Renascer Para a Eternidade escrita por Meel Ribeiro


Capítulo 3
Capítulo 3 - Cachoeira


Notas iniciais do capítulo

Esse é meu cap favorito ate agora :) Eu escrevi ele inteiro escutando (I never told you) não me pergunte pq '-' huahauhaauhauahauah Enfim espero que gostem e blábláblá. Aaaah e deixem suas Reviews. E vcs leitores fantasmas (eu sei que vcs existem, vcs falam que tão lendo pelo twitter u-u hauhaauhauha ) Saiam desse Sub-mundo obscuro que vcs vivem e venham em direção a luz e deixem as reviews. huahauahuaha ta parei. Boa leitura :)



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-Alice acorda. Anda acorda logo. – Cinthya me sacudia na cama.

Abri os olhos ainda sonolentos, não havia conseguido dormi durante a noite pensando em Brian. A sensação de suas mãos nas minhas, o calor de suas mãos na minha cintura... Ele morto no meio do armazém. As imagens e sensações rodeavam minha mente, perturbando-a e tirando meu sono. Esfreguei os olhos para ver se minha visão melhorava. Cinthya estava prostrada na minha frente com um vestido vermelho com rendas nas mangas e na barra, ela deu rodopios exibindo a grande flor bordada nas costas. Uma rosa preta, bordada perfeitamente.

- O que você achou? Ele não é lindo? Não é Alice? – perguntou-me Cinthya com os olhos esperançosos.

-É lindo sim. Aonde você vai com ele a essa hora? –perguntei com a voz embargada de sono.

-A lugar nenhum, a mamãe o fez ontem. Ela esta costurando alguma coisa pra você usar amanhã.

-Amanhã? O que tem de tão especial que pede roupas novas? – perguntei enquanto levantava-me da cama.

-O papai vai chegar oras. – falou e correu pelo quarto rodopiando o vestido.

-A claro.

Peguei uma toalha e fui preparar meu banho. Passei pelo corredor e ouvi o barulho da maquina de costura da minha mãe. Sempre que meu pai chegava de viagem era como se fosse um grande evento. Roupas novas, as comidas que ele mais gostava, casa impecável, animais lavados, pomar limpo e podado. Minha mãe parecia fazer de tudo para agradar ao meu pai. Ela sorria quando ele sorria, e chorava quando ele estava triste ou os negócios não foram tão bem como ele esperava. Era compreensível que ela o amasse, mas idolatra-lo como ela fazia e como queria que nós o fizéssemos era um tanto exagerado.

A banheira já estava cheia de água morna. Mamãe tinha preparado meu banho e eu estava grata por isso. Peguei o porte de ervas e coloquei um punhado da mistura que minha mãe fazia: Absinto, Camomila, Alecrim, pétalas de rosas brancas e vermelhas. Tirei a camisola e entrei na banheira mergulhando na água morna e na mistura de ervas que prometia me relaxar.

Fiquei por um longo tempo na banheira, á água já estava fria quando decidi sair, mas eu não me importava, eu gostava de esta ali. Sequei-me rapidamente e coloquei um vestido azul com pequenas flores brancas bordadas por todo ele. Sai do banheiro e fui em direção á cozinha faminta, como sempre acordava. Minha mãe encontrava-se no canto da sala, logo ao lado da poltrona do meu pai e da lareira. Costurava o tecido com agilidade, suas mãos eram rápidas passando a costura em seu devido lugar com rapidez e eficiência. Andei em sua direção, ela costurava um tecido branco.

-Bom dia mamãe. – falei e depositei um beijo no alto de sua cabeça.

-Bom dia querida. Seu banho estava preparado. – falou sorrindo sem tirar os olhos do tecido.

-Obrigada. – respondi esticando o pescoço para analisar o que ela estava costurando. – Huuuum... Estou com fome, podemos tomar café?

-Ah. Claro, deixe-me só finalizar aqui... Pronto. Vamos tomar café.

Ela virou-se e percebi o quanto seus olhos brilhavam. Ela estava radiante com a chegada do meu pai.

-Cinthya vá colocar outra roupa e desça para tomarmos café. – falou mamãe para minha irmã e ela correu escada acima.

Entramos na cozinha e parecia que ela tinha sido reformada. Minha mãe sempre foi caprichosa com nossa casa, mas como eu havia dito quando meu pai estava prestes a chegar ás coisas ficam mais rígidas. As panelas de alumínio penduradas na parede brilhavam como se fossem espelhos. O chão de madeira lustrado como se fossem novos, os armários de madeira limpos e pintados de branco, pareciam novos. Paredes lavadas, potes com ervas recém-colhidas e flores, muitas flores.  A mesa um café caprichado com: ovos mexidos, torradas, leite quente, bolo de laranja e pães quentes. Cinthya apareceu vestindo um vestido rosa com babados que a fazia parecer menor e mais fofinha.  Sentei-me a mesa com Cinthya ao meu lado e mamãe de frente para nós.

