Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 34
Capítulo trinta e três


Notas iniciais do capítulo

Feliz Páscoa, galerinha.
Paz e muito amor e saúde para vocês e seus familiares e amigos.
Esta coelhinha que voz fala não tem ovos para distribuir, mas tenho aqui o cap. da verdade. Quem quer? hehehe
Me desculpem pela demora, mas como prometi, aqui está o cap. Sem mais enrolação, é chegado a hora de Edward e Bella conversarem como duas pessoas civilizadas. Vamos torcer para que dê certo!
Beijinhos



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- Tania, alguém ligou para mim? – Pergunto ansioso, mas a resposta é negativa. Meia hora depois, repito a mesma pergunta.

- Não senhor, nenhuma ligação. – E essa é sempre a resposta.

- Tudo bem.

- Está esperando algo de urgente? – Ela pergunta enquanto se abaixa para pegar os papeis que deixara cair acidentalmente, ou não, forçando seu decote a parecer maior do que já era.

- Não. Não é nada urgente, é só que... Talvez Isabella ligue, e caso isso aconteça, por favor, transfira a ligação para mim imediatamente.

- Oh... – Eu posso ver a decepção em seus olhos – Ela voltou? Agora o casamento sai?

Sinto uma raiva enorme, pois sei que tudo o que ela quer é me matar pelas costas, e aquele sorriso que ela me dá é apenas sarcástico. E além disso, ela andou comentando pelos corredores que eu sou gay!

- Sim. – Respondo simplesmente.

- Sim para qual das perguntas?

- Para ambas, Tania, não que isso esteja na pauta do dia, certo? Mas sim, Isabella voltou, o casamento irá sair – quem dera! – e já providenciamos o nosso filho. Tudo bem assim? Pode, por favor, pedir para ir buscar as cópias que pedi, e no caminho me comprar um café?

Ela me olha séria agora, com raiva.

- Sim, senhor. Com licença.

O tempo demorou de passar. Fiquei o dia inteiro pensando nela, em como seria aquela ultrasson, e se eu realmente teria coragem de enfrentar os meus dilemas e lhe perguntar, dessa vez querendo ouvir a resposta, sobre tudo o que aconteceu, o que lhe fez me abandonar daquele jeito. Demorou bastante, mas finalmente estou com Bella no médico, esperando a hora de entrarmos na sala de exames. Ela está tão linda com seu vestido branco sexy...

No começo falamos apenas o básico um com o outro, mas como se o destino realmente nos quisesse juntos, sem perceber, começamos a conversar como um casal normal.

- Você acha que é menino ou menina? – Ela pergunta ansiosa.

- Eu não sei... Tem alguma maneira de sentir? Como... eu não sei, encostando a mão na barriga?

- Eu acho que não mas... eu acho que é menina.

- Por quê?

- Instinto, eu acho.

- Posso sentir? – Finalmente faço a pergunta. Sempre espero ela dormir para fazer carinho em sua barriga, mas agora me sinto pronto para isso sem precisar me esconder.

- Yeah... Claro que você pode! Na verdade, tive medo de você nunca fazer isso. – Ela diz olhando fixamente nos meu solhos.

- Eu não seria idiota a esse ponto.

Ela sorri e eu começo a alisar sua barriga. Está crescendo rapidamente. Há um mês atrás, era quase imperceptível, e agora qualquer um já pode notar.

- Está cada vez mais linda, Bella. – Eu digo, como um sussurro, mas ela escuta bem.

- Você realmente acha isso? – Ela pergunta nitidamente emocionada, e percebo lágrimas dando um brilho a mais aos seus olhos.

- Você não vai chorar, vai?

- Eu sempre quis isso! – Ela diz e me abraça, como se eu tivesse feito a melhor coisa do mundo ao tocar na sua barriga. Retribuo o abraço, o mais sincero que pude. Derrubar a muralha que construí. É esse o plano agora.

- Obrigada, Edward.

- Pelo que? – Pergunto ainda agarrado nela, me entregando a todas as minhas fraquezas, me deixando levar pelo amor que parece ser infinito.

- Por não ter me deixado só, mesmo depois do que te fiz passar. Mereço sofrer, mereço sua raiva, mas obrigada por estar me dando esse momento para mim e para o nosso filho.

Agora quem sente vontade de chorar sou eu, mas me controlo.

- Você não precisa agradecer.

- Preciso. Sabe por quê? Você não me ama mais, você não sente mais o mesmo por mim, e a sua única obrigação comigo é esse bebê... você não precisa me dar nada, mas ainda assim está me dando.

