A Lua Cheia (HIATUS) escrita por Breh


Capítulo 18
Capítulo 18 - Idas e vindas




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Só então eu tomei alguns segundos do meu tempo, deixando de lado o meu desespero, para observar a expressão de incredulidade no rosto de Elena e Stefan, além de Tyler, que parecia estar prestes a vomitar.

— Me poupou do esforço de caçá-lo, Tyler. — Murmurou Klaus. — Bem-vindo à nossa reuniãozinha. — Sorrio inocentemente ao abrir os braços para o garoto que o fitava com ódio. — Não gosto de atrasos. — Rosnou ele, mudando de humor de repente.

Tyler avançou em sua direção como um raio, mas foi impedido pelo homem de jaqueta do exército, que, ao livrar-se da tarefa de segurar Stefan quebrando seu pescoço como um graveto, o deteve. Mas não por muito tempo. Logo livrou-se de seu agressor e partiu para o pescoço de Klaus, com as garras afiadas brilhando. Klaus, prevendo seu ataque, esquivou-se com agilidade e quebrou seu braço atrás das costas. Ele arfou, mas não pareceu se importar muito. O outro homem surgiu logo atrás de Tyler e enfiou um pedaço de galho em suas costelas, girando e torcendo como se o garoto fosse feito de geleia.

— Por que ela? — Perguntou entredentes.

— Ela pode ir embora daqui, se quiser. — Respondeu, dando de ombros. — Quer voltar para ele, Caroline? —

A moça balançou a cabeça negativamente.

— Ele a hipnotizou! — Gritou Elena.

Klaus riu e, largando Tyler, aproximou-se de Caroline e eu, e tirou uma mecha de seu cabelo loiro do rosto. Quase fora um gesto carinhoso. Quase. Ao percorrer um dedo carinhosamente pela sua face, olhou dentro de seu olhos e disse que a loira podia ir embora, se quisesse. Ela assentiu, mas não se moveu. Presunçoso, ele virou-se e encarou cada um dos presentes com o sorriso sinistro nos lábios.

— Viram? — Ele deu de ombros. — Agora podemos prosseguir com o ritual e poderei ir embora dessa cidadezinha deprimente. —

Ele fez sinal para Caroline e ela me pressionou contra uma árvore do lado oposto de Jacob, Elena e Sophie. Colocou meu braços para trás bruscamente e o amarrou em torno do tronco da árvore. Tentei mover as mãos, mas as cordas estavam muito apertadas e parecia que iam separar minhas mãos do resto do meu corpo se eu me mexesse muito. Observei Elena tentando argumentar com Caroline, mas estava sendo ignorada.

— Kol. — Klaus chamou atenção do outro cara e apontou para Stefan e Damon desmaiados no chão.

Assim que todos estávamos amarrados, incluindo o bobalhão do Tyler, Klaus apanhou seu livro empoeirado do chão e o folheou brevemente. A mulher de dreadlocks, que estava tão quieta no canto que até esqueci que estava presente, aproximou-se do homem e pegou o livro de má vontade. Começou então a pronunciar palavrar em língua estrangeira de uma maneira estranha. Sem parar de ler, desembainhou uma faca de prata e segurou em cima do livro. Klaus aproximou-se e apertou a lâmina na mão, deixando seu sangue escorrer sobre as páginas. O fogo nas tochas queimou com mais intensidade, as chamas azuis elétricas dançando alto. Meu coração batia tão forte no meu peito que pensei estar prestes a sair pela minha boca. A mulher parecia cantarolar, assim como Caleb fizera na livraria comigo.

Senti uma chama queimar dentro de mim, bem no meu peito, tão fraca que era quase imperceptível. Aquilo me deu desespero e comecei ofegar, puxando ar para os meus pulmões com toda minha força. Todas aquelas palavras ecoavam na minha cabeça e minha visão ficava borrada cada vez mais. Meus ombros doíam, assim como meus pulsos amarrados com força sobrenatural.

— Para! — Gritei.

Parecia que eu estava dentro de um sino gigante que badalava uma vez em um intervalo de dez segundos. Nunca ficava silencioso; Quando não era o sino, eram os gritos das outras pessoas amarradas nas árvores. Vi Damon acordado através da visão borrada, Klaus andava em círculos, a mulher não parava de ler o livro em voz alta. Mais gritos. Outra badalada do sino. Uivos.

