Te Voglio Bene escrita por Broken


Capítulo 6
5 - "Te Voglio Bene"


Notas iniciais do capítulo

Awn, último capítulo. Eu quero agradecer a todas que mandaram reviews. Ah, LizzidiAngelo, muito obrigada pela sua recomendação, ela ficou linda, muito obrigada mesmo.
Entonces, sem mais delongas, curtam esse capítulo que ficou bem maior que os outros ^^
Músicas: - Only Hope - http://www.kboing.com.br/mandy-moore/1-41684/#
- Wherever You Will Go - http://www.kboing.com.br/the-calling/1-100340/
ESCUTEM PRIMEIRO ONLY HOPE, DEPOIS WHEREVER YOU WILL GO!
Até lá em baixo^^
AONDE TEM NEGRITO E ITÁLICO, É O KALEL DO PRÓLOGO, AONDE É 'NORMAL', É O DO TEMPO DESCRITO^^



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– 5 de Dezembro de 4000 –

Mackenzie Black vivia mandando flores para Luna desde o dia que descobrira que ela estava doente.

Ah Luna!

Seu corpo estivera definhando todo esse tempo. Ela passava a maior parte do tempo dormindo agora devido aos soros. Os cabelos ruivos estavam sem vida, presos em uma trança de lado. Possuía olheiras negras em volta dos olhos claros, os médicos diziam que era efeito da doença. As mãos esqueléticas descansavam sobre o corpo desta. As veias em seus braços entravam em contraste com a pele da jovem, sem contar das manchas roxas em seus braços causados seja pelas agulhas do soro ou agulhas da vitamina de que nada adiantavam.

Kalel tomou com cuidado as frágeis e esqueléticas mãos de Luna nas suas, e fora naquele momento que ele compreendeu o porquê de não conseguir viver sem ela.

Era porque a amava. Ele estaria disposto a fazer tudo para vê-la sorrir novamente, para vê-la cheia de vida.

Aquele também foi o momento em que descobriu que podia sentir emoções. De que não era defeituoso. E foi como se uma luz acendesse em sua cabeça: Luna já sabia disso.

Ele fora desenvolvido para sentir emoções humanas, e os humanos precisam de segundos para que estas possam ser vividas, tal como a alegria, a tristeza. Tal como Kalel precisava de Luna.

Mas ele estava prestes a perdê-la para algo maior que ele e nada poderia fazer isso parar.

Por um momento, Kalel desejou nunca ter ido parar ali, mas uma voz soou como uma lembrança que há tempos estava perdida:

“Ás vezes seremos conduzidos a certos lugares para conhecer pessoas que irão nos ajudar”

Então a pessoa que estava definhando a sua frente fora o motivo para Kalel estar ali?!

O que faz aqui? – a pergunta rude de Mackenzie o acordou de seus devaneios.

– Eu que o pergunto – falou semicerrando os olhos robóticos -, o que faz aqui? – Kalel depositou a mão da jovem novamente em seu colo.

Eu vim a visitar porque gosto dela – Mackenzie disse em tom de deboche.

– Idem – respondeu Kalel ao mesmo tempo em que Mackenzie soltava uma gargalhada.

– Você? – ele perguntou incrédulo – Sentir algo? – e então caiu novamente em seus risos histéricos, Kalel serrou os punhos robóticos sem nenhum problema enquanto a cabeça fazia movimentos rígidos de um lado para o outro.

– Sim – respondeu irritado. – Porque julga isso como algo impossível?

Porque – ele fora se aproximando de Kalel a passos lentos e confiantes, com o seu sorriso de deboche estampado no rosto – você é um android, e é incapaz de sentir algo! – ele empurrou Kalel que não sentiu nada, e muito menos recuou.

– Ao contrario de você, eu posso sentir algo – Kalel disse rudemente. – Eu sei o que é amor.

– Sério? – Mackenzie perguntou em tom de deboche. – Então, Kalel-X, me diga o que é amor?

Amor é o que eu sinto pela Luna! – exclamou.

– Amor? – Mackenzie continuou em deboche – Pela Luna?

– Sim – Kalel respondeu pacientemente. – Pois se eu tivesse uma vida, eu a sacrificaria pela Luna só para saber de que ela iria viver, porque é isso o amor, é você querer mais o bem do outro do que o seu próprio.

A cena novamente dissolveu-se com a imagem do rosto de incredulidade de Mackenzie Black.


– 4 de Fevereiro de 4000 –


Quando a cena começou a formar-se novamente...

Luna mexia-se inquietamente em sua cama, o único vestígio que indicava traços de vida fora aberto lentamente. Os olhos.

Os olhos foram à única coisa que a doença não conseguira afetar. Mas hoje...

Hoje eles estavam tristes, tal como tudo ao redor. O dia começou triste, o céu amanhecera cinza, nublado, frio, o sol não radiava, era como se fosse apenas um enfeite em uma folha de papel branca que fora colocada apenas as cores tristes, os pássaros não apresentavam seu canto, as borboletas não voavam alegremente fazendo sua coreografia no ar, as pessoas estavam tristes por razões desconhecidas.

– Kalel? – murmurou estendendo mão para o android que continuava ali, ele sorriu ao ver ela sorrindo para ele.

– Sim, Luna? – ele a segurou sentindo que estava tremendo, e muito mais pálida que o normal.

– Sinto que hoje é o d...

– Não diga isso – Kalel a repreendeu baixinho, ela voltou a sorrir.