Estava pronto para dizer a ela que a amava sim, e que eu havia mentido, mas esse não é o momento. Não, eu não estou dando para trás, mas a médica acaba de nos chamar, e eu precisava de mais de 3 segundos para me declarar novamente para ela.

A ajudo a se levantar da cadeira, e ela me agradece com um sorriso lindo, apesar das lágrimas que ainda escorriam pelo seu rosto. Faço-a parar por um momento, puxando-lhe pelo braço devagar, mas firme. Ela me olha curiosa, e então me aproximo de seu rosto e lhe dou um beijo no canto dos lábios, um pouco na bochecha, um pouco na boca, querendo, apenas, lhe dizer que eu estou ali e continuo o mesmo apaixonado por ela. Não sei se ela entendeu direito, mas me sorriu como não fazia há muito tempo.

Caminhando juntos, vamos até à sala de exames, e aguardo nervoso enquanto ela conversa com a médica sobre a gravidez. Quando finalmente ela se deita na cama e sua barriga fica exposta, sinto meu corpo tremer de ansiedade. Vou para o seu lado e lhe pergunto se posso ficar ali.

- É claro que pode. – Ela me responde.

- É bom ter um pai presente dessa maneira, você está de parabéns, papai. – Diz a médica, e sorrio orgulhoso de mim mesmo, por estar, finalmente, me superando.

Com um pouco de gel – ok, não foi pouco! – ela começa o exame. Alguns minutos depois, ela nos mostra o coração do bebê, até podemos ouví-lo!

- É o coração? Esse barulho? – Eu pergunto, e a médica faz que sim com a cabeça. – Oh meu Deus.

Já não estou mais contido, choro igual uma criança, e Bella me acompanha, com o rosto vermelho de tanto chorar, mas o sorriso nunca sai dos seus lábios.

- Vejam só, temos aqui uma menininha! – Diz a doutora e então eu me emociono ainda mais.

- Menina? – Bella pergunta, mas não precisava de resposta. Ela sabia, sempre soube.

- Está bem aqui. Vocês terão uma menina!

Bella me puxa para mais perto dela, chorando demais, ela se debruça em meus braços como se dependesse daquilo para sobreviver.

- Você sempre quis uma garotinha. – Eu digo e ela sorri.

- Você está feliz?

- Sim, é claro que estou, amor.

Sei que o plano é quebrar as muralhas, mas esse “amor” não foi planejado, apenas saiu com a emoção do momento.

- Está tudo bem com o bebê. Daqui há um mês você terá que voltar, mas apenas para exame de rotina, ok?

- Ok. Obrigada. – Ela agradece com a voz trêmula.

- Vou deixar vocês a sós por dez minutinhos, enquanto você se arruma, Isabella. – A médica diz e sai da sala. - A verdade é que ela já era invisível para nós dois antes mesmo de sair da sala.

Quando menos esperei, estava com meus lábios grudados nos de Isabella, como se a gravidade tivesse me puxado até ali. No susto, me afastei depressa, mas me rendendo mais uma vez, voltei aos seus lábios e lhe beijei dizendo, sem palavras, ”eu amo você”.

De volta ao carro, eu dirijo em direção ao shopping mais próximo. Estamos ambos nitidamente felizes, mas aquele beijo ainda precisa ser discutido. E eu decido, então, dar o primeiro passo para o nosso futuro. Mas comecemos com perguntas básicas, para não dar nada errado no decorrer da conversa.

- Bella? Onde está seu carro?

Ela me olha surpresa. Ok, acho que não foi tão básico o começo.

- Você está me perguntando...

- Sim.

- Pensei que não quisesse saber de nada que remetesse ao tempo em que ficamos longe.

- Mas agora eu preciso saber.

Respirando fundo, ela assente.

- Eu tive que vender.

Vender? Seu belíssimo e brilhante carro azul de segunda mão que ela sentia muito orgulho em ter?

- Por quê?

- Precisava do dinheiro.

Claro. Se ela saiu da cidade, ela teve que abandonar o emprego. Meu Deus, o que foi tão forte a ponto de tê-la feito desistir de tudo o que batalhou tanto para conseguir?

Chegamos ao shopping, e percebo que ela espera por mais perguntas. Mas decido que as farei depois, quando me deparo com uma loja de roupas infantis.

- Vamos comprar tudo rosa? Ou lilás? Ou branco? – Ela pergunta animada e eu dou risada.

- Que tal um pouco de cada cor? Assim quando sempre terá mais de uma opção.

Ela segura minha mão, como fazia antes, e me leva junto com ela para o interior da loja. Vê-la escolhendo vestidinhos e sapatinhos enfeitados é uma das coisas mais emocionantes pela qual já passei na vida. Todo o resto parece pequeno, diante da felicidade que sinto em ter as duas garotas da minha vida perto de mim, minha Bella e minha filha.

