Capítulo 3- L’envie D'Aimers

Seremos nós, amanhã

Seremos nós, o caminho

Por amor

Estaremos dando

Nos dão desejo de amar

–E então, Velkhan? Qual é o seu plano?

Velkhan respirou fundo antes de continuar. Sentou-se no degrau na frente do trono do pai e encostou a cabeça na perna dele.

–Hoje, pela manhã, enquanto passeava pelos jardins, tive uma ideia quando pensei sobre o Thomas ser meu guardião. Ele me segue para vários lugares; ele é meu guarda costas e meu amigo, até por que, como homem, eu não tenho uma dama de companhia.

“Victorique passou a ser Rainha, então ela deve precisar de guardiões também; aa dama de companhia dela mal sabe segurar uma espada, quanto menos defendê-la”.

–Filho, posso estar enganado, mas você disse “sem rodeios”. Isso só está me deixando mais confuso.

Velkhan suspirou. Passou a mão pelos cabelos e pensou numa maneira de resumir a sua ideia.

–Tendo Thomas como meu guardião, e sabendo que ele deve passar a maior parte do tempo próximo a mim, tive uma inspiração para o que fazer quanto ao fato de ficar longe de Victorique: Eu, Thomas (por que eu confio muito nele e por que ele é minha sombra) e esses outros três guerreiros nos disfarçaremos como cavaleiros e seremos a Escolta de Victorique.

–Velkhan! Você vai abrir mão de seu trono para ficar com uma garota?! Você é meu único descendente! Outra família assumirá o Trono! Nossa família acabará em você, pois você ama tanto a Victorique que nunca se casará com outra.

–Bem, sua reação foi melhor do que eu imaginava. Mas o senhor jurou, então farei isso e mamãe não ficará sabendo.

–Velkhan... –outra voz disse. Velkhan notou na figura de vestido ao lado de uma das portas do salão.

–Mãe?!

–Vejo que você realmente ama essa princesa. Mas ainda acho loucura abdicar seu trono para viver como cavaleiro... Um cavaleiro que morrerá sozinho! Em nome de uma garota que nem se importa mais com você... –Kristin disse.

Wolfgang riu. Não uma risada qualquer, mas um riso grave e alto, de puro divertimento.

–Pelo visto, Velkhan, a história se repete.

–Se repete?

–Sim. Uma história muito longa e desinteressante sobre como... Enfim, filho. Vejo que nada fará com que você mude de ideia.

–Não. A não ser que eu me case com Victorique. Então assumirei o Trono.

–Muito bem, Velkhan. Faça o que deseja.

–WOLFGANG! Você enlouqueceu?! –Kristin perguntou aproximando-se do trono do rei.

–Não, Kristin. Velkhan já se decidiu. Devemos deixar ele seguir com o seu plano. Eu prometi. Se isso servir para diminuir sua infelicidade... Devemos deixa-lo fazer como ele quer.

Kristin sentou-se no seu trono, abalada. Velkhan se levantou e foi até o seu lado. Abraçou-a e deu-lhe um beijo no rosto.

–Mãe, isso não significa que eu não os amo. Pelo contrário, eu os amo mais do que tudo.

–Mas não tanto quanto a Victorique. –Kristin resmungou.

–Na verdade, tanto quanto ela. Só que vocês não podem fazer com que eu me sinta tão feliz quanto eu estaria se estivesse com ela. Ela faz com que eu seja uma pessoa melhor.

Kristin virou-se para o filho.

–Você vai enviar cartas para nós, está ouvindo, rapazinho? –ela falou com lágrimas nos olhos, mas mostrando um sorriso. Ela passou a mão nos cabelos de Velkhan –Desculpe, acho que não quero que você cresça.

Velkhan abraçou a mãe mais forte.

–Acho que eu não partiria tão feliz sem que a senhora soubesse. Não quis contar, pois sabia que a senhora não deixaria que eu fosse; talvez até me prendesse em meu quarto. –ele riu de leve. –Obrigado. Por me deixar crescer.

–Mas eu não estava brincando quanto a você mandar cartas! Você vai mandar uma por semana, está me ouvindo? UMA POR SEMANA; nada menos!

Wolfgang riu.

–Mas se vier uma a mais não haverá problema algum.

Kristin sorriu. Então uma dúvida se formou em sua mente.

–Como você vai fazer para que Victorique os aceite como sua escolta? Ela é rainha há seis anos; já deve ter uma escolta.

O sorriso desapareceu do rosto de Velkhan. Ele baixou a cabeça e coçou o cabelo.

–Não pensei nisso. –disse ele.

–Pois eu pensei –disse Wolfgang. –Imagine se você tivesse feito isso sem nos avisar... Ia acabar em besteira.

Velkhan sorriu.

–E então pai, qual a grande ideia?