Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 37
A última dança - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

NA/ Desculpa demora espero que não me odeiem, ou melhor podem até me odiar desde que AMEM DLP!! A gente se fala depois, boa leitura!



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Sempre achei o espelho um artefato interessante. Quantas vezes ele reflete a realidade? Aquilo que aparecia é realmente aquilo que você é ou apenas uma imagem distorcida da verdade? Imperfeita, irreal e completamente insignificante. Foi sempre assim que classifiquei a imagem de um espelho. Nos últimos tempos não foram poucas às vezes em que parei na frente do mesmo e o que vi foi uma garota de 17 anos completamente quebrada que perdeu todos os seus sonhos numa virada de um voô de vassoura. Mas o reflexo nunca foi perfeito, ele nunca conseguiu abstrair completamente o quão quebrada eu estava, o quão destruída era aquilo que restou de Lily Potter.

Essa noite não foi diferente. O tempo passa e as coisas mudam, mas certamente algumas sempre continuarão as mesmas. A imagem que o espelho reflete é a minha, mas a pessoa que aparece em sua superfície não sou eu. A menina de 18 anos continua quebrada, a questão é, ela vai ter força para juntar os pedaços?

A garota de vestido de festa brilhante e salto alto com um olhar desafiante não poderia ser a Lily Potter dos últimos meses, poderia? Quem era a garota de lábios vermelhos e cachos cuidadosamente presos em um coque frouxo? Quem era a garota que me encarava como se não tivesse nada a perder?

Como sempre a resposta do espelho foi petulante "Sou você bobinha!". E uma parte de mim concordava com a ruiva do espelho, mas uma grande parte de mim queria dizer que não, aquela não poderia ser eu. Às vezes eu me esquecia de que não estava mais no primeiro ano colocando a camisa grande de mais por dentro da saia preta do uniforme, também não era mais a terceiranista de fita vermelha no cabelo ou sequer a capitã de quadribol durona de um ano atrás. Agora eu percebia que logo deixaria pra trás também a sétimanista decidida e obstinada, logo eu teria uma vida nova, diferente de tudo que já experimentara e o baile dessa noite era o começo da mudança.

Analisei mais uma vez o vestido que escolhera, tomara que caia, com uma larga fita de cetim vermelha marcando toda a cintura em um toque levemente oriental, a mesma fita porém mais fina marcando a barra do vestido curto. De uma cor cinzenta, não era bege na verdade, mentira era de um rosa muito claro ou então apenas uma mistura das três, com detalhes em renda preta mais uma vez lembrando aos kimonos das bruxas japonesas. Eu o amara no momento em que pusera os olhos nele.

-Lílian você está perfeita. - Comentou Heloíse, mas ela própria parecia ter saído diretamente de um livro de princesa. Por incrível que pareça ela não vestia nem rosa e nem preto, usava um vestido azul marinho, seus cabelos se encontravam hoje em um tom muito claro de rosa e caiam livremente sobre seus ombros. Tanto eu como Heloíse não éramos nem altas e nem magras o suficiente para nos darmos ao luxo de um vestido longo, Sara por outro lado parecia pronta pra matar em seu longo vestido vermelho estilo sereia.

-Todas nós estamos perfeitas! - Falei contendo as lágrimas que já teimavam em descer, ainda faltava mais ou menos dois meses para o adeus definitivo da vida em Hogwarts, mesmo assim um sentimento gigantesco de nostalgia tomou conta de mim.

-Nem pense nisso Lílian! - Falou Sara com uma cara séria ao ver meus olhos lacrimejando, a mesma conjurou um pequeno lenço branco e mais do que depressa empurrou-o para mim. Suspirei pensando que felizmente alguma coisas nunca mudariam, como a Sara e seu pavor de lágrimas. Logo tratei de secar meus olhos, que naquela noite estavam de um castanho muito claro.

