Muito Além do Fim... escrita por BrunaGonda


Capítulo 13
Um adeus a Hortência, Perséfone e Morguin.


Notas iniciais do capítulo

Sabe o porque eu demorei pra postar? Por causa dessa caixa de escrita totalmente CU. Eu não conseguia formatar o texto, e o nyah fechou pra manutenção pelo meu pedido de suporte que tava dando erro. SIM FUI EU A CULPADA. Agora parem de me xingar mentalmente e vão ler o capítulo u.u
E estou MUITO desanimada com a falta de comentários, comentem bastante ou vou DEMORAR.
...
Sim, eu tô de tmp ¬¬



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No último capítulo...

Harry e Henry criaram uma recente e boa amizade, de tal forma que Harry já começou a criar dependência da sagacidade e astúcia do homem com cara de raposa para resolver seus problemas. Ambos foram ao Caldeirão Furado conversar, alugar um apartamento para Harry e subornar Skeeter, que agora trabalha para Harry, por debaixo do pano. 

Um temporário adeus a Hortência, Perséfone e Morguin.

Harry Potter entrou na Toca, só pra cambalear ao algo se chocar contra seu corpo e se agarrar em seu pescoço. Gina esbravejou:

- Você sumiu e não disse onde ia!

- Ai Gina! – Harry a segurou, para que seu peso não ficasse pendurado em seu pescoço – Desculpe, fui resolver uns problemas.

Então ouviu uma discussão ali dentro. 

- ...E se não parar de me azucrinar eu juro que saio daqui e vou DIRETO pra casa dos meus pais! – berrou Hermione passando furiosa pela porta, com uma coruja preta nos braços, dando um encontrão em Harry, que nem abalou a garota furiosa, mas fez Harry tropeçar com Gina em seus braços.

Rony saiu como um búfalo louco atrás de Hermione, varrendo Harry e Gina da frente da porta.

- Cretino! – berrou Gina.

Rony se limitou a mostrar o dedo do meio pra ela.

- Se você pensa que esse tipo de coisa vai continuar a acontecer você está muito enganada Hermione! – Rony esbravejou andando a passos pesados atrás dela. A gente vai ter que conversar, eu não vou aceitar isso! – ele rosnou, as orelhas incandescentes de tão vermelhas.

- Eu PENSO? – Hermione se virou pra ele com o rosto possuído - VAI acontecer Rony Weasley! Acha que você vai me impedir de ter os meus amigos? – ela berrou furiosa. 

Harry olhava a cena pasmo. Hermione libertou a coruja em seus braços e ela alçou voo. Rony uivou:

- Ele nããão quer ser só seu amigo! – ele frisou o “não”.

- Não importa, eu é que sou sua namorada, é em MIM que tem que confiar – Hermione avançou pra cima dele lhe apontando o dedo, agora que seus braços estavam livres – E aliás, ele está longe, bem longe, não acredito que tem ciúmes da minha correspondência!

Harry começou a ter uma ideia do que se tratava. Uma palavra explicava tudo. Krum.

- Que droga Hermione, como eu posso conviver com isso? – Rony esganiçou-se – Sabendo que você está melhor amiguinha desse cara que fica dando em cima de você cada vez que te vê? Você acha que eu não sei que você e ela já andaram se engraçando?

Hermione ficou vermelha como tio Válter.

- MAS QUE ATREVIMENTO! O que eu fiz ou deixei de fazer antes do nosso namoro não lhe diz respeito!

- Você é minha namorada, ME DIZ RESPEITO SIM! – Rony indignou-se.

- Então, pra sua informação, não, eu não andei me engraçando com Vitor – falou Hermione cruzando os braços.

Rony se acalmou.

- Ah, bom.

- PORQUE EU NAMOREI COM ELE NO QUARTO ANO! – ela berrou desumanamente.

- O QUÊ?

Gui, Fleur e Percy saíram pra ver o que acontecia. Gui olhou pra Harry questionador, quando não foi capaz de entender o porque Rony e Hermione berravam um com o outro a plenos pulmões. Harry ainda estava sem palavras para explicar a gritaria insana dos amigos, de modo que Gina respondeu a pergunta.

- Eles estão tendo uma D.R. – ela comentou com sua voz sarcástica e divertida de quem adora uma confusão, os braços em volta da cintura de Harry.

- D.R.? – perguntou o próprio Harry.

- Sim, Discussão de Relação – ela se riu.

