outro lado, e senti uma pontada no peito. Ela estava chorando?

Concordamos que não haveria cobranças, mas olha o que isso tá causando, Mark! Dói tanto em mim quanto em você, e eu não aguento mais ter que ficar ansiosa pra ter ver, em expectativa... Chega disso. – ela murmurou.

– Mas você concordou em... – praticamente gritei desesperado com as palavras delas, mas ela me cortou.

Concordei em te esperar, eu sei. Mas não dá mais. Acho melhor você seguir com a sua vida em Nova York, você se dará melhor aí.

– Quer que eu simplesmente te deixe? Acha mesmo que eu irei fazer isso com você e Alison? – perguntei, sentindo a maldita ardência nos olhos.

Você não é pai dela. – Summer disse fria. – Não tem obrigação nenhuma com a minha filha, portanto não há por que se preocupar.

– Não acredito nisso. – ri sem humor. – Você não pode estar falando sério.

Ficamos ambos em silêncio por alguns segundos, até que o que

Laura me disse um mês atrás vir à minha mente.

– Isso é por causa de Joshua? – perguntei.

Summer riu levemente, parecendo desacreditar.

Sério que você acha isso? Ele está morto! – ela disse.

– Você ainda gosta dele, não é? – perguntei, mesmo que minha mente gritasse para que eu parasse com aquela palhaçada toda. – Por isso não quer que eu fique com você e Alison!

Mark, o quê...

– Isso é ridículo, Summer! Eu amo você, e você me ama, por que terminar?!

Não dá para terminar algo que nunca começou! – ela praticamente gritou, me fazendo ficar calado. – Você está me fazendo esperar QUATRO ANOS para oficializar algo! Eu tive que praticamente parar a minha vida por você! Eu estou cansada disso!

– Por quê? Tem muita gente na fila querendo ficar com você, é isso? Está cansada de “parar a sua vida” por mim porque tem outra pessoa na história?!

Summer bufou.

Acabou, Mark. Adeus. – dizendo isso ela desligou sem me dar a chance de responder.

Joguei o telefone para longe de mim, levando as mãos à cabeça. Eu me afundei no sofá, me perguntando por que aquela merda toda estava acontecendo. Senti meu mundo afundar de uma vez. Eu estava ali por ela! Tudo o que eu fazia, todo o meu esforço, estava sendo por Summer! Por que ela nunca entendia isso? Ela achava o quê? Que eu estava curtindo à beça ficar longe da minha família? Que eu estava feliz em vê-los apenas três vezes ao ano?!

– Merda! – praguejei me levantando do sofá e pegando minha carteira e chaves do carro em cima da mesa.

Saí do apartamento, tentando esfriar minha cabeça. Rodei com o carro pela cidade e resolvi parar no Central Park. Havia muita gente lá, a maioria crianças. Uma garotinha, de aparentemente sete anos, passou correndo por mim. Seus cachos loiros fez a visão de Summer com Alison no colo vir à minha mente. Parei onde estava observando a menininha correndo em direção aos pais. Ela pulou para o colo do pai, que a levantou no alto, e sua mãe se aproximou dos dois, sorrindo.

Por que não podia ser fácil assim? Por que Summer não podia entender que tudo o que eu fazia era por ela para que, um dia, fosse eu, ela e Alison vivendo como aquele casal com a menininha? Faltava menos de um ano... Apenas um semestre para que eu me formasse. Por que ela terminou tudo agora?

Rapidamente voltei para o carro e fiquei parado com ele no estacionamento, a cabeça contra o volante. Eu respirava com um pouco de dificuldade, tentando controlar as lágrimas que prendia, até chegar ao ponto que não dava mais.

Eu me sentia como quatro anos atrás: fraco, inútil, destroçado, sem rumo. Como quando eu a conheci. Quando eu era um idiota que já não sabia mais o que fazer, não sabia mais como lidar com nada. E Summer mudou isso em mim... Ela me transformou no que sou agora. Ela me fez querer mudar, mais do que nunca, por mim, por ela... Por nós. E agora simplesmente diz “Chega”? Diz que não aguento mais, que cansou?