-Quero bolo de laranja e torradas. – declarou Cinthya.

-Estou tão ansiosa que mal consegui dormir. Alice você viu seu pai chegando? Como ele estava? Viu alguma coisa? – perguntou mamãe animadamente enquanto colocava no prato o bolo de laranja e as torradas de Cinthya.

Normalmente minha mãe não perguntava sobre minhas visões. Ela as ignorava e pedia que eu fizesse o mesmo. Era só em momentos raros que ela perguntava alguma coisa.

-Hum. Não, eu não vi nada. – menti. Não queria falar que meu pai chegaria pela manhã e primeiro iria ate a cidade e voltaria somente na hora do almoço.

-Ah. Tudo bem, isso não importa não é mesmo? É bom de certa forma. Será uma surpresa

Fiz que sim com a cabeça. Ela entregou o prato de Cinthya e começou a preparar o meu. Com pães e ovos mexidos e me entregou um copo de leite quente. Minha mãe dava risinhos nervosos enquanto dava colheradas lentas em seu pedaço de bolo. Ela parecia não acreditar que meu pai chegaria amanhã.

-Mãe eu vou ate a floresta mais tarde. – falei e dei uma grande colherada nos ovos mexidos.

-Vai fazer o que na floresta? Não quero você andando na floresta sozinha.

-Eu vou colher umas flores que vi. Acho que o papai irá gostar. –menti.

Dei um gole no leite quente e senti minha língua formigar com a temperatura.

-Ah. Seu pai adora flores. Tudo bem filha, pode ir. – ela falou docemente. Com um sorriso estampado de orelha a orelha.

-Posso ir também? –perguntou Cinthya.

-Não! – falei rapidamente me engasgando com um pedaço de pão. –Não! Eu não vou demorar, e vou montada no Rufus. Não vou com a carroça, demora muito e...

-Sua irmã tem razão Cinthya. Dessa vez você fica.

Sentir-me aliviada. Eu estava indo encontrar Brian. E não poderia levar minha irmã caçula comigo. Eu precisava de alguma forma contar para Brian o que iria acontecer. Eu tinha que alerta-lo.

***

Depois do café Cinthya e eu subimos para o nosso quarto e mamãe voltou a dedicar-se a costura. Cinthya brincava em sua cama, enquanto eu olhava impacientemente o dia se arrastar lentamente. Eu sabia que Brian estaria na cachoeira depois do almoço, mas a minha vontade era de correr a te lá e espera-lo. Mesmo sabendo que não deveria encher-me de esperanças em relação ao Brian, de certa forma essa esperança vinha sozinha. Como se ela sempre tivesse existido e só estava esperando a chance de ser mostrada. Talvez Brian quisesse somente minha amizade, e acredite eu ficaria bem feliz se ele me dedicasse somente isso. Mas eu sabia que meus sentimentos por ele cresciam a cada dia.

Conheci Brian na igreja quando eu tinha dez anos e ele onze. Nós nos encontrávamos juntamente com outras crianças nos fundos da igreja e brincávamos de pique-esconde. Brian sempre queria procurar, e quando me encontrava simplesmente desistia de encontrar os outros. Certa vez fui a primeira a ser encontrada, então ele segurou minha mão e saímos andando mordiscando uma maça que ele havia trazido no bolso. Depois quando as outras crianças nos acharam, juraram que nunca mais deixariam Brian procura-los. Mas na semana seguinte isso foi esquecido e lá estava Brian Mikeson nos procurando outra vez.

-Eu sei que você vai ver o Brian. – sussurrou Cinthya, ela estava sentada me encarando.

-Como? Não! Cinthya você não pode contar isso pra mamãe. Por favor. – respondi com os olhos arregalados.

-Eu não vou contar nada pra mamãe. Eu gosto do Brian. E ele gosta de você. E eu sei que você gosta dele.

Ela levantou-se da cama sorrindo, seus cabelos negros voavam com o vento que entrava pela janela. Ajeitou seu vestido, pegou sua boneca e saiu do quarto deixando-me ali deitada pensando em Brian Mikeson.