-Vai dizer que não está nem um pouquinho sentida? - Perguntei enquanto já nos dirigíamos juntas para a antessala onde todos os sétimanistas deveriam estar. Heloíse Chase como desde o momento em que pisou no castelo estava ao meu lado, meio avoada e olhando tudo a sua volta como se fosse a primeira vez que estivesse percorrendo aquele corredor. Sara Hale com as suas pernas compridas e o seu ar confiante andava a minha direita me encarando nos olhos e conversando como se tivesse total confiança sobre o assunto em pauta. A nostalgia mais uma vez bateu na minha porta, me levando a um tempo onde uma Lílian Luna Potter muito mais magrela, mais ruiva e mais espevitada andava por estes mesmos corredores, com essa mesma castanha a sua direita a encarando com os mesmos olhos de águia descrevendo tudo o que sabia sobre a seleção das casas.

-Estou sim, mas vou chorar apenas mais tarde, você devia fazer o mesmo se quer preservar sua maquiagem. - Respondeu minha amiga adentrando no aposento, por um momento me senti em um universo paralelo.

Todos estavam perfeitos, até mesmo a garota estranha da Lufa-lufa parecia divina em seu vestido dourado e sorria exultante enquanto conversava com o companheiro de casa Jason Hook que também me parecia bem mais normal do que de costume em suas vestes negras.

Theodore Nott, o sonserino que era monitor chefe estava perfeito em suas vestes azul marinho, nunca antes havia reparado em como os cabelos e olhos negros faziam um par perfeito com a pele branca. Além disso aquele traje deveria fazer algo com seus ombros que pareciam muito mais largos do que me acostumara.

-Estão lindas grifinórias! - Elogiou ele ao nos ver, para o meu imenso espanto. Mais uma prova de como o tempo passa. Não acreditei de que veria ainda em meus dias de Hogwarts o esquisitão do Nott comentar sobre algo que não fosse a) sobre a monitoria, b) sobre as suas notas em classe e c) sobre o perigo de permitir que a minha pessoa entrasse em uma sala de poções (o que só para constar, é uma tremenda injustiça), antes que eu pudesse agradecê-lo, uma voz grave e muito conhecida se manifestou.

-Sim, elas estão perfeitas mas são minhas! - Dá pra entender o por que de tantas serem apaixonadas por Hugo. Nunca mais vou me culpar por ter feito dele o príncipe da minha adolescência. Hugo estava divino em sua veste negra, seus olhos azuis brilhavam com tamanha intensidade que por alguns segundos não enxerguei ali o rapaz de 18 anos que namorava minha amiga. Também não vi o garoto de 15 anos que se encantou por uma bela sonserina.

Na verdade o que vi, foi o menino de 10 anos, meu melhor amigo, meu primeiro amor, meu primo de olhos brilhantes e sorriso sincero. Foi por causa dessa combinação de inocência e malícia presentes nele desde sempre, que eu me apaixonei, foi pelo perigo, pela alegria e pela adrenalina. Olhar pra ele e não sentir aquela dorzinha antes tão presente foi como um sonho, pela primeira vez eu o encarava sem medo de me perder novamente, Lílian Potter já não era mais atraída pelo perigo. Após meu acidente já tivera uma dose extra de perigo que duraria por toda a vida, ou assim espero.

-Como assim suas? - Perguntou Heloíse correndo de encontro a Hugo que a abraçou com força, eu não entendia aquela paixão avassaladora e repentina que os tomara, também não sabia se iria resistir ao tempo e as responsabilidades. Mas por enquanto, tudo parecia perfeito. E se eu aprendi algo com tudo que me aconteceu no último ano foi aproveitar o que a vida tem a te oferecer de bom, pois normalmente as coisas mudam e nem sempre para melhor.

-Atenção alunos! O salão já está cheio esperando por vocês! Vamos entrem na formação, está faltando alguém? - Perguntou Lucy Prado, nossa professora de Estudo dos Trouxas que estava linda em seu vestido negro. Olhei para os lados conferindo se todos os meus colegas estavam no cômodo, antes que eu pudesse perceber Heloíse informou.

-A Prescott ainda não chegou... - Sabe aqueles filmes trouxas quando no exato momento em alguém fala da pessoa a mesma aparece caminhando em câmera lenta, como se fosse a personificação da perfeição?

