Os Opostos Se Atraem? Quem Sabe... escrita por Bia


Capítulo 19
Capítulo XIX - Passeio em Família!


Notas iniciais do capítulo

Yo, Minna-San! Quem é vivo sempre aparece neh... Então, cá estou, postando mais um capitulo... Que demorou muito para sair, mais lá nas notas finais vocês vão entender o porque!
Poxa... Eu estou feliz, mais muito feliz mesmo! Adivinhem o porque. Quem adivinhar ganha um abraço, brink's.
GANHAMOS MAIS DUAS RECOMENDAÇÕES!
Sim, um salve para Helena Marie, por escrever uma recomendação super kawaii, que fez a Bia-Chan aqui ficar pulando pela casa que nem uma doida!! uaheuahaeaueh/sem comentários...
Agradecimentos também para a Clarinha!! Que teve a santa paciência de recomeçar a fanfic toda, leu capitulo por capitulo e mandou um review super legal em cada um! Sério amei a recomendação, fez a Bia-Chan aqui ficar cantando músicas idiotas e passar a cada dia super feliz!
Agradeço as duas, super fofas, sério, não sabem o quanto mudaram meus dias com tantas recomendações, afinal, quem diria que essa fic, chegaria a 5 perfeitas recomendações??!
Obrigada a todos os reviews que mandam e a todos que escreveram recomendações cada uma mais bela que a outra! *-*
(em comemoração as 5 recomendações, um capitulo mais alegre! Pedido ouvido, Clarinha, espero que goste)
Boa Leitura!!! *-*
PS: ouçam uma música mais animada para este! õ/



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~~Capítulo XIX -  Passeio em Família!~~

~~No Capítulo Anterior~~


Todos sentiram um vento gelado passar e se arrepiaram... Aquilo... O que aquela garota acabara de falar... Fora tão tocante e eles sentiam que talvez o espirito daquele homem tivesse tocado no coração daquela garota.

–E depois disso... – Sussurrou Sakura enxugando as lágrimas quentes – Ele...

Ela puxou um pouco de ar para seus pulmões e o soltou lentamente com uma expressão triste. Konoha inteira se remexeu em um jeito apreensivo. Quando a garota abriu a boca, sua voz soou em um tom extremamente triste e sem vida:

–Morreu.


~~AGORA~~


Riki lançou um sorriso de canto para a garota de cabelos rosados e riu baixinho. Hinata junto a Tsunade fizeram carinho nas costas de Itsuke, pois a mulher estava quase morrendo de tanto que chorava. Os Uchihas - principalmente Sasuke – olhavam para Sakura com os olhos arregalados, a pele pálida demostrava o quanto aquilo tinha sido assustador. Ino encarava a melhor amiga espantada, por Kami, como ela fora tão... Desligada! Para chegar ao ponto de não perceber a dor da Haruno?

Sakura sentia um vazio enorme dentro de si. Falar aquilo até tinha sido bom, mas ela tinha medo, medo do que aconteceria quando saísse dali, medo da solidariedade das pessoas, ela não queria aquilo, queria ficar “na sua”, sofrer sozinha! Odiava os olhares que estava recebendo.

Pena

Às vezes, isso é tudo o que nós não queremos receber. A Haruno tinha passado tanto tempo sofrendo sozinha, tanto tempo isolado seus sentimentos do mundo... E agora tinha isso? Konoha inteira... E talvez logo o mundo inteiro estaria sabendo daquele drama de uma jovem adolescente.

Suspirou pesadamente, o que não daria para ter uma vida normal? Para ser apenas mais uma garota na multidão? Daria até mesmo a própria vida para que Haruno Hideki estivesse vivo!

Mas não, ela era Haruno Sakura, ao qual na infância tinha sofrido de uma forma bem cruel. Seu coração tinha sido despedaçado em pequenos pedaços e de um jeito que parecia não ter conserto.

Primeiro, a morte do pai, ao qual ela amava demais, depois a ida de Yamanaka Ino, e para terminar perfeitamente e com chave de ouro, Sasuke a abandonou, no momento que ela mais precisaria de um ombro amigo, ele a deixou, no momento em que ela contava com ele, o moreno virou as costas para ela.

O porquê tinha virado amiga dele novamente?

Era essa a pergunta que ela fazia a si mesma. Talvez pelo fato de que tivesse visto sinceridade nos olhos do Uchiha? Ou seria pelo seu estado emocional? Ou talvez só havia feito isso para que seu coração parasse de mostrar ela pequena...? Para que o próprio coração se acalmasse?

