POV'S Annabeth.

– Quer namorar comigo? - Percy perguntou. Mordi meus lábios. – Annabeth?

– Percy... Eu... Eu não sei... – Respondi, molhando meus lábios secos.

– Não... Sabe? – Ele respondeu triste – Desculpa, mas como assim não sabe?

– Eu só não sei! Tem o negócio de Luke, e tudo mais! Você sabe!

– Annabeth, o que aquele canalha fez com você não tem nada a ver comigo! Olha, se você está me comparando com ele... – ele disse com um tom de desgosto.

– Não, Percy! Óbvio que não! Nunca! – Respondi depressa – é só que eu não confio mais em meninos...

– Pensei que eu fosse um homem.

– Nunca disse que não.

– VOCÊ FALOU QUE NÃO CONFIA EM MENINOS, ANNABETH! – ele rugiu – SE EU NÃO SOU MENINO ENTÃO NÃO TEM MOTIVO DE VOCÊ NÃO CONFIAR EM MIM. – dei um passo para trás, nunca tinha o visto gritando desse jeito. Não para mim. Ele suspirou. – Já que não confia em mim... – ele disse, calmamente, pegando algo no bolso. – Toma essa merda de anel de compromisso! – E saiu da boate. Eu estava aterrorizada.

Olhei em volta, todos da boate estavam olhando para mim, o DJ parou de tocar a música, ninguém mais dançava, e ninguém mais se serviu na incrível mesa de Buffet. A minha visão ficou embaçada, não conseguiu ver mais nada por causa das lágrimas. Esforcei-me para não chorar; certamente falhando. Procurei Thalia, ela não estava mais lá. Agora eu estava sozinha sem ninguém para chorar no ombro, e com todos me olhando com dó, com tristeza e alguns com olhar reprovador. “O que eu acabei de fazer?”. Pensei. “Percy não tem nada a ver com Luke! Devo me desculpar? Correr para casa? Thalia saberia o que fazer. Ah, amiga, como você faz falta.”

– E VOCÊS, O QUE ESTÃO OLHANDO? – Gritou alguém atrás de mim. Virei-me. Cabelos acastanhados, bagunçados, e olhos extremamente azuis. Mattheus. Acho que já o vi na escola. Com certeza um dos meninos mais bonitos do colégio. Não o mais, é claro. – Não percebem que acabou de acontecer algo terrível com ela? – Seus olhos faiscaram. Todos se afastaram dali. Olhei para ele aterrorizada. Como ele conseguiu aquilo?

– Não preciso de ajuda para me defender. – respondi friamente.

– Pelo o que eu vi precisa sim, de muita ajuda.

– Não de pessoas ignorantes como você! – respondi do mesmo modo. – O que está fazendo aqui?

– Não posso ir mais à boate?

– Não foi isso que eu quis dizer...

– Sei disso. – disse ele dando de ombros. Rolei meus olhos. – A senhorita precisa de carona para ir para casa?

– Posso me virar sozinha. – Disse com um sorriso frio nos lábios. Andei até a porta, mas fui puxada pelo braço. Fiquei a centímetros dele. Debati-me feito louca, mas ele era forte e me segurava com delicadeza, mas força. – Me solta! – Ele não fez nada, só se aproximou mais de mim. – Me solta! Agora! – Ele se aproximou ainda mais. Até que ele me beijou. Oh Deus, que lábios. Não posso dizer que beija mal. Não mesmo. Retribui, ele passou a mão em minha cintura me puxando para mais perto. Passei as mãos pelo seu cabelo. Ele beijou meu pescoço, mas voltou à atenção para meus lábios. Seus lábios tinham gosto de cereja, seu perfume Dior. Foi o melhor beijo de minha vida. Até que... CRASH! Interrompi o beijo, mas não olhei para o lado, seus lábios estavam roçados nos meus. Ele se virou. Virei também. Percy estava de lágrimas nos olhos, e o crash tinha sido ele quebrando uma luminária que foi parar do outro lado da parede.

– Então você não namora comigo para ficar com um cara que nem conhece. Está bem! – disse com frieza. – Você vai ver Annabeth. – e se virou.

– Percy, espere! – falei, mas na verdade, não sei por que falei, eu não tinha nada para falar com ele. E aquele beijo foi muito melhor do que o dele.

– O que? Pra você dizer o quanto o beijo dele foi melhor do que o meu? – troquei de peso do pé, porque era exatamente assim que eu estava pensando. – VOCÊ VAI VER! – gritou e saiu. Só então percebi que eu estava de mãos dadas com Mattheus.

Fiquei com tanta raiva que o beijei para valer, com força, e ele retribuiu, passando as mãos em minha cintura, se inclinado em cima de mim, beijando mais e mais. No final aceitei carona dele, na sua Ferrari vermelha.

– Annabeth, já que eu percebi que você não queria namorar com ele, quer ficar comigo? – paralisei. Ficar não era o mesmo que namorar era? Quer dizer, eu deixei mesmo Percy para ficar com um garoto que nem conhecia? Mas que beijava bem... MUITO bem...

– Posso ter um tempo para pensar, Mattheus? – perguntei.

– Claro, o tempo que precisar. Mas me chame de Matth.

Chegando ao condomínio, desci do carro e ele encostou-se ao capô do carro. Beijei-o, como da última vez, e foi ótimo, de novo.

– Até amanhã – falei dando tchauzinho.

–Até. – e entrei no condomínio. Cheguei em casa, passei perto da casa de Percy, e vi uma sombra na janela, acesa. Parei. Liguei para Matth.

– Matth?

– Sim?

– Eu aceito!