As Duas Faces Do Meu Anjo escrita por MS Productions
Notas iniciais do capítulo
Mais um :D
Não está nada fácil para a Margarida e aqueles dois parecem fazer pior!
Esperemos que gostem :)
Dias depois…
Tinha pesadelos horríveis, sempre com aquilo que se passara a poucas noites atras. Cada minuto pensava no que poderia fazer para mudar, chegava sempre a mesma conclusão, se eu não existisse tudo ficaria bem. Poderia até ir embora, mas eles acabavam por me descobrir, o melhor seria morrer, por isso já encaixava a minha morte certa na cabeça.
Não podia deixar de viver estes últimos momentos, e tinhas metas atingir, tinha sonhos a realizar, se ia morrer, morria com tudo resolvido.
Peguei nas chaves do carro do Diogo que ele tinha deixado, e dirigi-me a faculdade, embora com esforço, este seria o meu último exame e depois disso, começaria um estágio na biblioteca, ao menos isto me dava um sorriso de vitória.
- Estás nervosa? – Perguntou-me o Gonçalo, que entrava ao mesmo tempo na sala de exames comigo.
- Claro, tu não estas?
- Não, e acho que também não devias estar, estudamos muito para este exame e vamos conseguir!
- Deus te oiça! – Disse-lhe – Sabes…Muita merda!
- Supersticiosa! – Riu-se – Muita merda também para ti!
Entramos, Chamados por ordem alfabética, sentamo-nos nos lugares marcados, os professores indicaram todas as informações e deram ordem para iniciar.
*
- Acho que devíamos sair para comemorar… - Disse muito sorridente o Gonçalo, o exame tinha corrido bem aos dois, mas não tinha muitas razões para festejar para alem dessa.
-Tenho que trabalhar hoje, vamos ter imenso trabalho, fim de exames, sabes como é… Passa lá, eu ofereço-te um copo.
Um sorriso correu-lhe de orelha a orelha, sempre que lhe dizia para ele passar por lá, ele acabava a noite a engatar uma miúda qualquer e praticamente de rojo.
O meu telemóvel tocou e eu fiz um adeus para o Gonçalo e atendi-o enquanto me dirigia ao carro. Era a Clara.
-Olá…
- Tudo bem por ai? – Perguntou-me
- Claro…Fiz o último exame hoje! Correu bem, como ta o casalinho?
- Estamos bem, o Tiago está na sala de volta do trabalho, sorte nossa que pode trabalhar por aqui, senão estávamos bem tramados, e eu estou aqui no banco do alpendre! Estamos a pensar em voltar… - Aquela informação deu-me a volta a cabeça, eles não podiam, logo agora que estava tudo mal!
- Tu precisas de descansar mais uns dias! Está tudo calmo e se o Tiago pode resolver cenas do trabalho a distância é bom!
- Eu sei, mas sabes que não consigo estar parada! –
- Mas precisas, e nem discutas, tens de repousar! Tenho a certeza que o Tiago está de acordo!
- Quanto a isso nem vale a pena dizer nada! Ele concorda contigo!
- Então pronto, fiquem a vontade, não se preocupem com nada, vou pra casa agora, descansar um pouco.
- Fazes bem, Tira uns dias para vires para aqui também, o Diogo também precisa de certeza!
- Ah, pois… vou falar com ele depois ligo-te ta bom? – Menti-lhe.
- Fico a espera! – Disse-me – Beijinho
- Beijinho! – Desliguei, detestava mentir, mas era para protege-los, se os convencesse a ficar lá mais tempo, era uma vitória para mim. Destranquei o carro e entrei, ficando sempre envergonhada com os olhares que se juntavam a minha volta, quando viam o carrão.
Dei marcha para casa, estacionei mesmo em frente da porta do prédio e subi as escadas, meti a chave na porta e dou de caras com a pior visão que poderia ter estes dias. Ele…
- Olá! – Cumprimentou-me, olhando para mim malicioso! Fechei a porta devagar, isto não estava acontecer. – Espero que o meu carro esteja intacto, tenho-te visto a sair com ele!
