Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 16
Capítulo quinze




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(Edward’s POV)

 - Edward Cullen, você ainda se parece com o nosso pai! – Diz Emmet na porta de meu apartamento, sorrindo e me abraçando. – Saudades de você, noivinho da Isabella.
- Cala a boca, Emmet. – O repreendo sorrindo, mas sério. Não quero falar nela.
- E então... Esse seu novo AP, hm? Fez um bom trabalho. Está até parecendo maior.
- Eu sei. Venha ver o que fiz no resto.
Mostro para ele todo o apartamento reformado, e ele me parabeniza. Emmet pode ser chato, enjoado, raivoso, revoltado, grosso, e insensível, mas ele sabe reconhecer um bom trabalho.
- Espero que toda essa reforma signifique que você esteja trazendo outras mulheres aqui. De preferencia uma por dia.
- Você faz isso com Rosalie?
- É diferente. – Ele responde envergonhado e eu dou risada.
- Eu não estou trazendo mulher nenhuma aqui, Emmet. Você pode esquecer a minha vida sexual por um tempo.
- Você ainda pensa em Bella?
Fico em silêncio. Eu não sei mais o que pensar e falar sobre Bella.
- Penso, se alguém fala nela perto de mim. – Lhe digo rindo e ele promete não tocar mais no assunto.
- Arrumou as malas?
Estou indo visitar meus pais, e como Emmet foi resolver alguma questão profissional em Seattle, vai pegar uma carona comigo, já que ele estava sem carro. “Alguém resolveu multa-lo e suspendê-lo por alta velocidade”, é o que ele diz sobre o assunto.
Ele me ajuda com minhas malas, enquanto converso com o porteiro e aviso que irei ficar uns dias fora. Quando entro no carro, percebo Emmet olhando para uma loira que passa do lado dele. O repreendo e ele me diz que está brigado com Rose, “e que a porra do amor vá para o inferno”, ele diz cheio de mágoas. Talvez eu deva fazer o mesmo.
Ligo o carro e quando estou pronto para dar partida, Abbudah me grita.
- Sr. Edward, acaba de chegar uma correspondência para o senhor.
Por um momento penso em parar e voltar para pegá-la, mas seja lá o que for, pode esperar eu voltar.
- Eu pego depois. – Lhe digo e sigo viagem.
Viajar com Emmet significa ouvir rock no rádio do carro de qualquer jeito. Ele diz que não consegue viajar com músicas calmas, mas eu já estou com um pouco de dor de cabeça. Na verdade, parece que estou adoecendo, pois sinto meu corpo fraco e meu nariz está congestionado. O frio que faz na estrada é intenso, então ligo o aquecedor no máximo e Emmet reclama.
- Cara, eu já estou suando aqui.
- E eu estou com muito frio.
- Você está doente? – Ele pergunta tocando meu pescoço, como se soubesse pra que.
- Deve ser gripe. Faz um bom tempo que não fico gripado, e como aqui está mais frio que em Seattle, meu corpo esta estranhando. Também não tenho me alimentado muito bem ultimamente... Você sabe, waffles todos os dias não é o que os médicos costumam considerar como alimentação saudável.
- Cara, você está ferrado nas mãos de Esme Cullen.
- E eu não sei?
Nós damos risada e sinto meu corpo reclamar por isso. Mas que inferno, quando eu finalmente me sinto bem eu tenho que ficar doente? Mas tento não pensar nisso, porque eu aprendi que doença é um estado de espírito. Se seu corpo se sente mal e você se entrega a isso, você adoece mais rápido, e piora sempre que possível. Mas se você se esforça e se anima, a recuperação chega rápido. É isso o que o remédio faz. Ele avisa ao seu corpo que vai ficar tudo bem, porque ele está ali para ajudar. E então você se sente disposto a derrubar o que quer que seja que te adoece. Eu demorei pra entender essa historia. Minha mãe sempre me contou, mas pra mim não fazia sentido. Até eu me forçar a seguir minha vida sem Bella, e me sentir bem por isso. Não gosto de pensar nela como uma doença, porque ela me trouxe inúmeros momentos de felicidade, mas posso pensar nela como uma droga. Eu me viciei nela, e tive que aprender a conviver sem e a gostar disso.
Quando chegamos em Forks já passava das 22h. A temperatura estava muito baixa, e eu já havia me desacostumado com ela. Em Seattle, apesar de também fazer frio, o sol conseguia esquentar nossos corpos, mas em Forks o sol parece ser igualmente gelado, e por isso, eu não sinto muita diferença da manhã para as noites. Meu corpo se arrepia e reclamo do frio que sinto. E pensar que cresci ali... Me desacostumei com o meu próprio estilo de vida.
