Com um giro fui a primeira a partir pro ataque, o “loirinho” lutava muito bem, tanto quanto eu, seria difícil derrubá-lo e eu e adorar “brincar” de espadas com ele, antes de lutar de verdade, seria divertido

Eu era mais rápida que ele, mais em compensação ele tinha mais força e lutava com estratégias, enquanto eu só seguia os movimentos dele e revidava, em meu “joguinho”, antes de pega-lo de jeito

-Você luta bem –ele admitiu atacando, enquanto eu me esquivava pra trás

-anos de pratica – ri revidando um de seus ataques – mais você também não é ruim

Ele só sorriu

Chutei sua perna esquerda o fazendo cair e largar a espada, eu iria atacar, mais ele me deu uma rasteira e eu caí no chão de bunda

Pegamos nossas espadas no chão e ficamos de pé para lutar novamente, a luta ficava cada vez mais rápida e eu estava adorando, era difícil achar um espadachim a minha altura, geralmente meus adversários são facilmente derrotáveis, o que eu achava extremamente chato

A mansão ainda pegava fogo e caia aos pedaços, me pergunta se Pedro e a garota estavam bem, mais eu podia ouvir ainda que baixo o choro em conjunto de Lúcia e Susana

Um pedaço do telhado desabou bem perto de onde lutávamos e eu saltei pra a direita para me desviar, mais isso me fez desequilibrar e segundos depois a minha espada era arrancada da minha mão pela espada do “loirinho”

-Algo a dizer? - ele sorri com sua espada em direção ao meu peito

-Juro que se eu morrer vou passar o resto da minha eternidade puxando sua perna “loirinho”

-Já disse, é Joseph

-Não, “loirinho” soa melhor – sorri irônica

-Você é exatamente como meu irmão disse

-Você não sabe nada sobre mim

-Não sei é? Dallas Marie Stewart, bruxa de 21 anos, excelente em luta de espadas desde os 11 anos, conhecida pelos colegas por ser esquentada, já foi expulsa de uma escola só de meninas e anda constantemente viajando... – ele diz com certo sorriso sabichão

-Isso não prova nada pra mim

-Não pedi sua opinião

-Isso não me impede de dizer

Ele pareceu irritado comigo o que me fez rir, mais ele apertou mais a lamina no meu peito dando um sorrisinho torto

Ouvi um “crack” de algo se quebrando, olhei pra cima e me deparei com um pedaço do telhado da casa caindo bem em cima de mim, com o choque paralisei e fechei os olhos, logo depois senti algo me puxando pro lado e em seguida senti o gramado de baixo de mim e alguém em cima de mim

Abri os olhos e vi que era o “loirinho”, ele tinha me empurrado pra telha não me assistir e havíamos pousado na grama

-Tudo bem? – ele pergunta

Não respondi, nem entendia por que ele me salvou, eu não salvaria, o deixaria morrer, ele era meu inimigo

O rosto dele estava a centímetros do meu, ele se aproximou mais e me beijou, de vagar pediu passagem para sua língua e eu ansiosa por ele cedi, ele me beijou de vagar e de forma doce, mais logo o beijo foi se aprofundando, os lábios dele eram um verdadeiro vício, o melhor beijo que eu já dei...

Mas de repente tudo ficou escuro, como se eu tivesse sido arrastada pro nada e a última coisa que eu ouvi antes de desmaiar foi ele dizer:

-Desculpa Dallas

Visão de Liliandil

Eu não sei o que eu tinha na cabeça pra demorar tanto pegando algumas coisas no meu quarto, por essa razão Pedro e eu estávamos sós na mansão que pegava fogo e caia aos pedaços

Tusso varias vezes com a fumaça

-Cobre o nariz e respira com a boca – Pedro aconselha

Assenti fazendo o mesmo

-O que vamos fazer?

-Vamos pra biblioteca, lá tem um piso falso

Pedro me guiou pelos destroços e finalmente chegamos a biblioteca, ela era a parte da casa que mais estava destroçada pela grande quantidade de livros que se queimavam facilmente

Pedro tirou o piso falso de uma parte da biblioteca e eu pulei pra dentro do lugar, Pedro pulou logo em seguida e fechou a tampa

Tateei com as mãos as paredes do local e achei um Butão, apertei e a luz se ligou, assim pude ver o local, ele era bem pequeno e apertado, embora Pedro estivesse encostado na parede e eu em outra só estávamos a 2 palmos de distancia, uma distancia curta demais pra mim que passei os 3 últimos dias me esforçando para não me descontrolar e beijá-lo

Pedro até agora tentava falar comigo, mais sempre me recusava e fugia, agora seria difícil não falar com ele

-vão nos achar aqui? – pergunto

-Sim, o Sr Stewart sabe desse lugar, vão nos achar – ele responde verificando se a tampa estava no lugar

Depois de ele dizer isso ficamos em um constrangedor silêncio, e eu abaixei o olhar pro chão, estava corada, sentia que Pedro olhava pra mim

-Não vai me dizer... Por esta com raiva de mim

-Já disse – o olhei – não vou dizer, descubra sozinho

-Por que você age como se fosse criança? – ele diz irritado

-Já fui uma estrela, Pedro! É assim que estrelas agem, é como se eu ainda fosse uma criança!

