Wishing Star escrita por Camila Lacerda


Capítulo 11
Amizades




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A professora estava nos ensinando o que eu já havia aprendido com meu pai, ele era um ótimo professor. Nos meus primeiros anos de vida eu aprendi tudo, quase tudo sobre todas as matérias que as escolas nos davam. Meu pai, minha mãe e Carlisle me ensinaram tudo e eu aprendi facilmente.

Pra mim estar ali e ouvir aqueles professores falarem por horas era desnecessário para a minha inteligência, entre tanto necessário para o meu auto-controle.

Comecei a pensar sobre aquela mesma manhã. Eu deveria fazer um pedido de perdão muito, mais muito bom pra que meu pai me desculpasse por minhas ações precipitadas. Como as pessoas dizem: A adolescência é a fase mais turbulenta da vida. Mas eu ainda tinha certo receio em ele não me perdoar.

Eu tinha que entender que meus pais e tios eram diferentes de mim. Talvez eles não quisessem se relacionar tão bem com as pessoas para não ter nenhum vínculo e depois as fazê-las sofrer por causa do nosso segredo.

No meu caso, eu sabia que um dia eu me despediria de Lucy, ela era muito legal comigo. Nós até poderíamos ser grandes amigas, mas eu tinha medo por ela... Se algum dia ela chegasse a descobrir, eu não sei como ela reagiria.

Porém se eu não criasse vínculo com ninguém, eu seria só?

Não, não. Claro que não. Eu teria os meus familiares... Só que
com eles eu não vou ter uma “amizade”. Nós somos uma família, é diferente.

Era melhor eu aceitar meu futuro. Tenho só minha família... E Jake! E Seth! Meus amigos! Isso. Eu tenho uma amizade verdadeira com os dois. Tudo bem que com o primeiro eu queria ter bem mais do que uma simples “amizade”.

“Ufa. Eu tenho amigos...” – me alegrei internamente.

-... As provas já, já estão aí. É melhor prestarem atenção. – a Professora nos avisou. Mas pra que prestar atenção se eu tenho memória fotografia?

- As próximas aulas serão só revisão e depois na semana que vem eu quero os trabalhos que eu pedi... – a professora nos avisou. E toda a sala reclamou.

- Professora as provas já estão ai, pra que esses trabalhos? – uma voz se ressaltou no fundo da classe.

- Bem, eu iria dar os trabalhos antes, mas... – ela refletiu um pouco e continuou – É melhor vocês me entregarem depois das provas, porque se vocês forem mal nas provas. O trabalho talvez salve vocês...

Argumento muito convincente.

Então o sinal bateu. Fim da nossa aula super divertida de inglês. Peguei minha caderneta e vi: Quarta-feira - 2ª aula – História – Professora April.

Sai da classe tranquilamente e voei até meu armário.

- Oi, Ree. – Nathan me chamou.

- Oi, Nathan – respondi sorridente.

- Eu estava pensando sobre o que você me disse. – só ele foi interrompido.

 Oi gente. – Alex apareceu.

- Oi. – eu e Nathan respondemos juntos.

A professora morena dos cabelos frisados estava usando uma blusa quase à cima do umbigo, uma calça jeans e óculos retangulares pretos. Ela estava assinando algumas cadernetas quando eu entrei.

Foi assim que eu percebia que ela não era morena e sim afro descente. A cor de sua pele era um chocolate bem mais escuro do que o do povo quileute. Assim que chegou a vez de assinar a minha caderneta
ela sorriu pra mim. E eu repeti seu movimento.

- Espero que todos estejam te tratando bem Senhorita Cullen. – suas palavras pareciam ser de boa vontade.

- E estão Professora April. Obrigada. – peguei minha caderneta e
fui procurar meu lugar.

Procurei rapidamente por algum de meus amigos na classe e encontrei Christine, mas ela estava sentada com um outro garoto que
tinha a aparência bem parecida com a sua. Seus óculos eram praticamente iguais.

Então fui pra minha sala, vi Brian fazendo um gesto para que eu fosse me sentar ao seu lado.

- Oi. – respondi timidamente.

- Outra aula juntos – ele pareceu contente.

- Daqui a pouco você vai se enjoar de mim. – comentei enquanto me sentava.

- Bem difícil eu me cansar de você. – ele me fitou e eu fiquei vermelha. Ele tinha namorada e estava me cantando? Não. Isso era paranóia minha.

