Uma bela mulher, que começava a apresentar o aparecimento de marcas da idade, se encontrava dentro de um quarto de criança rodeado de brinquedos e livros. Ela observava um pequeno garoto que aparentava ter sete anos de idade, possuía a pele pálida e cabelos castanhos claros e lisos.

O menino se encontrava abraçado a uma pequena ave, que possuía uma grande cabeça repleta de penas brancas e o resto do seu pequeno corpo era tomado por penas azuladas. O pequeno pássaro havia nascido essa tarde ainda antes do anoitecer, tamanha foi a felicidade do menino que ele e o pequeno pássaro ficaram brincando até tarde e caíram no sono

– Cuide do meu pequeno precioso Rufflet– A entonação da mulher era da mais pura tristeza, como se ela soubesse que poderia ser a ultima vez que olhava para seu filho.

A mulher já estava pronta para sair de casa quando foi abordada por uma jovem, que estava no auge da sua juventude. Elas tinham quase a mesma altura, o mesmo tom de pele pálida e seus cabelos possuíam a mesma tonalidade de castanho claro. A única diferença entre elas além da idade era a cor dos olhos, a mais nova possuía olhos castanhos claros, quase caramelados, enquanto a mais velha possuía olhos de tonalidade cinza, idênticos a uma nuvem de chuva.

– Porque você não me conta nada do que está acontecendo? Para onde você está indo a essa hora? Porque não me responde?! - A mais nova exclamava com certo desespero, isso estava ainda mais evidente em sua expressão. A jovem estava tão agitada que acabou acordando o pequeno Pokémon chinchila que dormia em seus braços, assim como a ave de seu sobrinho esse ainda era um filhote.

– June, você vai acorda-lo - Ela disse em repressão a sua irmã mais nova, pensando em seu filho dormindo na parte superior da casa.

– Sarah, por favor, eu estou preocupada, você tem agido muito estranhamente ultimamente, essa ameaças estranhas que estão acontecendo...

– June!! Não se preocupe, não vou deixar que meus problemas interfiram ou causem problemas paras as pessoas que mais amo - Ela falou com um calmo sorriso em seu rosto - Só peço que tome conta do Thomas até lá, por favor.

– Sarah... - A jovem a fitou com o olhar perdido não sabia o que dizer, para onde olhar, o que esperar do resultado das ações de sua irmã e o pior de tudo, as consequências.

A Irmã mais velha apenas a olhou carinhosamente e a deu um forte abraço, assim acariciou a pequena chinchila nos braços da irmã e disse:

– Cuide bem dela, Minccino.

Assim Sarah se aventurou ao anoitecer nas ruas silenciosas da pacifica cidade em que eles viviam, em busca de seu destino mesmo sabendo que iria se arrepender, era necessário para consertar seu erro...

Thomas se encontrava se divertindo no jardim na companhia de Rufflet e Minccino, não paravam de se movimentar, correr e pular. Na varanda da casa, sua tia June, o observava demonstrando alegria e felicidade, isso a quase fez esquecer-se da ansiedade por noticias de Sarah. Porém demonstrar preocupação na frente do menino não ia ajudar em nada, ela só podia rezar por Arceus para que tudo desse certo.

Para passar o tempo June se junta ao seu amado sobrinho nas brincadeiras com os pequenos Pokémon. June provavelmente não viu a hora passar porque só percebeu que já era do almoço quando Thomas a chamara a atenção do porque sua mãe ainda não havia voltado.

– Thomas... A Sarah está ocupada nesse momento... Eu acho... - Sua incerteza do que dizer ao menino quase entregou sua aflição, isso ela pode perceber pela preocupação estampada na face de Thomas.

– Não se preocupe vamos fazer um delicioso baquete para esperarmos a sua mãe, certo?

Porém infelizmente ou felizmente, poucos segundos após os dois terem entrado em casa, o telefone começou a tocar, normalmente isso não teria nada demais, mas nesse momento para June, isso poderia ser um alivio para seu coração.

* POV Thomas *

Eu já estava na cozinha com o Rufflet e o Minccino esperando a tia Ju, porém ela estava demorando muito no telefone, então decidir ir dar uma olhada o porquê da demora. Por algum motivo me pus entre a porta da cozinha que nos separava como se estivesse a espionando.

Porém não consegui entender a cena que estava olhando, lá estava à tia Ju no chão de joelhos, chorando em silencio, mas com muitas lagrimas caindo de seus olhos. Quando ela se virou pra mim, sua expressão era de desespero, eu só entendi a mensagem que seus olhos me transmitiam, "perdão". Não sabia o que estava acontecendo, não entendia o que isso significava. Tudo isso me acerto como se fosse um soco...