Narradora

– Carlisle o que foi isso? – Emmett questionou após Belle e Edward subirem com as crianças.

– Na verdade eu não faço ideia filha, não sei como isso pode acontecer sem que a Alice ou Kat previssem. – todos olharam para as duas que pareciam estar se torturando com a ideia de não poder ver nada á respeito de Jake e Nessie.

– Um bruxo? – Rosalie supôs, mas Ash fez que não com a cabeça.

– Não parecia trabalho de um bruxo, eu teria sentido e Ammy também. O que impedia Alice e Kat de ver e ainda impede, é uma espécie de barreira física e não psíquica. Aquele campo de força com o qual nos deparamos era uma barreira como o escudo da Bella. Nada entra, nem sai de lá. É como se tudo que esteja envolto naquilo deixasse de existir. Por isso não sentimos nenhum cheiro, nenhum rastro. Alice e Kat não podem ver o que não existe.

– Parece mais com um dom e não um feitiço. – Ammy completou – Vampiro.

Nesse momento Marcus que ainda não havia se pronunciado, falou.

– Creio que seja ela Carlisle, a vampira de quem viemos lhes avisar. – Todos se calaram.

– O que ela pretende fazer com eles meu Deus? – Esme soluçava discretamente com seu choro sem lágrimas. Emmett á abraçou.

– Bem, creio que então seja a hora de nos prepararmos para a luta. – ninguém se opôs.

Os híbridos e lobos da casa subiram para seus quartos. Enquanto na sala permaneceram apenas os vampiros.

– Carlisle, devemos chamar todos? – Carlisle assentiu.

Ashley e Ammy desceram as escadas e foram para o quintal.

Ash

– Está pronta filha? – ela assentiu e então me concentrei em formar o pequeno círculo de Merlin na grama.

– Filha? – chamei. Ela posicionou-se no meio do círculo. – Concentre-se. Respire fundo e deixe sair. Deixe a sua mente vazia. – aos poucos uma pequena chama azulada foi se formando em torno do círculo. – Não pense em nada. Apenas deixe que seus poderes se manifestem. Relaxe pequena. Relaxe. – ela começou a flutuar. E as chamas foram intensificando-se mais e mais. Pude perceber que ela tinha dificuldades para controlar. Ammy não havia aprendido á controlar metade dos seus dons ainda.

– Mãe .. é .. de..mais .. –ela sibilou.

–Deixe sair Ammy, você precisa deixar que tudo saia.

– Não.. con..si..go controlar – sua voz estava entrecortada e agora altas chamas azuis rodeavam todo o circulo. Percebi que toda a nossa família estava aqui fora já.

– Mamãe – All’s sibilou, mas Ariel segurou-a.

Então uma bola de chamas envolveram Ammy. No céu trovões começaram a soar, as árvores todas chacoalhavam, o vento soprava forte. Então tudo explodiu, num grande clarão cegando á todos momentaneamente. Quando abri meus olhos novamente ela estava no meio do círculo, caída.

– Ammy? – fui até ela e acariciei seu cabelo.

– Eu consegui?

– Sim filha, agora precisa aprender á controlar seus dons. Você os mantinha presos dentro de si, agora é uma questão de tempo até ter o controle absoluto sobre eles. - ela sorriu

– Quero mais. – tentou levantar, mas se não fosse eu segurar, teria caído novamente.

– A senhorita está muito cansada, não acha? – torceu o nariz, mas assentiu.

– Um pouco – rimos e subimos para o quarto para ela tomar um banho.

Jhonni

Senti os braços de minha avó me envolver, mas a tristeza era demais para segurar as lágrimas. O aperto no peito, a angustia, o medo, principalmente o medo de perder meus pais e além de tudo isso ainda vem à impotência, não poder fazer nada. Tudo o que nos resta é procurar, procurar, procurar e procurar.

Minha mãe tão doce, tão meiga e meu pai sempre tão alegre, tão descomplicado. Senti meu coração descompassar e a dor. Meu corpo todo tremia.

– Jhonni querido acalme-se – vovó afagou meu cabelo, mas eu sentia todo meu corpo doer e percebi que estava soando muito.

