Quando se levantaram, viram que estavam em uma sala velha, de alguma casa velha. Podia-se notar um relógio de pêndulo na parede com diversas teias de aranha em volta, os ponteiros estavam parados em três horas. Não havia nada além de uma mesa de madeira, e uma cadeira á frente dela. Enquanto observavam o ambiente, a porta atrás deles se abriu e fechou bruscamente por conta do vento. Os dois se viraram rapidamente para a porta, mas voltaram seus olhares para a mesa de madeira quando ouviram uma tosse forçada.

Correram os olhares sincronizados, medrosos e lentos até a outra parte da sala e deram de cara com Akuma, um ser grande com dois grandes chifres na testa. Ele segurava uma grande foice e estava vestido com panos pretos que se arrastavam no chão.

- Que prazer em vê-los – disse o horrendo. – pena que só sobraram vocês dois.

- Onde estão os outros? – Jack perguntou.

-Você sabe melhor que ninguém onde estão. Posso perguntar uma coisa? Você não cansa de fazer sempre o mesmo teatro? Não cansa de ser sempre a última escolha dela? – ele apontava para Pumpkin.

- Do que ele está falando? – A ruiva perguntou.

- Vou te dizer a verdade... você é uma inútil. Você nunca vai sair daqui.

- Hãn?

- Escute... você está em loop do tempo. Você sempre vai fazer as mesmas decisões e sempre vai terminar com aqueles loucos do Vale do Sete. Sabe por quê? Você é mais doida que eles. Olha, vou tentar explicar. Você é uma pessoa perigosa, assim como eu. Somos rivais e não podemos duelar aqui, e então eu te dou duas escolhas: você morre queimada, aqui comigo, e deixamos todos sem problemas. Ou você volta para a sua vida horrorosa de anti-depressivos sem se lembrar deste mundo. Mas você sempre escolhe a mesma coisa, volta para a sua vida, se mata e volta pra cá para me desafiar. Eu já estou cansado deste loop. Todos nós estamos e não temos poderes suficientes para parar isso. Só você tem... por isso não te quero aqui. Você é mais poderosa que eu, mas não sabe disso.

- Na verdade eu descobri um jeito. – Uma voz fina e um pouco desabilitada invadia os tímpanos de todos e um ser pequeno com uma asa quebrada, mancando, aparece no lugar. Era Litti, ofegante e quase caindo no chão.

- O QUE? O QUE FAZ AQUI?! – Gritou Akuma que logo pegou sua foice para acertar nela. Para Pumppump, aquilo não fazia parte do plano, não era para Litti estar ali. Isso era um indício de que tudo poderia mudar.

Litti o olhou com raiva, abaixou a cabeça e estendeu seu braço em direção á ele. Depois de uns segundos, levantou a cabeça e girou a mão em sentido horário, dizendo algo em élfico, e Akuma desapareceu. Litti caiu no chão e Pump ajoelhou ao seu lado.

- Ele não vai sumir por muito tempo – disse a pequena com dificuldade. – Escuta, tem um objeto em algum lugar de todos esses que vocês passaram que pode te ajudar. Ele pode estar aqui ou no começo, no segundo cenário... eu não sei, mas você tem que destruir ele no lugar em que desejava ficar. Assim o loop estará acabado por todo sempre. Corra...

- Você vai ficar bem? – Pump dizia chorando e passando a mão em sua bochecha.

- Vá logo. – Litti fechou os olhos.
 
 

A ira tomou conta de Pumpkin. Ela pegou um pedaço de madeira e chutou uma porta, dando de frente para o Vale do Sete. Continuou andando.

- Ei, onde vai ? –Jack perguntou. Sem resposta.
 

Pumpkin saiu correndo em direção ao início, e chegou rápido.

Todos se assustaram com os olhos cor de sangue de Pump, que estavam com a pupila dilatada por uma razão desconhecida. Parte de sua roupa estava rasgada e sua boca, braço e perna sangravam. Acabara de lutar com as caveiras enquanto corria. Estava totalmente descabelada.

Procurou pelo ambiente todo por qualquer objeto que lhe fizesse ter alguma lembrança. Puxou o pano da mesa e fez com que todos os copos e pratos se quebrassem. Estava a maior confusão. Pumppump ouviu um miado e olhou para o chão. O Gato de olhos roxos brincava com um pedaço de palha, e assim ela se lembrou do objeto triangular que tinha visto no bolso de Scare. 

 A garota imediatamente subiu na mesa indo em direção á Scare, o jogou no chão e arrancou o objeto de seu bolso. Quando conseguiu pegar, apertou o pequeno diamante e fechou os olhos pensando no que decidir. Porém, seus pensamentos foram interrompidos quando sentiu algo passar por sua mão e pegar o diamante.

- Não pode fazer isso! – Jack colocou o diamante na cartola.

- Ora, me dê! Não pode brincar com a minha vida! Preciso voltar para a minha vida normal, cansei dessa maluquice!

- Você... não... pode me deixar de novo, Pump. – Jack começara a chorar – eu... amo você. Não quero te perder.

Todos ficaram em silêncio e Pumpkin estática. Até que o silêncio foi interrompido por uma gargalhada e palmas desaceleradas de Lynn, que desceu da árvore.

- Mas que lindo. Você é a garota indefesa Jack? Isso é um absurdo! Como pode dizer isso? – Lynn estava toda cortada e com queimaduras sobre sua pele, e um pouco tonta também. – Todavia, receio que isso deve ficar comigo. – Lynn, com seu cajado, bateu na mão de Jack e fez com que o diamante voasse para sua mão.

- Lynn...? Mas o que...? Não faça isso! – O homem gritava.

- Você deveria me amar ao invés dela! O que ela tem demais? Essa suicida! Estamos aqui à muito mais tempo! Você... devia me amar. Ela não merece estar aqui. – Lynn abaixou a cabeça e jogou o diamante para qualquer lugar.

Pumpkin ficou desesperada e se jogou atrás do objeto , seguida por Jack. O diamante caiu em cima da barriga do gato de olhos roxos que se transformou em Akuma. Todos tamparam os olhos.
  “Mas.. o que...” Todos pensavam.

- Veja bem.. – Akuma começou – escolha você mesma. Cansei disso, de qualquer jeito, um dia teremos de lutar com nossos poderes. Não era pra acabar assim, Então...

- Eu quero... – Pumpkin olhou para Jack e ele chorava, caído no chão. – eu quero... – Olhou para Lynn, que chorava sem parar no canto da mesa. – eu... quero a verdade. Quem eu sou? Quero voltar ao normal. Apenas a verdade.

- Não... – Jack sussurrou para si colocando as mãos no rosto para conter as lágrimas.

- Ok, terá a verdade. – Akuma abriu a mão e o diamante flutuou, logo ele apontou para Pumpkin e o diamante atravessou o peito da ruiva, e quando encostou no coração ela explodiu. . . .