“- E então, Naruko? Em quem você confia?
- Essa não seria nem de responder, ero-sennin! Óbvio que eu confio nos meus amigos!
- Essa é uma lista muito grande. Reduza ela.
A adolescente revirou os olhos. Conforme envelhecia, Jiraya ficava mais estúpido e pervertido do que quando o conhecera.
- O Iruka-sensei, que eu gosto dele como se fosse meu pai, o Kakashi-sensei, o teme, a Sakura-capacete, a porca anoréxica, o cachorro cafajeste do Kiba, o esquisito do Shino, o bundão do Neji, a mandona da Tenten, o estranho do Lee, o dorminhoco do Shikamaru, o fofulete do Chouji – se eu chamar como ele é, Konoha não terá mais Uzumakis – a problemática da Temari, o irmão maquiado do Gaara, o caladão do Gaara, o Hinaro, o peste do Konohamaru, o tio do lamem, a Ayame, que é namorada d Iruka-sensei, também tem...
- Hinaro?   
- É, Hinaro Hyuuga. O filho mais velho daquele bundao do Hiashi. – Naruko não pode deixar de falar com um certo ressentimento.
- O que foi  que Hiashi fez, para você não gostar dele? – Jiraya pediu, vendo o rosto de Naruko transformar-se em uma careta de raiva.
- Eu preciso falar? – ela estreitou ainda mais os olhos.
- Se eu pedi. – Jiraya sorriu, fitando-a através das chamas da fogueira.
- Quando a gente estava na academia, certa vez, eu estava esperando o diretor na sala dele. Eu tinha deixado a minha mochila na sala... Era quase final da aula, daí, bateu o sinal. – Naruko mergulhou no passado. – E daí, eu continuava esperando o diretor, quando daí escutei alguém xingar o Hinaro. Era uma coisa tão esquisita aquilo acontecer, que eu fui espiar na janela. – Naruko deu de ombros. – quando eu estava espiando vi o Hinaro conversando com aquele cara. O Hinaro estava segurando a minha mochila e explicava que eu estava na sala do diretor...
- O que você tinha aprontado para estar na sala do diretor?
- Acho que eu tinha colocado uma almofada de pum na cadeira do Mizuku-sensei... ou algo do gênero. E no fim quem sentou foi a bruxa da Ayka-sensei. – Naruko deu de ombros. – mais da metade das aulas dela eu passei com o diretor... Eu lembro de uma vez que ela disse, que eu era uma demoniazinha igual a minha mãe. Quando eu pedi como era a minha mãe, ela ficou branca, depois roxa, depois me pegou pela orelha e me levou ate a sala do diretor.
- Você tem o mesmo gênio da sua mãe... – Jiraya comentou, fazendo os olhos da garota brilharem. – Até hoje, eu acho que o seu pai teria sofrido menos se tivesse gostado de outra garota...
Naruko piscou, como se não entendesse.
- Mas, ao mesmo tempo, acho que ele não teria sido tão feliz se tivesse escolhido outra. Eu nunca pensei que um homem pudesse amar tanto uma mulher, como seu pai amava a Kushina.
- Ero-sennin...
- Naruko! Quantas vezes eu tenho que dizer para você me chamar de padrinho?
- Bem, ero-padrinho, você acha que eles estariam vivos se ela não fosse quem ela era?
- Se sua mãe não tivesse a Kyuubi selada dentro dela, como você? Eu não sei, Naruko. Mas eu acho que se eles estivessem vivos, duvido que eles teriam mudado muito. Assim como  acho que seu pai teria continuado a ser um poço de paciência, Kushina teria continuado a ser uma corredeira tempestuosa.
Um brilho nostálgico tomou conta dos olhos de Naruko. Era tão raras as vezes que seu padrinho falava dos pais dela, que ela as recebia como bênçãos para lembrar-se mais tarde.
- Tenho certeza de uma coisa. Os dois lhe amariam com o mais profundo sentimento dos seus corações. – Jiraya olhou para a menina, que fitava a fogueira. – E o que foi que o Hyuuga bundão falava para que você o odiasse?
- Que era para o Hinaro ficar longe de mim, que eu era um demônio, péssima influencia... Esse tipo de babaquice que eu não me importo mais.
Jiraya fechou um punho. A intolerância com relação a Naruko, não era exclusividade do clã Hyuuga. Mas ele apostava que era um dos clãs mais ferrenhos para afastar... Ou melhor matar a menina.
- E o que o Hyuuga-chan disse que fez você não dar nenhum apelido para ele
- Hinaro disse que eu não era nenhum demônio... Que eu parecia um anjo.
Jiraya a encarou por alguns minutos, antes de começar a rir.
- Você um anjo?francamente, aquele garoto devia estar completamente apaixonado por você para dizer isso... – Ele porem parou, quando percebeu que Naruko estava quieta, os pensamentos aparentemente longe. – Você gosta desse garoto, Naruko? Se apaixonou por ele, por acaso?
- QUE? – Naruko ergueu-se de um pulo, assustada. - Ele é um dos meus melhores amigos, padrinho. E como eu posso estar apaixonada por ele, se eu estou apaixonada pelo... – Naruko tampou a boca com a mão, arregalando os olhos.  – NÃO INTERESSA A VOCÊ!
- Entao a minha Naruko-chan está apaixonada, hein? E é por quem? Pelo Hinaro-chan?
- Hinaro é meu amigo!
Jiraya colocou-se de pé.
- Me interessa, sim, mocinha! Ou você acha que eu vou levar você até o altar para qualquer um?
- E quem disse que eu vou querer que você me leve até o altar?
- Se eu não lhe levar, você não casa! Entao, se não é com o Hinaro-chan por quem você está apaixonada.... é pelo seu amiguinho Uchiha?
- Que amiguinho... ERO-SENIN! EU NÃO ESTOU APAIXONADA PELO TEME!
- Então é o seu amiguinho Inuzuka?
- Se eu gostasse do Kiba não tinha enfiado a cabeça dele na privada!”