Bem, foi exatamente assim que Lana chegou à antessala, por mais que eu odeie compará-la com algo tão sublime e inocente, ela parecia um anjo. Seu vestido azul claro era todo decorado com minúsculos cristais, sua maquiagem era leve, e os cabelos loiros estavam meio presos e belamente cacheados. Tudo nela era perfeito, e mais uma vez me perguntei o motivo de Merlin distribuir tão mal as qualidades entre as pessoas.

-O QUE FOI? EU HEIN! PARECE QUE NUNCA ME VIRAM!! - Brigou a sonserina indo para seu lugar na fila, mas eu vi um sorriso de satisfação ao ver o que sua entrada causara.

-Muito bem, todos aqui? - Perguntou mais uma vez Lucy, que para minha surpresa tinha os grandes olhos castanhos tomado por lágrimas.

-Sim professora. - Respondeu Sara ajeitando as rugas invisíveis em seu vestido para em seguida arrumar a já muito bem arrumada gravata de Hugo e girar o busto do meu vestido mais para a direita em apenas alguns milímetros e olhar para a Lise acenando com aprovação. Sem tempo para protestar, mas isso era bullying contra ruivos, já que aparentemente éramos os únicos desarrumados segui os meus colegas que como primeiranistas sussurravam ansiosos.

Caminhamos enfileirados até as portas do salão que estavam fechadas, após uma pausa de uns poucos segundos, a jovem professora escancarou-as e abriu caminho para que fossemos recebidos no salão.

-Senhoras e senhores recebam os alunos do sétimo ano de Hogwarts. - Anunciou Paul Coock o mestre de cerimônias da noite. Nem tentei procurar a mesa onde estava minha família, tudo que pude fazer foi me concentrar para chegar até minha cadeira sem tropeçar no caminho, também não olhei muito para a decoração até o momento em que me sentei no local para mim reservado.

Por incrível que pareça Lana e Lise tinha feito o impossível no salão, usaram o prata e o branco de um modo simples e elegante. Nem velas e nem estrelas, as luzes vinham de lampiões antigos ao estilo trouxa, todos pintados de cor branca, brilhavam magicamente sobre as mesas, presos nas paredes e também flutuando sobre o salão. Nas mesas, taças, copos e pratos de cristal, talheres de um prata reluzente, toalhas em tom de prata cinzento e nas cadeiras bonitos e frondosos laços brancos. Em cantos estratégicos do salão pequeninas flores brancas caiam como em cascata e eu tinha certeza que elas balançavam no ritmo da música. Confesso que foi barra obedecer aquela oxigenda horrívelmente perfeita, mas não é como se eu tivesse escolha ela era a chefe da decoração junto com Lise, só me restava abaixar a cabeça e dizer que sim.

Assim que os aplausos cessaram o professor voltou a falar:

-Bom, é sempre uma honra ver um turma encerrar o ano, como todos sabem ainda não prestaram os exames, porém independente dos resultados esta turma já é vitoriosa. Poderia passar muitas horas aqui falando sobre como desde o primeiro ano me orgulho de vê-los crescer. Mas acredito ser capaz de resumir tudo para a alegria de vocês que não serão obrigados a me ouvir falar por mais tempo que o necessário. - Falou Paul fazendo todos soltarem risinhos abafados. Vi Lise se abanar "discretamente" com as mãos, dando uma checada nas vestes formais de seu professor preferido. Suprimi a custos a minha risada ao ver a expressão vagamente emburrada de Hugo. Acho que meu querido primo não sabia das regras que regem o comportamento feminino, uma vez TEAM PAUL sempre TEAM PAUL.

Para nossa surpresa ele começou a falar, não sobre as matérias nem sobre a importância dos NIEM's, nós éramos o assunto em pauta e foi excitante ouvir o que ele tinha a dizer. Principalmente porque não tinha a ver com estudos ou gritos sobre a irresponsabilidade de misturar explosivins com pulguinhas saltitantes ao som de macarena.

