Love Come Down escrita por Lustin


Capítulo 9
There's gonna be one less lonely girl


Notas iniciais do capítulo

C-A-R-A-M-B-A! Não acredito! Uma recomendação!!! Sério mesmo?? Não acreditei quando vi, Steph! Você é a coisa mais linda de todo o mundo! Fiquei muito feliz quando entrei e vi sua recomendação (que ficou linda por sinal!) aqui. De verdade. MUITO OBRIGADA! Você não imagina o quanto é bom ter um reconhecimento... O próximo capítulo dedico a você! Muito obrigada, de verdade. E meninas! Quero que leiam as NOTAS FINAIS! Por favor. Espero que gostem do capítulo, tá meio chatinho... Mas ele é necessário!



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''Parei em frente a porta de casa.

O que seria esse tal presente?

Abri a porta vagarosamente, com gestos silênciosos. Andei alguns passos e me assustei quando encontrei meu pai parado de pé na sala, soltando fogo pelo nariz.

A mesma pergunta rondou minha mente... O que seria o tal 'presente'?''


Meu pai me encarava com um olhar que mais pareciam milhares de facas afiadas. Permaneci parada no mesmo lugar, sentia que se desse mais um passo, movesse um músculo sequer, ele poderia voar em cima de mim, assim como um tigre na hora da caça.

– Porque você fez isso? - perguntou por fim, encostando-se em um móvel qualquer.

Aí que estava o problema: eu ainda não havia pensado em algum argumento convincente que pudesse justificar minha breve ''imprudência''.

– Hum... Ham... - mantinha os olhos fixos em meus sapatos enquanto pensava em palavras.

''Pai, peguei o carro por uma boa razão! Eu realmente precisava saber o que andava acontecendo com Arthur... O senhor sabe... Resolvi seguí-lo!''

Em hipótese alguma diria isso. Infatil demais. Ridículo demais. Admito.

– Para onde vocês foram, afinal? Sei que Pandora estava com você - dizia frio, me encarando de uma forma intensa que fazia minhas bochechas arderem,

– Fomos... Fomos encontrar Arthur - as palavras voaram como apressados pássaros de minha boca, sorri vitoriosa. Não era uma mentira. Não exatamente.

– Você acha que nasci ontem, Marine? - retrucou, parecendo ainda mais irritado.

– Carlos, pai... De boa, ainda tá cedo, eu tô de volta e tô inteira, não tem com o que se preocupar - resmunguei.

Repentinamente senti uma raiva incontrolável sugar todos os meus bons pensamentos. Não controlei minhas palavras e não fiz questão. Não sei explicar o porquê dessa pequena sensação de poder repentino. Apenas posso garantir que isso jamais aconteceu antes. Aprendi a ser uma pessoa paciente e compreensiva, mas parecia que nesses últimos dias essas palavras apenas foram sendo esquecidas de meu vocabulário.

Olhei profundamente para meu pai, não demonstrando qualquer tipo de constrangimento. Ele possuia o olhar gélido, cínico, cheio de raiva.

– Você acha que está falando com quem? Algum colega seu? Mais respeito, sou seu pai! Aquele que te sustenta sozinho, paga todas as suas contas e seus luxos. Jamais deixei nada faltar para você e é assim que sou tratado? Com tamanda desobediência e falta de respeito? Queria te ver em meu lugar por dois instantes, queria só ver! Você é minha filha e enquanto você viver sob minhas custas e abaixo do meu teto, eu tenho o direito de saber com quem você está e onde está. Não ralei a vida inteira para te pagar um bom estudo, te proporcionar uma vida de qualidade para depois virar uma delinquente, saindo por aí com o carro a ponto de sofrer um acidente, sei lá fazendo o que - dizia rápido, com raiva. Seu rosto ficou vermelho e sua voz alteradam, de vez em quando dava ênfase nas palavras.

Ouvi tudo pacientemente, afinal, não poderia deixar de concordar com algumas partes de seu discurso. Foi uma imprudência, mas qual é... Era exagero, um pouco. Mas ele tinha razão. Sempre tinha.