Sakura não sabia a resposta, por mais que procurasse por ela, não a achava. Cerrou os punhos e fechou os olhos. O que era aquilo? Porque Sasuke fazia a sofrer tanto assim? Há alguns dias atrás ela o odiava com todas as forças e agora voltara a ser amiga dele! Mais que diabos estava acontecendo consigo mesma?

Balançou a cabeça para os lados, aquilo não era hora para pensar nesse assunto. Agora tinha de se concentrar em pensar o que faria sobre os olhares piedosos que lançariam para ela nas ruas. Pelos cochichos que escutaria ao passar e...

Hinata.

Estava se concentrando tanto em sua dor que esquecera a amiga! Com o pai no mesmo estado que Hideki havia ficado... E o pior de tudo, a Haruno tinha medo da Hyuuga ficar que nem ela: fria, sem sentimentos... Não, isso não iria acontecer! Se dependesse de Haruno Sakura, Hinata pararia de sofrer!

Foi nesse momento que a rosada lembrou-se de uma frase que Haruno Hideki havia falado.

~~x~~

A brisa movimentava os cabelos rosados da garotinha de oito anos que caminhava saltitante pelo parque. As pétalas de cerejeiras com suas cores rosadas caiam numa sincronia que lembrava uma dança, a pequena segurava a mão de seu pai que sorria de forma docilmente para ela.

–E então, Saky-Chan – Pronunciou ele a pegando no colo – Sua Okaasan me contou que você arranjou um amiguinho, isso é verdade? – Quis saber.

–Hai! – Respondeu com os olhos brilhando – O nome dele é Sasuke, Uchiha Sasuke! A gente se conheceu aqui no parque! E ele é muito amigo meu, Otousan! – Abriu um sorriso de orelha a orelha.

–Legal. – Murmurou o homem sério – E ele tem que idade? – Perguntou num tom meio irritado. Não admitia que sua flor de cerejeira andasse com garotos, por mais que fosse criança. Mesmo não admitindo, Hideki era um tanto... Ciúmento.

Sakura notou o olhar emburrado do pai e, como não era nada boba notou os ciúmes dele. Começou rir de uma forma infantil e fofa e apertou as bochechas do Haruno. Depois com um sorriso falou:

–Otousan, não fica com ciúmes! O Sasuke tem minha idade, e a gente é só amigo, seu bobo!

–Bom mesmo, se esse rapazinho fizer algo com minha cerejeira, é bom ele saber que vai estar morto! – Exclamou com os orbes verdes-jades pegando fogo em modo de determinação, fazendo assim a rosada rir mais ainda.

–Esperem vocês dois! – Exclamou uma voz feminina ofêgante – Hideki! Sakura! Não estão me ouvindo?

–A Okaasan parece brava... – Comentou a garota olhando pelos ombros do pai, a mulher de cabelos rosados que corria com uma cesta para se aproximar deles.

–O que você esperava? Nós dois saímos de casa sem esperar ela... – Falou o Haruno sorrindo amarelo – Itsuke-Chan! – Exclamou ao ver a mulher se aproximar – Você fica uma gracinha suada! – Observou.

Sakura riu daquilo, pois a mulher tinha lançado um olhar mortal para o homem e trincado os dentes, com passos pesados se aproximou dele e lhe deu um tapa forte no braço direito.

–Haruno Hideki e Haruno Sakura! – Exclamou furiosa.

–Ah não... Falou nossos nomes completo... Sakura, a coisa tá feia para nosso lado... – Sussurrou pondo a garota que ria no chão.

–Haruno Hideki, como ousa sair de casa sem me esperar? Que parte do: “Passeio em família” O senhor não entendeu? – Perguntou com os olhos semicerrados.

–Itsuke-Chan... Você estava demorando demais... – Respondeu em voz chorosa – Então como eu e a Saky-Chan estávamos entediados, resolvemos vir logo...

–Hideki! – Exclamou Itsuke irada – Eu devia estar demorando por que... Ah, não seria pelo fato de eu estar guardando a comida dentro da cesta? Pegando um ou dois brinquedos da Sakura? Pegando a manta que vamos colocar no chão, para as formigas não nos picarem? – Perguntou sarcástica – NÃO É MESMO?

–Ah... – O Haruno coçou a cabeça – Então era isso... – Sorriu de orelha a orelha amarelo. – Gomen nasai... Não foi minha intenção... Minha cerejeira...