Me desculpem pelo palavrão, mas o cacete que vai ficar assim! Limpei as lágrimas com as mangas da blusa e liguei o carro, colocando-o em movimento.

Ela não queria mais falar comigo, tudo bem. Mas eu ia terminar a faculdade e iria voltar pra Santa Monica e mostrar o bendito Diploma pra ela, junto com aquele anel que está guardado há tempos. Veremos se ela vai conseguir me tirar da vida dela tão fácil assim.

Se fosse quatro anos atrás eu teria desistido. Mas agora... Summer fez eu me tornar um cara bem insistente.



O tempo pareceu voar. Logo estávamos em Junho do ano seguinte, e eu me formaria em Julho. Christofer não sabia se se preocupava com suas aulas finais ou com sua relação desastrosa com Laura. Parece que ela deu a ideia de eles admitirem para todos que estavam juntos... E Christofer surtou.

– Deixa de ser gay e conta logo, Christofer! – falei, cansada com toda aquela ladainha dele há dias.

– Ficou louco? Não posso fazer isso! – ele disse, andando para lá e para cá na frente da TV.

– Para de ficar desfilando na minha frente, antes que eu tenha que levantar daqui a te parar na marra. – falei, semicerrando os olhos.

Christofer revirou os olhos, parando de andar.

– Vai comer alguém, Mark! Você tá muito chato, cara! – ele disse.

– Sua irmã ainda não quer falar comigo, esqueceu? – perguntei, prendendo o riso.

Christofer logo entendeu o que eu quis dizer e bufou. Comecei a rir dele e ele se jogou ao meu lado no sofá, olhando para a TV. Estava passando um filme e, nele, a garota dizia que amava o cara, queria ficar com ele, mas estava cansada de espera-lo.

Christofer se remexeu ao meu lado, incomodado.

– Isso foi uma indireta dupla? Para nós dois de uma vez só? – ele perguntou.

– Com certeza. – murmurei.

Olhei para Christofer, e ele olhava para o teto da sala, com o olhar meio perdido.

– Por que faz isso? – perguntei, atraindo seu olhar.

– Isso o quê?

– É óbvio que você gosta de Laura. Por que continua negando isso para você mesmo e para ela? E o pior: fica pegando outras mulheres aqui enquanto ainda está com ela! – falei.

Christofer arregalou levemente os olhos. Tentou falar algo, mas nada saía. Revirei os olhos.

– Pensou que eu não soubesse? Estamos morando juntos há quatro anos, seu idiota. Não sou cego, muito menos surdo. – falei, voltando meu olhar para a TV.

Christofer ficou em silêncio por um tempo, até perguntar:

– O que eu faço?

– Vai atrás dela e assume logo para todos. – falei.

– Mas...

Christofer já ia dar outra desculpa, mas eu o cortei antes disso.

– Você ama a Laura, e tem a chance de ficar com ela. É só ir lá e assumir o relacionamento de vocês para todos. Eu amo Summer, mas não há garantia de que ela me aceite de volta. Eu daria qualquer coisa para estar no seu lugar, nesse aspecto. – falei sério.

Christofer ficou me olhando por alguns segundos, até suspirar pesadamente e assentir. Logo eu tirei daquele filme deprimente e coloquei num jogo para assistirmos. Chega de depressão.




Finalmente, Julho.

Teria a festa de formatura nessa noite, mas eu não iria. Já havia comprado a passagem para Los Angeles para essa noite, e Christofer iria comigo. Ele cismou de que iria para a festa de formatura da faculdade, mas eu o empurrei na parede e o mandei calar a boca, porque ele iria voltar para a Califórnia comigo. Ele concordou, é claro. Sabia que eu estou louco para dar um soco nele por toda aquela palhaçada que ele estava fazendo com Laura.