- O que estás aqui a fazer?
- Moro aqui lembras-te? - Bolas.
- Tens mais sítios onde ficar! Não tens de ficar aqui!
- Gosto daqui! Não pretendo ir embora… - Levantou-se e veio aos poucos aproximando-se de mim – Alem disso, tenho de estar de olho, em ti!
- Não te preocupes, não vou fazer nada contra ti ou os da tua laia, deixem-me em paz que eu faço o mesmo – Calma margarida, dizia-me a mim própria, desprezo… Tu aguentas, despreza-o!
- Uh… - Disse irónico – Tens ai em cima o dinheiro, da renda!
- Não quero nada teu! – Disse-lhe rapidamente.
- Tu precisas, não sejas ingrata margarida!
- Não quero nada vindo de ti! – Ai, ele olhou-me furioso
- Vais andar na linha, eu vou continuar aqui, a aborrecer-te um pouco!
-Faz como quiseres… - Passei-me, virei costas e entrei no meu quarto, assim que bati com a porta as lágrimas surgiram, desprezo, com desprezo ele deixa-te de chatear. Respirei fundo, acalmei-me e deitei-me sobre a cama.
- Não vou ser um boneco para eles. – Sussurrei e fechei os olhos, não sei como mesmo com as lágrimas a correr, adormeci, tinha-me deixado levar pelo cansaço.
Estava num sonho bom desta vez quando abriram a porta de repente e gritaram,
- Acorda! – Abri os olhos assustada – Vem jantar que tens que ir trabalhar! – Gritou o Azazel.
- Deixa-me em paz! – Gritei-lhe de volta.
- Oh querida – num tom sarcástico – Levanta-te! – Virou as costas.
Não ia jogar estes joguinhos parvos não ia de certeza, mesmo assim levantei-me e dirigi-me a casa de banho, levando tudo atras. Tomei um duche demorado e vesti-me, prendi os cabelos ainda molhados e fui a cozinha, não para comer o que ele tinha preparado, mas sim comer uns cereais que tinha começado a ser a minha refeição normal. Espantada vi o Beliel sentado a mesa com Azazel, ignorei-os. Calma.
-Estas atrasada, vais comer o que te preparei frio!
- Não quero, comer isso! – Comecei a vazar os cereais numa tigela e o leite logo de seguida.
- Isso não é comida! – Disse-me
- Pra mim é! – Respondi-lhes.
- Margarida, o Azazel está apenas a cuidar de ti, custa muito fazeres o que ele pede? – Bufei.
- Não te quero aqui, nem tu nem ele. – Olhei com raiva para o Azazel.
- Oh quanta raiva, fofinha! – Beliel levantou-se e tocou-me no braço.
- Não me toques – Soltei-o e encarei-os a gargalharem, furiosa fui para a sala, sentei-me a comer e a pensar como é que iria desenvencilhar-me deles. Terminei, deixei a tigela na cozinha e quando ia pegar uma maça, o Azazel falou.
- Vamos la ter contigo ao bar! – Sorriu
- Não.
- Não sejas assim, tão mal humorada! Só te fica mal.
- Qual é parte de deixa-me em paz que não entendeste? – Gritei-lhe
- Não voltas a levantar-me a voz menina! – Ele levantou-se e tive que olhar para cima para o encarar. O olhar dele estava negro, assustador.
- Não tenho medo de ti!
- É Bom que tenhas, pois a partir de agora vou-te fazer a vida num inferno! – Disse-me enquanto o Beliel ria maliciosamente numa gargalhada sem fim. Sai emburrada dali, trinquei a maça, penteei os cabelos, vesti o casaco, agarrei na bolsa e quando sai no meu quarto, eles estavam os dois sentados na sala. Agarrei nas chaves do carro e sai. Nem me preocupava se levava o carro dele, por que para mim, aquele seria sempre o carro do Diogo, não deste monstro.