Hermione ia dizendo:

- Qual é o seu problema Rony, porque é tão inseguro? Acha que eu te trairia por acaso – ela falou que nem louca, vermelha como um rabanete, parecia estar a beira de uma fúria insana.

Rony pareceu ainda mais ensandecido ao responder a sua pergunta aos berros, os punhos fechados com força e as orelhas tão vermelhas quanto o rosto de Hermione.

- Sabe qual é o meu problema, além do fato óbvio que é simplesmente deixar que os outros fiquem dando em cima de você?

- Qual!? Me diz, porque juro que NÃO DÁ PRA ENTENDER – Hermione se pôs nas pontas dos pés e gritou muito perto de seu rosto.

- É PORQUE EU TE AMO, INFERNO! – ele berrou pra Hermione.

Ambos se olharam surpresos e se odiando, um pro outro. Então ambos se entregaram a um abraço colado, se beijando loucamente.

Gina observava a cena com as sobrancelhas erguidas.

- Juro que quanto mais tento entender esses dois mais eu fico confusa – ela falou assentindo, concentrada – Mas enfim, o psiquiatra mandou não contrariá-los. Vamos entrar. 

E Harry entrou com Gina, deixando um Gui, Percy e Fleur muito surpresos com a cena que ainda se desenrolava a frente deles.

Ambos rumaram a uma cozinha vazia, onde Harry se sentou na cadeira e Gina foi servir um copo de suco pra eles. Quando o pôs na mesa, Gina se colocou a suas costas e puxou a jaqueta de viagem, pendurando-a na cadeira. Então apertou levemente seu ombros, massageando-os.

Harry se arrepiou e fechou os olhos de prazer.

- Tem correspondência na sua cama, a coruja já se foi. Eu não quis abrir. 

- Tudo bem, depois eu vejo o que é. Jornal...Carta...?

- Parece ser um embrulho e um jornal. Achei estranho – ela comentou – Veio de manhã. 

- Hmm – Harry gemeu baixinho – Você está arrumada? Eu vou levar você pra ir ver o Teddy. 

- Isso é bom – disse Gina – Mas achei que você fosse me levar pra dançar, ou pra jantar... É só eu trocar de roupa – ela completou, suas mãos descendo pelas suas costas, apertando-as vagarosa e sensualmente.

Harry se arrepiou novamente, seu corpo sacudiu de levinho. 

- Vou levar você pra conhecer meu apartamento novo, se você quiser, é claro – ele murmurou – Outro dia a gente sai.

- Porque eu não iria? – ela sussurrou em seu ouvido – Eu deveria ter medo do que Harry Potter poderia fazer com uma bela moça indefesa? – ela lamentou chorosa, apertando mais suas costas.

- Gina, estou avisando – sua voz tremeu enquanto ele fechava os olhos e mordia o lábio, tentando se controlar – Não me provoque. 

Gina pareceu adorar ouvir essas palavras, passando os braços a sua volta, abraçando-o por trás.

- Se você já treme todo só com isso, imagina com outras coisas que eu sei fazer... – ela falou, colocando a mão de levinho por dentro se sua blusa, sentindo sua musculatura rija.

Harry enlouqueceu, agora ele sabia. Por um momento, ele simplesmente não pensou. Só tinha consciência dos lábios vermelhos e carnudos de Gina em seu ouvido, suas pernas tão perto de seu toque, e principalmente seus seios apoiados em seu ombro.  Puxou Gina para seu colo, beijando-a com devoção e um desespero voraz em sua boca. A garota pareceu sempre acompanhar seu estado de espírito, adorando tudo.

Sem tanto carinho, ambos se tocaram mais agressivamente, mas Gina apenas gemia baixinho com os puxões de cabelo que Harry lhe dava. Gina já estava com uma das mãos tentando dar passagem nas calças do namorado quando alguém decidiu compartilhar a cozinha com eles.

Fleur deu um gritinho surpreso com a cena. Gina saiu de cima dele rapidamente e Harry se levantou, ajeitando o cabelo que agora parecia um ninho e a roupa saída da posição certa.

Ela apontou a colher do pote de doce de abóbora que estava comendo ameaçadoramente para eles.

- Derram sorrte de serr eu que entrrei! – ela se escandalizou – Até mesmo Gui irria brigar com vocês! Tentem serr mais cuidadosos! Com tantos lugarres pra ir se agarrar, e vocês fazem isso aqui na cozinha? Chispem daqui agorra!

- Desculpe Fleur – Harry passou rapidinho por Fleur, vermelho feito um tomate, rebocando Gina pela mão, o suco em cima da mesa intocado, e ambos subiram a escada. 