- Que tal essa aqui? – Eu pergunto lhe mostrando uma blusa cor de rosa, com corações por todos os lados, e na frente a frase: “amor da mamãe e do papai”.

- É tão fofa! Vamos leva-la sim!

Pago pelas compras mesmo Bella lutando para fazer isso no meu lugar. Não entendo como ela quer gastar dinheiro, se ela teve que vender seu carro para ter como sobreviver.

Nossa parada agora é numa loja de móveis. Por lá compramos o berço, e os demais móveis para o quarto do bebê, todos com as cores rosa, branco e lilás, enquanto conversamos sobre quais cores colocaremos nas paredes do quarto. Mas o momento acaba quando saímos da loja, e sentados no Mc donalds onde compramos dois double cheddar tamanho grande– parece que agora sim Bella está com desejos - , começo a sentir a necessidade de lhe fazer a pergunta que faltava.

- Me conte porque você saiu de casa, Bella. Você não me queria mais? Ou algo mais sério aconteceu, já que, pelo visto, você até largou o emprego.

Com um suspiro, ela me olha nos olhos e começa a me contar.

- Tudo começou numa reunião da empresa veterinária em que eu trabalhava. Naquele dia, eu fiquei sabendo que Jacob iria ser meu chefe.

- Quem é Jacob?

- Hm... Acho que você se lembra do cara que você bateu por ter tentado me beijar, certo?

- Oh... O nome dele é Jacob? Ele tem cara de... idiota.

- Ele é. Mas, deixe-me completar.

- Ok.

- Ele se tornou meu chefe, mas ele não era íntegro e você sabe disso. No mesmo dia ele me chamou até a sala dele e...

*Lembranças*

- Ora, Isabella Swan... então vejo você de novo, e dessa vez, não fui eu quem precisou ir atrás de você.

- O que deseja?

- Sua cabeça!

- Eu... não entendi.

- Escuta aqui, sua vadiazinha. Eu ia lhe propor um acordo e assim, você não seria demitida, mas como você é burra e idiota, sei que não irá aceitar. Eu iria lhe propor sexo... sexo em troca do seu emprego medíocre aqui. Mas eu não te quero mais. Sou rejeitado apenas uma vez, você entende?

- Vá para o inferno!

- Olha como fala comigo, vadia.

- Vadia é a sua mãe, que pariu um verme como você!

- Aiai, Isabella...  Ainda bem que não vou mais aguentar a sua prepotência. Você está demitida.

- O que? Você só pode estar brincando comigo. Eu não fiz nada de errado, eu sou uma das melhores veterinárias desta clínica!

- Eu sei. Mas eu não te quero mais aqui, querida.

- Eu lhe denuncio, idiota. Você vai parar na cadeia!

- Oh yeah... faça isso. Você nem tem provas!

- Eu tenho testemunhas a meu favor, Jacob.

- Não, você não tem. Seu maridinho idiota não é páreo para mim, ok? Eu conheço todos os donos da empresa em que ele trabalha, e se eu pegar este telefone aqui, ele vai ter o mesmo destino que você. Como o casal feliz iria se sustentar na doce e fria Seattle sem um tostão? Vão voltar para os papais? Oh, que romântico.

- Você é nojento!

- Yeah, e você é uma fodida sem emprego agora. Apenas saia desta sala calada, porque se você soltar uma palavra sobre este assunto, seu querido esposo briguento vai pagar caro por isso. E você sabe que eu não estou brincando, certo, Isabella?

*Fim das lembranças*

- Aquele idiota te ameaçou e você ficou calada?

- Eu não ia ficar. Eu saí de lá e vim direto para casa, queria que você me ajudasse, você sempre foi mais cauteloso que eu e saberia o que fazer. Mas você chegou tão feliz em casa, seu projeto havia sido aceito, e eu não tive coragem de lhe contar e estragar tudo. Então esperei pelo dia seguinte, e quando estava prestes a falar, minha mãe me ligou e me disse que meu pai a traiu.

- Você me contou sobre isso, eu acho, mas não foi tudo, certo?

- Yeah... ele tinha uma outra família em algum canto do país, mas eu não quis saber o lugar, para não correr o risco de sair em busca só para xingar a vadia que fez ele trair a minha mãe. Não que a culpa seja só dela, mas... você entendeu.

- Bella, eu sinto muito.