- Dou duas semanas. – levei na brincadeira.

- Vamos ver. – ele me deu um sorriso ligeiro.

A professora começou a contar sobre a evolução do nosso país após a 2ª Guerra Mundial. Mas não prestei muita atenção, comecei a
imaginar a carta que faria a papai.

Talvez se eu inventasse uma canção... Não, não muito improvável. Eu só havia composto aquela canção com a ajuda dele. Talvez um presente... Mas qual? Meu pai sempre dizia que ele já tinha tudo o que
queria no mundo. Talvez um poema! Isso. Ele adorava poemas, mas tinha que ser o poema certo para descrever como eu me sentia mal com a nossa briga... Porém algo interrompeu a minha linha de pensamento.

Brian estava empurrando um caderno no meu braço. Quando olhei para o caderno ele havia escrito:

Vai me ajudar com a Polly?

Eu li aquilo e fiquei com certo medo em responder aquela pergunta. Por certo lado eu queria ajudá-lo... Porém se Polly descobrisse eu estaria morta.

No que eu posso ajudar?

Ele leu aquilo e escreveu rápido.

Eu não sei como dizer a ela.

Olhei pra professora que continuava incessantemente a escrever em seu quadro negro. Então respondi.

Diga o que você sente e tente não se seduzir pelo 'corpo' dela.

Revirei os olhos depois de escrever aquilo. Como ele era tolo.

Vi as bochechas meu amigo capitão do time de futebol ficar rosadas após ler minha resposta. Era tão obvio que ele só gostava dela por causa
de seu corpo... Ele concordou com a cabeça e voltou a copiar a matéria que a professora estava passando.

Ouvi alguém murmurando algo sobre nós no fundo da classe e olhei pelo canto dos olhos. Era uma garota que eu havia visto com Polly no meu primeiro dia de aula, só não sabia seu nome.

Ficamos quinze minutos em silêncio, ouvindo só a voz da professora, até que ela passou exercícios e se sentou em sua mesa.

Automaticamente Brian se virou e sussurrou:

- Eu não fiz as minhas perguntas diárias. – ele deu um risinho baixo.

- Então faça. – fitei seus olhos chocolate.

- Bem. Por que você chegou sozinha hoje? – eu abaixei os olhos e pude sentir ele me observando.

Respirei profundamente antes de dizer:

- Você viu quando eu cheguei? – perguntei assustada.

- Eu chego cedo. – ele se justificou.

- Pra quê?

- Pra por o papo em dia...

- Hum.

- Mas você ainda não me respondeu o porquê?

- Precisava de um tempinho pra pensar – tentei sorrir.

- Pensar no que? – ele já tava querendo saber demais.

- Numas coisas ai...

- Foi aquele motoqueiro maldito, não foi? – ele parecia zangado.

- Não. Jake não tem... – encarei Brian e ele parecia realmente
zangado – Pára, Brian. Deixa. Ta tudo bem.

- Eu vou quebrar a cara dele. – ele ralhou. Tudo bem que era mais provável ele quebrar a mão se tentasse socar Jake, mas eu acho que não deveria comentar sobre isso.

- Você não vai fazer nada porque primeiro que Jake não tem nada haver com isso. E segundo. Ninguém tem nada a ver com isso... – Brian engoliu seco.

- Dá próxima vez não te conto nada. – respondi ríspida enquanto guardava meu material.

- Desculpa. – ele segurou minha mão e continuou – Eu não vou fazer nada. Prometo... – seus olhos quase me iludiram, até que me lembrar que ele podia mentir.

- Tudo bem. – tentei soar verdadeiro – É que eu gosto de passar um
tempo sozinha pra rever minhas idéias, sabe?

- Ah. – ele pareceu ter acreditado.

- Próxima pergunta? – me virei para ele.

- Por que você anda com eles? – Brian perguntou com repugnância apontando discretamente pra Christine.

   Foi assim que eu entendi o que ela havia dito no outro dia. Os populares eram – pra não dizer palavras piores – ridículos.

E com aquelas palavras do garoto que eu pensava ser meu amigo
acabei voltando a realidade e vendo como ele podia ser diferente de uma hora para outra, porque na verdade erámos de universos diferentes, bem diferentes.

Ele: vivia com pessoas que se consideravam melhores que as outras, mas na verdade eram piores e eu com meus amigos eramos os alunos que tinhamos a cabeça no lugar.

