O Sequestro escrita por Lívia Black


Capítulo 8
Capítulo 7 - Coisas que Ninguém Sabe


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu sei que demorei. DEMAIS. Mas aulas são horríveis, estudos também, e eu mal consigo escrever ou entrar na internet (ou respirar). O cap não tá lá aquelas maravilhas (mesmo a Mari dizendo ao contrário), mas será que poderiam deixam um reviewzinho pra me animar? Não que vocês não façam isso, vocês fazem, e eu amo vocês por isso *-* ah, a propósito, obrigada louiziannabeth e Apenas Palavras, pelas recomendaçoes *-* são lindas, quase voei! e obg a Gih também ♥ aliás, obg a todos vcs haha



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Capítulo 7 - [Sentindo] Coisas que Ninguém Sabe

"E às vezes perdemos os sentimentos dentro de nós mesmos, enquanto tentamos escondê-los."

-Isso, só para variar, é completamente imbecil e insano da sua parte, Poseidon. Eu nunca me dou para realizar obras culinárias! –Protestou Atena, tentando ser irredutível, enquanto suas mãos deslizavam pelo traje de empregada, puxando-o para baixo na tentativa de alongá-lo pelo menos alguns centímetros.

Ele não conseguia não rir da insatisfação dela.

-Bem, há sempre uma primeira vez para tudo, não? –Ele rebateu, com toda indiferença possível para as manifestações quase mimadas da parte dela.

-Não. Para mim, há certas coisas que vão ficar eternamente sem terem a sua primeira vez. 

Ele tentava imaginar o que ela queria dizer com aquilo, mas os olhos dela eram tão indecifráveis quanto sua voz, e só conseguia pensar em um significado para aquela frase, quase ousado de ser insinuado por ela.

-Que tipo de coisas?  –Ele não soube porquê sentiu a necessidade de perguntar, e muito menos porque se aproximou dela, o que a fez recuar um passo.

-Hm... –Ela sabia a que lugar ele estava tentando chegar, e é claro que preferia passar o resto da vida vivendo no Tártaro do que ter de debater sobre certas coisas, e sobre suas escolhas, com seu pior inimigo. Por isso tinha de arrumar um jeito de desviar. – Morrer, por exemplo.

Ele não conseguiu esconder sua insatisfação pela resposta dela, que parecia sincera, e nem de longe chegava perto do que ele queria conversar. 

-É. Mas só isso, também. Nós somos deuses. Ficar propositalmente sem fazer qualquer coisa não seria uma opção muito inteligente, sabe?

Ela balançou a cabeça, os cachos voando em suas bochechas, numa negativa.

-Eu com certeza gostaria de me privar de ter que fazer seu café da manhã. 

-Nem ouse tentar. -Ele sorriu de canto. -Você vai fazer, e está expressamente proibida de fazer mal, ou cuspir, ou qualquer outra coisa que você possa querer fazer para poder se vingar. Se desobedecer estará automaticamente descumprindo o acordo.

-Tá bom, tá bom. –Ela revirou os olhos. –O que vai querer comer?

Por um momento a palavra “Você” ficou brincando na ponta da língua dele, louca para escapar, mas com certeza Atena não aceitaria muito bem a suposta piadinha ofensiva, e ele acabaria com ovos furiosamente estatelados na extensão do corpo, e uma panelada na cara que o faria fechar os olhos antes que pudesse ver o divertido tom escarlate que com certeza mancharia as bochechas dela. 

-Ahn...sei lá. Me surpreenda. – Ele disse por fim, já que tinha gasto o tempo que tinha para pensar em algo apetitoso pensando em como seria falar aquilo.

 Ela o olhou com curiosidade por causa da resposta, mas não disse nada e se virou para o enorme balcão de mármore da cozinha, pensando no que faria para cumprir sua 1º tarefa de empregada, que POR ENQUANTO não era tão horrível quanto imaginara que poderia ser, e imaginando no que ele ficara pensando naqueles segundos, já que com certeza não estava idealizando refeições.

Ele por sua vez, afastou-se, e sentou-se de lado em uma das cadeiras da mesa de seis lugares de toalha simbolicamente desenhada de peixinhos, há apenas alguns metros do balcão, e felizmente, ou infelizmente, dando espaço a visão tentadora de uma Atena de costas com seu uniforme de empregada mega-curtíssimo.

