Capitulo Vinte –x – (Final - parte I)

Passou mais ou menos um mês desde o cinema em grupo. É obvio que Roni e Luna engataram o namoro no mesmo dia, Annie e May estavam conhecendo melhor os gêmeos, e com isso quase todo dia no trabalho eu ouvia coisas do gênero: “Como seu irmão é fofo” “Você deveria ter me apresentado antes” acho que só elas duas para dar jeito naqueles malucos.

Harry e Mione estão enrolando! Eu já mandei a Mione assumir tantas vezes os sentimentos, mas ela é um ser maligno, tão teimoso quanto eu.

Ela fala que só assumirá que ama o Harry no dia que eu assumir que gosto do Draco e falar com minha família sobre o namoro.

Bem, falando no Draco... Nem eu sei dizer ao certo o que somos, me fingia de difícil, mas acabava sempre cedendo e nos pegávamos nesse meio tempo... Eu quero resolver tudo e acabar com essa duvida se temos ou não algo sério, mas sempre fico insegura para perguntar... Morgana me ajude!

Rolei um pouco na cama pensando em mais algumas coisas, até que me deu conta de algo.

- Será que passou tão rápido assim? – Levantei-me confusa indo em direção a cozinha, onde sabia que minha mãe estava.

- Oi filha. Algum problema? – Ela falou ainda lavando as louças.

- É que eu estava com uma duvida – Esclareci e ela olhou mandando-me continuar – É amanha o julgamento do Draco?

- É sim, não sabe o quanto estou nervosa. – Era visível o estado de minha mãe.

-Imagino bem – Abaixei minha cabeça, encostando em meus braços sobre a mesa, mexendo no pingente na minha correntinha

- Acho que sei o porquê – Levantei o olhar e percebi o sorriso maroto de minha mãe.

- Não é nada disso que você está pensando! – Falei rápido, cortando-a.

“ É, exatamente isso que está pensando! -.-”

Ela foi até onde estava sentada, deixando as louças de lado. Parou a minha frente com o olhar tranquilo.

- Ginevra! É sério que você vai mentir para mim? Posso não ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas essas coisas eu percebo de longe.

- Não é isso mãe... – Tentei mais uma vez, mas seu olhar sério só me fez suspirar e tentar parar de falar coisas que nem eu mesma sabia.

- Acha mesmo que eu sou como seu pai e irmãos? Aqueles ali não percebem nada, só perceberiam um dragão ao lado deles depois que já estivessem sido devorados. – Ela riu e eu a acompanhei nas risadas.

- Ah, mãe... É só que... Nem eu sei o que está acontecendo.  – Ela consentiu entendo que eu ainda tinha meus receios quanto a esse assunto – Mas quando você descobriu?

- Há muito tempo.

- Mas só começou a acontecer ‘algo’ agora – Enfatizei a palavra algo fazendo aspas com os dedos.

- Ai é que você se engana. Está acontecendo ‘algo’ faz tempo. Desde quando ele entrou nessa casa, sei que por mais que falassem, não era só ódio que sentiam um pelo outro. E então, com o passar do tempo, os olhares foram mudando, dando lugar a outro sentimento prevalecendo. Mas a primeira vez que vi esse olhar, é esse olhar que você está agora – Apontou para meu rosto rindo – Foi quando se encontraram de noite e conversaram lá fora, qualquer um percebia de longe que foram feitos um para o outro.

Percebi que ela falava da primeira vez que encontrei o Malfoy tarde da noite, e acabamos conversando por um bom tempo.

- Espera você estava lá? – Assustei-me um pouco.

- Eu acordei com seu grito, mas foi tão curto que eu não sabia se realmente havia gritado ou eu estava sonhando, quando desci para verificar você estava saindo de casa com Draco, segui um pouco vocês para saberem onde estavam indo e como vi que não estava fugindo, ou coisa do gênero, fiquei observando um pouco vocês e voltei pra casa.

Soltei uma risada nervosa pelo o que minha mãe relatava.

- E então veio umas indiretas da parte de Fred que no começo não entendi bem, mas depois ficaram bem evidentes, pelos olhares ah sim e alguns beijos que vocês não conseguiam controlar.

- Você já viu ele me beijando?- Agora sim arregalei meus olhos em choque.

- Não. Eu vi OS DOIS se beijando. Você acha que eu não ouvi quando ele chegou tarde da noite no dia que ele tinha ido se encontrar com os amigos e chegou todo machucado?

- É eu até pensei em ir pedir sua ajuda, mas achava que estava dormindo. – Confessei rindo, mas depois parei – Mãe... Você acha que vão liberar o Draco? Que eles vão perceber que ele mudou?

- Gina, você mais do que ninguém sabe o quanto o Draco mudou.

- Meu medo é se... Eles perceberem isso, devolverem as coisas do Draco e... E ele ir embora como se nada tivesse acontecido – Encarei o nada pensando seriamente na possibilidade.

- Filha – Molly tocou meu rosto fazendo-me encara-la – Esse era o antigo Malfoy, agora nós temos o Draco, claro que o lado Malfoy dele não morreu, mas eu acho que está começando a florescer um lado Weasley dentro dele.

Sorri com a afirmação de minha mãe.

- Você tem razão, não preciso me preocupar tanto assim.

-É, eu sempre tenho razão – Ela riu – Mas agora me conta tudo. Merlin sabe o quanto estou sempre roendo as unhas de curiosidade.

Ri e comecei a lhe falar por alto o que vinha acontecendo, frisando bem que ainda não tínhamos nada certo, afinal não houve pedido nenhum, só beijos e algumas frases meio vagas.