–Não fique me cantando! – Ralhou ela irritada – Isso não vai funcionar! E quanto a você, Haruno Sakura. – Olhou para a filha que se escondeu atrás do pai – Você está... – Sua voz morreu – Ah, deixa para lá!

–Gomen, Okaasan... – Sussurrou Sakura de modo fofo – E... Culpe o Otousan! Foi ideia dele sair antes! – Exclamou apontando para o Haruno que a fitou com indignação.

–Saky-Chan! Achei que você ficaria do meu lado! – Protestou.

Itsuke riu diante da cena, Sakura sorria sem graça e Hideki tinha os braços cruzados em frente ao peito.

–Vamos logo! – Disse a pequena pegando nas mãos dos pais e começando a andar saltitante e sorrindo de orelha-a-orelha.

Os três caminharam até um local mais afastado do parque, ele era repleto de árvores de cerejeiras e outros diversos tipos, as cores de suas flores variavam, iam de amarelo chamativo para um vermelho escuro, um verde-musgo para um roxo-claro.

Sakura correu para debaixo de uma árvore com flores bem rosadas. A planta se destacava das demais por demostrar que ela já existia a um bom tempo, suas flores brilhavam reluzentes aos raios do sol e lhe davam um aspecto jovial, seu tronco forte dava um ar maduro, seus galhos balançando ao vento faziam parecer que era frágil o que fazia uma nostalgia um tanto agradável.

Os Harunos logo se instalaram debaixo daquela árvore de cerejeira. Itsuke colocava a manta para forrar o chão e Sakura ajudava o pai a pegar os lanches preparados por sua mãe.

Em menos de cinco minutos a garotinha estava correndo feliz com Hideki atrás de si em uma espécie de pega-pega. A mulher apenas observava aquilo sorrindo alegremente.

–Volte aqui! – Exclamou o homem correndo atrás da pequena – Eu sou um monstro e vou te pegar! – Fez a voz ficar um pouco grossa.

–Então venha! – Provocou a rosada rindo – Vamos ver se esse monstro é forte e rápido! – Dizendo isso ela saiu correndo para trás das árvores.

–Cuidado, ela pode se machucar. – Comentou Itsuke rindo – Sakura, não vá longe! – Exclamou para a filha.

–Oh, mais que garotinha irritante! – Falou o homem com a voz de “monstro” – Vai ser tão fácil pega-la... – E se pôs a ir atrás da filha – Eu estou com fome, quero comer, se não achar a garotinha vou morrer! – Brincou.

Sakura saiu de trás de uma árvore e Hideki percebeu que ela estava séria e seu olhar preocupado. O homem se aproximou dela e a mesma permaneceu no mesmo lugar com o cenho franzido.

–Olha, achei o meu almoço! – Exclamou em tom divertido.

–Otousan... – Ela sussurrou com lágrimas nos olhos.

–Sakura? – Ele parou – Saky-Chan é só uma brincadeira! Não vou comer você, sua boba! – Comentou pegando-a no colo e a girando no ar – Jamais faria isso com você!

–Otousan... O senhor disse que... – Ela fungou – Ia morrer...

O Haruno fitou a filha surpreso e depois caiu na gargalhada.

–Eu, morrer? – Perguntou e ela assentiu – Não Saky-Chan! Foi uma brincadeira! Não chore minha flor! – Pediu a abraçando – Seu Otousan sempre vai estar com você, ok?

–Promessa? – Perguntou esticando o dedo mindinho – promessa de do mindinho?

–Hai, promessa de dedo mindinho! – Exclamou juntando o dedo com o da filha que secou as lágrimas e sorriu – Agora não chore, se não a Itsuke-Chan vai me bater... – Sussurrou, fazendo a garota começar a rir.

–Hai, Otousan! – Exclamou sorrindo.

–Agora, depois dessa correria toda, que tal ia comer algo? – Perguntou o homem pondo a filha no chão, que somente assentiu – Então, vamos!

Os dois caminharam até onde Itsuke estava. A mulher lia um livro e nem notou a presença deles. Hideki olhou cumplice para a filha que retribuiu o olhar e ambos sorriram de canto.

O homem apontou para a mulher e fez uma sequencia de movimentos com as mãos, formulando um plano. Quando terminou olhou para a pequena e num sussurro perguntou se ela tinha entendido. Sakura balançou a cabeça em forma de sim e os dois abafaram uma risada maligna.