– Me perdoa, pai, sei que fui sem educação e me faltou juízo... - murmurei, senti uma culpa sem tamanho.

– Tudo certo, tudo bem - desceu as mãos pelos cabelos, tentando se desfazer da raiva que pairava sobre nós - mas que seja a primeira e a última vez, fui claro? Você não faz idéia da aflição que me fez passar. E esse seu arrependimento não te livra do castigo - completou, ainda mantendo-se sério.

– Ah não! Sério mesmo? Castigo? Eu tenho quantos anos mesmo? - revirei os olhos, respirei fundo.

– Vai começar tudo outra vez? Quer que eu repita tudo o que disse anteriormente? - agora sua o tom de sua voz era indiferente.

– Fala sério, cara... Qual vai ser a sentença? - bufei, jogando a cabeça para trás.

– Amanhã você não saí - sorria vitorioso. Seu riso tinha um tom provocativo.

Esse ''castigo'' seria mole para qualquer outra pessoa no mundo. Mas estávamos em plena Terça-feira e seria feriado a semana inteira. Seria moleza para qualquer outra pessoa, se não tivesse a festa do ano bem nesse dia... E todo mundo sabe que perder festas assim, para adolescentes, é considerada uma injustiça e tanto.

– Mas, pai, você sabe... Tem aquela festa com Pandora, que te avisei a um mês atrás... - ri nervosa, tentando esconder a pequena raiva que brotava.

– Sim, eu sei. E você não vai - terminou o diálogo sentando no sofá, indiferente, ligando a TV.

O mesmo sentimento de raiva sugou meus pensamentos. Pode fazer o que quiser, menos me tratar com indiferença. Não existe coisa que eu odeie mais.

Segui marchando até as escadas, pisei nos degraus pesadamente e fechei a porta com força assim que cheguei em meu quarto.

Me joguei na cama, enquanto pensava em coisas totalmente aleatórias.

O sono já pesava sobre minhas pálpebras. Me levantei rapidamente, fiz tudo o que uma pessoa faz antes de dormir e deitei, me afundando em meio a cobertores e travesseiros, relaxando todo o meu corpo.

Antes de pegar no sono, apenas um rosto e uma pessoa estavam prensentes em minha mente. Preenchia tudo, não dando espaço para nenhuma outra nota.

Justin.

Queria ele comigo. Queria ele em meus braços. Queria conversar e ouvir sua risada antes de pegar no sono. Queria sua voz sussurrando em meu ouvido. Queria mesma paz e esperança que invadiu meu interior quando o assisti dormir.

Tudo isso parecia incrivelmente impossível algum tempo atrás, mas agora... Parecia tudo bem mais perto. Mais fácil. Sem nós ou complicações.

Eu o amava. De verdade. Com todo o meu coração.

Isso era tudo. Sempre foi.

* * *

Não me dei conta de quando ou como tinha adormecido.

Um som estridente me fez despertar com o coração pulando assustado. Me concentrei em desvender que som era aquele e de onde vinha, já que estava ainda adormecida. Abri os olhos com dificuldade e distingui o som: a campainha.

Saí do emaranhado e cobertores rapidamente, enquanto a pessoa apertava a campainha freneticamente. Desci as escadas tropeçando, resmungando e xingando tudo. Meu plano era dormir o dia inteiro. Consegui fazer aquele barulho infernal parar quando mexi na maçaneta da porta.

– Bom dia! - o carteiro da rua estava parado a alguns centímetros da soleira da porta, com um sorriso ofuscante. Sua roupa amarela e azul atraia o brilho do sol, que ardia lá fora. Meus olhos doiam. Percebi que em suas mãos, trazia uma grande caixa, embalada com vários selos.

– Oi! - respondi abrindo um grande sorriso, tirando a caixa de sua mão em um pulo.

Minha barriga foi invadida por milhares de borboletas inquietas.

Lembrei-me do que Justin dissera ao telefone.