Quando entraram no quarto de Gina, ela fechou a porta e ela riu nervosa:

- Foi por pouco.

- Você me faz perder a cabeça! – indignou-se Harry, jogando-se na cama casal de Gina, que ficava ao lado da caminha enferrujada e pequena que fora colocada ali para Hermione dormir – Não sei o que deu em mim, você não me faz pensar direito, droga Gina! E se seus pais tivessem entrado lá?

Harry se arrepiou com o horror da ideia, e Gina riu de nervoso outra vez, e então foi vasculhar seu armário. Tirou de lá um vestido vermelho e muito simples, colado em cima e solto em baixo. Pegou um casaco preto de couro, sapatos pretos e uma meia calça. 

Harry a observava com muito interesse. Gina lhe deu um sorriso pervertido.

- Vai ficar aí ou vai sair, eu tenho que trocar de roupa.

Harry fez um beicinho pra ela.

Gina sorriu e deu de ombros, e olhando pra ele tirou a camisa branca que estava usando e a saia preta. Harry sentiu novamente o seu cérebro ligar no modo “troglodita das cavernas” pois ele só conseguia olhar abobalhado a beleza e a perfeição da garota de cabelos vermelhos. Ele a queria muito, e vê-la só de sutiã e calcinha preta não fazia com que esse desejo fosse controlável. E lá vamos nós outra vez – pensou o garoto.

Ela sorriu de lado com o olhar fixo de Harry. Até que pela segunda vez no dia foram interrompidos.

Hermione abriu a porta  com um: 

- Gina, as suas primas estão de partida! – ela chamou e dando de cara com Harry na cama de Gina.

- Harry? – ela se surpreendeu confusa – Onde está a Gina?

Mas Hermione era muito esperta. Sua confusão durou um segundo. No próximo ela espiou atrás da porta, onde Gina enfiava o vestido rapidamente.

Ela olhou Gina lutar com o vestido, desequilibrar-se e cair no chão com uma cara cética.

- Já era de se esperar, vocês não perdem tempo, heim?

- Ah, já é a segunda pessoa que nos incomoda hoje – Gina esbravejou irritada – Que droga, isso de ter quinhentos irmãos!

Hermione olhou pra Harry desaprovadora.

- Estou de olho em você Harry – depois olhou para uma Gina estatelada no chão – Seus pais estão chamando você, sorte a sua que eu que vim aqui chamar.

E dito isso saiu. 

Gina, durante todo o tempo em que penteava o cabelo, se vestia e se maquiava praguejava como louca. Harry teve que admitir o seu medo, enquanto encarava sua face irada, deitado em sua cama. Claro que se sentia muito irritado por ter tantos Weasley que não dava pra ficar sozinho em um lugar por muito tempo, mas Gina, que convivera com isso por anos, agora estava a ponto de morder alguém. E Harry teve que admitir que nem Voldemort, nem Bartô Júnior, nem Naguini, nem Umbridge ou qualquer outro comensal da morte lhe metia mais medo do que o medo que Gina o estava impondo. Ele decidiu ficar calado, talvez assim não chamasse a atenção da ira da garota para si mesmo.

Ambos desceram então. Harry segurava a mão de Gina com uma cara de pôquer, tentando não atiçar ainda mais a sua raiva, enquanto ela esbravejava sobre como é irritante os dois não poderem ficar sozinhos um instante sem serem incomodados. 

Ia anoitecendo, enquanto a tardinha acabava. Deviam ser seis e meia. Morguin, Perséfone e Hortência estavam paradas na porta, do lado e fora da porta, trajando seus vestidos longos e suas capas de viajem. Elas iam se despedindo dos Weasley. 

Harry e Gina passaram de mãos dadas pela porta, e as três vieram ao seu encontro. 

Morguin lhe disse que o considerava um grande amigo. Perséfone chorou um pouquinho, e disse que sentiria sua falta. Hortência lhe deu um abraço, e disse que aquilo com certeza não era um adeus, e que em breve esperava vê-los de novo. Depois disso, Gui e Fleur foram acompanha-las até os limites do morro, onde as garotas aparatariam para sua distante casa, e Gui e Fleur para o Chalé das Conchas, não antes de Fleur olhar para as mãos entrelaçadas de Harry e Gina e lhes lançar um olhar desconfiado.

