Green And Silver escrita por Hoppe


Capítulo 7
Chapter 6




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A garotinha de cabelos negros e olhos igualmente escuros os tinha vidrados, ela bloqueara sua audição para evitar ouvir mais daqueles gritos. Os gritos de seus pais.

Seu coração martelava dolorosamente, parecia prestes a se despedaçar, rasgar ao meio.

Os dois Comensais, em pé diante dos corpos semi-vivos de seus pais, agora riam de algo. Os gritos haviam cessado, o silêncio agora era a última coisa que a garotinha queria.

– Astoria... – murmurou sua mãe, sua voz quase inaudível, em direção ao canto escuro no qual a garotinha se escondia. Ela olhou em sua direção, rastejando para mais perto de joelhos sem nunca se revelar da penumbra, tocando a mão estendida de sua mãe.

Astoria piscou os olhos, e percebeu que por um instante de distração se pegara pensando novamente naquele dia. Ao focar seus olhos, encontrou outro par de olhos á sua frente, fitando-a curiosamente embora nunca abandonando sua postura fria e arrogante.

– Eu lhe fiz uma pergunta – ele soprou, sua voz desprovida de emoção.

– Ela morreu – Astoria sussurrou lembrando-se novamente da última imagem que tivera de seus pais, ela morrera junto deles.– A garotinha morreu.

– Não é o que parece – Draco murmurou, um sorriso de escárnio se abrindo. Astoria se pegou observando seus lábios rachados e pálidos, piscou os olhos e o encarou friamente.

– Ela morreu, e é melhor deixá-la desse jeito... – Astoria se afastou do loiro, caminhando lentamente em direção á porta – Não ia querer vê-la viva.

– Talvez eu queira... – Draco falou, em um tom tão baixo que Astoria duvidou tê-lo ouvido. Ela parou sua mão sobre a maçaneta e encarou a porta.

– Talvez eu não queira – sua voz saiu abafada, ela abriu a porta e saiu fechando rapidamente logo atrás de si.

***

– Mas você joga tão bem, Greengrass! E você sabe que o clube de xadrez-bruxo pode lhe render pontos a mais nas matérias, credibilidade e uma boa reputação! – Theodore andava apressado ao seu lado, tentando acompanhar os passos da morena.

– Uma reputação como a melhor jogadora de xadrez-bruxo de Hogwarts é a mesma coisa que nada, Nott – Astoria sorriu de modo frio em direção ao moreno, que por sua vez suspirou não se abalando por suas palavras. Ele ajeitou os óculos e assentiu.

– Quando finalmente se interessar, sabe onde me encontrar – ele falou, por fim.

– Certamente, Nott – ela concordou ironicamente e continuou seu caminho em direção á sua aula de Poções, enquanto o moreno se dirigia para o outro lado.

Astoria suspirou, cansada da insistência de Nott em fazê-la querer jogar no clube de xadrez. Ela já tinha obrigações demais como monitora, e problemas demais para uma simples adolescente de 16 anos.

A chuva caia do lado de fora, mas ela sabia que logo cessaria; o tempo esfriaria, e a neve daria lugar á chuva, avisando a aproximação, cada vez mais eminente, do Natal. Ela teria de voltar pra casa, sob á custodia de sua avó e suas rígidas regras sobre como ela deveria se portar como uma legitima sangue-puro, teria de voltar á solidão. Embora ela ainda tivesse Daphne ali, Astoria sabia que a relação que tinha com a irmã nunca mais seria a mesma. Astoria não poderia se permitir aproximar-se de sua irmã, criar novamente um vínculo fraternal inquebrável com a mesma, apegar-se á ela, amá-la incondicionalmente como uma irmã deve amar. Aquilo ia contra todas as regras impostas por ela mesma.

***

Draco suspirou, observando o corte feito em seu antebraço, o sangue começava a transbordar pelas pequenas aberturas do ferimento que a velha Madame Pomfrey conseguira fechar com muito esforço, mas que agora havia sido aberto facilmente no que Draco podia definir como “sem querer”.

O loiro observou o sangue escorrer sobre a terrível tatuagem negra que marcaria sua pele por toda a eternidade. Não sentia mais desgosto ao olhá-la, muito menos medo, depois de um tempo ele se acostumara com a presença permanente daquela marca; se conformara que aquele era só mais um dos preços que teria de pagar pelos erros de seus pais, carregar por toda a sua infeliz existência a prova de que ele fizera escolhas erradas.

A dor começava a brotar por todos os poros de sua pele, ele reprimiu um gemido e fechou os olhos. O loiro sentia a dor sair da ferida aberta, desejava profundamente que a dor de dentro de si também saísse, talvez fora com aquele desejo e intenção que ele reabrira o corte.

Sem perceber, ele ouviu-se gritando e não pôde controlar, o sangue escorria e pingava pelo chão frio e desenhado da Torre de Astronomia, se pegou desejando de forma desesperada que alguém entrasse por aquela porta. Então, se deu conta de que não queria qualquer pessoa, ele queria que ela entrasse por aquela porta e corresse em sua direção, que fechasse suas feridas e acalmasse sua dor, mesmo que com apenas um simples olhar de preocupação que ele jamais vira naqueles olhos frios.

Por um instante, ele percebera o real motivo que o levara até ali, que o levara a fazer aquilo, a sentir novamente a dor. Ele sabia que ela apareceria, desejou que ela aparecesse, corresse em sua direção e acalmasse não apenas a dor daquele ferimento, como também a que sentia em seu íntimo, a que sentia na parte mais profunda de seu ser, a parte humana que lhe restara.

Aos poucos, ele sentia a consciência esvaindo-se de si, juntamente do sangue que escorria e formava uma poça cada vez maior. Ele ouviu ao longe a porta se abrir e a escuridão o atingiu.


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Notas finais do capítulo

Tenho muitas explicações á dar, certo? Primeiramente, tem alguém lendo isso? Se tiver, por favor, dê-em um "alô" nos reviews, nem que seja pra me xingar pela demora hahahah. Por favor gente, eu escrevi esse cap exatamente como uma forma de buscar inspiração para continuar a história, não quero abandona-la, nem abandonar vcs, não quero desistir disso aq. Por problemas pessoais, me afastei muito do nyah, tive momentos conturbados, e realmente não tive cabeça para pensar em absolutamente nada. Me perdoem, novamente. Espero que tenham gostado, e tbm espero vê-las comentando hahahah preciso de um empurrãozinho (;
Um beijão



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