- Porque eles foram os únicos que vieram falar comigo...

- E eu não? – ele perguntou como se não tivesse acreditado na minha resposta.

- Só depois da aula de geografia. – respondi.

- Você poderia ser uma de nós. Acho que você seria uma ótima líder de torcida. – ele apontou pra turma do fundo. Onde estão os jogadores de futebol e as líderes de torcida.

- Eu acho que não me encaixaria... – engoli em seco.

Eu nunca ia querer me tornar estúpida como eles. Na verdade não sei por que Brian estava sendo legal comigo? Lucy estranhou e agora eu estava começando a estranhar também.

- Você se encaixaria melhor do que com eles ... – ele continuava a falar como se tivesse nojo dos meus amigos.

- Quem é você pra falar assim dos meus amigos? - fiquei furiosa e me levantei. A professora se assustou com a minha ação, ela ia dizer algo quando o sinal tocou. Eu estava salva. Talvez a sorte estivesse se lembrado de que eu existia.

Brian me observou assustado e confuso enquanto eu pegava meu
material e saia da sala como todos os outros..

Qual era o problema desses arrogantes? Eles não eram melhores que ninguém dessa escola. Como eu ficava estressada com essas coisas.

- Ta tudo bem, Ree? – Christine pousou sua mão no meu ombro enquanto eu quase surtava na frente da sala da história.

- Ta sim. – tentei soar convincente, mas não a enganou.

- Posso lhe perguntar uma coisa? – ela começou a caminhar comigo pelo corredor.

- Claro. – tentei ficar mais calma.

- O que Brian lhe fez pra você quase gritar na sala?

Levei um minuto pra respirar e pensar em uma resposta organizada.

- Bem, ele... Você sabe como ele e a turminha dele é. Ele fica se achando melhor que os outros, mas ontem ele não estava assim comigo.
Ontem ele até parecia ter um coração. – caçoei.

- É. Eles só são legais com quem aparenta ser descolado. – ela murmurou.

- Descolado? – tentei entende-la.

- É Ree. Você é bonita, inteligente... – mas eu a interrompi.

- Não, Christine.

- Chris, só Chris. – ela sorriu calorosamente.

- Chris, você também é bonita. – ela me interrompeu.

- Não, não Ree. Vamos ser sensatas. – ela respondeu seriamente.

- Agora eu acho que ele só está falando comigo porque eu sou nova no colégio.– sussurrei quando passamos perto das líderes de torcida.

- É, e por que você é bonita. Poderia ser uma deles. - ela apontou a cabeça para as garotas com saias e pompons nas mãos sorrindo como retardadas.

- Não, nunca. – respondi friamente.

- Uffa, uma a menos. – ela abriu seu armário.

- Uma a menos? Não entendi. – a encarei.

- Bem, que aula você tem agora? – ela pegou seu próprio horário.

- Ciências. – respondi sem entender.

- Ótimo, eu também. Vamos que eu te explico.

- Ta bom. – respondi enquanto estava sendo arrastada para seu lado.

- Sabe a Lisa? – eu concordei com a cabeça.

- Lisa era a melhor amiga de Lucy. – eu arregalei meus olhos surpresa.

- Nossa! Sério? – eu não estava acreditando.

- Elas eram amigas desde sempre. Até o ano passado quando Polly a chamou para ser uma líder de torcida... E como Polly não gosta da Lucy, nem Lucy da Polly. A Lisa teve de escolher entre Polly e Lucy.

- E ela escolheu a Polly por causa da popularidade.

- Exato. – Chris arrumou seus óculos no rosto.

- Nem dá pra acreditar. Elas... Amigas. – murmurei.

- Pois é a vida da voltas.

- Se dá – concordei.

Então chegamos a nossa sala e fizemos todo o processo para nossas cadernetas assinadas, enfim o sinal bateu mostrando o início da aula.

Andei logo atrás de Chris e me sentei ao seu lado. Eu não tinha cabeça pra prestar atenção na aula. Deixei meu corpo naquela sala e minha mente ficou livre, livre pra pensar e repensar tudo o que estava me
perturbando.

Brian, Polly, Lisa, Edward, Jake... Tantos nomes, tantos problemas.

Talvez eu pudesse esquecer Polly e Lisa, pois problemas elas não me causariam, mas se causassem eu sempre estaria pronta, certo? Acho que sim.

