Rose PDV

Suzana entrou na sala de estar, porém Carlisle não estava com ela. Por que ela voltara mais cedo e sozinha?

– Desistiu de caçar? – perguntei.

– É, eu estava atrasando ele, e também estou um pouco cansada. Acho que vou tentar outro dia. Aí você vai comigo.

– Claro – notei que ela falava de um jeito inseguro, posso conhecê-la há pouco tempo, mas conheço bem, disso tenho certeza.

Ela se dirigiu à cozinha. Levantei do colo de Emmett e fui falar com ela.

– Está tudo bem? – perguntei enquanto ela pegava a tigela de cereais no armário de cima, onde colocou o mesmo, e virou pra mim comendo uma colherada.

– Por que não estaria?

Alice entrou na cozinha:

– Eu e todo mundo vamos sair, tá passando um filme novo de comédia e nós vamos ver. Querem ir?

– Estamos conversando, deixamos pra outra hora – eu respondi e olhei pra Suzana com uma cara de “você não vai se safar dessa conversa, sei que está escondendo algo”.

– Tudo bem, vemos vocês mais tarde.

Ela saiu da cozinha. E eu voltei a falar:

– Bom, você me pareceu meio insegura e nervosa agora pouco quando eu falei com você, eu ia esperar pelo menos um pouco pra tocar no assunto, mas não aguento, isso não é de agora, eu estava esperando o momento certo pra falar com você mas acho que ele não vai chegar – eu precisava saber , já havia dias que vinha acontecendo e eu esperando que ela falasse comigo. Eu queria saber o porquê dela gritar todas as noites.

Ela colocou a tigela a tigela no balcão, me abraçou e começou a chorar lentamente.

– Me desculpa não ter falado com você, eu não sabia como você reagiria. Eu sei o quanto você já ama o meu bebê, e só quer o melhor pra ele. Eu só estou tão assustada com relação a gravidez. Eu só quero que acabe logo.

– Do que você está falando? Qual o motivo de você gritar todas as noites?

Separei o abraço e peguei um papel para secar seu rosto.

– Respira, ok?

Ela obedeceu.

– Pronto? – ela respondeu “sim” com a cabeça – me conta essa história direito.

– Está bem! Há alguns dias eu tive um pesadelo horrível. Eu sentia uma dor aguda e muito forte na região da barriga e ela só ia aumentando cada vez mais, uma hora ela ficou tão forte que eu não conseguia suportar, e eu peguei uma faca e apontei pra onde doía. Não fiz nada, porque acordei – ela abaixou a cabeça e voltou a chorar – eu tenho pesadelos assim todas as noites. Por isso eu grito. E cada vez que eu me lembro deles, me da vontade de gritar também, eu fico assustada e com medo.

– Por que não me contou antes? Eu não acredito que acha que eu só me importo com o bebê. Sabe o quanto isso me magoa?

– Me desculpe. Mas você parece já amá-lo tanto, mesmo ele nem ter nascido.

– Assim como eu amo você.

Ela levantou a cabeça e enxugou o rosto, parecendo espantada.

– Isso é sério? – ela perguntou.

– Mas é claro que é. Eu só não queria falar isso desse jeito, mas devido às circunstâncias...

Ela me abraçou novamente.

– Eu também te amo, Rose. Me desculpe, por não ter te contado antes. Eu não fui atrás de Carlisle pra caçar, eu fui falar com ele sobre o bebê. Eu não vou conseguir ter ele, eu tenho certeza disso.

– O que você quer dizer com isso? Você não está falando de aborto, está? – eu perguntei assustada.

– Não não, de jeito nenhum, eu sei o que eu disse e não vou faltar com a minha palavra. Eu prometi pra mim e pra ele – ela pousou a mão na barriga – eu sei que não vou sobreviver se entrar em trabalho de parto. Então ele sugeriu uma coisa segura pra mim e pro bebê.

– Uma cesárea?

– Exato.

– Mas quando vai ser a hora certa de fazer?

– Nós ainda não discutimos isso, mas veremos logo. Não temos muito tempo.

– Você tem meu total apoio para o que precisar. A propósito, eu posso ficar com você de noite, até você dormir, talvez isso ajude – eu sugeri meio séria, afinal, estava um pouco magoada – lógico, só se você quiser.

– Eu quero. Rose, mais uma vez me desculpe.

– Isso vai passar, só não esconda mais nada da gente. Nós somos uma família, você pode levar tempo para entender isso, mas só vai se acostumar se fizer parte dela.