Ela disse que queria saber a historia do pingente e o porquê de eu não tirá-lo do pescoço então fui lhe relatando todos os detalhes que me lembrava.

Confesso que me animei bastante contando as historias para alguém e sentia as borboletas no meu estomago como se estivesse revivendo o momento.

Ouvimos passos e minha mãe voltou a lavar a louça fingindo que não estávamos conversando sobre coisas do gênero.

- Querida, amanhã é o julgamento do Draco não é? – Meu pai entrou na cozinha, pelo jeito todos estavam meio confusos essa manhã.

- Sim – Molly suspirou – Estou meio preocupada, mas vai dar tudo certo tenho certeza disso.

Meu pai sorriu de um jeito cumplice para minha mãe e eu me senti intrusa por estar ali compartilhando essa cena.

“Será que um dia Draco me olhará dessa maneira e nós teremos um sorriso que somente nós entenderíamos? Deixando nossos filhos confu...”

O QUE?!

FILHOS? COM O DRACO?!

Okay, dessa vez eu exagerei. Pensei mesmo em me casar e ter filhos com o Malfoy?!

- Acho que preciso de alguma poção. – Coloquei a mão na minha cabeça olhando para algum canto.

- Está doente, filha? – Arthur pareceu preocupado, igualmente como Molly.

- Não! N-não é isso – Fiquei corada por ter falado parte dos meus pensamentos alto. – Vou para sala.

Tarja Preta! É com certeza eu preciso de uma poção medicinal.

Encontrei os meninos assistindo um jogo de quadribol, juntei me a eles para torcer pro time preferido da família, é obvio que o Loiro azedo do Draco torcia pro time oposto, toda vez, não importa qual o outro time.

“Parece que não tem medo de morrer”

Sempre tirava sarro dos meninos durante o jogo, e se o time ganhasse alguém tinha sempre que segurar-se para não bater no idiota. Confesso que quase bati nele também no dia que ele disse que o fazia para me irritar.

- Está nervoso para amanha? – Charlie perguntou durante o intervalo.

- Devo confessar que ainda não – Ele olhou para mim discretamente e depois sorriu. – Não vão me prender, ou algo assim, caso eu perca. No máximo vou continuar como estou, não vai mudar em nada. – Sua voz era divertida, mas seu rosto estava sério.

- Então está achando que vai perder? – Jorge perguntou e eu lhe fuzilei com o olhar.

Ele não deveria ficar dizendo essas coisas!

- Vamos dizer que não estou muito confiante – Ele riu um pouco sem humor.

- Calem a boca que o jogo começou! – Logo todos eles olharam para tevê esquecendo o assunto.

Olhei para Draco e ele olhava para o chão pensativo, tão sério quanto quando chegou aqui.

Ele olhou para mim, primeiramente com uma duvida em seus olhos, mas depois ele sorriu minimamente. Olhei para cima lhe indicando para subir comigo.

Subi sem dar muitas informações, sabia que eles nem prestariam atenção. Demorou uns 10 minutos até o loiro entrar no meu quarto.

- Achava que tinha me trocado pelo quadribol.

- Claro que não, ainda não. – Ele riu.

- Idiota! – Ele levou uma cadeira até ao meu lado na cama sentando. – Você realmente acha que vai perder? – Meu tom de voz entregou a tristeza que sentia.

Ele riu baixo antes de responder.

- Não acho que deveria ficar triste por isso, vou continuar aqui até ter dinheiro para comprar uma casa nova e não depender mais da Molly.

Então quer dizer que... De qualquer jeito ele vai embora?!

- Então acha que não mudou em nada? – Ele encarou-me e demorou algum tempo antes de responder.

- Ainda não me vejo uma pessoa melhor – Sorri com sua resposta.

- Sua opinião nunca importou mesmo – Draco riu e eu me juntei a ele. – Acho que estou mais nervosa com isso que você.

- É também acho. Mas sabe... Tenho um ótimo jeito de aliviar essa tensão – Ele sorriu malicioso.

- Não me provoque, Malfoy. – Ele saiu da cadeira indo para cama junto a mim.

- Sabe que eu não resisto Ruiva. – Ele deitou-se por cima de mim começando a distribuir beijos pelo meu pescoço.

- Não sabe com quem está mexendo, fuinha. – Ri e colei seus lábios aos meus.

Depois de um tempo de “amasso” acabei adormecendo com os carinhos que ele fazia em meus cabelos.

-x-

Ao acordar me senti nervosa de imediato. Fiz minha higiene matinal com o pensamento longe.

- É HOJE?! – Ouvi Jorge gritando lá embaixo.

Claro que ele não lembraria, era o Jorge!

Estava um clima estranho durante o café, ninguém tocava no assunto, depois do almoço todos resolveram se arrumar para ir ao julgamento acompanhar Draco.

Ao chegarmos lá encontramos Harry, Hermione e Luna, apressadamente nós sentamos no local indicado ( N.A.: Por favor não me matem pela minha burrice sobre julgamentos bruxos x.x )

- Viemos apoiar um amigo – Harry disse e sorriu para Draco que retribui gentilmente.

- O julgamento vai começar, vamos Senhor Draco Malfoy. – Um rapaz apareceu chamando a Draco.

O loiro se levantou sério e seguiu o moço, olhou para trás um pouco antes de entrar sorrindo para todos ali.

Seja o que Merlin quiser.

“Mas que ele queira ajudar o Malfoy!”