Choices escrita por Wendy


Capítulo 5
Choices V




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Ela olhou-me como se esperasse algo, ou minha interpretação do seu olhar um pouco confuso estivesse me fazendo imaginar coisas. Engoli em seco na espera de que as palavras viessem em minha boca, mas nada saia, parecia um nó preso em minha garganta e isso fazia com que até doesse. Logo minha mãe passou com algo numa bandeja e nos olhos sorrindo, Sakura abaixou a cabeça sorrindo um pouco envergonhada e eu lamentei mentalmente a chance perdida.

Já passara da meia noite logo estávamos os cinco ceando a bela mesa de jantar. Comemos, bebemos, relembramos do passado, rimos, brincamos, trocamos presente e pra minha surpresa, Sakura deu um jeito de comprar algo para mim na ultima hora, o que não foi nada bom, pois infelizmente não tive o mesmo pensamento que ela. Ela me presenteou com um livro, algo simples, que talvez ela já devia ter, mas somente de ganhar algo dela me fazia flutuar e o presente era perfeito, pois ensinava como tocar piano e já algum tempo eu tinha vontade de aprender esse instrumento, talvez o livro fosse de uma utilidade.

As horas foram passando e quando dei por mim, Cho e meus pais já haviam recolhido as coisas e se colocaram a ir para seus quartos dormir, ficando apenas eu e a rosada tomando chocolate quente na varanda dos fundos, estava frio, mas nos sentamos no balanço de madeira ali, enrolados em um cobertor.

– É um pouco estranho te ver aqui depois de tantos anos – confessou ela, pra logo depois toma mais um cole do chocolate quente.

– É – ri, sem demonstrar muito humor. Eu queria, mas não sabia como iniciar aquela conversa com ela, toda vez que me vinha coragem as palavras se embolava em minha boca e eu ficava mudo.

– Já está tarde, eu preciso ir...- disse ela se desenrolando do coberto e deixando a caneca de chocolate encima da mesinha que ficava ao lado.

– Eu...te levo em casa – apressei em dizer, ela pareceu hesitar um pouco, mas assentiu.

– Tudo bem.


Caminhávamos em silêncio durante o caminho, sua casa não era tão longe da minha, apenas algumas ruas. O único som da noite era o vento frio e dos nossos pés sobre a neve fofa. Ela andava com os braços ao redor de seu corpo para se aquecer mais e eu tive vontade de abraça-la. Não sei quanto ao que me deu, mas exatamente o que eu fiz, passei meu braço direito ao redor de seus ombros e a trouxe pra mais perto de mim. Ela olhou-me espantada.

– O que está fazendo¿ - perguntou confusa

– Está com frio...

– Oh, tudo bem, não precisa, logo chegaremos...

– Mas eu quero – interrompi, ela corou violentamente e olhou para o chão, como se quisesse esconder seu rubor.

– Obrigada.


Eu não respondi. Fomos assim até chegar sua casa, estava como eu me lembrava ainda, a mesma casa de bonecas, toda branca com a porta vermelha e janelas marrons. Estava enfeitada com a típica decoração natalina, com luzes espalhadas e colocadas estrategicamente e enfeites temáticos. Passamos pelo caminho de pedras, cobertas pela neve e subimos a escada até a varanda de entrada, eu a tirei de meu abraço e ela parecia ter soltado a respiração.

– Bom...- ela passou a mão nos cabelos um pouco nervosa e olhou-me sem graça – obrigada.

– Tudo bem. – ela assentiu mais uma vez e se preparou para entrar, mas eu segurei o seu punho a impedindo. Ela olhou-me surpresa. – será que a gente pode conversar¿ - perguntei meio incerto de sua resposta e nada confiante, mas ali era “agora ou nunca”.

– Ok. Vamos entrar. – agradeci aos céus por ela ter me convidado, não queria ter aquela conversa com ela ali e ainda mais nesse frio.

