Eu estava sentada em um dos bancos da cabine, em frente á Daniel. Não trocamos nenhuma sequer palavra após o que aconteceu, acho que nenhum de nós sabia ao certo o que dizer.

– Desculpe. – Disse ele olhando para a janela.

– Não tem que se desculpar. – Eu disse tentando consolá-lo.

– É claro que tenho, eu não me controlei, e sabia que você não queria me beijar. – Disse ele agora de cabeça baixa.

Fiquei em silêncio por um tempo, estava tentando entender o que aconteceu, o que eu senti.

– Sabe, eu não sei se... Não sei se eu não queria te beijar. Eu estou confusa, eu não quis te beijar no ano novo, mas agora eu senti algo diferente. – Eu disse ofegante, quebrando o silêncio entre nós.

– Como assim “algo diferente”? – Perguntou ele agora levantando a cabeça e olhando para mim.

– Eu não sei, eu só... Gostei do beijo. – Eu disse e pude sentir minhas maçãs do rosto ficarem quentes de tamanha vergonha.

– É sério? – Perguntou ele, agora me olhando de olhos arregalados.

– Bem... É. – Respondi.

– Rose? – Perguntou ele após um tempo em que nos calamos novamente.

– Sim? – Respondi.

– Gostaria de sair comigo? A gente pode, sei lá... Tomar uma cerveja amanteigada talvez? – Disse ele, sorrindo para mim.

– Claro. – Eu disse sorrindo para ele também. – Eu posso te mostrar o castelo hoje... Se quiser, é claro. – Eu disse.

– Ah, claro que sim. – Disse ele assentindo com a cabeça.

O resto da viagem fora bastante cansativo. Assim que cheguei ao castelo, fui chamada pela diretora McGonagall para ir até sua sala.

Ao chegar à sala da diretora, todos os outros novos monitores estavam sentados nos sofás de cor vermelha, aparentemente confortáveis que havia ali.

– Ah, olá senhorita Weasley. Por favor, sente-se. – Disse a diretora Mcgonagall apontando para um lugar vazio ao lado de nada mais nada menos do que Scorpius Malfoy.

Por um momento, nossos olhos se encontraram fazendo milhares de lembranças e sensações virem á minha mente. Pude sentir meu coração começar a bater mais forte, junto á minhas pernas que agora estavam bambas.

– Senhorita Weasley, está tudo bem? – Perguntou a diretora me fazendo sair do meu “transe”.

– Ah, claro, estou ótima. – Assenti olhando para ela.

– Não vai se sentar? – Perguntou ela.

– Não obrigada. Estou bem de pé. – Eu disse dando um breve sorriso.

– Tudo bem, agora prestem atenção, por favor. – Disse ela, fazendo todos a olharem atentamente. – Bom, como eu disse á vocês, os monitores escolhidos antes das férias não estão preparados para assumir esta responsabilidade. Por isso, eu os professores representantes das respectivas casas, resolvemos nomeá-los responsáveis por estes cargos.

Uma imensa corrente de ansiedade transpassou meu corpo naquele instante.

– E imagino que estejam realmente felizes com isso. Afinal, são alunos extremamente dedicados e merecem estes cargos de fato, importantes na escola. – Disse ela sorrindo para nós.

– Sim, estamos. – Dissemos, em uníssono.

– Bom, vamos direto ao ponto. Vocês deverão pegar suas malas nos dormitórios de suas casas e levá-las para a sala comunal dos monitores, onde será o seu novo lar. Ah, e andei pensando nas rondas, elas terão de ser feitas em duplas. Dois de vocês farão rondas com alguns monitores do sexto ano, se não me engano.

Por favor, que seja eu, que seja eu, que seja eu... – Torci em pensamento.

– Senhorita Weasley, você irá fazer dupla com o senhor Malfoy... – Disse ela fazendo meu queixo despencar.

Eu não há ouvia mais, apenas fiquei pensando em como seria com Scorpius e eu fazendo duplas nas rondas da monitoria. Creio que seria um tanto, desconfortável.

Assim que a diretora terminou, todos saíram da sala. Os monitores da Corvinal e Lufa-Lufa conversavam alegremente ao saírem dos corredores.

Segui rapidamente para a sala comunal da Grifinória, para evitar mais uma troca de olhares com Scorpius. Ao chegar lá, Daniel estava sentado ao sofá, me esperando.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntou ele, um pouco preocupado.

– Não, nada. Ela só queria nos avisar que agora temos uma nova sala comunal e das duplas com quem faríamos a monitoria. – Eu disse sorrindo brevemente.

– Ah sim. Reparou no meu uniforme? – Perguntou ele, apontando para o brasão da Corvinal.