Brian, bem eu pensava que ele era meu amigo, porém depois da nossa última conversa eu percebi que não. Ele tinha uma pedra no lado esquerdo do peito e miojo no lugar do cérebro.

Em relação ao meu pai, talvez um singelo e verdadeiro pedido de desculpas fosse o necessário. Por que eu não era o tipo de pessoa que comprava as outras com presentes. E meu pai não se vendia por um presente. Mesmo assim eu não tinha recursos para isso.

Na hora do almoço eu poderia ir falar com ele, pedir desculpas... Dizer que eu esta arrependida por dizer aquilo – mesmo que fosse um pouco verdade – ele era o meu pai, eu não deveria falar com ele daquela maneira.

Mas sobre Jake... Não havia nada que eu pudesse fazer, ele me considerava sua amiga, sua irmã e nada mais. Como ele não conseguia perceber que eu o amava muito mais do que um simples amigo, do que um irmão. Eu não consigo me ver sem Jake ao meu lado. Ele é absolutamente tudo pra mim... Por que ele não sente o mesmo por mim?

Meus olhos começaram a arder e eu senti que as lágrimas iam começar a escorrer então comecei a piscar os olhos e assim voltei pra sala.

- Você é alergia a amônia, Ree? – Chris perguntou baixo.

- É que arde só um pouquinho os meus olhos, mas não tem problema. – respondi sussurrando e tentando prestar atenção na aula.

O sinal bateu novamente e eu me perguntei quanto tempo tinha ficado fora de órbita.

Esperei quase toda a sala sair e enxuguei o meu quase-choro bem
discretamente. Caminhei pelo corredor indo em direção ao meu armário e guardei o meu material lá. Então me lembrei que havia marcado de almoçar com os meus amigos e parti.

Quando abri a porta do refeitório sem querer meus olhos voaram para a mesa da minha família e eu os vi, os meus seis lindos anjos. Não
sei por que, mas senti um calafrio em meu pescoço e vi minhas pernas bambearam um pouco. Era medo. Porém medo de que? Talvez um pressentimento, só um pressentimento.

Peguei um suco de amora e vi que meu pai estava me olhando.

"Pai, me desculpe eu... É... Bem... Eu preciso resolver algumas coisas da escola e, por favor, não diga que está bravo comigo. A gente
conversa em casa pode ser? Eu te amo e você sabe disso...”

Tentei iniciar meu pedido de perdão mentalmente, acho que não tive tanto sucesso assim. Pois, papai só concordou discretamente com a cabeça e eu fiquei tão mal que nem pude olhar para os meus tios ou pra minha mãe.

Era meio óbvio que ele estava com raiva de mim, eu agi de uma maneira ridícula e infantil. Entretanto, foi o meu gênese humano que me fez agir daquela maneira. Que meu pai brigasse com a minha mãe por eu ter esse gênese.

Não, não. Eles nunca, jamais iriam brigar. A culpa era minha por não controlar minhas emoções ou agir de cabeça quente... Talvez eu tivesse a sorte de meu pai terminar com a minha vida... Porque foi ele quem me criou, poderia muito bem me tirar isso.

- A rainha veio comer com os plebeus... – Nathan caçou. E eu pude sentir meu celular vibrando no bolso da minha calça.

- Claro. Tenho que fazer minha caridade do dia. – respondi ironicamente ao me sentar. E todos riram.

- Mas é verdade, você nunca almoçou mesmo aqui. – Lucy comentou.

- Eu só estou na escola há três dias.

- Verdade, mas já parece que nos comecemos há meses. – Chris sorriu.

Tirei meu celular do bolso e vi. Era uma mensagem de papai. Não resisti e olhei na direção da mesa deles e papai estava me observando.

Nunca mais pense isso” – estava escrito na mensagem.

Pensar no que? Que ele poderia tirar a minha vida? O observei confusa. E ele respondeu com um olhar me censurando.

“Foi um momento depressivo, ok?" - respondi mentalmente e papai sorriu.

- Mensagem do Brian? – Lucy perguntou com um pouco de maldade no nome dele.

- Claro que não. – respondi ríspida.

- Eles brigaram. – Chris comentou.

- Chris!!! – eu a censurei com o olhar.

- Ree a gente tinha que contar pra Lucy. – ela respondeu calmamente.

- É, mas... E os... – eu observei os dois garotos sentados na mesa com a gente. E apontei a cabeça pra eles.

- Nã, nã, não. – Nathan respondeu – Nós não temos segredos entre nós.