O tempo transcorreu, enquanto ela passava a mexer nos vários ingredientes do balcão, de uma forma graciosa, e ele ficava prestando atenção no corpo dela, quase sem se controlar.

Poseidon era realmente feliz por ela não conseguir enxergar de costas. E mais feliz ainda por saber que ela não conseguia ler seus pensamentos. Pois se ela fosse capaz de qualquer uma das duas ações, ele estaria, no mínimo, em uma péssima situação. E não era verdadeiramente sua culpa.

Seus olhos eram grandes traidores, que ficavam que correndo pelas pernas lisas de Atena como se tivessem vida própria, como se ela não fosse uma irritante inimiga, e seus pensamentos ficavam idealizando quais seriam as reações dela se ele se aproximasse de surpresa, por detrás dela, e simplesmente deixasse o impulso de correr as mãos por sua pele macia e descoberta.

Com certeza, seria engraçado vê-la se arrepiando, e se assustando. E bom. E excitante, nos dois sentidos.

Felizmente, ela cortou seu quase ímpeto de realizar tal feito insano, com uma voz que soou quase tão curiosa quanto cautelosa a seus ouvidos.

-Gosta de waffles, Poseidon? –Ela tentava ser seca, mas o fato é que ocultamente, ela até parecia realmente se preocupar com a possibilidade de ele dar uma resposta negativa.

-E por que isso te importa? 

-Estou fazendo o seu café da manhã. Seria fantástico para mim se você detestasse, mas não seria sensato de sua parte se você deixasse isso acontecer. –Como sempre, Atena tinha uma resposta potencialmente esclarecedora para tudo.

-É o nosso café da manhã. Não pretendo fazer você passar fome, por enquanto. E sim, eu gosto de waffles. Quando são feitas carinhosamente.

-Estou colocando todo o carinho que existe, pode acreditar. –Sem nem se dar ao trabalho de olhar para ele, ela disse. Sarcasticamente, óbvio.

Poseidon não ficou exatamente empolgado para revidar alguma coisa. Soltou um resmungo, algo que ela interpretou como insatisfação, e tentou ficar contando o número de peixinhos, na toalha da mesa, para não voltar a ter aquele tipo de pensamento ‘esquisito’ em relação à Atena. 

Ele só percebeu que ela havia finalizado quando sentiu aquele delicioso cheiro em suas vias respiratórias, e a viu tirando waffles da máquina. Quase salivou. Atena estava as decorando caprichosamente com camadas de uma calda de chocolate que parecia muito saborosa, e que ele não tinha ideia de como ela havia feito. Ela serviu dois pratos, e então, como uma garçonete, caminhou até a mesa, e colocou o prato diante dele, e outro, relutantemente a seu lado. A expressão dela estava fechada, como se ela estivesse insatisfeita com aquilo. Ela parecia saber que estava soando para ele como uma stripper vestida de garçonete sexy. Bem, talvez sem esse “sexy”,uma vez que srtippers tem que ser naturalmente sexys.Ela balançou a cabeça em negação quando se deu conta de que estava pensando exatamente como o ser a seu lado,e automaticamente se repreendeu por isso.

Ele,por sua vez,sentiu-se patético ao perceber, que de ficar observando, ela já havia começado a comer, e sua expressão de seriedade e descontentamento foi substituída por algo como prazer. Ela quase parecia uma criancinha, do pescoço para cima, mordendo pequeninos pedaços da massa, e dando um sorrisinho com o canto como quem diz “que gostoso”. Até odiava ter que interromper esse momento, em que ela parecia ser só uma garotinha, sem respostas sarcásticas ou revirar de olhos, mas a necessidade de importuná-la era mais importante do que qualquer coisa. Bem mais importante.

Ele tossiu, de maneira indiscreta, com o objetivo de atrair a atenção dela.

O que não funcionou. Ela continuou comendo, como se ele nem existisse.

-Hmmm...Atena? – Chamou, parcialmente irritado por ela ter tido a audácia de ignorá-lo.