Subimos as escadas e fomos pro meu quarto.

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1 semana depois...

Como eu prometi, ficava com Suzana todas as noites e esperava mais ou menos uma hora depois dela dormir pra garantir que ela estava bem. Pouco depois que eu saia do quarto ela começava a gritar, eu voltava ao quarto para acalmá-la. Eu cantava as músicas que o pai dela costumava cantar e ela dormia rapidinho, a favorita dela era “you are my sunshine”.

Como já esperávamos, a barriga dela começou a crescer num ritmo acelerado, mas estava notavelmente maior do que a da Bella no mesmo tempo de gravidez, ela aparentava uns seis meses de gravidez. Tentamos fazer o ultrassom, mas não conseguimos nada. A sede dela tinha aumentado, praticamente quadruplicado, porém ela continuava comendo normalmente. Ela parecia pálida, mas não doente, como havia sido com Bella, deduzimos que era pelo corpo dela ser mais resistente do que o de um humano. Estava sentada na sala com Nessie, Jake e Emmett jogando UNO enquanto Suzana lia O Morro dos Ventos Uivantes, era terceira fez que ela lia.

– Quando será que ela vai chutar, tia Suzana? – Nessie vivia ansiosa em relação ao bebê, toda hora ela falava que queria senti-lo chutar, além disso, cismou que era uma menina.

– Espero que não demore. Estou tão ansiosa quanto você – Suzana respondeu sorrindo pra Nessie – mas o que te faz pensar que é uma menina?

– Eu só sei que é.

– E eu concordo com a Nessie, embora não consiga ver o bebê – Alice entrou na sala seguida de Jaspe, que carregava inúmeras sacolas – tanto que já estou preparando o enxoval – Jass, bota as sacolas aqui por favor - ela pediu enquanto ia pro sofá.

Jasper obedeceu e Alice começou a falar:

– Suzana guarde o livro, agora você vai desfrutar de um dos presentes de ser minha irmã. Eu comprei a primeira roupinha da nossa futura Blair.

– Blair? – Suzana olhou pra ela com uma cara de interrogação.

– Sim, Blair! Eu não estou querendo impor nada mas eu sei que você vai acabar gostando do nome. Bom, fecha os olhos, todo mundo – Jake não quis fechar – Anda logo, Jake – todos nós fechamos os olhos e eu só consegui ouvir o barulho de papel sendo tirado do saco – Podem abrir!

Alice segurava um lindo vestidinho rosa, com bolinhas pretas e com uma fita e laço pretos. Era uma fofura.

– Gostaram? - ela perguntou animada – eu comprei um pouquinho grande porque pelo tamanho da barriga da Susu essa criança vai ser bem grandinha.

– É lindo, Alice – Suzana ficou toda derretida – tenho certeza que ela vai adorar – ela colocou a mão na barriga – Não é, meu amor? – eu pude ver a mão de Suzana dar um pulo na barriga – aaai – ela reclamou em seguida – você é fortinha, hein?

– Ela chutou, ai meu deus – eu pus a mão na barriga da “Susu” – você tá ouvindo a gente? – e senti outro chute – eu não vejo a hora de você chegar.

– Eu quero sentir também, tia Rose.

– Vem aqui Nessie – Suzana a chamou para sentar do seu lado e colocou a mão de Nessie na barriga dela, mas nada aconteceu – acho que vamos ter que esperar um pouco.

Nessie colocou a cabeça perto da barriga de Suzanna.

– Poxa, eu sou a que mais queria ver você chutar. Você não quer fazer de novo não? – e então o bebê chutou.

Ficamos todos extasiados o resto do dia pelo que tinha e quando o resto do pessoal chegou contamos a eles. Nessie contou toda alegre que a babe (como estavam achando que era) chutou quando ela pediu. Esme também tentou sentir o bebê, mas nada aconteceu.

– Eu tento de novo mais tarde. Alguém está com fome? (n/a: pergunta pra Nessie, Jake e Suzana)

– Não, obrigado! – responderam os três em uníssono

– Pra falar a verdade, acho que o bebê está com um pouquinho de sede.

– Eu pego o sangue pra você.

– Rose, antes de ir, eu gostaria de falar com você, mais tarde. É importante.

– Claro – fiquei curiosa, o que ela queria falar que não podia ser agora?

Fui pegar uma bolsa de sangue e reparei que tinham poucas, mais tarde eu conversaria com Carlisle.