Minha mãe recebe a mim e Emmet com um sorriso enorme nos lábios. Mas a atenção é totalmente voltada para mim, já que ela vê Emmet todos os dias.
- Como você está magro meu filho. – É a primeira coisa que ela repara. – E esse cabelo, hm? Cortou?
- Yeah, eu resolvi dar um jeito em mim mesmo.
Eu resolvi cortar meus cabelos, porque eles já estavam muito grandes. Eu não sou daquele tipo de cara que acha legal um homem ter cabelo nos ombros, ou nada do tipo, então quando o meu ameaçava cobrir minhas orelhas dei logo um jeito. Quase fiquei careca, mas resolvi manter um pouco dos fios.
- Eu gostei, está com uma aparência mais jovem.
- É o que fazemos quando estamos perto dos trinta. – Eu lhe digo e ela sorri.
- Mãe, Edward está doente. – Emmet diz e sai da sala, fazendo um gesto com as mãos e murmurando “se fodeu” enquanto ri.
- O que? Você está com o que? Foi ao médico?
- Não, eu só estou um pouco resfriado. É a temperatura, está muito baixa.
Ela acha estranho o que eu digo e toca em meu pescoço.
- Você está com febre, meu filho.
- Oh... Deve ser o aquecedor do carro que deixou minha pele quente, não se preocupe.
- Não, isso é febre. Vou fazer um chá...
- Deixa o menino, Esme. – Diz meu pai, me abraçado. Como senti sua falta e de seus bons conselhos.
- Diga querido, ele não está mais magro? E toque aqui – minha mãe coloca a mão de meu pai em minha testa – e me diga que ele não está com febre.
- Parece que sim. Filho, você está bem?
- Sim. Não se preocupem, ok? É só o frio. Em Seattle a temperatura anda mais branda que aqui, então estou estranhando um pouco. Eu só quero deitar e dormir, e isso logo vai passar, eu prometo.
- Eu já arrumei o seu quarto. Venha, seu pai leva suas malas.
- Não eu posso fazer isso. Não se preocupe pai, estou bem.
Mas ele insiste em ajudar e vamos todos os três até o meu antigo quarto. Gosto e não gosto de estar ali. Gosto porque é como se eu estivesse de volta aos bons tempos de minha vida, e não gosto porque ele me lembra Isabella. Sei que já fazem anos, e que minha mãe já o arrumou inúmeras vezes, mas é como se fosse possível sentir o cheiro dela, e isso faz meu coração acelerar. Respiro fundo e deixo as malas no chão.
Meus pais me desejam uma boa noite e depois eu vou tomar banho. Meu corpo está piorando, me sinto realmente mal agora. Mas não me deixo abater e sorrio para meu reflexo no espelho. Dizem que um sorriso cura tudo, afinal. Caminho pelo meu quarto enquanto me agasalho bastante. Minhas fotos da adolescência ainda estão ali, e tem uma em que estou abraçado com Bella. Eu adorava aquela foto, e se eu parar pra pensar, perceberei que ainda a adoro, mas eu não quero pensar.
Eu não considero isso no dia-a-dia, mas sinto falta deste quarto. Quando estou nele, é como se tudo ficasse certo, mesmo tudo estando tão errado lá fora. Bom, eu estou finalmente arrumando minha vida, depois de 1 ano, e sei que amadureci bastante nesse tempo, mas quando estou aqui, sinto que ainda sou uma criança, que precisa se esconder de vez em quando. Adoraria fazer esse quarto de refúgio mais vezes.
Ele está diferente, apesar das mesmas fotos e da mesma cama e guarda-roupas. Minha cama não está mais coberta com um edredom do x-men, e minhas cortinas azuis com desenhos de carros coloridos deram lugar a cortinas brancas, normais, adultas. Eu já tinha reparado nessas mudanças na ultima vez em que estive aqui, mas agora eu realmente as entendo. Eu cresci. Eu sou um novo homem agora. Eu tenho a minha vida, eu sofri e sofro com a ausência de Isabella, eu aprendi a abrir mão de coisas, e a cuidar de mim mesmo, sozinho. Aprendi que o importante não são os problemas que eu enfrentei e enfrento, mas sim a capacidade que eu tenho de superá-los e seguir em frente. Aprendi que se eu não me amar e amar minha família, ninguém mais poderá fazer isso por mim. E não importa se eu não uso mais edredom do x-men, ou se minhas cortinas não têm mais carros desenhados, mas sim que aqui, este lugar na fria Forks, sempre será a minha casa, e eu não irei mais ficar meses sem vir aqui. Nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Nosso Edward aprendendo a nunca, jamais, esquecer suas raízes e sua família.
Espero que gostem!
Beijos
*Spoiler*
cap. 16 - Edward reencontra Bella!
Wait and see!