Rony, Hermione e Percy entraram, então, conversando sobre o que fariam para a janta. O Sr. e Sra. Weasley ficaram na rua, observando o ponto onde as garotas sumiram, de mãos dadas, numa cena exatamente igual a que Harry e Gina se encontravam.

O Sr. Weasley mirou Gina, a atenção recém recaída em suas roupas.

- Onde vai vestida assim Gina, vão sair?

A Sra. Weasley olhou para Gina, desviando sua atenção do início do morro. 

- Nós vamos ver o Teddy. Depois eu vou ajudar Harry a levar as coisas dele para o apartamento. 

A mãe de Gina levantou as sobrancelhas.

- Apartamento?

- Sim mãe, Harry vai ir morar no Caldeirão Furado.

- Porque Harry, não gosta daqui? – ela o mirou tristonha – Algo o aborreceu meu querido?

Harry se surpreendeu que a senhora pudesse pensar algo assim.

- Não, é claro que eu gosto daqui! Mas é que eu precisava do meu espaço, sabe Sra Weasley... é que depois de tudo... Eu queria ter um tempo pra mim, pra pensar... Eu queria ter a minha vida, sabe?

- Entendo Harry. Depois de tudo é natural querer um tempo pra si mesmo. Mas não se isole Harry. Isso nunca é bom. Estaremos com as portas abertas pra você e esperamos que nos visite com muita frequência – disse o Sr. Weasley.

- Com muita, muita frequência – falou senhora Weasley com um tom de indignação na voz – Uma vez por dia no mínimo!

Harry riu.

- Já falou com Tom Harry – Perguntou Sr. Weasley coçando os calvos cabelos vermelhos, os olhos prestativos mirando-o firmes.

- Sim, já falei com ele. O dinheiro que eu ainda tenho dá e sobra pra eu alugar um quarto até eu começar a trabalhar. 

Mas a Sra. Weasley não pareceu ser tão compreensiva. 

- Ginevra Weasley, você não pode estar pensando que vai ir com ele! – a mãe estourou, ficando vermelha.

- Eu sou maior de idade! – Gina mudou de cor também. Hoje ela não estava muito bem de humor, pensou Harry, pesaroso. Afinal, seria ele quem teria de aguentar sua fúria.

- E eu sou sua mãe, e digo que enquanto não terminar os estudos, você não vai sair de casa! – falou a mulher, irada.

Gina ia responder quando o Sr. Weasley falou calmo e paciente.

- Não podemos obrigar Harry a ficar Gina, mas você deve ficar até terminar os estudos. Não podemos largar você assim, enquanto ainda não está pronta para o mundo. Você vai começar a sua vida quando estiver pronta pra começar – disse ele.

- Mas pai – as lágrimas de Gina saíram no desespero.

- Tudo bem Gina, ele tem razão – Harry a abraçou – Eu não vou sumir. Não que eu não queria que você vá comigo. Mas quando você tiver acabado tudo, você vem comigo. Quando estiver realmente pronta.

Gina estreitou o abraço, para que não vissem suas lágrimas.

- Mas nada a impede de ir visita-lo Gina. Você realmente é maior de idade. Pode ir aonde quiser.

- Não pode não! – rugiu a Sra. Weasley para o marido.

- Isso é tão injusto! – Gina choramingou.

- É só mais uns meses Gina, coisa pouca. Daí você faz a prova e está livre. – Harry a incentivou – Vamos entrar, vou pegar minhas coisas.

Harry levou Gina até o quarto que partilhava com Rony. Ali ele catou as roupas novas que havia comprado e seus pouquíssimos pertences pessoais... Depois fechou o malão com facilidade. Gina preparara uma mochila para ele com uma escova de dentes, xampu, creme dental, sabonete, um pente (Que Harry não sabia se seria muito utilizado) sua carteira e coisinhas suas que ia achando pelo quarto.

Harry se surpreendeu vendo como ela parecia uma mulher, e não uma menina, com aquele vestido vermelho e seu casaco de couro. Mas esse pensamento foi varrido quando ela se agachou pra procurar coisas em baixo da cama, de modo que Harry teve que olhar pro outro lado. Ele não era de se reprimir. E quando não se reprimia coisas ruins aconteciam. 

Foi quando o garoto reparou no embrulho em cima da cama. Enquanto a garota buscava pelos tênis de Harry, este aproveitou para desembrulhar. Era de Skeeter. E ela havia lhe enviado o Profeta Diário e uma cigarreira de prata com um bilhete.

“Para o meu chefinho, Rita Skeeter.”