Primeiro o homem se aproximou da mulher, ficou atrás da mesma sem que ela notasse, suspirou e num sussurro falou:

–Atrás de você.

Os cabelos da nuca da Haruno ficaram de pé e a mulher adquiriu uma cor pálida, tentou ficar em pé num grito, só que Hideki fora mais rápido e tampou os olhos dela com as duas mãos.

–Me larga ou vou chamar meu Marido! – Exclamou Itsuke em pânico.

O homem segurou o riso e com a cabeça indicou para que Sakura se aproximasse. A garota meio hesitante começou a andar. Não era muito legal ver sua mãe assustada daquele jeito. Quando chegou pertos dos pais, o Haruno sussurrou para a garotinha se esconder atrás de uma das árvores e lhe entregou algumas bexigas com água.

Ele suspirou e lentamente contou até três.

Quando a contagem terminou, saiu correndo o mais rápido possível para perto de Sakura e se jogou sobre os arbustos, assim se escondendo. A pequena olhou confusa para o pai e o mesmo somente sorriu de canto enquanto pegava uma bexiga amarela cheia de água e mirava em Itsuke.

–O que o senhor vai fazer, Otousan? – Perguntou Sakura confusa.

–Olhe bem. – Respondeu determinado.

Itsuke mal tivera tempo de processar o que lhe tinha acontecido, pois em questão de segundos que a tal pessoa destampara seus olhos e fugira, a mulher de cabelos rosados, de olhos arregalados notou um objeto amarelado vindo em sua direção.

Ela engoliu em seco e reprimiu o grito e choro, se fosse para morrer ali, não queria despertar a atenção de Hideki e Sakura que deveriam estar correndo pelo parque.

Fechou os olhos e se lamentou, não queria deixar seu amado que embora parecesse virar uma criança ao lado da filha, era uma ótima pessoa. Não queria que sua Sakura, tão indefesa e frágil ficasse sem mãe.

Com os olhos marejados, Itsuke apertou as pálpebras umas contra as outras, se fosse pra morrer, não chamaria a atenção das pessoas mais amadas a sua volta, não mesmo.

Foi então que o objeto cor amarelo chocou-se contra sua canela e...

–Isso é água?! – Perguntou ofegante, os últimos segundos pareceram passar em câmera lenta – Mais... – Foi então que a rosada percebeu o plano do homem e da filha – Sakura, Hideki, o que estão fazen... – Foi cortada, pois outras bexigas foram atiradas de trás de uns os inúmeros arbustos dali.

Sakura ao ver que a mãe estava bem começou a atirar as bexigas cheias de água na mulher. Hideki sorriu e fez o mesmo. Itsuke conseguiu se proteger e correr até a cesta, da onde tirou algumas bexigas e atirou na filha e no marido que tinham saído de seu esconderijo.

–Vocês me assustaram! – Exclamou ela rindo.

–Era essa a intenção! – Disse o homem sorrindo e jogando mais e mais bexigas. - Tinha de ver a sua cara Itsuke-Chan: “Aí meu Kami, vão acabar comigo!” – Fez voz fina.

–Isso não tem graça! – Disse a ríspida e mirando as bexigas em Hideki, que ria.

–Okaasan, o Otousan tem razão! – Falou Sakura rindo – A senhora ficou engraçada...

Itsuke fez bico e virou a cara emburrada. Sakura notando isso correu para abraçar a mãe e pedir desculpas, Hideki também fez isso e ambos se abraçaram.

–Nunca mais façam isso... – Pediu a mulher de cabelos rosados – Me assustou...

–Só queria relembrar os velhos tempos, Itsuke-Chan. – Sussurrou Hideki com uma risada rouca – Saky-Chan, era assim que eu e Itsuke-Chan costumávamos brigar. – Contou para a garota – Só que...

–Os estragos eram maiores do que uma simples roupa molhada. – Concluiu a mulher abafando o riso.

–Okaasan e Otousan deviam ser bagunceiros então... – Comentou a pequena pensativa – Não é?

–Saky-Chan, você acertou! – Confirmou Hideki sorridente.

–O que o Otousan fazia, Okaasan? – Quis saber enquanto os três se sentavam em cima da manta colorida.

–Vejamos... – Itsuke pôs o polegar no queixo enquanto pensava – Costumava fazer brincadeiras de jogar bexigas com tinta em mim...

–E você colocava queijo estragado na minha mochila. – Murmurou o Haruno sério – Quando dava por mim, até eu estava fedendo. – Fez uma careta.