***

Coloquei um vestido vermelho que se ajustava ao meu corpo com perfeição. Destacando minha pequena proporção, sem exagerar e nem tirar. O comprimento vinha um pouco acima do joelho. Uma fita vermelha em volta da cintura finalizava-se com um laço perfeito nas costas. Dei beliscões nas bochechas deixando-as com um ar saudável. Penteei os cabelos fazendo um rabo de cavalo com mechas soltas. Sorri vendo como eu estava bonita. Meu coração disparou. Eu sabia que estava na hora de ir. Estava na hora de me encontrar com Brian. E apesar de toda euforia eu sabia que teria que contar sobre minha visão.

Desci as escadas rapidamente, Cinthya estava preparando Rufus para que eu montasse. Ouvi minha mãe cantarolando na cozinha, assim como sempre fazia quando estava cozinhando. Ela achava que a comida sentia quando ela estava feliz. Gritei um “Já volto mamãe” e ela respondeu “Não demore. E cuide-se”. Cinthya me esperava na porteira da nossa casa com Rufus selado. O cavalo marrom e musculoso fazia com que ela parecesse menor. Corri em sua direção tomando as rédeas de suas mãos. Montei em Rufus e Cinthya me entregou um pequeno embrulho.

-Eu achei que vocês poderiam sentir fome. – sussurrou.

Peguei o pacote de suas mãos e sorri.

-Obrigada. – sussurrei de volta.

Ela afastou-se e abriu a porteira. Guiei Rufus para fora da nossa propriedade fazendo que ele trotasse com mais velocidade. O vento bagunçava meu cabelo, mas eu não me importava, gostava daquela sensação no meu rosto. O cheiro de flores, madeira e terra eram jogados contra meu rosto. E eu adorava isso. Sentir a brisa do vento contra meu rosto. Sempre gostei de velocidade e a sensação que ela trazia.

Entrei na trilha da cachoeira e forcei Rufus a correr mais rápido. Eu precisava chegar ate lá. Fechei os olhos por um momento e senti sua presença. Ele já estava lá me esperando. Forcei Rufus mais ainda e ele bufou reclamando. Sorri e pedi desculpas fazendo um carinho no alto da sua cabeça.

O barulho da cachoeira já preenchia meus ouvidos. Fiz Rufus recuar, agora ele trotava lentamente enquanto abria-se uma mata verde coberta por flores e árvores com frutos. Macieiras com suas flores brancas brotando lentamente, com a chegada da primavera rodeavam a cachoeira. Um lindo desenho de pedras rochosas entendia-se irregulares.  A água clara corria pelas pedras formando uma grande cachoeira, a água descia ferozmente ate parar no rio com a água azul como o céu. Parecia uma pintura, uma mistura de magia com perfeição.

Desci do lombo de Rufus e deixei-o ali comendo a grama fresca. Brian sorria encostado em uma árvore. Ele veio rapidamente em minha direção, e cada passo parecia ser longo demais. Ele usava camisa branca e calça preta com suspensórios da mesma cor. Seu sorriso branco e largo estava ali. Bem onde deveria está.

-Brian. –sussurrei encarando seus olhos verdes.

-Alice. – ele sussurrou de volta. – Achei que você não viria.

Ele aproximou-se diminuindo o espaço que havia entre nós.

-Você esta linda. Gosto quando você usa vermelho. – ele falou segurando minhas mãos.

-Obrigada. – falei corando.

-Venha. Vamos nos sentar. Eu trouxe uma toalha e algumas coisas para comermos. – ele falou e puxou minha mão me levando em direção a uma árvore mais próxima a cachoeira. –Aqui. Perfeito. Venha sente-se.

Obedeci e sentei-me. Eu sentia meu estomago revirar-se. O que eu estava fazendo aqui mesmo? Eu deveria mesmo esta aqui? Todas as logicas possíveis da minha cabeça falavam que não. Mas meu coração respondia que sim.

-Adorei que você veio. Eu já estava com saudades. – ele falou e tocou minha bochecha corada com as costas de sua mão.

-Adorei ter vindo. Obrigada pelo convite. – sussurrei e perguntei-me se ele tinha conseguido escutar.

-Alice eu trouxe uma coisa pra você. – ele remexeu os bolsos e tirou um colar com uma pequena pedra rosada com o formato de uma estrela.

Ele ergueu o colar e entregou na minha mão. Coloquei o pacote que Cinthya tinha me dado no chão e sorri. Era lindo. A estrela reluzia como a luz do sol.

-Eu lembrei-me de você quando vi. A estrela lembrou-me você, pequena e delicada. E tão bela. – ele falou com um sorriso travesso nos lábios. – Posso colocar em você?