A loira, parecendo desapontada, virou a cabeça para ele, com tédio.     

-O que foi, Poseidon? –Inquiriu, com uma nota de cansaço no timbre. Então, ela olhou para o prato dele, e percebeu que ele nem tinha tocado no waffle, e sentindo-se indignada. –Por que não está comendo?!

Os olhos dele brilharam, como se essa fosse a pergunta que ele estivesse esperando.

-Hmmm...Sabe como é...Pegar o garfo, firmar os dedos nele, tirar um pedaço do waffle, levar até a boca...É trabalhoso demais para suportar. Mas, felizmente, eu tenho uma empregada, que tem que fazer tudo que eu mando, e ela vai me ajudar nessa tão sofisticada tarefa, não vai? –Ele sabia o quanto devia estar deixando-a irritada por usar esse tom inocente, e manter o sorrisinho de diversão no canto, mas ela não gritou, nem protestou, apenas abriu os lábios, incrédula. 

-Eu não posso dar comida na boca para você, Poseidon. – Ela disse, com a maior simplicidade que conseguiu, tentando se tornar mestra na arte camuflar a irritação com a seriedade.

Ele franziu o cenho, visivelmente desapontado, pelo tom sério que ela adquiriu.

-E por quê não?

Atena pigarreou, ajeitando-se na cadeira como quem tem um longe discurso a fazer.

-Ora, Poseidon. Isso faria parecer que nós somos um...ugh, casal.  Eu sei que com essa sua aversão a cultura, você nunca deve ter lido algum livro ou visto algum filme romântico, mas, eu posso lhe afirmar com certeza que dar comida na boca é uma coisa típica de casais. E nós não somos  nem nunca seremos um casal,entendeu?

-Oh, você acaba de fazer a grande descoberta do século. –ele se limitou a rir dela, bufando logo em seguida. – Foda-se, se é ou não uma coisa de casal, Atena. Ninguém está aqui para ver você fazendo isso. Infelizmente. E outra, vai ser como uma coisa de empregada, porque você jamais poderia ser mais do que isso para alguém como eu.

A arte de tentar camuflar a irritação para não provocar o prazer alheio acabou não dando muito certo, porque mesmo Atena mordendo os lábios, seus olhos ficaram semi-cerrados de raiva, e ela quase deixou escapar um rosnado de ódio. Mas, ao contrário do que ele esperava, Atena não gritou de ódio ou lhe deu um tapa na cara. Ela pegou o garfo, cortou uma parte do waffle dele no prato (a tremedeira de raiva ela não podia controlar), e ele a observou com uma curiosidade irrefreável,espetar o waffle com o garfo, e de repente, enfiar em sua boca semi-aberta, sem disfarçar a violência.

-Tomara que você se engasgue até ficar sem ar. –Desejou a deusa, enquanto ria dele tentando mastigar o enorme pedaço de waffle que colocara em sua boca com agressividade. –É você que jamais seria bom o suficiente para mim.  E sou sua empregada por um dia. Apenas um dia, entendeu bem? Por causa de uma aposta idiota e impensada. E nunca porque você é superior. Mas talvez você não tenha entendido porque essa linha de raciocínio seja deveras complicada para uma pessoa desprovida do encéfalo.

-Mas eu sou superior. - Ele disse, com uma entonação distorcida, já que ainda estava mastigando o waffle, e a medida de quase sufocante, a massa foi se dissolvendo em sua boca, ele foi notando que, surpreendentemente, estava muito gostoso. -Sou um dos três Grandes.

Ela balançou a cabeça numa negativa, parecendo mais uma vez cansada e com tédio, e pegou mais um pedaço de waffle com o garfo e enfiou em sua boca. Dessa vez, um pouco mais cuidadosamente, mas desenhando em cada gesto “só estou fazendo isso para você calar a boca”.

-Até quando sua posição entre os deuses vai lhe servir como uma glória, Poseidon? Detesto dizer isso, mas talvez você possa ser mais do que apenas um título.

