Na manha seguinte Hinata acordou antes do sol nascer. Ela iria treinar, apesar do frio medonho.

Andou pelo prédio principal e arredores, agarrada ao casaco, mas não achava nenhum lugar externo que parecesse atraente para treinos aquele horário. Ela tinha certeza, o pior do deserto não é o sol-alpino nem a noite, é a madrugada!

– Acordou cedo.

A voz assustou Hinata, a tirando de seus pensamentos.
– K-kazekage-sama.
– Pode me chamar de Gaara.

Se Hinata não soubesse, jamais acreditaria que o ruivinho simpático que ela via agora era o mesmo mostro que ela conheceu há anos atrás. Não, Gaara não era o mesmo.
– Você também, Gaara-kun, acordou cedo.
– Não tenho o hábito de dormi muito. Procurava algo?
– Queria treinar, mas esta muito frio.
– Me acompanha num chá? Isso irá esquentá-la.
– Tudo bem.

Gaara guiou Hinata pelos corredores do prédio. Falavam pouco, uma palavra aqui, outra ali, mas não havia aquele ambiente desagradável que o silêncio costuma causar...

– x –

Chegaram ao aposento do Kazekage. Hinata se sentiu desconfortável por entrar na intimidade de alguém tão importante, mas a simpatia com o qual ele a convidou a convenceu.

O lugar era uma sala pouco maior do que de onde ela estava hospedada, que dava para quatro portas decoradas distintamente. Na mesa de centro um lanche completo os esperava.
– Servida? – perguntou o ruivo já enchendo duas xícaras de chá.
– Sim, obrigada.

Hinata esperava que ali estivesse mais quente. Mas ali parecia apenas pouco menos gelado que lá fora.
– Esta muito frio aqui...
– Bem – disse Gaara sem graça – como há muitos gostos diferentes, então só há aquecimento individual, nos quartos.
– Hamm... – ela não consegui impedir uma expressão de desagrado total.

– Hum, bem... – Gaara pareceu pensativo– Venha até aqui.
O Kazekage apontou para seu lado no sofá. Quando Hinata sentou ele desenrolou parte de sua manta e jogou sobre os ombros da kunoichi.
– Melhor assim?

O sorriso do garoto era de derreter qualquer garota. Nem preciso dizer que Hinata ficou MUITO vermelha.