-Faz quase sete anos desde que pisaram pela primeira vez em Hogwarts, talvez vocês não se lembrem do quanto pareciam apavorados, nem de como eram pequeninos. Passaram pela seleção e sobreviveram a cada ano, fizeram amizades, namoraram, jogaram quadribol, formaram clubes e deram festas clandestinas. Por incrível que pareça também estudaram. - Completou com um sorriso.

- Eu em nome de todos os professores, que parabenizá-los por seus esforços, torcemos por todos vocês e desejamos sinceramente apenas o melhor. Fizemos o nosso melhor para prepará-los, acreditem, não é fácil saber que em setembro não voltarão para de baixo de nossas vistas. Aqui podemos corrigir seus erros, aplicar castigos e guiar cada um na direção do caminho correto, porém sabemos que já está na hora de cada um tomar por si só a melhor decisão. Não se esqueçam, que nós seus professores estaremos sempre a disposição e sempre que precisarem ficaremos mais do que honrados em ajudar. "Afinal, Hogwarts sempre ajudará aqueles que a ela recorrerem."

Não sei em que momento exatamente comecei a chorar, nem quando decidi que o certo era me levantar e aplaudir meu professor em pé, mas não estava sozinha, pelo contrário, toda a turma fazia o mesmo. Muitos assim como eu desabaram e choravam abertamente.

Quando o salão voltou a silenciar, Sara e Theodore subiram ao palco, era a vez deles fazerem os discurso. Que eu provavelmente já sabia de cor a essa altura do campeonato. Não é fácil ser a melhor amiga e cobaia de Sara Hale, só para constar.

-Boa noite queridos colegas, amigos e familiares. - Iniciou Sara.

-Boa noite também, para nossos dedicados professores, diretora e todos os funcionários da escola. - Completou Theo.

-Um sonho. Foi assim que tudo começou. Alguns sempre souberam o que era magia, outros descobriram a sua confirmação em uma carta. Mas o começo foi sempre o mesmo, o sonho de estudar e aprender magia, o sonho de se tornar algo maior, o sonho de viver as aventurar prometidas e descobrir o que Hogwarts tem de melhor. Passamos por muita coisa juntos, fomos uma turma complicada, tão coesa quanto dispersa, tão estudiosa quanto festeira. Representamos as nossas casas com ardor e juntos nos dedicamos em cada matéria. - Disse Sara que sorria ao mesmo tempo que pude ver suas mãos tremerem de nervosismo.

-Por falar em matéria, aqui vai um especial agradecimento aos nossos professores que nos suportaram durante todo esse tempo. Obrigada pelos ensinamentos, pelos conselhos, pela paciência, pelas cartas de recomendações e por toda a dedicação que sempre demonstraram. Aos quatro diretores de casas, queremos dizer que foram como nossos pais dentro da escola, sempre cuidando de cada um. - Continuou o garoto sempre sério, mas com muita emoção.

- Já que tocou no assunto pais, também não podemos deixar de agradecer aos nossos pais. Sejam eles famosos, de famílias simples, tradicionais, ricos ou estrangeiros, sejam eles trouxas ou mestiços. Obrigada pai e mãe, pelo apoio de cada um, obrigada por terem nos dado a oportunidade de estar nessa fantástica e maravilhosa escola. - Disse a castanha encarando todas as mesas, sabia que ela mais do que ninguém gostaria que os pais trouxas pudessem estar em Hogwarts, infelizmente nem tudo é possível. A escola como sempre só abrigava bruxos, mas isso não a impediu de citá-los em seu discurso.

-Sim, Sara, uma escola fantástica em todos os sentidos, vamos todos sentir falta dos quadros, dos fantasmas, da deliciosa comida preparada pelos elfos, sentiremos falta das pedras e até mesmo do frio intenso no inverno. Vamos sentir falta da lula gigante e do lago, nunca esqueceremos a floresta proibida e seus mistérios e muito menos das disputas no campo de quadribol. -Complementou o sonserino.