Ele ficou chocado por ouvi-la dizendo essas palavras, e depois que a voz dela sumiu, ele ficou em dúvida se tinha ou não imaginado aquilo. Por mais alguns segundos, tudo que se pode ouvir foi ele terminando de mastigar, e raiva de Atena aos poucos indo embora, com a convicção de que ela tinha de permanecer pelo menos um pouco calma para enfrentar o resto daquele dia. Quando ele terminou de mastigar, ela percebeu e mal deu tempo a ele para falar, colocando mais waffle em sua boca. Ele pareceu indeciso entre gostar ou não gostar do desespero da inimiga em lhe fazer calar a boca, e Atena teve de rir da cara que ele fez.

Quer dizer, quando iria imaginar que alimentar o energúmeno acéfalo repugnante dos mares poderia lhe provocar risos?

Ela repetiu o processo com mais duas garfadas, rindo de uma forma quase infantil e quando ia fazer isso pela terceira vez, ele colocou a mão em frente a boca, e impedindo.

-Obrigada, Atena, mas estou satisfeito. –O tom dele era ao mesmo tempo irônico e irritado, e ela não conseguiu sufocar o riso mais uma vez, feliz consigo mesma por ter transformado a atividade que ele achava que seria torturante para ela, em algo tecnicamente divertido.

-Já? – Ela questionou, num tom obviamente debochado. – Seu waffle não está nem na metade.Não estava bom,oh lorde-Poseidon-rei-dos-mares-e-um-dos-Três-Grandes-que-eu-mais-admiro? – Ela completou,e o sarcasmo estava tão afiado que teria soado melhor se ela o tivesse chamado de lorde-dos-esgotos-e-poças-poluídas.

-Aham. E, a propósito, ser um dos Três Grandes é glória demais para se rejeitar,como você explicitou tão bem.Sabe,poderia me chamar assim mais vezes,Ateninha – Ele afirmou, se empoleirando e retomando os fios da discussão que ela fizera questão de cortar,evidentemente mudando o rumo da conversa para não deixar transparecer um mínimo vestígio de que ele não gostara daquela insolência.

Atena o olhou seriamente, e tudo que ele esperava era um de seus olhares de ódio e réplicas e argumentos confinadores. Mas o que ela fez foi continuar rindo, de uma forma diferente de todas as vezes que ele já a havia ouvido rir, por alguma situação irônica ou sarcástica. Agora ela ria graciosamente, e o som chegava de uma forma agradável a seus ouvidos.Quase parecia que ela não tinha ouvido o “Ateninha”.

-Você não parece muito com um dos Três Grandes com toda essa calda de chocolate na boca. – Ela balançou a cabeça conforme ria, e, em um ato instintivo, se viu debruçar sobre ele, com seus dedos se entrelaçando em um guardanapo de pano. E, de repente, chegando bem perto do rosto dele, ela encostou o tecido ali, de uma forma suave, limpando seu rosto inocentemente, sem quase se dar conta de que seus rostos haviam ficado muito perto, e que ele não a mandara limpar seus lábios, ela apenas o fizera. Ela quis fazer. E só quando o guardanapo escorregou de suas mãos ela teve uma breve noção de que não estava mais preocupada com o utensílio insignificante, e que todas as atenções que ela poderia ter agora estavam, humilhante e vergonhosamente fixas no olhar dele. Aquele verde que, infelizmente, lembrava uma tarde amena de primavera, e todas as suas boas sensações.

Poseidon só sabia que Atena estava pensando em alguma coisa muito diferente das quais ela costumava pensar, pois de repente suas feições congelaram, naquela graciosidade tão estranha de sua parte, e ela deixou o guardanapo escapar de suas mãos, quase como se isso fosse natural. E os olhos dela intimidavam, apesar de ao mesmo tempo quase gritarem “aproxime-se”. Não que houvesse muito para se aproximar, pois, de uma forma totalmente esquisita, lá estavam eles, olhando um para o outro, a centímetros, sem dizer nada.Nenhuma ofensa,nenhum xingamento. Absolutamente nada.

Era quase a primeira vez que agiam de forma racional desde que estavam sozinhos ali. E o mais engraçado, é que para agir assim, eles tinham que agir de forma inconsciente, de uma forma que eles próprios denominavam de irracional.