Virava impacientemente a caixa na ânsia de encontrar sua abertura. Passei os dedos de relance em uma etiqueta que se encontrava ao lado direito, vi o nome ''Carlos'', que era o nome de meu pai. Virava a caixa cada vez mais rápido em minhas mãos, inquieta, o conteúdo da caixa emitia um som esquisito. Como vidro se quebrando.

– Acho que isso... - o carteiro tentava dizer algo, mas as borboletas não me deixam prestar atenção em mais nada.

Juntei as sobrancelhas e me prontifiquei a ler o pequeno papel, já que conseguir abrir estava quase impossível. O pequeno papel colado fora escrito a mão por uma letra caprichada e pequena: ''Para senhor Carlos Baslovit. Não balance. Conteúdo frágil.''

– Acho que isso não é para você - ouvi o que André, o carteiro, tentava dizer. Ele me fitava curioso, esperando alguma reação.

Uma pontada de decpção cutucou meu estômago. Me senti uma criança em dia de Natal, esperando ansiosamente pela meia noite, pelo Papai Noel e seu tão esperado presente. Talvez não tenha sido uma boa garota.

– É... Acho que não é mesmo - ri nervosa, tentando não transparecer minha decepção aguda. Olhava atentamente para minhas mãos.

– Seja lá o que for... O estrago foi grande - apontou para a caixa, reprimindo um riso.

– Como? - não havia entendido.

– Está cheio de avisos. ''Frágil'', não percebeu nada? E você balançou tanto essa caixa que... Acho que o frágil não existe mais - explicou.

– Não tem nada para mim aí? - ignorei seus comentários, sentia como se o tempo estivesse correndo contra mim. Fiquei na ponta dos pés para ver se escondia algo. Não vi nada.

André balançou a cabeça em sinal de ''não, sinto muito''.

– Obrigado - com certeza fiz uma cara de desolamento total. Bufei, fechando a porta enquanto André saia assobiando enquanto separava outras correspondências.

Deixei a caixa delicadamente em cima da mesa.

Meu pai só chegaria a noite, não tinha que me preocupar com o aparente estrago.

Fitei a sala inteira. Resolvi deitar no sofá e assistir televisão, entediada e desapontada. Passei todos os canais, até que desisti, deixando em um aleatório.

Sem drama. Ainda estava cedo. As correspondências sempre demoraram a chegar, creio eu. Pelo menos, era isso que mostravam os filmes.

Ainda eram 11:00 horas da manhã.

Relaxei o corpo no sofá, olhando sem atenção para a TV, que passava um campeonato de dança. Fiquei a deriva até que peguei no sono.

* * *

15:30. Acordei assustada. Não porque tive um sonho ou coisa parecida, pensei em ter ouvido a campainha, mas não sei se foi realidade ou coisa da minha cabeça.

Levantei apressada do sofá e subi as escadas.

Troquei de roupa e desci novamente.

Tédio. Tédio. Tédio.

Mexi não sei quantas vezes no celular. Sem mensagens e muito menos ligação. De ninguém.

Fui até a cozinha e belisquei todos os pães que tinham.

Aqui estava eu: totalmente idiota e impaciente por algo que nem sei se aconteceria.

Andava de um lado para o outro. Arrumei não sei quantas vezes os enfeites e quadros tortos.

Dei um pulo quando a campainha soou alta, ecoando pela casa inteira. Saí correndo até a porta e abri em poucos segundos, dando de cara com flores vermelhas, que depois de uns minutos, percebi que eram rosas, grandiosas. E eram muitas. Juntas formavam um lindo e vantasojo buquê. Não consegui ver o rosto de quem segurava.

A pessoa segurava uma caixa, bem parecida com a outra, porém menor. Mantinha a caixa na mão direita, equilibrando em sua cintura.

– Você deve ser... Hum... - era um homem um pouco espaçoso, vestia uma camisa lisa preta e tinha o rosto comum, olhava para uma prancheta em sua mão esquerda, um pouco desajeitado - Mari... Mariana... Não. Não. Marina? Marine! Certo?