Claro que cheguei ao trabalho de mau humor, tive que pedir desculpa a miúda do bar, por ter gritado com ela, apenas lhe disse que tava com problemas e que ela não tinha culpa, ela sorriu, disse não havia problema. O quanto eu a invejava, a vida dela era normal, sem anjos, sem monstros para lhe estragar o dia.
- Olá! – Olhei para o balcão, o Gonçalo sempre tinha vindo.
- Olá! Queres o quê? Decide que eu ofereço! – Sorri-lhe.
- Quero 2 shots potentes! – Olhou para a miúda, e piscou-lhe o olho.
- Ah! – Sorri – Vanessa faz ai dois shots para este menino, mas não abuses no álcool, porque tenho a certeza que ele te vai oferecer um! – Ela riu, e deixei-a preparar a bebida.
-Isto ta cheio! – Tinha razão, final de exames como já tinha previsto, bar a barrote.
- Podes crer! Vou levantar umas mesas! – Sorri-lhe para ele ficar a conversa com a miúda.
Deixei-os e fui levantando uns copos, o pessoal estava todo animado, o quanto eu gostaria de estar como eles agora, infelizmente a vida não é boa para todos.
Um grupo animado aproximou-se de mim…
- Boas… querem alguma coisa? – Entreguei-lhes a lista de bebidas, enquanto eles se sentavam numa mesa.
- Estas na lista? – Perguntou-me, um rapaz loiro, com ar mais novo, com um ar de brincalhão.
- Infelizmente não – Ri-me – Já volto, vão escolhendo!
Virei as costas. Era normal ouvir cenas destas, normalmente de rapazinhos que tinham pinta de ser sacanas, mas levava na brincadeira. Pus os copos na máquina, e fui ao balcão, o Gonçalo continuava a falar com a vanessa, enquanto ela servia outras pessoas.
-Como estava o shot? – Perguntei-lhe.
- Não tao bom como aqui a Vanessa – disse me com um riso malandro. – Estava óptimo, estou a brincar. – Ela corou de repente, entre eles ia haver festa de certeza. Ri-me.
- Aquele ali não é o teu namorado? – Perguntou-me a Vanessa.
- Oh… - Mudou logo o meu humor todo – Vou ali atender uma mesa!
- Vocês tao chateados? – Perguntou o Gonçalo,
Assenti, não lhe ia dizer a verdade, é logico. Dirigi-me a mesa.
- Já escolheram? – Perguntei ao grupinho.
- 5 Imperiais para já. – Disse um moreno
- E o teu numero de telemóvel. – Disse o brincalhão de há bocado.
- 5 Imperial… - Ri-me – Quanto ao resto, não temos! – Os amigos riram-se da minha resposta. – Mais alguma coisa?
- Um beijinho teu! – Ri-me,
- Não pode ser, aqui só vendemos bebidas, carinho e beijinho, talvez encontres a uns quarteirões daqui! – Eles voltaram a gozar com o rapaz.
- Oh, só um! – Pediu o pobre coitado.
- Ela não da beijinhos a ninguém! – Oh, era o que faltava, Azazel… Arrastei-o dali antes que ele dissesse mais alguma coisa, O Beliel olhava para nós, ao balcão a tomar uma bebida.
- Vanessa tira 5 imperiais, por favor! - Olhei para ele – Tas louco? Não podes chegar aqui e fazer tudo o que te apetece!
- E esses miúdos não podem babar-se para cima de ti! – Respondeu-me furioso.
- Tu não vais fazer nada, vais para pé do teu irmão e vais deixar-me trabalhar!
- Obriga-me! – No meu trabalho, ele esta a fazer isto no meu trabalho… Não acredito.
- Azazel! Peço-te que não faças nada! – Ele olhava furioso para o grupo.
- Eles tão a olhar para ti, anda cá! – Afastei-o, nem pensar – Eles não te vão dizer mais nada se virem que tu és minha!
- Azazel! Deixa-me em paz! – Andei para ir buscar as imperiais e fui deixa-las na mesa, sorri-lhes. Vou até ele – Não me metas em confusões! – E virei costas.
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Até para a semana! :D
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