-Hm...Obrigada. Acho. –Ele murmurou, mas se arrependeu no mesmo instante. Atena se esquivou de repente, como se tivesse sendo tirada de um transe, e ele teve que sorrir, porque de repente as bochechas dela ficaram vermelhas. Mas só por alguns segundos, por que logo depois ela estava assumindo a postura da mesma Atena de sempre.

-Não agradeça. Apenas fiz isso porque estou nessas lamentáveis condições.  –Ela quis encontrar uma forma de se justificar melhor, mas essa foi a única que conseguiu. Afinal, nem mesmo ela conseguia entender direito. Era estranho ter a sensação de ter seus pensamentos embaralhados por alguém.

-Mas eu não pedi nada.

-Você pediria quando descobrisse o quanto estava patético, e não haveria guardanapos por perto, então eu provavelmente teria que encostar os meus dedos em você para limpar. O que, definitivamente, não seria agradável. –Ela estava quase satisfeita. Menos com o fato de ele ficar revirando os olhos durante todo o discurso.

-Tudo bem. Eu deixo você negar que cuidou de mim por livre e espontânea vontade.

-Não! Eu não fiz isso!

-Aham, eu sei que não. –ele realmente tinha o dom de ser sarcástico.

-Zeus! Por dois segundos tinha me esquecido do quanto você consegue ser irritante. Tem certeza de você não quer mais waffle?  -Ela olhou para o prato e para ele, esperançosa. Não queria continuar aquela conversa,mesmo porque sabia que ele era teimoso de um jeito insuportavelmente irritante,e não iria desistir da idéia de que ela fizera aquilo sem ele ter que ordenar.

-Eu quero você. –Ele pronunciou as três palavras de uma forma tão natural, simples mas intensa, que os pelos do braço de Atena só se arrepiaram alguns segundos depois de ouvi-las, quando as interpretou, quase ciente de que estava imaginando coisas. Seu coração entrou em um ritmo, semi-desconhecido, e ela nunca sentiu seus olhos se arregalarem tanto. Não podia ter ouvido certo. Simplesmente não podia.  –Er, eu quis dizer, você realizando a sua próxima tarefa. –Ele tratou de corrigir o que deixara implícito com a outra frase, e quase fizera o coração da deusa rasgar seu corpo. Felizmente, ele não pareceu ter percebido todo o turbilhão que a atravessara em segundos. Ela se sentiu aliviada, e ao mesmo tempo patética e com vergonha, por ter ficado daquele jeito. Quase irritada. Não só consigo mesma. –Sua obrigação como minha empregada.

-Que seria...? –Sim. Era evidente que estava irritada.

-Trocar meus lençóis. –E era uma pena que ele gostasse tanto de vê-la assim. Sorriu com simplicidade da própria ordem, mas ao mesmo tempo com toda a malícia imaginável. -Os que usei ontem a noite, quando estava sozinho deitado em cima deles. Eles provavelmente estão limpos,mas,quem pode ter a certeza do que pode ter acontecido lá durante a noite,não é mesmo?–Céus. Atena podia ser ingênua, mas com aquele tom de voz que ele usou, até uma criancinha engoliria em seco,de um modo que ele não teria precisado completar a frase para ela pensar entender a que ele estava se referindo. E aquele sorriso perverso quase a fez ficar assustada. Será que ele estava tentando insinuar, o que ela, argh, achava que ele poderia estar insinuando?  – Aposto que você vai adorar.

Sim.

Ele com certeza estava se referindo àquilo.

Ao ter a comprovação desse pequeno fato,todos os poros da deusa se eriçaram,apenas um reflexo natural do mais puro pavor.Ela engoliu em seco,enquanto sentia espasmos e calafrios percorrerem todo o perímetro do seu corpo.Por Zeus,o que ela não daria para poder sair dali exatamente naquele segundo.Ou para ter o poder de matar Poseidon, não sem antes torturá-lo de todas as maneiras possíveis e imagináveis (e parecia que o convívio com Ares lhe dera algumas ideias particularmente, uhn, dolorosas ).

Ela amaldiçoou mentalmente e pela 5623048551ª vez aquele ser pavoroso que se encontrava à sua frente.

Mas qualquer dessas ações não mudava o fato de que ela ainda teria que trocar os malditos lençóis, provavelmente manchados com aquilo.



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