E eu sei que ele só queria ir à festa de formatura para fugir por mais um tempo de Laura, mas eu não ia deixar isso acontecer.

O voo sairia às duas da manhã. Como a viagem demorava cinco horas, chegaríamos a Los Angeles por volta das sete da manhã. Lá pagaríamos um táxi para que nos levasse até Santa Monica, então lá para as oito da manhã chegaríamos. Ninguém sabia que estávamos indo... Já sabiam que havíamos nos formado há uma semana, porque ligamos para contar, mas não sabiam quando voltaríamos. Então seria uma surpresa.

Quando pousamos em Los Angeles e pegamos o táxi para ir para Santa Monica, Christofer começou a tremer.

– O que você tem? – perguntei.

– Eu não sei o que fazer, Mark. Pelo amor de Deus, me ajuda, cara! – ele pediu com os olhos arregalados.

Ri alto de seu desespero.

– Isso é com você. Se vira para reconquistar Laura.

– Como assim “reconquistar”? Ela já está muito bem reconquistada! – ele falou.

Arqueei uma sobrancelha. Não era o que parecia quando conversei com ela por telefone...

– Tem certeza? – perguntei.

Christofer ficou me olhando sem piscar, o desespero óbvio em seu rosto.

– Merda! Será que ela descobriu que eu ficava com outras? – ele se perguntou.

– Será? – perguntei irônico. – Será que uma dessas garotas com quem você ficou não ligou para ela perguntando de você?

Christofer arfou, os olhos parecendo duas bolas de tênis.

– Isso é sério?! – ele praticamente gritou.

– Laura está bem irritada. Acho bom você tomar cuidado. Aquela cara de calminha dela é tudo fachada, você sabe. – falei só para deixa-lo ainda mais desesperado.

Tem mais é que ficar desesperado mesmo. Sacaneou tanto Laura que se eu fosse ela não voltava para ele. Eu adoro Christofer, ele é meu melhor amigo, mas convenhamos que ele tem que sofrer um pouquinho.

Ficamos dentro daquele táxi por quase uma hora. Christofer ainda se mantinha quieto, pensando no que faria da sua vida, enquanto eu conversava tranquilamente com o taxista latino. Seu nome era Carlos, e ele me contava as maravilhas do México.

Por fora eu estava calmo, de bem com a vida e sorridente. Por dentro eu estava perturbado, confuso, com medo e querendo bater com minha cabeça numa parede.

Eu não falava com Summer havia uns cinco meses... Mas eu sabia que ela estava bem, pois ainda mantinha contato com Laura que me contava tudo. Mas não era o suficiente. Se for contar desde a última vez que nos vimos, foi há mais ou menos um ano. Eu sentia falta dela, e daqueles cachos que me tiravam o ar. E aqueles olhos...

Eu precisava de Summer. Mais do que tudo.

Laura me contara que havia um cara, e seu nome era Caleb. Ela me disse que ele era bonito, simpático, engraçado e fazia Summer sorrir. Eu não o conhecia, é claro, porque se conhecesse ele já estaria debaixo da terra. Laura me disse que ele vinha tentando ter algo a mais com Summer, mas ela não queria.

Acho que no fundo ela ainda está te esperando, Mark. – Laura disse naquele dia.

Suas palavras fizeram meu coração se aquecer. Ainda havia esperança, afinal. Por isso, mesmo ainda duvidoso e com medo, eu paguei Carlos e desci daquele táxi confiante. Estávamos em frente a casa da minha mãe, e Christofer agora murmurava coisas incoerentes enquanto o táxi virava a esquina.

– O que você tá falando aí, Christofer? – perguntei curioso. – Tá invocando uma maldição?

– Eu vou morrer, Mark! Laura vai me matar!

– Que mate mesmo. – falei, dando-lhe as costas enquanto ria e ia até a porta da casa da dona Elena.

Christofer me xingou, mas veio atrás de mim. Toquei a campainha e ouvi minha mãe gritar que já vinha. Sorri ao ouvir sua voz. Fazia tanto tempo...