Harry agradeceu que Gina não o tivesse aberto. Ela iria querer explicações. Harry guardou a cigarreira rapidamente na mochila e abriu o jornal. Foleou até que uma publicação chamou sua atenção. Gina se sentou a seu lado e lia por cima do seu ombro. 

“A verdade sobre Harry Potter.

Faz poucos dias, encontrei-me com Harry no Caldeirão Furado para uma entrevista. Potter se mostrou extremamente preocupado com a boataria que anda correndo solta por aí. 

“Não quero que pensem que eu sou um homem mau” – ia me dizendo Potter. 

Realmente, era de partir o coração a conversa que tive com o homem cuja a bondade de seu grande coração foi várias vezes desacreditada. O homem que nos livrou de todo o mal que vínhamos sofrendo nos últimos tempos, e que por incrível que pareça, ainda é chamado, em murmúrios fofoqueiros de Bruxo das Trevas.

“Só tenho sorte – disse Potter – Mas parece que minha recente doença grave andou mexendo com a criatividade das pessoas”

Potter não quis entrar em maiores detalhes: “Não diz respeito só a mim, não vou expor minha família. Vou contar tudo após conversar com eles sobre isso.”

Uma pessoa tão preocupada com o bem alheio, uma pessoa tão altruísta merece passar por esse tipo de humilhação?

Pergunto sobre os boatos da gravidez de sua noiva. 

“Não quero entrar em maiores detalhes sem o consentimento dos outros – repete Potter – Agora, me conformo em deixar uma nota para as pessoas. Vocês acham mesmo que a pessoa que tanto lutou pelo bem estar de vocês, mesmo sem conhece-las, e mesmo que vocês não se importem com ela, realmente merece desconfiança?”

Com essa, eu me despeço. Acho agora, nos resta refletir sobre as verdadeiras palavras de um homem injustiçado desde o inicio de sua vida.

Rita Skeeter.”

- Desde quando ela está do seu lado? – perguntou Gina atônita.

- Ela deve ter visto que não tinha nada a ganhar falando mal de mim – mentiu Harry. Na verdade, ele estava surpreso com o talento de Skeeter. Por ter criado uma história com palavras que jamais saíram de sua boca. Linda a arte de transformar “suborno” em “altruísmo”, “boatos maldosos” em “discurso animador”.

Harry e Gina foram até o pé do morro, e ali aparataram. 

Foram parar em uma ruazinha molhada. Estava chovendo lá! Gina riu com ele e ambos correram pela rua bonita e elegante até uma estradinha rodeada por árvores. Correram rapidamente, se protegendo com os casacos da chuva fina. 

Logo no final da estradinha, um pouco afastada das outras casas estava a bonita casa da mãe de Tonks. Ambos bateram na porta apressados, e logo Andrômeda, uma mulher muito parecida com a sua irmã Bellatriz, atendeu a porta. Ela era jovem ainda, mas já aparentava um rosto mais enrugado e cabelos mais grisalhos. Ela sorriu pra eles. Ao contrário de Bellatriz, o sorriso de Andrômeda não era senil e cretino, mas sim gentil e bondoso.

- Vieram morar comigo? Que bom! – ela alegrou-se ao ver as malas que os garotos carregavam – Entrem!

Harry e Gina riram ao ir entrando e tirando as capas de viagem, que Andrômeda pegou e colocou em um cabideiro.

- Na verdade viemos só visitar, Sra. Tonks, pois temos que levar as malas pro apartamento de Harry.

- Vão se mudar? – perguntou Andrômeda.

- Sim senhora, mas só eu – disse Harry.

Andrômeda olhou pra Gina.

- Se quiserem me chamar de senhora tudo bem, mas sem essa de me chamarem pelo sobrenome. De certa forma, agora somos uma família, certo? Meu nome é An-drô-me-da. Vamos, não é tão difícil assim, é? – Andrômeda falou com um quê de indignação na voz. 

- Tudo bem Andrômeda – Harry sorriu para a mulher  – Onde está o Teddy?

- Ele está no quarto, estava brincando... – ela falou avoada – Podem entrar, a casa é de vocês. 

E ambos seguiram Andrômeda pelos corredores de sua casa bonita e aconchegante. Quando se conheceram, Harry pensou que Andrômeda fosse Bellatriz, e tentou ataca-la. Andrômeda, que apesar de ser gente boa, tinha seu orgulho e arrogância sanguíneo, levantou o nariz pra falar com ele. 