Então, os dois começaram a discutir sobre o que faziam um ao outro quando adolescentes, Sakura ria com as histórias dos pais, que faziam o mesmo ao se relembrar do quanto eram bobos.

–E lembra daquela vez, em que eu tinha rabiscado toda a sua lição de casa, aí você foi tirar satisfações comigo? – Perguntou Hideki para a esposa.

–Ah sim. – Respondeu ela ao se lembrar – Você riu, mostrou língua e deu de ombros. E eu morrendo de raiva peguei e te dei um soco no rosto... – Abafou o riso e fixou o olhar na bochecha direta do marido.

–E que soco... – Sussurrou ele para a filha – Acho que sei da onde você tirou uma força incomum, Sakura-Chan... – Observou, fitando Itsuke.

–E o que aconteceu, Okaasan e Otousan? – Quis saber a pequena, ainda rindo da observação do homem.

–Ah... – Suspiraram os dois. Hideki fez cara de riso e Itsuke ficou séria.

–Na mesma hora... – Começou a mulher – Na mesma hora em que eu dava um soco no rosto dele... Jiraya-Sama, diretor do colégio estava passando... – Ao ouvir aquilo a garota de cabelos rosados arregalou os olhos.

–Na mesma horinha, Okaasan?

–Hai, Saky-Chan. – Ele lançou um olhar reprovador para o homem, que ria em silêncio. Ele ao notar o olhar da esposa ficou quieto.

–Jiraya-Sama?

–Sakura, aquele homem que falou com a gente no outro dia. – Disse o Haruno – Ele é diretor da melhor escola de Konoha e também escritor de livros.

–Livros? Eu posso ler um desses livros, Otousan? – Perguntou com os olhos verdes brilhando.

–Não! – Respondeu Itsuke imediatamente – Não são livros legais... – Comentou coçando a nuca – Você não iria gostar dos livros dele... – Ela estava corada ao extremo, os livros de Jiraya geralmente eram... Pervertidos.

A pequena fez expressão tristonha, ela - embora fosse nova demais – amava ler. Se pai sempre trazia livros novos para ler, não importava o gênero: ação, comédia, aventura, romance, drama... Qualquer um, ela lia cheia de entusiasmo. Então, saber que estava proibida de ler um livro, era como uma facada no coração da jovem.

–O que aconteceu depois...? – Perguntou num tom triste.

–Fomos para a diretoria. – respondeu o homem sério – Jiraya-Sama mandou um canhão de sermões para Itsuke-Chan, mas acho que só fez isso, pois havia um Uchiha ali.

–Hãn? – A garota olhou confusa para os dois.

–Desde a formação de Konoha, há tempos – Começou Itsuke – Os Uchihas são muito importantes e respeitados. Naquele tempo, quem estava lá na sala do diretor, era o pai de Uchiha Fugaku, ele junto a Uzumaki Minato eram melhores amigos do seu pai, o trio encrenqueiro.

–Só que Minato era o mais esperto, Fugaku não ficava atrás e eu... Bem, sempre fui o mais arrogante de todos. – Ele sorriu de uma forma que todos os dentes brancos apareceram – Jiraya, geralmente ia elogiar a bravura da Itsuke-Chan e repreendê-la de uma forma fraca, mas como havia um Uchiha ali, ele foi duro...

–E como foi duro! – Exclamou a mulher fazendo bico – Deixou eu e seu pai de suspenção... Tivemos de arrumar o refeitório e... Acabamos numa guerra de comida, onde eu saí toda suja de mostarda e maionese e Hideki de Ketchup – ela riu.

–Ah foi... E depois eu percebi que estava começando a gostar da Itsuke... – Fitou a Haruno – E descobri que ela sentia o mesmo por mim... Então, namoramos e com o tempo nos casamos e aí... – Olhou para Sakura sorrindo – Itsuke ficou gravida de você!

–Hai. – Concordou ela – E alguns meses mais tarde, nasceu o fruto do meu amor com Hideki! – Ela sorriu.

Sakura corou e seus pais a abraçaram com força e ambos riram disso, os três eram tão felizes que... Nem parecia ser real, com os Harunos não existiam dias ruins ou maus, fazia chuva ou sol, calor ou frio, os três estavam com um sorriso no rosto não importando a situação.

Passou-se alguns minutos, enquanto Itsuke terminava de arrumar o lanche deles, Hideki chamou a filha para mais perto e disse:

–Então Saky-Chan, vamos falar um pouco sobre seu amiguinho... Sasuke?

