Ela queria uma declaração. Ele não fazia ideia de como fazê-lo.

— Use sua criatividade, pelo amor de Deus. Até uma declaração eu tenho que te ensinar fazer? Decepcionante. — Ela zombou enquanto observava as unhas recém pintadas.

— Olha aqui, nanica. Eu nunca fiz isso antes. — Confessou sem graça. — Nem sei pra que você precisa disso. É inútil. Você sabe melhor que ninguém que eu te amo.

— Pare com isso. Pode ir parando. Eu quero e pronto. Não é nada difícil não ein. T-O-D-A-S as meninas ganharam pelo menos uma cartinha no dia White’s Day e eu não ganhei nem isso. E olha que eu me esforcei pra fazer uma caixa de bombons deliciosos para você no dia de San Valentin. Escreva uma cartinha qualquer ai. Só quero que me de uma declaração de amor, Ichigo. Não estou pedindo muito.

— Ah, Rukia... Agente não precisa disso.  — Gracejou aproximando-se ansioso para encostar-se à morena implicante.

— HÁ! Você não me encosta com essas mãos cheias de dedos antes da declaração!  — Ameaçou afastando-se. — Dependendo do quão bom for eu até deixo. — Disse tentando fazer pouco caso.

Ele passou semanas pensando no que poderia fazer. A abstinência de sua baixinha só estava deixando-o mais louco ainda. Ela foi irredutível. Nem um abraço permitiu. Os amigos nunca davam idéias boas o suficiente para que pudesse presentear a garota. Ela pediu uma cartinha simples, mas ele nunca que daria apenas isso para ela. Ele era excessivamente hiperbólico quando o assunto era Rukia.

O sinal da saída tocou. Os alunos dirigiam-se para a saída do colégio e lá se amontoavam para admirar os balões coloridos em forma de coração. Rukia nem acreditava que seu nome estava escrito em todos eles. Rangiku estava quase tendo um ataque com aquilo. Era realmente uma bela forma de se declarar. Daria essa ideia ao seu namorado baixinho mais tarde.

Rukia correu para perto de Ichigo que estava sentado em um banco na saída do colégio, sozinho com alguns montes de balões em cada mão.

— Rukia! — Ele gritou fazendo a menina correr mais ainda.

— Amor! É lindo!

— É, eu sei.

— Mas é meio exagerado, não acha?

— Meu bem, eu faria de tudo para por as mãos em você.

— Ichigo! Isso não é uma boa coisa de se falar em frente a toda escola.

— Eu não ligo. É verdade.

— Pode ser, mas você não precisa falar isso!

— Vem cá, nanica. — Ele disse soltando os balões que voaram entrelaçando-se no céu e a puxou para o colo.

— Já disse para não me chamar assim. — Ela falou sorrindo pela certeza de que, depois daquilo, ela não teria que esperar mais.

— Olha o que eu acabei de fazer por você. Você nunca esta satisfeita né? — Ele riu.

E ela realmente nunca estaria. Essa era a maneira da baixinha implicante fazer com que ele se superasse e que o relacionamento ficasse cada vez melhor. E, sincera e particularmente, ele bem que gostava disso.