O comportamento da mulher para com ele havia mudado bastante agora que ela se encontrava sozinha. Afinal, toda a sua família morrera tirando o pequeno Ted. Ele sabia também que ela havia passado por muitas provações quando mais nova, e a maior prova de sua bondade, era que seja quais fossem as dificuldades ela nunca deixara de ver o lado certo. 

Afinal, ela abandonara sua família, vida e futuro por algo incerto que por criação, era para ela desprezar e ter repulsa, mas mesmo assim, para ela, era o certo. 

- Sabe, eu tenho pensado Andrômeda... Se você quiser alguma ajuda, seja nossa ou financeira...

- Ah, não se preocupe Harry – disse Andrômeda com a mão na maçaneta – Confesso que desde que Teddy se foi eu andei mais sozinha, e não acho bom que o pequeno Teddy cresça só com a sua velha avó. Mas meu marido nos deixou sua aposentadoria, que dá para vivermos bem pelo resto de nossos dias. E também tem o meu dote... A ajuda que eu poderia querer é com o pobre Teddysinho mesmo. Se vocês puderem vir um dia ou outro, sei que seria muito significativo pra ele. Ele é um menino espertinho, vai completar um ano muito em breve – ela sorriu sonhadora – Nos sentimos obrigados quando temos um vínculo com uma criança não? Acho ótimo que ele o tenha como padrinho Harry. Creio que Gina poderá ser a madrinha, uma vez que Dora e Lupin  nunca comentaram nada. 

Harry assentiu pra ela.

- Viremos com frequência. Quando Teddy ter idade pode ir dormir lá em casa com a gente – Harry falou.

- Isso seria maravilhoso querido – ela sorriu, só um pouquinho – Venham conhecer seu sobrinho.

E então abriu a porta. 

Uma criança gordinha de cabelos verdes brincava sentadinha no tapete, com uns bloquinhos de montar, então espirrou e seu cabelo passou a rosa berrante.

Harry deu um sorriso conflitante. Aquele rosa ele conhecia muito bem. Ele se sentou no tapete a frente da criança. Gina se sentou ao lado dele, e a criança levantou os olhos do brinquedo ao ver o movimento, encarando-os firmemente, os olhos cor de chocolate intensos. Uma criança comum teria ficado com medo de estranhos. Teddy Lupin caiu na gargalhada ao ver Harry, erguendo os braços gordinhos para ele.

Harry deixou que lágrimas caíssem de modo muito discreto, ao pegar a criança no colo, a prova viva do amor e da existência de Tonks e Lupin, assim como ele próprio, era a de Lílian e Tiago. 

A criança falava pelos cotovelos em sua língua inventada, se agarrando a Harry e gritando de alegria.

Harry nunca pegara uma criança no colo antes. E não deixar de fantasiar a criança como um filho.

- Esse é seu padrinho Teddy! – disse Andrômeda. A criança levantou os olhos pra ela.

- Oi Teddy! Como vai garoto? Nossa, eu estou ficando velho – disse Harry, segurando o menino – Eu sou padrinho...

- Harry, olha! – Gina apontou.

Teddy ficou muito parado, olhando para Harry fixamente. Então forcejou com as mãos, e Harry achou que o menino estivesse fazendo cocô. Mas então o bebê relaxou e o encarou novamente, os cabelos pretos e os olhos verdes como os de Harry.

- Ah, ele gostou de você – Andrômeda revirou os olhos – Aposto que vai ficar com essa tonalidade no cabelo por dias Teddy.

E o bebê riu como se a entendesse. Então se esticou e pegou em sua caminha um porco de pelúcia e o colocou de baixo do braço. Então apontou pra Gina.

- Vem bebê! – disse Gina erguendo os braços.

Teddy lhe mostrou o porco.

- Nossa que lindo! – e Teddy forçou o porco em sua mão – Pra mim? Poxa, obrigada!

Era impossível não amá-lo. 

Em cinco minutos Gina  estava abraçando e beijando o simpático bebezinho. Eles ficaram lá por volta de duas horas, em que Teddy passou de Harry para Gina, de Gina para Harry. O garoto não poderia estar mais cativado pelo pequeno bebê em seus braços, que conseguia sustentar a própria coluna com facilidade, tagarelando em gritinhos e balbucios, pegando brinquedos pela casa para mostrar a eles e batendo palmas quando Harry fazia algo engraçado. Ele lembrou de seu pai com ele no colo, fazendo sair fumaça colorida de sua varinha para entretelo, em uma nostalgia estranha. 