–O que tem o Sasuke-Kun, Otousan? – Perguntou se sentando ao lado do homem.

–Ele é filho do Fugaku, não é mesmo? – Ela assentiu – Hum... – Fez-se um minuto de silêncio – Cuidado. – pediu a fitando intensamente.

–Com o que, Otousan? – Perguntou a garota abraçando as próprias pernas, odiava quando o Haruno a olhava assim – O Sasuke-Kun é boa pessoa... Às vezes um pouco calado, mas é legal...

–A família Uchiha é conhecida por ser orgulhosa. – Explicou o homem calmamente – Isso é desde o nascimento desta família, todos que tem sangue Uchiha são assim. E eu sei o que falo, afinal, estudei com Uchiha Fugaku desde pequeno. Então, cuidado, como eles dizem: não pise na bola com nenhum deles ou... Sua vida vai estar acabada, pois farão de tudo para transforma-la num inferno.

A garota olhou espantada para o pai. Sasuke nunca faria algo assim com ela... Ou faria? Não. O Uchiha, embora fosse as vezes meio caldo, não seria mal de fazer alguma contra ela, não mesmo.

–Não se preocupe. –Disse Hideki sorrindo – Se eles fizerem algo contra minha cerejeira, eu acabo com todos! Um por um! – Exclamou, seus olhos pegavam fogo de determinação, fazendo assim Sakura rir.

–Confio no senhor, Otousan. – Ela comentou sorrindo com os cantos da boca.

–Arigatou. – ele sorriu.

Passou mais alguns minutos em silêncio e, novamente Hideki chamou pela filha.

–Saky-Chan?

–Hai?

–Você é amiga mesmo desse Sasuke?

–Hai. Eu sempre posso contar tudo para ele e ele para mim. A gente brinca... Diverte-se... Brinca... Canta músicas que gostamos... Brincamos... Tudo que melhores amigos fazem, Otousan! – Ele deu uma pausa e depois perguntou – Porque quer saber isso?

–Nada não. – Só que não se esqueça: A amizade é uma alma com dois corpos.

–Como assim, Otousan?

–Vejamos como explicarei isso... – Começou ele coçando o queixo – Todas as pessoas nesse mundo precisam de alguém, para desabafar, rir, abraçar, essas coisas. Ninguém consegue viver uma vida solitária, e mesmo que viva, sente-se deprimido, solitário, sem animo para fazer nada... Sente-se num abismo, pois não pode contar com alguém... Entende, Saky-Chan?

–Mais ou menos, Otousan...

–Você tem ao Sasuke e a Ino para desabafar e sorrir, eu tenho a Itsuke-Chan... Todos nesse mundo tem ao menos alguém com quem pode contar. Às vezes, passamos tempo demais atrás de algum amigo, e sem nos darmos conta, não percebemos que ele pode estar bem próximo da gente... – Ele sorriu amarelo – Isso é o caso de mim e sua mãe, eu procurava alguém com quem pudesse pensar: “Ao menos eu sei que ela vai sentir minha falta...”, e sem que eu me tocasse, embaixo do meu nariz existia Itsuke.

–Entendo... Mais aonde o senhor quer chegar com isso? – Sakura estava ficando confusa com aquilo.

–Um laço de amizade – Falou o homem fitando as nuvens que se movimentavam lentamente – Tem que ser forte, ou então, ele será quebrado em segundos. A cada dia que se passa fica mais difícil formar laços verdadeiros, as pessoas estão se esquecendo de que a coisa mais importante numa amizade é confiança...

–Pois isso, Saky-Chan – Continuou ele - A amizade é uma alma com dois corpos. Pois são dois corpos diferentes, que tentam se completar em um laço forte e confiante, chamado amizade... Amigos verdadeiros não precisam viver grudados um ao outro, nem precisam gostar de tudo que o outro gosta, alguns melhores amigos vivem brigando, só que sempre estão ali com a gente, desde as melhores, até as piores horas.

Uma brisa leve balançou os cabelos da rosada e uma chuva de rosas começou a cair das árvores em movimentos sincronizados.

–Não se esqueça Saky-Chan. Um laço de amizade, se ele for resistente, não poderá ser quebrado tão fácil, agora se ele não for forte, será quebrado tão rápido quanto um tornado acaba com uma cidade em instantes.

–Hai! Eu não vou me esqueces disso nunca! – Exclamou a garota sorrindo.