Ela entrou em casa e pendurou o casaco no gancho ao lado da porta, tirou os sapatos e colocou o par de pantufas que haviam ali. Eu tirei meu casaco e tirei meus sapatos também, mas fiquei apenas de meia. Ela me guiou até a sala e me disse que pegaria café para tomarmos. Aguardei em torno de dez minutos sentado na sala e logo ela veio com a bandeja, pois sobre a mesa de centro e me serviu.

– Obrigado – agradeci, mas nem se quer toquei os lábios no café. Ela sentou-se no outro sofá, ficando de frente pra mim.


– Então...


– Eu não sei como começar essa conversa – fui sincero e ela pareceu entender, como se já esperasse algo de mim. – teve um motivo pra eu voltar esse ano.


– Hm.


– Eu voltei pra ficar de vez – esperei sua reação e fiquei satisfeito por ela arquear as sobrancelhas finalmente surpresa. – Eu vou larga minha carreira e vou assumir os negócios do meu pai aqui.


– Nossa isso sim é uma reviravolta. Imagino que seus fãs ficaram loucos – sorriu


– Talvez, mas eu preciso pensar em mim na minha felicidade.


– Bom, mas enquanto a sua música¿ não é mais feliz com ela¿


– Sou, por isso entrei em um acordo com meu pai. Iremos construir uma escola de música aqui, assim eu nunca vou deixar de fazer o que eu gosto.


– Isso é muito bom Sasuke, fico muito feliz por você – sorriu, verdadeiramente e pude sentir que ela realmente se importava comigo – mas o que lhe veio a mete para da esse rumo novo em sua vida, pois desde menino você sonhava em ser um astro..


– Eu sei, mas parece que somente depois nos damos conta das coisas que tínhamos quando perdemos. Eu já tinha tudo o que eu precisava, pena que só em dei conta depois. – ela baixou a cabeça – Sakura..


– Não...


– Olha pra mim – pedi, deixei a xicara de café de lado e segurei seu queixo, levantando seu rosto até eu pudesse olhar sem seus olhos. – eu voltei por sua causa, porque eu quero ficar com você, me casar com você ter filhos...


– Não, não diga isso – disse ela chorando e se levantando exaltada do sofá. – não me fala essas coisas, pois amanhã você pode mudar de ideia e eu não quero passar por tudo de novo quando você for embora.


– eu não vou embora, nunca mais vou te deixar – fui até ela e a abracei. Ela enterrou o rosto no meu peito e me apertou mais contra seu corpo, como se nunca quisesse me soltar. – me perdoa, por tudo, por te deixado, ter te magoado e não ter estado aqui com você quando mais precisou.


– E-eu não quero fala ma-mais disso – soluçou entre o choro


– Eu prometo que nunca mais vou te decepcionar, que vou me esforçar pra ser o melhor homem da sua vida. – ela se afastou brevemente de mim, para poder olhar em meus olhos.


– Você promete, que nunca vai me deixar¿

– Talvez se eu não tivesse ido embora, eu nunca notaria a mulher perfeita e maravilhosa que você é e eu seria louco de não está do seu lado pra sempre. – ela sorriu e nos abraçamos ainda mais forte. – eu te amo, sempre te amei, a cada segundo que fiquei longe, do seu cheiro, do seu corpo, da sua boca e sempre vou te amar.


– Me beija e não me solta nunca mais – quase de imediato eu olhei nossos lábios em um beijo cheio de saudade e ansiedade – eu te amo, eu sempre te amei, sempre – disse ela entre os beijos. A levantei em meu colo, sem parar nosso beijo tão apaixonado e cheio de amor.


Passamos a noite juntos, consumando e marcando um ao outro como se o mundo fora daquele quarto não existisse e eu duvidava de que algum dia eu iria matar a saudade que tinha dela. Tudo na vida é feito de escolhas e agora eu nunca tive tanta certeza de que fiz a escolha certa em esta com ela e eu sempre vou escolher ela, sempre...


FIM.



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