Teddy não caminhava ainda, mas engatinhava rapidamente pelo soalho e se agarrava aos móveis para se sustentar com seus bracinhos surpreendentemente fortes para uma criança desse tamanho.  

Então, quando Harry olhou o relógio e anunciou que teriam de ir, ele e Gina deram um beijo a um pequeno Teddy já sonolento, e Andrômeda os acompanhou até a porta, Harry carregando seu malão e Gina sua mochila.

 Ambos caminharam pela rua até poderem aparatar até a frente do Caldeirão Furado. 

Harry ergueu o casaco para que cobrisse Gina da chuva enquanto caminhavam, e assim entraram na hospedaria. Tom veio ligeiro até ele.

- Sr. Potter! Que prazer! e Srta. Weasley! Imagino que tenham vindo arrumar suas coisas?

- Sim Tom – Harry lhe concedeu um sorriso cortes.

Tom falou servil:

- Tem a chave de seu quarto? Lembra onde fica? 

- Lembro sim Tom, obrigado.

- Não quer ajuda, Sr Potter?

- Não será necessário.

Harry arrastou seu malão pela escadaria, com Gina atrás dele. Os olhares das poucas pessoas no bar do térreo ficaram olhando-o sem constrangimento algum. Deviam estar surpresas por Harry Potter estar indo morar ali, e loucas para espalharem a fofoca sobre sua nova morada e sua companhia surpreendente.

Harry abriu a porta do número 10-A, e Gina se encantou pelo apartamento.

- Nossa, é tão grande e bonito! – ela sorriu – Eu nunca morei num lugar assim.

O garoto mastigou um pouco o que estava doido para lhe falar. Então fechou a porta, tirou os sapatos e sentou-se em seu sofá, largando o malão no chão.

- Gina, quer sentar um pouco, eu tenho algumas coisas pra falar pra você. 

Gina parou as piruetas que dava para olhar cada ângulo do apartamento, contornou a poltrona e sentou a seu lado com um sorriso bonito no rosto. Harry colocou os pés pra cima do sofá, de modo que ambos ficassem um de frente para o outro:

- Gina, eu sei que somos muito novos ainda. Estamos só começando nossas vidas como adultos. Mas eu queria lhe dizer que sinto como se você não fosse minha namorada. Não, eu sinto como se você fosse muito mais, e as vezes não lhe falo certas coisas porque penso que você pode achar muito... comprometimento. Queria lhe perguntar se sente o mesmo por mim.

Gina olhou no fundo se seus olhos:

- E o que exatamente você sente por mim?

- Eu quero passar o resto da minha vida com você. Eu sei disso – disse Harry convicto.

A garota limpou as lágrimas que deixara escapar. 

- Me perdoe, eu fico muito emocionada ao ouvir você falar assim.

- Eu queria saber se você sente isso por mim – ele pegou as mãos dela. 

Harry não sentiu medo ou receio enquanto esperava sua resposta. Alguma coisa lá no fundo lhe dizia que Gina nunca fora sua namorada. Era algo como uma família. Era como um pilar, segurando seu teto.

- Ah Harry, sim, eu sinto o mesmo! Mal posso esperar pra terminar os estudos, e nós dois irmos morar juntos, viver nossas vidas – ela falou irradiando felicidade – Termos nossa casa... Nossos trabalhos... Mas o que você disse que ficou receoso de me falar?

- Eu... eu olhei pra Teddy e imaginei um filho... sabe. Claro que somos novos, e vamos pensar em filhos depois de termos uma casa, um casamento e um trabalho...

Gina acariciou suas mãos com a ponta dos dedos distraída.

- Confesso que algo parecido me ocorreu. Mas é isso que Teddy será. Ele será nosso filhinho! – Gina riu – Como aquela criança é cativante!

- Sim - Harry riu – Nossa, como é bom ter esclarecido isso entre nós Gina! Parece que nós sempre estamos em sintonia!

- Sim – ela falou feliz, e foi até Harry abraça-lo.

E ficaram naquele carinho por alguns momentos.

- Nossa, ninguém nos atrapalhou. Estou começando a gostar daqui.

Harry riu.

- Com fome?

Gina olhou pra ele descrente.

- Você não sabe cozinhar – ela afirmou.

Harry se mostrou ofendido.

- Eu cozinho desde os oito anos de idade!

- Sério? – ela se surpreendeu.

- Sim – ele bufou, tirando-a delicadamente de cima dele e indo até um fogãozinho antiquado de quatro bocas, uma dispensa pequena e uma mesinha redonda com três cadeiras que deviam ter sido colocados ali recentemente. Antes não havia motivos pra estarem em um apartamento em desuso. 