-Além disso, mais do que qualquer outra coisa, nunca mais estaremos nessa situação, podemos nos encontrar novamente, mas essa noite marca o começo do fim, da nossa turma de Hogwarts. - Falou a futura Auror, teimosa como sempre contendo as lágrimas enquanto que as minha a muito corriam livremente pelo meu rosto.

-Se tudo começou com um sonho, tudo também chega ao fim com um sonho. Nosso futuro nos aguarda e mais do que nunca é tempo de se jogar naquilo que acreditamos, conquistar novos amigos e realizar mais um belo e longo sonho. Pois não há magia maior do que tornar sonhos realidades. Obrigado! - Finalizou Theo, logo estávamos todos em pé aplaudindo a dupla de monitores, Sara e o garoto se abraçaram em uma mútua cumplicidade e logo desceram do palco e voltaram para seus lugares.

-Bom, antes de darmos início ao jantar, temos um presente pra vocês. - Anunciou Paul, logo embrulhos retangulares caíram em nossos braços, de um jeito magicamente impressionante até mesmo para os padrões da escola. Analisei o pacote transparente e vi que se tratava de uma fotografia em um bonito porta retrato vermelho e amarelo com o símbolo da Grifinória. A foto era da noite do dia das bruxas, quando em um dado momento Lucy nos convencera a nos juntarmos para uma foto da turma, e ali estava ela.

Lana perfeita como Marilyn Monroe, Hugo de príncipe, Sara como a deusa grega, Heloíse brilhando em sua fantasia de fada e finalmente eu em um vestido de princesa. Merlin, parecia que aquela foto fora tirada em um outra vida, em um outro século, antes do acidente, antes de tantas outras coisas. Mas ao olhar para a foto não me lembrei dos acontecimentos desastrosos da noite, pelo contrário, tudo que me vinha em mente era de como eu sentiria falta daquela turma, daquela escola.

Sem que eu pudesse perceber estávamos todos nos abraçando, as cadeiras desapareceram dando espaço para o que seria a pista de dança, e logo me vi perdida procurando a mesa onde minha família devia estar.

A primeira pessoa que reconheci foi minha mãe, linda em seu vestido branco, porém com os olhos vermelhos e a maquiagem borrada. Teddy me abraçou de surpresa, e maior que a surpresa do abraço só mesmo a barriga de Victoire.

-Você está linda Lílian. -Me disse ela ainda sentada.

-Você é quem está! Você está brilhando Victoire, além disso é seu aniversário!! Parabéns! - Falei abraçando a loira da melhor maneira que pude. - Tem certeza que é seguro você estar aqui? - Perguntei olhando para sua barriga.

-Amelie, pode nascer a qualquer momento agora Lily, mas eu não perderia esse baile por nada. - Informou ela acariciando o ventre, sorria para ela em agradecimento e me virei para abraçar meus irmãos.

James como sempre já estava preparado, sorria de orelha a orelha e me girou no ar, Alvo por outro lado sempre mais contido apenas me abraçou de leve e perguntou se eu me sentia bem. Não importava como se manifestavam, eu amava ambos.

Meu pai do seu jeito sereno, sorria docemente, como nunca antes, e me abraçou como se tivesse medo que a qualquer momento eu desaparecesse.

-Amo você princesinha. - Murmurou ele quase me fazendo voltar a chorar.

Do meu lado direito Sara e James se abraçavam, ela jantaria em nossa mesa, ao meu lado na verdade, assim que o casal se soltou percebi que lágrimas corriam pelo rosto de minha amiga, fato raro pra ela. Porém logo a castanha tratou de limpar o rosto, e como se nada tivesse acontecido cumprimentou minha família.

Do lado oposto do salão vi pela primeira vez os pais de Lana, o casal em si era de dar medo, ele magro e alto, cabelos acinzentados e olhos azuis impressionantes. Já a mãe de Lana e David parecia ser bem mais jovem que o marido, cabelos loiros certamente tingidos, bem maquiada, bem vestida e ostentando belos diamantes nas orelhas. Agora eu sabia exatamente onde os irmãos Prescott tinham arranjados aqueles olhos, a mulher tinha os olhos como do marido, eu apostava um dedo em como deviam ser primos tamanha era semelhança entre ambos. Mesma fisionomia, modo de andar, ambos altos e magros, não seria algo raro um casamento consanguíneo para manter a pureza do sangue. Nojento eu sei. "E falou a garota que era apaixonada pelo primo", pensei ironicamente.