-Não é mais uma estrela

-mais vou ser, Caspian e Susana vão ficar juntos e eu vou voltar pro céu de Nárnia, onde é o meu lugar, nem devia ter saído de lá pra começo de historia, olha aonde eu vim parar, eu estava mais segura no céu

-ah claro – ele ironiza – como não conseguiu ficar com o Caspian vai desistir e bancar a coitadinha voltando a ser uma estrela

-não estou fingindo! – digo irritada – eu cansei, ta bom?Lugar de estrela é no céu!

O silêncio voltou a reinar no lugar e por um minuto só ouvi o barulho do fogo destruindo a biblioteca a cima de nós

-Por quê? – ele pergunta

-O que é? – digo acida – diz Pedro, o que você quer?

Ele se aproximou com um passo e disse

-Por que me beijou?

Minha pose dura se desmanchou e eu me senti indefesa de repente, como se ele tivesse tirado de mim todas as minhas armas

-Por que não responde? – ele sorri divertido com meu constrangimento

Corei e olhei pro chão, desviando meu olhar dele

-estava confusa... – disse baixo – não pensei direito, tinha o problema do Caspian e...

-Ainda gosta dele? – ele pergunta surpreso e com raiva – me beijou pensando nele?

-não, não – disse rápido e fiquei sem palavras, o que eu responderia?

-Então, o que é?Anda me responde Liliandil

Gelei de novo, com medo de não conseguir uma boa resposta, Pedro estava perto demais de mim, eu sentia sua respiração e seu hálito de menta, além de ouvir as batidas do seu coração

“Aproximação perigosa demais” pensei

Levantei o olhar para encará-lo, mais me arrependi ao ver aqueles lindos olhos azuis me encarando, fiquei presa no seu olhar e não ousei desviar

Pedro estava cada vez mais perto de mim e senti uma forte corrente elétrica quando seus lábios apertaram os meus, a sensação mais maravilhosa que eu já tive, seu beijo era doce e irresistível, ele me puxou pela cintura apertando nossos corpos um contra o outro

O nosso beijo foi interrompido por um barulho de algo se quebrando acima de nós, o que estava acontecendo?

Visão de Dallas

Minha garganta ardia e eu sentia um desejo incontrolável por água, minha garganta estava completamente seca e minha visão um pouco embaçada

Foquei os olhos no teto e pouco depois eu já estava vendo tudo perfeitamente bem, no entanto minha garganta ainda não parava de arder, pus minha mão nela e a massageei na esperança que molhara-se, mais nada mudou, parecia até que ela pegava fogo

“cadê minha varinha?” pensei colocando a mão no bolso a procura dela, tinha esperança de fazer com que isso parece com um feitiço, mais não achei nada no meu bolso

Olhei em volta e percebi que estava em uma sela. Rosnei lembrando-se das últimas coisas que eu lembrava

“Aquele loirinho me paga, eu mesmo vou matar ele” pensei me sentando

A cela era escura, a não ser por uma lâmpada bem no meio e eu estava dormindo em uma cama de madeira com um colchão fino demais e uma cocha também muito fina, o que me deixava com frio, onde será que eu estava?

-Finalmente acordou, bela adormecida

Ouvi a voz debochosa do loirinho do lado de fora da cela, ele estava encostado na parede e me olhava divertido com a minha situação, em seu bolso pude ver duas varinhas, uma deles pelo cabo eu reconheci ser minha

-Se sou mesmo a bela adormecida eu devia acordar em um quarto luxuoso, e não em uma sela – provoquei

-Sempre provocativa – ele observa – trouxe isso

Ele pelas barras me passou um copo e uma garrafa de água, peguei desesperada e comecei a beber logo com a boca na garrafa, já estava desesperada com a sede que eu sentia e ele só me olhava rindo

-como sede, não?

Limpei minha boca e respondi:

-O que você fez comigo

-Enfeiticei meus lábios pra sedar você, não se preocupe, a queimação na garganta é temporária

-cretino!Até parece que se importa comigo

-Tem razão não me importo, mais me importo em você ficar do lado da Acemira nessa guerra, os reis e rainhas do passado não tem chance, você é poderosa, e vai ser bem recompensada eu garanto

-nunca, é mais fácil impedir que a Terra gire do que eu ficar do lado de vocês

-que pena, mais admita eu venci, fui mais esperto que você

Ele se aproximou das barras da cela com um sorriso provocativo

-Ganhou a batalha loirinho, não a guerra – me aproximei das barras

-Já disse, me chame de Joseph, é meu nome

-Eu também já disse, loirinho soa melhor

-Você é louca – ele diz

-E você esta caidinho por mim – digo provocativa e com um sorriso torto

-é, talvez – ele admite – você é bonita, mais não deixa de ser inimiga

-concordo plenamente

Quando vi que ele estava próximo o suficiente o beijei ferozmente, mesmo separados pelas barras ele me puxou e quando vi que ele estava na minha, puxei minha varinha dele e me afastei

-restringunt! – saquei minha varinha e o enfeiticei

No mesmo momento ele paralisou e eu ri

-idiota – cantarolei

Cheguei perto de novo e puxei do bolso dele sua varinha e as chaves da cela, perfeito, eu estava infiltrada no esconderijo de Acemira