–Hideki, pare de colocar essas coisas filosóficas na cabeça da menina! – Mandou a mulher ao longe – Sakura-Chan, não liga muito para o que seu pai diz, ele fala demais com Jiraya e por isso é meio lelé da cabeça.

–Eu não sou lelé da cabeça. Só porque ensino a minha filha o que vem desde o principio dos Harunos, não estou certo? – Fez uma careta feia – Saky-Chan, eu não sou doido, ok? Só sou mais um ser humano neste mundo que quer passar sua visão do mundo aos mais novos! – Murmurou ficando em pé.

–O senhor não é louco! – Falou Sakura – É o melhor Otousan do mundo. Que tem um jeito legal sobre o mundo e tem paciência para me repassar essa visão tão legal, por isso não fale isso, Otousan! – Assim dizendo isso ela o abraçou – Aishiteru, Otousan. – Sussurrou apertando mais o abraço.

–Aishiteru, minha Saky-Chan. – Sussurrou ele retribuindo a abraço da filha – E se esse Sasuke tentar algo ruim com minha pequena, pode me falar, para eu pegar esse garotinho e mostrar para ele que com os Harunos não se mete! – Avisou com um tom calmo, porém severo.

–Hai! – Concordou a garota rindo.

–Terminei! – Gritou Itsuke feliz – Vamos comer pessoal, Hideki, Sakura, se aproximem, tem o lanche preferido de cada um, feito especialmente pela Itsuke-Chan aqui! – Disse alegre.

–Sua mãe nunca foi muito boa na cozinha... – Sussurrou enquanto caminhava com a filha no colo – Mais quando se casou comigo, fez um curso de culinária e, bom... Até hoje, não são tantos estragos... Comidas queimadas... Acho que uns trinta por cento...

–Mais a comida da Okaasan é boa. – Choramingou Sakura

–Claro que é Saky. Só que, ele vive refazendo a comida, pois a mesma sempre queima! – Ele riu – Não conte nada para ela, ou virarei uma sopa... – E riu mais ainda, acompanhado da filha.

–Otousan, você é bobo! – Comentou a garotinha rindo – Se a Okaasan pegar o senhor falando isso, é capaz de ela por você no ralador! – Sussurrou em tom sério e vendo que seu pai a olhava de olhos arregalados, disse rapidamente: - Brincadeira!

–Me assustou agora, Saky-Chan. – Comentou ele – Bom, esse assunto morreu, não quero virar ensopado de Haruno Hideki, afinal, acho que não tenho gosto bom... – E riu do próprio comentário.

–Só o senhor mesmo, viu! – Falou a garota rindo.

Faltavam poucos passos para se aproximarem de Itsuke, foi quando Hideki parou de andar e fitou a filha bem nos olhos e sussurrou:

–Sakura, não importa o que acontecer, nunca deixe de seguir algumas regras minhas. Estas são: Nunca, mais nuca seja egoísta ao ponto de ignorar os sentimentos das outras pessoas para poder completar algum objetivo seu.

A rosada assentiu.

–Outra regra: Sempre ajude alguém no que puder, seja um conselho, um pouco de comida, se você puder, ajude. E também: aprenda com as derrotas, não se deixe levar por ela. Pois é como dizem: Depois de uma derrota, costuma vir uma grande vitória.

–Hai. – concordou com ele.

–E também: Preste atenção nas atitudes das pessoas e não nas suas palavras, palavras são esquecidas, atitudes não. De que adianta eu falar que te amo, se, por exemplo, quando estivermos em público eu te ignorar? Atitudes valem mais que palavras, não esqueça.

–Ok!

–E por último, eu considero a regra Haruno mais importante: Sempre sorria, na pior situação sorria, mesmo que não tenha ninguém para te amparar sorria, pois assim você sem perceber terá amadurecido um pouco. Sorria, por saber que vai conseguir superar alguma coisa, sorria por ter tomado como exemplo e não tentar repetir o mesmo erro duas vezes, sorria... Está bem, Saky-Chan? Promete que sempre tentará seguir essas regras?

–Eu... – Ela memorizou tudo e abriu um enorme sorriso e disse: - Eu prometo! Prometo que seguirei as regras que o senhor me falou, ou pelo menos tentarei!

–Isso mesmo, assim que eu gosto! – Ele gargalhou e começou a andar para perto da amada – Itsuke, espero que tenha meu suco de uva preferido!