-Obrigada Brian. Eu adorei, é tão lindo. Claro que pode.

Ele ajoelhou-se atrás de mim e passou o colar em volta do meu pescoço. Senti sua mão encostar-se à minha nuca e fiquei arrepiada no mesmo instante. Ele pareceu perceber. Brian virou-me em sua direção e tocou a estrela. Seu rosto estava a centímetros do meu. Eu conseguia sentir sua respiração quente. Afastei-me rapidamente um pouco ofegante.

-Obrigada pelo colar. Cinthya colocou algumas coisas aqui caso sentíssemos fome... – falei nervosamente e ele sorriu.

Abri o embrulho que continha dois generosos pedaços de bolo de laranja, duas broas de milho, pães doces e salgados e dois pedaços de queijo. Brian pegou um pedaço de queijo e eu o outro. Lembrei-me que eu deveria contar o que vi. Que o vi morrendo. Mas eu não queria estragar esse momento. Respirei fundo e falei:

-Brian eu sei que você não vai acreditar, mas ontem eu tive uma visão quando estávamos juntos. Seu armazém sendo assaltado. Você se recusava a entregar o dinheiro e então um homem atirava em seu peito. Você precisa acreditar. Brian por favor, me prometa, prometa que se isso acontecer você não vai hesitar que você vai entregar o dinheiro...

-Calma Alice. Respira. – ele falou encarando-me. Depois de um momento ele prosseguiu. – Então foi isso que você viu ontem?

Assenti.

-E você quer que eu prometa que não vou hesitar e entregarei o dinheiro ao ladrão?

Assenti novamente. Eu sentia meus olhos encherem-se de lagrimas.

-Eu prometo se você prometer vir me ver novamente amanhã. – ele falou sorrindo. Parecia não levar a serio o que eu lhe disse.

-Amanhã meu pai chegara em casa, não tenho como escapar. Mas no domingo eu prometo vim te ver se você jurar, prometer, me fizer acreditar de verdade que você não vai hesitar....

Tarde demais lagrimas escorriam pelo meu rosto. Brian me envolveu com seus braços e sussurrou em meu ouvido:

-Prometo que não hesitarei. Juro que não hesitarei. Eu voltarei por você.

Ele afastou-se lentamente, e ficou me encarando. Seus olhos verdes brilhavam e faziam meu estômago se agitar. Ele puxou-me mais para perto de si. Uma de suas mãos passou em volta da minha cintura, enquanto a outra secava minhas lagrimas e acariciava meu rosto. Fechei os olhos e suspirei desejando que o mundo acabasse ali. O tempo poderia parar e eu ficaria feliz de permanecer assim para sempre. Ele puxou-me ainda mais perto, colocando nossos rostos frente a frente. Sua respiração era quente e acelerada. Eu não sei se eu respirava ou não. Abri os olhos e ele me encarava como se estivesse tentando entrar na minha alma. Olhei para sua boca e um impulso me fez desejar beija-la.

Nunca havia beijado ninguém, nem ao menos chegado perto disso. Então decidi afugentar esse pensamento e fechei os olhos novamente. Brian acariciava meu rosto com as pontas de seus dedos, eu sentia que sua mão tremia. Ele envolveu minha nuca com as duas mãos e quando eu menos esperei ele estava encostando seus lábios nos meus.

Seus lábios quentes e carnudos pressionados contra minha boca. Lentamente fomos separando os lábios. Ele colocou sua língua dentro da minha boca fazendo movimentos circulares, eu deixei que minha língua encontrasse a de Brian. O toque de sua língua era macia e intensa. Nossas línguas misturavam-se uma na outra, como se fosse uma só. Sua boca era doce e quente, com um leve gosto de canela. Ele me beijava delicadamente. Então me puxou para mais perto como se quisesse fundir nossos corpos. Nossa respiração ficou mais acelerada, sua boca parecia avida pela minha. E eu correspondia ao seu beijo como se nossas vidas dependessem desse beijo. Eu agarrei seu cabelo curto, tentando empurrar sua boca com mais força para dentro da minha. Ele me colocou sentada em seu colo e o beijo ficou mais fácil, mais urgente. Eu não poderia estar mais feliz. Brian passeava com um das mãos pelas minhas costas enquanto a outra empurrava minha nuca para mais perto dele. Nossas línguas encontravam-se uma avida pela outra em um movimento de sincronia perfeita. Uma lágrima escorreu do meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Bom espero que tenham gostado :) A partir do próximo cap as coisas vão começar a ficar mais complicadas. Então não me odeiem u--u KKKKKKKKKKKKKKK bjs ate a próxima.



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