Logo a porta foi aberta e ela me olhou com os olhos arregalados.

– NÃO ACREDITO! – ela gritou, se jogando sobre mim.

Ri e a abracei fortemente, dando um beijo no topo de sua cabeça.

– Oi, mãe. – falei.

– Oh, querido... Senti tanto a sua falta! Todos sentiram! – ela dizia, acariciando meu rosto.

– Elena, você está cada vez mais linda. – Christofer disse, pegando a mão da minha mãe e dando um beijo.

Revirei os olhos, empurrando-o.

– Não começa, Christofer. Vai para casa se resolver com Laura, vai. – falei.

Ele suspirou. Me olhou com um olhar de rancor e se despediu da minha mãe, caminhando pela calçada a passos lentos em direção à sua casa. Minha mãe me puxou para dentro de casa, animada, enquanto me mostrava todas as reformas que ela havia feito. Havia mudado os armários da cozinha, pintou a sala de outra cor, comprou móveis novos e uma TV maior.

– A TV eu comprei pensando em você. – ela disse.

Sorri, me largando no sofá e sorrindo bobamente.

– Lar doce lar. – falei, fazendo minha mãe rir e se sentar ao meu lado.

A abracei carinhosamente, e ela me deu um beijo no rosto.

– Estou feliz que esteja de volta, querido. Por que não me contou que voltaria hoje?

– Eu quis fazer uma surpresa. – respondi.

Ela sorriu e apertou minha bochecha levemente.

– Summer está em casa com Alison. Voltei de lá não faz muito tempo... – ela disse.

Suspirei.

– Será que ela ainda me quer, mãe? – perguntei.

Ela já sabia que Summer havia “desistido” de mim. Minha mãe sorriu levemente.

– Ela sempre esperou por você, Mark.

Passei mais um tempo com minha mãe. Tomei um banho e matei a saudade do meu antigo quarto, que permanecia do mesmo jeito de sempre. Almocei com ela e, menos de uma hora depois, fui em direção à casa de Summer. Ela já havia saído da casa dos pais, que compraram uma casa para ela a duas quadras da rua deles e a cinco da minha. Uma longa caminhada. Ela morava sozinha com Alison, mas Laura passava praticamente toda a semana com ela. Pus a mão no bolso e senti a caixinha do anel. Meu coração deu um pulo, e eu senti aquele nervosismo tomar conta de mim.

Save Me – Hanson:

(http://www.youtube.com/watch?v=dBWRCihnWFU)

Como ela me receberia? Bateria a porta na minha cara? Ela me xingaria? Não, ela não era disso. No mínimo olharia para mim e me daria as costas. Suspirei, sentindo o vento fresco da Califórnia passar por mim. Eu sentia falta desse lugar... Do clima, de todas as pessoas que deixei aqui.

Mas agora eu estava de volta. Havia completado meu objetivo, e ninguém e nada mais me tirava daqui.

Minutos depois eu entrei na rua de Summer. Pude ver, de longe, a casa amarela em que ela morava. Havia algumas crianças brincando na rua, e muitas bolas voaram em minha direção. Aquilo me descontraiu um pouco, enquanto eu chutava a bola de volta para os meninos que riam. A casa de Summer mais parecia com um chalé. Era tão delicado quanto ela. Todo amarelo, e com janelas brancas. Havia um jardim aparado e verde ao seu redor, e uma árvore no meio dele. Ao olhá-la, vi o balanço que eu havia montado com ela no ano passado... Quando vim para o Dia de Ação de Graças. Sorri com o modo como ele balançava levemente devido ao vento, mas minha calma durou pouco tempo.

Sentada às escadas que levavam a varanda estava Summer. Linda, com todo aquele ar de adolescente feliz que ela sempre teve. Alison estava em seu colo, e elas riam uma para a outra, felizes. Summer falava algo para Alison, balançando levemente a cabeça e fazendo seus cachos balançarem com isso. Parei onde estava, perdido com aquela visão. Alison soltou um gritinho e pôs as mãos no rosto de Summer, enquanto a mesma sorria abertamente. Summer deu um beijo na testa da nossa bonequinha quando seu olhar se encontrou com o meu.