- É isso mesmo. – e seu o fiel companheiro concordou.

- Ta, tudo bem. – cedi.

- Então conta. - Lucy respondeu super interessada.

- Eu não sei direito o que eles conversaram – Chris me criticou com o olhar – Mas essa doida levantou com tudo da mesa, parecia estar muito nervosa com algo que o Nichols fez... A professora ia chamar a atenção dela, mas por algum milagre o sinal tocou naquele momento.

Então as quatros cabeças se viraram pra mim querendo obter mais respostas.

- O que foi? – tentei me fazer de vítima.

- Queremos saber de tudo. - Alex respondeu.

- Como são fofoqueiros. – os censurei.

- Somos seus amigos – Nathan segurou a minha mão. Ele não sentiu a diferença térmica entre nós? Estranho.

Eu estava cercada, era melhor dizer tudo e acabar logo com isso.

- Ah, vocês sabem – tentei deixar eles adivinharem, mas eles nem tentaram, aliás nem piscaram esperando o final da minha resposta – Ele... – eu estava começando a suar frio, então jorrei as palavras que eles tanto queriam ouvir - Ele me chamou pra fazer parte da turma dele... Mas eu recusei. Óbvio.

Todos me olharam abismada, todos não porque a Chris já sabia.

- Vo-você não quis ser uma das lideres de torcida? – Alex perguntou assustado.

- É. – respondi enquanto acabava com o meu suco.

- Pois fez bem, nenhum daqueles lá prestam – Nathan me apoiou, porém sei amigo quase o matou com o olhar – Tirando você Alex.

- Esse é o sonho da maioria das garotas desse colégio. – Alex murmurou.

- Mas a Ree é diferente. – Lucy sorriu pra mim.

“Você não sabe o quanto” – respondi mentalmente.

- Falando em ser diferente... – Chris mudou de assunto – E o nosso passeio até o parque?

- Bem que poderíamos ir nesse sábado. – Nathan completou a idéia.

- Não, acho que sábado não é muito bom. Vai estar cheio de gente... – Lucy respondeu com um pensamento "super positivo".

- É verdade, podíamos ir então na sexta.- opinei.

- Depois da “aula extra” – Alex fez as aspas no ar.

- Isso. – Nathan, Chris e Lucy disseram juntos.

- Poderíamos passar num super mercado e levar algumas coisas pra comer – tentei dar mais idéias – tipo um piquenique no parque.

E os sorrisos dos meus quatro amigos se iluminaram.

- Claro. –Chris concordou.

- Eu levo a gente no meu carro. – Nathan se ofereceu.

- Então já ta marcado. – respondi alegremente.

Minha primeira saída sem a presença dos meus familiares. Iria ocorrer tudo bem, eu iria me divertir com os meus amigos, seria ótimo.

- Mas, gente. – eu mudei de assunto – E as coisas do Baile? Ta
tudo resolvido?

- Sim, só falta a professora fazer a parte dela. – Lucy me avisou.

O horário do almoço acabou, as ultimas aulas passaram voando pois, não prestei atenção em nenhuma delas. Eu estava tão avoada.

Percebi que meu dia estava pela metade quando na aula de química acabou e Lucy estava me chamando.

- Ree, você ta bem? – ela perguntou enquanto guardava seus
pertences.

- To, to... – tentei sorrir.

- Sei, sei... Então vamos? – ela já estava em pé ao meu lado.

- Pra onde? – eu não estava a entendendo.

- Onde você estava Ree? – ela me obrigou a me levantar e saímos correndo pelos corredores quase vazios.

- Oi meninas. – Nathan nos avistou.

- Oi. Vamos logo? – Lucy agarrou o braço de Nathan e começou arrastá-lo também.

- Espera Lucy. O Jake vai vir! Eu tenho que ir lá fora rápido pra chamá-lo.

- Ta. Nós já vamos indo então. Vamos Nathan – eles saíram correndo.

Passei pela enorme porta de entrada do colégio e vi Jake subindo os degraus da escada.

- Vamos rápido. – eu sibilei agarrando a mão quente dele e o arrastando comigo.

Segurando a mão de Jake naquele momento eu me sentia tão segura de que todos os meus problemas se resolveriam de alguma maneira. Era como se eles simplesmente evaporassem só por um tempo, pelo tempo que eu estava com o garoto por quem eu seria capaz da dar a minha vida.


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