Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 37
Caspian X


Notas iniciais do capítulo

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Na manhã seguinte, acordei com a claridade que invadia o quarto pela janela. Aos poucos lembrei de tudo que acontecera anteriormente, a confusão com Dash, a fuga com Caspian, nós dois... Eu ainda estava descoberta de roupas, sob o lençol. Senti Caspian abraçar-me mais forte, pelas costas ao mesmo tempo em que senti sua respiração contra meus cabelos bagunçados.

–Bom dia... - sua voz soou logo ao lado, bem próxima de minha orelha, com aquela rouquidão matinal.

–Bom dia. - virei de frente para ele, sorrimos, deitados de lado, um em frente ao outro.

Caspian olhava-me com os olhos cheios de ternura e um sorriso doce nos lábios, os cabelos um pouco bagunçados, ao lado direto da cama, com a luz da manhã deixando sua pele com uma aparência ainda mais cremosa que o comum, destacando seu sorriso branco. Ao vê-lo daquela forma, tão belo, eu tive certeza de que jamais esqueceria nenhum detalhe sequer de seu rosto ou do som da sua voz.

–Dormiu bem? - perguntou, sorrindo de lado. Corei, desviando o olhar. Caspian sorriu largamente apertando mais o abraço, minha mão tocou seu peito e seus braços mantiveram-me contra si antes de beijar-me suavemente. Depois de um longo tempo, perguntou. - Ficaria bem aqui sozinha?

Olhei-o.

–Como assim?

–Vou precisar sair. - disse ele. - Meu pai ainda não sabe que decidi voltar, nem me aproximar de você de novo, preciso falar com ele sobre meu irmão também.

–Então vai voltar à Londres?

–Não. Mandarei Lúcia.

–Lúcia? - questionei. Ele sorriu.

–Ela e Edmundo são ótimos cúmplices...

Eu ri. Como pude não desconfiar?

–Então, eles também sabiam de seu retorno! Sequer vacilaram perto de mim!

–Sim, mas não os culpe. - riu ele. - Ao contrário de Dash, fazia parte do plano o silêncio deles, você saberia na hora certa.

–Entendo. Mas não será perigoso voltar lá? - perguntei.

–Darei um jeito de lhe falar sem correr o risco de encontrar Dash, não se preocupe.

[…]

Quando Caspian saiu, sentei na cama e olhei em volta, sozinha naquela casa enorme. Se é que era só uma casa. O bosque escurecido pela noite não me permitiu ver amplamente o exterior do lugar e ontem só tive acesso à sala comum, a grande escadaria, passando rapidamente por um dos corredores e permanecendo o resto da noite neste quarto.

Levantei e, descalça, saí para conhecer o lugar.

Eram corredores e mais corredores, compridos, uns com várias portas, outros com muitas janelas. O chão era de assoalho, e as paredes, de pedra. Havia pinturas penduradas mostrando diferentes pessoas, porém todas iguais num ar aristocrático, sério, superior. Cada moldura tinha uma descrição, com nome, data, essas coisas; porém um outro corredor tinha os dois lados com quadros e, ao contrário do outro, eram apenas homens.

Encontrei escadas longas e curtas, portas e esculturas. Dobrei em vários corredores sem ter certeza de para onde estava indo, até sair em um lugar aberto. Era um corredor, mas como uma ponte que ligava aquela à outra parte do castelo, tinha janelas enormes cujo o peitoril passava perto do topo dos enormes pinheiros do bosque que se estendia como um manto verde a perder de vista.

Debrucei-me no peitoril de pedra, sentindo o sol banhando-me com seus raios, acompanhado de uma brisa suave. Aquele calor era aconchegante e envolvente, como o calor de estar nos braços de Caspian.

Um frio percorreu meu corpo ao lembrar de seus toques e beijos. Sorri e decidi entrar, voltar para o quarto onde ele certamente me procuraria. Na volta, passei novamente pelo corredor dos quadros e foi dessa vez que um deles me chamou a atenção. A pintura mostrava dois homens de roupas antigas, medievais, sendo um deles muito parecido com Caspian. Curiosa, baixei o olhar para a placa de identificação. Gravado ali, na base da moldura, na pequena placa dourada, estava uma inscrição:

“Andrew e Frank, I”

Não entendi o significado de “primeiro”, mas, curiosa, passei para o segundo e assim por diante. Segundo, Terceiro, Quarto... Até chegar ao penúltimo, na parede, no lugar da pintura, havia apenas seu lugar vago. Então meus olhos chegaram ao último e a confusão deu o laço final em minha mente.

Ali, eu estava diante do quadro que eu mesma pintara de Caspian. Procurei logo a inscrição na base da moldura, e lá estava ela.

Caspian, X”

O décimo? Talvez aqueles quadros imortalizassem os membros da família Kirke, mas era estranho, se assim o era, onde estavam Digory, Lúcia e Dash?

O quadro de Caspian era o último, mas o corredor continuava e a parede seguia vaga, como se esperasse pelos novos descendentes. Decidi seguir caminho para o quarto e perguntar a Caspian quando o mesmo voltasse. Quando desci as escadas que davam no segundo andar, encontrei com Caspian vindo na minha direção, voltando do quarto.

–Ah, você está aí. - beijou-me.

–Como foi?

–Ótimo. Lúcia já deve estar a caminho de Londres, meu pai deve chegar ao pôr-do-sol.

Assenti. Beijou-me rapidamente outra vez antes de levar-me pela mão.

–Onde vamos? - perguntei.

–Comer alguma coisa, você deve estar com fome.

Ao chegarmos a cozinha abarrotada de mantimentos, Caspian fez um chá e nos serviu junto com bolos e pães. A cozinha era ampla, no centro havia uma grande mesa de mogno com vários lugares. Do lado direito havia os armários, junto com o caldeirão pendurado na lareira, ali, do lado oposto da sala havia uma enorme janela, mas sua vista foi atrapalhada pelos pinheiros altos que nasceram bem à sua frene.

–Caspian?

–Sim? - respondeu limpando a boca com o guardanapo.

–Quem são Andrew e Frank? - perguntei.

–Bem... - ele suspirou. - “Andrew e Frank, I”. Foram os primeiros Herdeiros e todos aqueles quadros depois representam os Herdeiros que vieram nas gerações seguintes.

–E quem veio antes de você?

–O irmão de meu pai...

–Por que o quadro dele não está na parede?

–Não sei... - sua resposta ficou um pouco vaga.

–Você parece desconfortável ao falar disso, desculpe tocar no assunto. - falei. Caspian sorriu e segurou minha mão.

–Não se desculpe. Eu apenas não sei muito sobre ele, meu pai não gosta de falar no assunto.... Para falar a verdade, há um quadro dele, mas nunca o vi. Meu pai o tirou da parede. Acho que ocorreu algum desentendimento entre eles...

–Hum... Entendo...

Caspian tomou um pouco de seu chá e senti que me observava enquanto eu comia.

–Há um ateliê num dos cômodos lá em cima. Podemos pintar depois, se quiser.

Apenas sorri, pousando a xícara no pires.


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Notas finais do capítulo

Felicidade? Já? Claro que não hehehe
Mas mandem reviews para que eu atualize!
Beijokas!!



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