Seu sorriso desmanchou na hora, e ela assumiu uma expressão séria. Alison ainda ria de algo, enquanto segurava alguns dos cachos de Summer e brincava com eles. Engoli em seco, sentindo um frio na barriga. Era agora.

Dei alguns passos em direção a casa e parei na metade do caminho de pedras até os degraus onde ela estava sentada. Summer ainda me observava com aquela expressão séria, e eu não sabia o que dizer.

Abri a boca, tentando falar tudo o que eu vinha ensaiando durante todo esse tempo, mas nada saiu. De que adiantaria? Summer sabia o que eu sentia. Sabia tudo o que eu tinha para dizer.

Senti um arrepio em minha espinha quando ela se levantou, com Alison no colo, e me deu as costas. Ela subiu os degraus e foi até a porta de entrada da porta. Ficou parada por alguns segundos, até se virar pra mim com aquele sorriso que me desarmava completamente, sempre.

– Finalmente você veio. – ela disse, balançando a cabeça.

Só então Alison me viu, e começou a dar gritinhos enquanto balançava os bracinhos em minha direção. Ri ao vê-la, e meu olhar rumou para Summer novamente. Ela me observava com aqueles olhos azuis e brilhantes que eu tanto senti falta. Ela sorriu para mim, enquanto Alison murmurava palavras que só ela entendia.

– Venha antes que não dê mais tempo! – ela disse, risonha, entrando na casa em seguida e deixando a porta aberta para mim.

Suspirei, sorrindo, e peguei a caixinha que estava em meu bolso. Olhei para o alto, e vi que o Sol estava alto no céu, ofuscante com todo aquele azul ao seu redor, sem uma nuvem para atrapalhar. Olhei para a casa amarela novamente, e mesmo de onde estava pude ouvir Summer dizendo “Alison, fica calma, ele já vem!”, entre risadas.

Definitivamente, a espera havia valido a pena.

Eu estava em casa novamente.

De volta para o meu Verão particular.






Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E é com tristeza que eu me despeço...
Vocês não tem noção do quanto eu amei escrever Back to Summer, e na quantidade de vezes em que pensei em parar de escrever, mas continuei. Amei todos os comentários, e também amei ter todas vocês comigo!
MAS NÃO VAMOS NOS DESPEDIR AGORA! AHUAHUAHUAUHAU
Ainda vou postar o Epílogo! Acho que na Sexta eu postarei, mais tardar no Domingo! E aí sim eu irei desabafar, lol.
Enfim, gostaria de agradecer especialmente à Nathalia Nardelli, que desde que estudou comigo acompanhou essa minha "jornada" com fanfics. Também agradeço muito à Tory Ster, que acompanhou Back to Summer desde o início, recomendou a história e sempre mandou uns reviews que me fazem babar! Agradecimentos MAIS DO QUE ESPECIAIS à Luíza Paz... Sem palavras para descrever o quanto eu amei conhecer você! Mesmo! E mais uma vez, mil obrigadas pelo o que você vez para a história...
O QUE A LUÍZA FEZ VOCÊS SÓ SABERÃO NO EPÍLOGO! MUAHAHAHAHAHAHA. Ok.
Enfim, é isso, amores. Quem quiser, segue no Twitter: @mrs_anemore.
Ano que vem pretendo começar uma nova fanfic, e ela se chama Vida Interrompida. Também será de Drama, PORÉM... Mais triste que Back to Summer. Quem quiser chorar, recomendo, lol. Fiz o trailer de Vida Interrompida, para quem quiser ver: http://www.youtube.com/watch?v=UJ7YZo0nI5Y
Enfim, é isso!
Obrigada à todas, e nos vemos no Epílogo!
Beeeeeeeeeeeijos!!