- Yeah, mas como você disse, não é só isso. Você sabe que minha mãe sempre dependeu financeiramente do meu pai, certo? Quando eles se casaram, fizeram esse acordo estúpido onde ela apenas viveria para cuidar de mim e dele enquanto ele sairia de casa todos os dias para trabalhar e nos dar a melhor e mais confortável vida possível. E então ela veio morar com ele aqui em Seattle quando eu nasci, e se afastou da família e de todos os amigos. Vivendo somente para mim e para ele, ela perdeu todo o resto. Então quando ela descobriu a traição, se viu sozinha, já em Forks, mais longe ainda de todos os que ela deixou para trás. Ela me ligou justamente quando eu ia lhe pedir ajuda, e implorou para que eu nunca dependesse financeiramente de ninguém, e para que eu não me afastasse dela, do meu pai, e nem de meus amigos. Você era meu noivo, o amor da minha vida, e eu estava vivendo em sua função, assim como a minha mãe viveu em função do meu pai. Então me vi como ela, desempregada, tendo que ser sustentada por você, e com medo de ter perdido todas as outras pessoas que são importantes para mim porque decidi me dedicar ao nosso amor.

Silêncio. Tudo o que ela me disse parece confuso demais para que eu possa entender direito qualquer coisa.

- O que uma coisa tem a ver com outra?

- Tem a ver que, se eu te pedisse ajuda, você iria se complicar no seu emprego por minha casa, e nós não precisávamos disso. Eu fiquei com medo depois que conversei com minha mãe, mas não só do que o Jacob era capaz, mas também de acabar como ela. Sozinha.

- Eu nunca te deixaria sozinha, Isabella.

Ela começa a chorar e eu sinto raiva. Como ela pôde me esconder uma ameaça daquele jeito, e ainda me dizer que tinha medo de ficar sozinha? Eu sempre estive com ela, desde quando a conheci, como ela pode achar que eu a largaria, ou que a trairia?

- Você consegue perceber o quão contraditório isso é? Você tinha medo de eu me prejudicar para te defender, mas tinha medo também de eu, um dia, te trair, como seu pai fez com a sua mãe. Isso é ridículo, Isabella!

- Tente entender, Edward...

- Nunca imaginei que você pensasse isso de mim. – Eu lhe disse, deixando transparecer a minha irritação.

- Você não entende? Fazia anos que eu não via a Jamie, meses que não via meus pais... e pra completar, eu estava em Seattle com você, sozinha com você, desempregada... Foi assustador me deparar com a mesma situação que minha mãe viveu.

- Isso não justifica você ter me deixado daquele jeito, Isabella.

- Edward, por favor.

- Você tinha que ter me contado! – Eu digo, já com a voz alterada, e não me importo de termos pessoas nos olhando.

- Você não me deixaria ir... E eu precisava.

Baixo a cabeça e me permito chorar “escondido”.

- Eu sinto muito. – Ela diz e isso me irrita ainda mais.

- Vamos para casa. – Eu digo e me levanto sem espera-la.

- Por favor, nós ainda não terminamos de conversar. Edward, eu me arrependo de não ter te contado sobre o Jacob, mas eu precisava do tempo para pensar sobre a situação, e eu não vejo como...

- Por favor, cala a boca.

- Você vai voltar a me tratar como um idiota?

- Não. Eu só estou com raiva porque você não confiava em mim.

- Eu confiava em você sim, Edward. E eu confio agora também.

- Não, você não confia. Se você confiasse, não teria ido embora por medo de acabar como a sua mãe. Se você confiasse, você saberia que eu nunca te abandonaria. Não te abandonei nunca, Isabella, mesmo quando podia ter feito isso. Eu não precisava trazer você de volta para a minha vida dessa maneira por causa do nosso bebe, e você sabe disso. Eu o fiz não só por ela, mas por você também. Porque eu nunca te deixaria sozinha, porque eu te amo, e mesmo você sendo uma estúpida comigo, me tratando como se eu fosse um nada, alguém que você acha que na primeira oportunidade vai te abandonar, eu nunca deixei de te amar. E você quer saber? Você teve tanto medo de eu te abandonar, mas quem acabou abandonado aqui fui eu.

Caminhei rapidamente até o carro, coloquei as sacolas no porta-malas e me sentei em frente ao volante, enquanto ela se acomodava no bando do carona.

- Não quero que voltemos ao zero. – Ela disse um pouco chorosa. – Será que você pode me perdoar? Eu te amo, e ouvi você dizer que me ama também.

- Você me deveu respostas por um ano, Isabella, portanto não peça que eu lhe responda agora.

- Então é isso? Vingança?

- Não... é mágoa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Se quiserem spoilers para o próximo falem nos comentários. E dependendo, posto amanhã.
XO



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