– Esses foram os meus últimos dias. Todos perceberam, só fingiram não ver, pois eles insistem em ver apenas o que sabem que o coração irá suportar, o que eles gostam de ver, e o resto... bem, o resto é resto, o resto não tem a mínima importância – ela soltou um longo suspiro com dificuldades enquanto tossia. – E eles não queriam ver a minha morte.

– Por que fala sobre sua morte de modo tão... natural? – indagou Kalel.

– Não sei – ela falou rindo, sua voz estava áspera, não estava doce e meiga como estivera momentos antes, seria este um dos sinais de que o fim dela estava próximo?

Por um momento eles ficaram com seus olhares apenas desfrutando a companhia um do outro, vendo em seus olhos – mesmo que os de Kalel fossem maquinas -, lembranças de um passado que aparentava estar mais distante do que realmente estava.

As pálpebras de Luna estavam lutando para serem mantidas abertas durante este tempo. A sua respiração começara a ficar dificultada, o eletrocardiograma indicava que os batimentos estavam diminuindo aos poucos.

– Kalel, escutei a conversa que você teve com o Kenzie – ela tossiu novamente. – Me perdoe, não era minha intenção... Eu... – agora seus olhos estavam fechando aos poucos, sua voz falhando... – Eu tenho que... – ela respirou profundamente com dificuldades, como se o oxigênio se recusasse a entrar em seus pulmões e a conceder mais algumas horas ou até mesmo minutos de vida. – O meu coração é seu – seus olhos fecharam-se quando uma última e solitária lágrima escorreu pela sua face alva.

O único som após aquilo era o que indicava que a morte havia vencido a vida depois de uma longa e dolorosa batalha.


– 04 de Fevereiro de 4500 –

A última frase continuava a ecoar.

“O meu coração é seu”

Agora que todas as lembranças foram ‘revividas’, Kalel pode sentir algo escorrer pela sua face metálica.

Quando tocou percebeu que sua mão escorregou sobre a sua face, ele analisou aquela mancha negra nela. Para um ser humano aquilo óleo derramado, mas para ele, um android, aquilo era semelhante a uma lágrima.

Ao horizonte, Kalel-X observava a tulipa roxa que entrava em contraste com a luz, possuindo mais vida, ela recebera o nome de Luna, por ser rara e única.

O sol já estava se pondo quando Kalel abriu um compartimento na parte de seu tórax.

Por um segundo a duvida pairou, antes de sua mão fechar-se ao redor de um pequeno objeto que ali jazia há um bom tempo, tempo o suficiente para que adquirisse uma coloração estranha.

O olhar de Kalel foi direcionado para Luna, a tulipa roxa. As últimas palavras que a verdadeira Luna disse-lhe continuavam a ecoar durante todo este tempo.

O meu coração é seu

– Sim Luna – ele falou fitando a flor, enquanto abria lentamente sua mão -, o seu coração é meu – e revelou sobre a palma da mão um pequeno objeto, não muito maior que uma bola de tênis, este porém com um tom de vinho escuro e de forma oval, com algumas veias roxas que se destacavam mais do que outras. O coração de Luna.

Por algum motivo Kalel não compreendia o porquê de aquilo ainda ser estranho, afinal, o coração dela agora o pertencia. Talvez.... Talvez a resposta fosse outra... O modo fosse outro, mas ele iria continuar a procura da compreensão para aquilo.

Ele depositou cuidadosamente o coração de Luna no local onde estivera minutos antes, pois achava que agora faria sentindo, a resposta iria aparecer, mas para a sua frustração nada aconteceu. Então ele voltou para seu quarto, sim, o mesmo quarto da casa dos Rossetti que há tempos já não é habitada por um humano, desde a morte de Luna, eles resolveram mudar-se deixando a casa para Kalel, o jardim fez uma espécie de ‘cortina’ ao redor das terras que Kalel fez questão de manter fechada.

Antes de fechar a porta, Kalel observou aquele jardim, a cada lugar uma lembrança diferente, um momento diferente e em todos, a presença dela.

Luna poderia ter partido para o mundo, mas fez sua parte, deixou sua marca em uma pessoa –ou android-, Luna seria onipresente para Kalel, sempre ao observar as estrelas que surgiam aos poucos, o brilho de seus olhos aparecia.

Assim são aqueles que nós amamos, os vemos desde os primeiros raios de luz ao brilho sereno do luar, pois de algum modo, eles serão queridos e importantes para nós. E nós não queremos nada mais além do que o bem deles.

E Kalel queria o de Luna.

Te Voglio Bene, Luna” Kalel pensou ao fitar as primeiras estrelas que apareciam no céu.



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Notas finais do capítulo

Então... O que acharam do último capítulo? Eu tenho que admitir que eu chorei lendo ele e escrevendo ele.
Beijos e até a próxima.
AH, deixa eu aproveitar e fazer propaganda, SE ALGUÉM AQUI GOSTAR DE PERCY JACKSON, OLHEM ESSA MINHA FIC -FORBIDDEN(https://www.fanfiction.com.br/historia/199871/Forbidden)-/ SE ALGUÉM GOSTAR DE HP, TEM ESSA ROSE/SCORPIUS -7 THINGS(https://www.fanfiction.com.br/historia/178896/7_Things)- E TEM ESSA OUTRA LILY/JAMES/SEVERUS -DEPOIS DE TANTO TEMPO? (https://www.fanfiction.com.br/historia/187308/Depois_De_Tanto_Tempo)-. Vocês também podem entrar na minha conta e verem a minha outra original One-Short, O Cisne e o Escorpião. Eu estou escrevendo uma outra original e em breve irei postar.
Beijos e muito obrigada novamente.