– Uau Daniel, Corvinal! Quer dizer que você é um garoto inteligente? – Perguntei divertida.

– Exatamente. Eu sempre soube, é claro. – Disse ele sorrindo.

Seus olhos se fixaram nos meus, e nós fomos nos aproximando cada vez mais, fazendo nossos lábios se encontrarem lentamente. Afastei-me antes que nós nos beijássemos como no trem.

– Bom, eu tenho que pegar minha mala. – Eu disse segurando em seu peitoral.

– Certo. – Disse ele, também se afastando e se sentando no sofá.

Subi até o dormitório feminino e peguei minha mala. Despedi-me de Daniel e lhe disse que mostraria o castelo para ele outro dia.

Segui para a minha nova sala comunal. Ao chegar lá, me deslumbrei com o luxo da decoração do local. Os tapetes eram pretos, feitos de pele de urso, as cortinas eram azuis, as poltronas eram vermelhas com detalhes dourados, com almofadas amarelas, e um enorme lustre dourado ao centro da sala. Além de uma lareira, a propósito, a maior que eu já havia visto.

Cada porta de cada um dos quartos tinha as cores e símbolo da respectiva casa do aluno. Avistei uma porta vermelha com um leão – O símbolo da Grifinória – e fui até lá.

Entrei no quarto e instantaneamente a mala caiu de minhas mãos. A cama era de casal, com cortinas vermelhas e douradas, combinando com a coxa de cama. Assim como na sala, havia um enorme lustre dourado ao centro, iluminando todo o quarto. Com tapetes brancos, que assim como os da sala comunal, pareciam ser de pele de urso. Havia uma porta no fim do quarto, onde imaginei ser o banheiro. Ao lado desta porta, uma enorme penteadeira feita de madeira, com um espelho de bordas douradas em forma de chamas. Mas o toque especial foi um sofá de três lugares vermelho, assim como os da Grifinória, e acima do sofá, havia sido gravada a frase “Casa onde habitam corações indômitos. Ousadia, sangue frio e nobreza destacam os alunos da Grifinória dos demais”.

Notei que havia um pequeno pergaminho em cima do sofá. Peguei-o, abri imediatamente e o li:

“Apenas um presente, para se lembrar de casa.”

Não havia nenhuma assinatura. Provavelmente deveria ser da diretora Mcgonagall.

Joguei-me na enorme e confortável cama e fechei meus olhos em tentativa de relaxar. Mas, ouvi um barulho vindo do banheiro, algo havia caído no chão, presumo.

– Quem está ai? – Perguntei um pouco assustada.

Resolvi ir até o banheiro para ver o que havia acontecido, ou se havia alguém ali. Caminhei lentamente até a porta e coloquei a mão na maçaneta, e quando ouvi novamente outro barulho vindo lá de dentro, abri rapidamente a porta.

– O que está fazendo aqui? – Perguntei após gritar. Lá estava ninguém menos que Scorpius Malfoy catando cacos de vidro do chão.

– Nada, eu só... Eu apenas... – Ele não terminou a frase, mas rapidamente puxou minha cintura com suas mãos, deixando nossos corpos colados um com o outro.

Não esperou mais nenhum segundo, apenas aproximou seus lábios dos meus, e me beijou. Relutei para não beijá-lo, mas ele segurou minhas mãos, as empresando entre nossos corpos. Ele me encostou na parede e puxou minhas pernas, fazendo com que elas ficassem ao redor de seu quadril, as segurando para que eu não tentasse fugir.

Acabei resistindo, e coloquei minhas mãos em sua nuca, o que fez nossos corpos se aproximarem mais ainda. Minha saia do uniforme provavelmente não escondia mais nada naquele momento. Ele começou a desabotoar minha blusa, e eu fiz o mesmo com a sua.

Ainda me segurando pelas pernas, Scorpius andou me desencostou da parede e me colocou na cama e seguiu para a porta. Por um momento, uma ponta de tristeza surgiu em mim, pensando que ele iria embora. Mas, ele apenas á trancou e voltou para onde eu estava, se deitando por cima de mim.

– Hoje, nada nem ninguém irá nos atrapalhar. – Sussurrou em meu ouvido, me fazendo ficar arrepiada.

Ele novamente me beijou, enquanto desabotoava sua calça e a tirava. Parou de me beijar, e lentamente desceu minha saia e a jogou para longe junto com sua calça. Terminou de desabotoar minha blusa, revelando minha lingerie branca completa. Joguei-o para frente, agora ficando por cima dele. Soltei meus cabelos, que estavam presos á um coque, sensualmente.

Não pensei em mais nada naquele momento, apenas o beijei, dando início á uma longa e especial, primeira noite de amor.