- Tom colocou pra nós aqui... Três batatas, molho de tomates... hmm, vou ter que ir as compras muito em breve... – comentou pensativo vendo o resto dos alimentos.

- O que você vai fazer pra mim? – Gina perguntou no sofá, ligando o rádio em uma música bem dançante. Parecia dos anos 60, algo como jazz.

- Vou fazer... gosta de massa com batatas? – Harry perguntou.

- Que combinação – riu-se Gina.

- É o que dá pra fazer com que eu tenho aqui. Agradeça a Merlin por eu poder fazer o molho – ele falou levantando suas mangas.

Gina tirou o casaco e os sapatos, indo até o malão e abrindo-o, sacudindo o corpo de leve conforme o ritmo. Ela tirou as roupas de Harry do malão e passou a pendurá-las nos cabides de madeira do armário enquanto o garoto tirava algumas panelas da despensa. 

Depois de passar as não tão numerosas roupas de Harry para o guarda roupa, ela foi levar as toalhas para o banheiro. E se sentou na mesinha pra esperar pelo jantar. Quando Harry serviu ela olhou para o relógio no pulso do garoto.

- São oito e meia – ela comentou.

- Então temos tempo – Harry falou, servindo dois pratos – Acho que as nove e meia eu desaparato com você e vamos pra Toca. 

- Eu passei no teste de aparatação, sabia? Não preciso de babá – ela lhe olhava com um sorriso divertido na face.

- Eu acho que devia saber – Harry riu – de qualquer forma não adianta você espernear, eu não vou deixar você subir o morro sozinha de noite.

Gina girou o garfo em seus dedos pensativa.

- Você não vai ficar solitário aqui?

- Não, eu vou passar um bom tempo estudando, lendo, e posso passear pelo Beco Diagonal... Além de que eu vou ir frequentemente na sua casa e na de Tedd. Amigos é o que não nos falta, ainda nem visitamos Luna e Neville!

Harry se sentou e ambos começaram a comer. 

- Nossa, eu não sabia que você cozinhava tão bem assim!

- Sendo criação minha, vou nomear de Batatete – falou Harry de boca cheia.

- Batatete? – perguntou Gina, também de boca cheia.

- Batata com espaguete! – Harry falou, arrancando um risinho de Gina. 

Depois de comer, Harry e Gina deitaram-se estirados no sofá, abraçados. Harry acariciava os cabelos de uma Gina completamente imóvel. Parecia uma boneca em seus braços.

Gina apoiou a cabeça em seu peito e o mirou por debaixo dos cílios espessos. 

- Sabe, eu te amo.

- Também te amo.

E ambos se beijaram com ternura. Por um momento, seu abraço era puro e terno. Por um momento, que passou quando Gina moveu uma perna, que se enroscou na sua cintura. E Harry, tentado a sentir a textura daquela pele que parecia um pêssego, passou uma mão desejosa pela perna da namorada. 

Não se sabe quem ficou mais entusiasmado, Harry ou Gina. A pele dela era mais macia e cheirosa do que ele pensara, e aquilo provocava uma reação engraçadíssima no seu corpo, porém ele sabia exatamente o que era. 

O beijo deles ficou mais intenso e arfante, Gina passou a outra perna em volta de sua cintura, acalorada pelos novos toques do namorado.

Gina, também curiosa pelos músculos de seu parceiro, desabotoou sua blusa e a fez deslizar para o chão. A pele dele era muito, muito pálida. Era sedosa e macia. E apesar de ser magro, Harry era muito forte. 

Ele se arrepiou com o toque suave que percorria seu torso. E novamente, eles começaram a se beijar.

Harry sussurrou pra ela:

- Gina, escuta, o que você está fazendo?

- O que nós quisermos – ela murmurou pra ele. 

- Gina... tem certeza que é isso que você quer? Olha, vou entender se você não estiver pronta. Mas se não estiver, acho melhor paramos agora, porque eu já...

- Harry – Gina cortou-o – Eu pareço estar receosa ou com medo?

- Não – disse Harry com sinceridade.

- Bem, é porque não estou, sabe – ela falou – Eu quero você, você me quer. É mais do que simples.

Harry acariciou sua face.

- Seja minha?

- Pra sempre.

Gina respondeu simplesmente.


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Notas finais do capítulo

COMENTEM OU VOU MATAR UM POR UM.