–Hideki, caso não tenha escutado, eu falei sobre o lanche de vocês preferido estar pronto, então, não é meio obvio que no seu lanche, vai ter suco de uva? Agora, pare de agir como uma criança! Que exemplo é esse que o senhor dá para sua filha? – Perguntou ríspida.

–Tudo bem Okaasan, O Otousan está brincando!

–Viu?! Até a Sakura concorda Itsuke, que não há mau nenhum em ser animado! – Gabou-se ele.

–Bah, vamos, sentem-se ou meu ramen vai esfriar e não vou conseguir comer a tempo. – Ordenou ela.

E assim fizeram, os três sentados numa tarde de sol ensolarada, comendo, brincando como uma família normal. A alegria presente e dominando-os por completo, fazendo rir até do vento balançando seus cabelos.

~~x~~

Sakura sorriu com a lembrança, era engraçado o jeito como Haruno Hideki se fazia de criança na frente de Itsuke para provoca-la e fazer a filha rir.

Só que seu sorriso desmanchou-se rapidamente ao olhar para a mulher de cabelos rosados, Hinata e Sasuke.

Ela não estava cumprindo nada do que prometera a seu pai. Nem ao menos tinha tentado sequer fazer isso. Na verdade, fugia das regras dos Harunos, se isolando cada vez, ficando mais solitária e fria, pisando nos sentimentos das pessoas sem se importar, só para cumprir seus objetivos... Ela, Haruno Sakura, com certeza, fora a pior pessoa do mundo durante os últimos anos, tornando-se alguém que em sua imaginação odiava, alguém que em seus pensamentos deveria não existir.

Suspirou pesadamente.

Ela então lembrou-se de uma fala de Hideki, isso foi um mês antes da morte dele.

Às vezes, sem que a pessoa note, ela se torna o que mais odeia, o que em seu raciocínio nem deveria existir. Sem que notemos, nos tornamos aquilo que não queremos, por isso devemos tomar cuidado, cuidado para não ferir, não magoar, não vacilar... Ou então, estaremos perdidos.”

Justo ela que dizia odiar o jeito de Uchiha Sasuke, de ser tão frio, orgulhoso, insano, em chegar ao ponto não se importar com os sentimentos dos outros, sim, sem perceber, Haruno Sakura era quase uma copia daquele que ela dizia odiar.

Ouviu Danzou pigarrear e olhar para ela e depois para Riki, Hinata e os Uchihas.

–Vamos continuar, acho que já está recuperada, não, Haruno Sakura?

Aquele tom... Era amável? Sakura mentalmente gargalhou. Danzou bonzinho com ela? Isso era novidade. Mas ao mesmo tempo em que isso a fazia rir, também a fazia querer chorar, agora era a hora, mais uma rodada iria começar e ela teria de ser forte, por sua mãe, por seu pai, pela amizade de Hinata e – em parte – de Sasuke, por todo o mal que ela andara fazendo.

Agora era a hora, lamentações, choro, nada adiantaria, faria aquilo por Hideki, sim, só assim garantiria salvar o orgulho do homem. Sakura levantou os olhos, sorriu de canto e confiante disse:

–Hai.

Agora era que começaria a verdadeira historia, o mistério seria revelado, pois ninguém ali sabia, mais o “assassino” de Hideki estava mais próximo do que eles pensavam e a vida da garota a cada palavra pronunciava estava cada vez mais em risco e ela caminhava para a morte.



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Notas finais do capítulo

Obrigada a cada review lindo, critico, sugestivos, etc. Vocês não tem noção do quanto me ajudam com isso (puts, pareço os caras do youtube '-')e claro, muito importante, a cada recomendação maravilhosa! *--* um salve para todo mundo que colabora para que a fic vá para frente!
E, tipo, me desculpem por ainda não ter respondido nenhum review do capitulo passado, o tempo não está deixando... Então, Gomen mesmo! Mais saiba que eu leio todos, e vou responde-los durante a semana, então, não deixem de mandar! *-*
Bom, é isso ae! Obrigado por me entenderem, Kissus, Ja nee e...
Reviews? *cara de pau on*
Ps: Agradeço ao Guilherme Araújo - Guilhermina-Baka - pela frase do Hideki-San "A amizade é uma alma com dois corpos.", Valeu Gui-Baka! Se não fosse por você o capitulo teria saído uma porcaria, já que a frase me inspirou '-', agradeço a minha coca-cola que me acompanhou nesta madrugada... E as leitoras kawaiis pelas recomendações)



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