– Carlisle – vô Ed chamou e menos de um segundo o biso já estava no quarto. Procurei Sarah com os olhos, mas ela ainda os mantinha fechados e também tremia e suava muito.

– Estão com febre!

– Febre? – indaguei meio descrente

– Vocês assim como qualquer um não estão livres do sistema nervoso Jhonni e quando ela está como o de você acaba se manifestando de várias maneiras, e por mais que vocês sejam imortais ainda não estão livres de passarem por isso. – Biso explicou e saiu do quarto, voltando logo em seguida. – Tomem isso, é uma dose mais forte pra vocês. Provavelmente resolva. – tomei o remédio com gosto amargo e depois acordamos Sarah para que ela pudesse fazer o mesmo. Ela choramingou enquanto esteve acordada, a aninhei em meus braços e depois que todos nos deixaram a só dormimos.

...

– Jhonni? – ao longe ouvi aquela vozinha fraca me chamando, abri os olhos e vi Sarah com os olhos inchados. – Por quanto tempo dormimos? – espreguicei-me e olhei no celular.

– Pouco mais de um dia pelo que parece. – ela suspirou e logo vi lágrimas em seus olhos novamente.

– Vem cá princesa, calma. Nós vamos acha-los. Nossos amigos vão ajudar e logo os encontraremos. Já ouço vozes diferentes e sinto cheiros também. Tenho certeza que nesse dia em que dormimos eles já agilizaram tudo. Vai ficar tudo bem Sarah. – eu não tinha certeza das minhas palavras, estava com tanto medo quanto ela, mas eu precisava. Precisava cuidar dela, deixa-la bem. Papai me encarregou disso quando eu ainda era pequeno e nunca me importei, esse era meu trabalho.

–Vou acreditar nisso. Vou acreditar – ela sussurrou pra si mesma – Vai ficar tudo bem, vamos achar nossos pais. – pude ver convicção em seus olhos agora.

–Vamos. – assenti. Ao lado da cama percebemos que havia um rosa e um bilhete. Ela sorriu e eu também. É incrível a capacidade que o Ariel tem, mesmo longe, de fazer bem á minha irmã. Com certeza não há ninguém no mundo melhor pra ela do que ele. Após ler o bilhete ela foi pro banho e depois eu. Depois de prontos descemos.

– Nossa – exclamamos baixinho. A casa estava cheia de vampiros diferentes, rostos diferentes. E lá fora percebi que não era diferente mas com lobos.

Todos os olhares se voltaram para nós. Ariel correu até Sarah e enlaçou-a num abraço apertado assim como All’s e Ammy fizeram comigo.

– Como estão?

–Melhor – torci o nariz e All’s sorriu

–Vem, precisam comer.

– Quem são todos esses vampiros?

– Amigos que Biso Carlisle conseguiu encontrar com telefonemas. Muitos deles eram nômades e agora, acredito que por influencia dos Cullen acabaram tornando-se uma família ou algo assim – Ammy deu de ombros. Desde pequenos os três chamam Carlisle e Esme de Biso e Bisa, como eu e Sarah.

Todos estavam tensos, mas logo começamos á participar do mutirão para localizar mais amigos da família. Ammy e tia Ash treinavam na rua, incansavelmente. A todos podiam perceber o grande avanço dela com seus poderes já. Jasper e Seth treinavam os lobos e por ai vai. A noite já havia caído quando ouvimos um barulho de carros se aproximando na estrada.

– Edward? – questionaram, mas ele apenas gesticulou positivamente com a cabeça anunciando que não seria mais um problema e quando os carros entraram em nosso campo visual, Tia Ash e tia Kat correram imediatamente para a rua já com lágrimas nos olhos.

– Alex e Scott – foi tudo que o vô Ed disse. Explicado então. Os irmãos de quem elas tanto sentiam falta.

Ao sairmos para a rua vimos todos se abraçando e atrás de duas silhuetas meio escondidas pelas sombras das árvores. Eles vieram para perto e nesse momento meu mundo deu um giro de 360 graus e eu sabia que minha vida havia acabado de mudar.