-Não vai comer nada? - Perguntou minha mãe me olhando, percebi que todos já escolhiam o que iriam comer, exceto Victoire que olhava com uma cara de nojo para todos os pratos. O que era bem estranho já que durante a gravidez seu apetite rivalizava com o de tio Rony. Acenei com a cabeça e logo enchi meu prato com assado e batatas, tá aí, eu realmente sentiria falta disso, será que eu teria que cozinhar no próximo ano? Ah Merlin eu ia morrer de fome, quer dizer deve ter algo que eu saiba preparar sem colocar fogo na casa, certo?

-Victoire está se sentindo bem? - Pediu Sara olhando pra minha prima.

-Sim, claro. - Respondeu a loira que suava exageradamente.

-E então Sara já decidiu o que fará no próximo ano? - Pediu minha mãe, sério ela não perdia a oportunidade, mas isso me lembrava que minha amiga ainda não tinha conversado com James sobre a questão Rússia. Me perguntava se ela queria mesmo ir pra lá, adiava tanto a tal conversa que parecia prestes a desistir a qualquer momento. Sara apertou os talheres em suas mãos, fazendo o nó de seus dedos ficarem brancos. Ela levantou os olhos e encarou a minha mãe nos olhos, me fazendo lembrar vagamente de um duelo. Sério, só faltava saírem as faíscas. Elas se encaravam como que medindo forças, sustentando uma troca de olhares que se houvesse uma aposta em qual das duas o desviaria primeiro não sei em quem apostaria. As duas eram duronas.

-Que pergunta idiota mãe! Você sabe que Sara será auror assim como eu. - Respondeu meu irmão desviando a atenção da comida por incríveis dez segundo.

-Certo, só que ouvi outra história e... - Droga minha mãe ia contar pra ele no meio do jantar do baile? Ela só podia estar de brincadeira...

-TEDDY!!!!ESTÁ NA HORA! - Logo a atenção de toda a mesa estava em Victoire, para a sorte de Sara se quer saber.

-AH MERLIN! NA HORA DE QUE? - Pediu Teddy estupidamente, olhando a sua volta como se esperasse a aparição de leprechauns.

-VAI NASCER, ESTÁ NA HORA!! - Praticamente urrou Victoire segurando a barriga e fazendo uma careta, olha vou te contar uma coisa aquilo era uma baita campanha de controle de natalidade, qualquer garota pensaria duas vezes antes de ter um filho só de ver aquela cena.

Quando Vic passou a proclamar xingamentos ao Teddy, espalhando para os quatro ventos o que ela iria fazer com as suas partes baixas assim que ela pudesse caminhar normalmente foi incrível ver todos os garotos no salão empalidecerem. Quase podia ver a mensagem "NUNCA MAIS VOU FAZER SEXO!" flutuando sobre suas cabeças.

Logo foi uma correria, Teddy, minha mãe meus tios, Alvo que logo entrou no modo curandeiro e saiu abrindo caminho pelo salão e antes que eu me desse conta todo mundo queria ir para o hospital.

ESPERA AÍ! E EU?

-PAI! - Gritei ao ver que ele seguia a família.

-Sim querida? –Pediu se virando para trás mas se mantendo um olhar na porta de saída.

-Temos um baile pra abrir! - Falei abrindo os braços com uma certa raiva.

-Ah, certo. Um baile, mas veja só filha, Teddy vai ser pai preciso estar lá por ele. - Explicou meu pai, percebi então que ele estava adorando aquele incidente, estava louco para escapar da dança. "Teddy vai ser papai!" uma ova, ele estava quase saltitante com a perspectiva de não precisar dançar. Meu pai, o herói do mundo mágico, o garoto que sobreviveu duas vezes, o escolhido, o homem que derrotou o cara de cobra com um simples Expelliarmus fugindo de uma pista de dança.