Uivos?

Arregalei os olhos na tentativa de enxergar melhor, esticando o pescoço para todos os lados em busca da origem dos uivos. Por um momento tudo ficou silencioso. O farfalhar das folhas ao redor fez Klaus ficar ainda mais inquieto.

— Não pare de ler! — Berrou para a mulher.

Ela voltou a ler, dessa vez com mais rapidez. O sino badalou muitas vezes seguidas. Minha cabeça estava muito perto de explodir. Bati a cabeça contra o tronco da árvore algumas vezes seguidas, mas não obtive resultado. O ar me faltava. A chama imperceptível tornou-se insuportável, como se eu fosse entrar em combustão espontânea. A dor era real e eu estava queimando de dentro para fora. Senti minhas unhas sangrarem ao arranhar a casca da árvore em agonia. Finalmente meu ar se esvaiu por completo.

A dor cessou de repente, mas eu era incapaz de me mover. Eu estava suando e ofegando, mas agora era capaz de pensar. Só notei que estava de olhos fechados quando os abri e tive uma visão nítida de muitos lobos. Rosnados, grunhidos e gritos estavam em todo o lugar. Senti algo bater no meu pé e me encolhi ao ver que era uma cabeça humana. Uma cabeça humana com dreadlocks. Prendi a respiração e olhei para trás, bem a tempo de sentir a corda em meu pulso se afrouxar e se soltar. Senti que meu braço estava enferrujado quando o estiquei em frente ao meu corpo, fazendo um alongamento rápido. Esfreguei as mãos nos pulsos e gemi, estavam com cortes profundos.

— Você está bem? — Uma voz rouca perguntou.

Olhei para cima e Jacob esboçou um leve sorriso. Assenti, incapaz de falar. Escorei-me na árvore para tomar impulso para levantar e cai em seus braços, sentindo o cheiro de seu perfume amadeirado misturado ao suor e sangue, sua temperatura quente tão familiar. Naquele momento, com meus braços em volta de seu pescoço, senti que tudo daria certo. Jake afastou-se um pouco de mim e aquele pequeno gesto quase me machucou, se ele não tivesse me beijado logo em seguida. Pareciam segundos, mas tudo aquilo durou tempo demais e havia outras coisas acontecendo bem ao nosso redor.

Cinco lobos, incluindo Sam, cercavam Klaus. O homem dava passos cautelosos para trás, seus olhos amarelos brilhavam e sua fileira de dentes enormes e afiados rosnavam, desafiando os outros. Seus lábios repuxados para trás davam a impressão de um sorriso. Tive medo pelos outros. Um vulto passou por mim e se jogou em cima dos lobos, quase conseguindo quebrar o pescoço de um deles, mas Klaus correu para a direção aposta, atraindo a atenção de todos. Uma distração para sua fuga. Quase contrariados, se contentaram em jogar Caroline para longe e, ao passarem correndo para perseguir Klaus, afundaram suas patas na moça. De longe pude ouvir o som de ossos sendo quebrados.

— Vou com eles, Ness. Fique aqui! — Disse Jacob, dando ênfase nas últimas palavras.

Logo ele estava em sua forma de lobo e corria para longe em quatro patas. Damon, Stefan e Tyler não estavam mais presentes. Sophia estava desacordada em um canto afastado, provavelmente sem vida. Elena ajoelhava-se ao lado de Caroline inconsciente e chorava. Resolvi não me meter, apenas me uni as sombras e segui os passos de Jake.

Por mais que minha velocidade fosse sobre-humana, não era mais rápida que lobos e logo perdi o rastro deles. Curvei-me com as mãos nos joelhos para tomar fôlego e gritar mentalmente comigo mesma por ser metade humana.

— Quer uma carona, magrela? —

Quase cai de joelhos ao ouvir aquelas palavras. Voltei a ficar na posição ereta e, lentamente, virei-me para trás para ter certeza que meus ouvidos não estavam me enganando. Porém lá estava ela. Seu cabelo curto bagunçado, moletom cinza e uma carranca. Meu coração parou.

— Leah! — Sussurrei, incrédula.


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Notas finais do capítulo

Estamos há apenas alguns capítulos do fim da fanfic, pessoal. Já estou com saudade.



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