– Sim, sou eu - ria, sorria tudo ao mesmo tempo. Minhas bochechas doiam.

– Isso é para você - entregou as flores, apressado.

Segurei-as com cuidado, apoiando-as delicadamente em meu braço esquerdo. O homem ajeitava a roupa e sorria aliviado.

– Obrigado - murmurei, olhando encantada para as flores.

– Essas coisas vieram de longe, hein... Caramba! - sorria nervoso - ah, tem mais isso - entregou-me a caixa.

Apenas sorria.

Meu interior tinha sido invadido por um sensação que jamais senti antes. Felicidade, ansiedade. Realização. Muitas coisas misturadas.

Justin me mandou flores. Flores!

Eu nunca fui uma pessoa romântica, não sei o significado da palavra ''romantismo''. Mas aquilo, de alguma forma, amoleceu meu coração. Jamais havia recebido flores antes... E a primeira vez, bem... Vejam só quem era! Meu sonho!

Depois de assinar algumas coisas necessárias e agradecer ao simpático homem, corri para o sofá, coloquei as flores em meu colo e procurei qualquer coisa.

Encontrei um pequeno cartão roxo, depositado ao meio das flores, com as seguintes palavras: ''Para minha One Less Lonely Girl. Espero te ver em breve.'' A assinatura de Justin vinha logo abaixo. Sua caligrafia era extensa, parecia que a caneta simplesmente deslizou sobre o papel.

Meu sorriso... Não sei se já sorri tanto em algum dia de minha vida.

Senti meu coração pulsando rápido ao mesmo tempo que pulsava calmo, confortado, aquecido. Estava em casa. Permaneci fitando suas palavras por longos minutos, não poderia perder esses momentos por nada. Queria desfrutar de cada segundo, desfrutar de cada sentimento bom que surgia em meu peito. Sentimentos deconhecidos.

Decidi abrir a caixa mediana que estava a minha frente. Não me importei em quase destruir a caixa, estava tremendo.

Por fim, abri e um tecido branco caiu de dentro do conteúdo.

Fitei confusa por alguns instantes. Peguei o tecido e tinha uma espessura grossa, estendi: era uma camiseta oficial, com a assinatura de Justin e sua foto bem no centro.

Haviam mais dois papéis. Um dobrado com cuidado e outro cumprido, sem qualquer tipo de amasso.

Resolvi pegar o mais cumprido. Olhei as informações e... Era uma passagem aérea para Porto Alegre. Juntei minhas sobrancelhas sem acreditar no que via. Sorri sem humor, maneando a cabeça negativamente.

Não sei o que Justin pensa, sinceramente. Ele acha que tudo é tão fácil assim?

Peguei o outro papel, por fim, abrindo-o com cuidado.

''Marine.

Você deve estar se perguntando o porquê da passagem.

Simples.

Lembra-se quando disse 'nos vemos em breve'?

Faz sentido, não?

Espero você hoje a noite, o voo está marcado para as 18:30. Você deverá chegar em Porto Alegre lá pelas 21:30, 22 horas. Irei lhe esperar no portão especial.

Abraço, Justin.

PS: Essa camiseta é para colocar quando estiver vindo para cá. Quero te ver com ela. Haha!''


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Notas finais do capítulo

Primeiramente: vocês são as coisas mais lindas da minha vida. Camila, Thay e minha Stephanie. Vocês são incríveis! Mas... Não posso deixar de comentar que estou desapontada com os reviews. Poxa, cara... Escrever fanfic leva tempo (e coloca tempo nisso, hein!) e dá muito trabalho. Sei que não deveria reclamar, porque eu escrevo porque amo, mas... É sempre bom um reconhecimento, né? Eu queria um pouco mais de reviews de agora em diante, porque assim fica chato escrever... Não desmerecendo minhas três pequenas. Eu juro que não queria ficar falando de review e tudo mais, mas realmente, ando muito desapontada. Espero ter um pouco mais de reviews nesse capítulo. Beijos! Desculpa o desabafo.