-Não agora! Tem um monte de gente lá com eles, quer dizer meus convidados todos foram pra lá...

-Ainda estou aqui Lilindinha! - Gritou James, meio indignado pelo fato de eu aparentemente ter esquecido sua presença.

-Por causa da Sara. - Respondi fazendo bico e apontando pra minha melhor amiga que ainda parecia estar digerindo o fato que minha mãe estava prestes a contar tudo pro meu irmão. Ela segurava a mão de James como se sua vida dependesse disso. Diferente dos olhares carinhosos e apaixonados que Lise e Hugo trocavam Sara olhava para James como se ela precisasse dele para viver e ele retornava o olhar com igual ou maior sentimento.

Aham, ficou por minha causa. Hunpf.

-Pai por favor? Vamos só abrir o baile e daí você vai para o hospital! Por favor? - Pedi fazendo aquela carinha de princesinha do papai que eu sabia que ele não resistiria.

-Tá bom bruxinha, me diz o que eu não faço por você? - Em uma explosão de agilidade corri e abracei meu pai.

AH MERLIN! Amelie ia nascer!!! Quer dizer é, a hora foi bem inoportuna mas finalmente ela iria chegar! E no dia do aniversário da Vic, da pra imaginar um presente melhor que esse?

Voltamos para nossa mesa enquanto explicávamos para as pessoas que nos paravam pelo caminho o que tinha acontecido já que nossa família simplesmente não sabia sair discretamente de um salão. A não ser que um metamorfago com os cabelos brancos de tão pálido perante os xingamentos de sua mulher grávida, casais animados conversando e seguindo o dito casal e um medribruxo autoritário liderando essa procissão possa ser considerado discreto.

Hum, é eu estava alegre porque finalmente a pequenina iria nascer, por outro lado minha mãe, meu irmão, meus tios e avós tinham saído dali. Tá eu sei que o baile da vitória não era a coisa mais legal do mundo, mas nunca imaginei que eles estariam tão desesperados pra dar no pé.

Mas a festa continua, mesmo que todos não saíam vivos dessa noite cofTeddycof.


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Notas finais do capítulo

NB/ E aí galerinha, gostaram?(NA/Beta narradora de sessão da tarde, eu só quis dizer...HASHUASHUASHUASHUHSUHSUUA)
KKKKKKKKKK finalmente o discurso da Sara. Lise e Lana vivas após organizarem um evento juntas? Depois dizem q não existe essa coisa de magia!
Batalha entre Gina e Sara nesse cap só para não perder o costume. Hmmm, é Hale, essa foi por pouco.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKK Harry fugindo da dança!Voldemort que era um péssimo estrategista. Para vencer Harry Potter basta uma ameaça de dança! (É, EU DARIA UMA BRUXA MALVADA MUITO MELHOR QUE O CARA DE COBRA, porque sério, é só saber como abordar o problema...)
Então, a não ser que queiram testar os meus planos mirabolantes para provar o quão malvada e formadora de planos diabólicos a beta pode ser VAMOS CAPRICHAR NOS COMENTS!
Bjs da beta (que vai se despedir normalmente como se não tivesse acabado de ameaçar os leitores)
Milady Black.
NA/ Só pra constar EU NÃO VOU ABANDONAR A FANFIC PELA METADE!
Pronto já me sinto mais aliviada agora. Espero que tenham gostado do capítulo, vou tentar responder aos reviews mas ando atolada de coisa pra estudar mal tenho tempo pra escrever o capítulo decentemente. Sinceramente um dos capítulos mais fraquinhos da fic, mas fazer o que? O próximo vem melhor...ALERTA DE SPOILER!! Que tal um último momento Lily e Hugo? Ou então um maravilhoso dialogo entre David e Lílian? Ou simplesmente uma cena bem sentimental entre Lana e a nossa protagonista? NÃO SE ESQUEÇAM! Quando mais caprichados os reviews mais rápido sai o capítulo....
BEIJOS APAIXONADOS!
Loreline Potter



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